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Petrobras (PETR4): Sem maiores surpresas; Mais um conjunto sólido de produção e vendas no 1T22

A Petrobras divulgou seu relatório de produção e vendas referentes ao primeiro trimestre de 2022. Além disso, também compartilhamos nossas visões para a temporada de resultados da companhia.

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Hoje (27), a Petrobras divulgou seu relatório de Produção e Vendas referente ao primeiro trimestre de 2022, em linha com nossas estimativas. A produção de petróleo no Brasil apresentou um aumento de +3,7% T/T, principalmente em razão da continuidade do ramp-up dos FPSOs Carioca e P-68, e a recuperação após paradas de manutenção no 4T21. As refinarias continuaram aumentando as taxas de utilização, enquanto a participação das importações mostrou tendência divergente do diesel vs gasolina. Com relação aos resultados financeiros, esperamos mais um trimestre sólido de geração de caixa e projetamos um EBITDA de US$ 13 bilhões (em linha com o consenso de mercado).

Hoje (27), a Petrobras divulgou seu relatório de Produção e Vendas referente ao primeiro trimestre de 2022. Como uma variedade de dados foi previamente disponibilizado pela ANP, não houve surpresas na divulgação. A produção brasileira de petróleo foi de 2.231 Kboed, um leve aumento trimestral (+3,7%), principalmente devido à continuidade do ramp-up dos FPSOs Carioca (campo Sépia) e P-68 (campos de Berbigão e Sururu), e a recuperação após paradas de manutenção no 4T21. Participação do pré-sal no petróleo do brasil aumentou 1 b.p. no trimestre, para 75%.

Para Refino, Transporte e Comercialização (“RTC”), o 1T foi o primeiro trimestre sem nenhum resultado da RLAM (alienados em 30 de novembro). Essa mudança sustentou a queda de 9,6% na produção de derivados de petróleo no trimestre. A taxa média de utilização das refinarias no trimestre foi de 85% (vs 86% no 4T21 e 80% no 1T21). Além disso, esse fato marcou outro aumento sequencial para a média móvel de 12 meses (“MA”) da taxa de utilização das refinarias (82%), a maior taxa de 12MA desde o 4T16 (veja a Figura 2 para mais detalhes).

As vendas de derivados de petróleo no mercado interno no 1T22 foram 8% inferiores ao 4T21, principalmente devido ao desinvestimento da RLAM. Quanto ao diesel, as vendas foram ainda menores (-9,3% T/T) após uma redução nas importações (-30% T/T). Vendas de gasolina contraíram 13% no trimestre por conta da sazonalidade.

Atualmente, os investidores estão focando no aumento da participação de mercado da Petrobras em derivados de petróleo. Isso é consequência da política de precificação da estatal de usar paridade de importação com defasagem temporal, em nossa opinião. Segundo dados da ANP, no 1T22, a participação de mercado na importação de diesel foi de 35% (vs 53% no 4T21 e 28% no 1T21) e 69% para gasolina (vs 60% no 4T21 e 7% no 1T21).

G&E apresentou queda de 50% no trimestre na geração de eletricidade, em função da melhora das condições hidrológicas e, consequentemente, do nível dos reservatórios hidrelétricos do país. Do lado da oferta, a entrega nacional de gás foi reduzida para 37 MM m³/dia, principalmente em função da rescisão dos contratos de compra que a Petrobras tinha com parceiros e terceiros, que passaram a vender seu gás diretamente aos clientes finais, e os desinvestimentos de E&P no Nordeste. Adicionalmente, houve redução de 14 MMm³/dia nos volumes de regaseificação de GNL, que totalizaram 10 MMm³/dia no 1T22, principalmente devido à menor demanda de gás para usinas termelétricas.

Adicionalmente, também estamos divulgando nossas estimativas para os resultados financeiros da Petrobras referentes ao 1T22 (a serem divulgados em 5 de maio). Esperamos outro trimestre sólido para a Companhia, impulsionado por um aumento nos preços médios do Brent (+23% T/T), compensado apenas parcialmente por um BRL mais forte (média R$ 5,29/USD, -4% T/T).

Estimamos um EBITDA Ajustado de US$ 13,0 bilhões, em linha com o consenso de mercado, representando um aumento de 16% T/T. A margem EBITDA de E&P deve permanecer sólida (74%) e esperamos margens saudáveis no RTC, apesar de não seguir estritamente a paridade de preços internacionais (já que a Companhia esgota seus estoques antigos com custos mais baixos). Além disso, a margem de G&E ainda deve ser pressionada, sustentada pelo alto preço de importação do GNL.

Durante a teleconferência de resultados, os investidores devem ficar atentos à mensagem que o novo CEO, Sr. José Coelho, trará ao mercado. Outras potenciais fontes de interesse são: (i) próximos movimentos relacionados a anúncios de dividendos; (ii) margens sobre G&E daqui para frente; (iii) sinais de inflação de custos, e; (iv) atualizações do plano de desinvestimentos.

Revisão do Relatório de Produção e Vendas – XP vs. Consenso
Participação nas Importações Brasileiras (%)
Taxa de Utilização das Refinarias da Petrobras (%)
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