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Itaú (ITUB4): Lucro forte, qualidade fraca | Revisão 1T21

O Itaú acaba de registrar lucro 9% acima de nossas estimativas e 11% acima do consenso, de R$ 6,4 bilhões, o que representa uma rentabilidade sob o patrimônio líquido de 19% no trimestre.

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O Itaú acaba de registrar lucro 9% acima de nossas estimativas e 11% acima do consenso, de R$ 6,4 bilhões, o que representa uma rentabilidade sob o patrimônio líquido de 19% no trimestre. Embora os resultados tenham sido bastante fortes, acreditamos que os investidores devem manter uma atenção especial à sua qualidade menos inspiradora destes resultados. O Itaú divulgou diversos itens não sustentáveis, que ajudaram no resultado, enquanto áreas relevantes como rendas de tarifas, margem financeira com clientes e custos apresentaram desempenho abaixo do esperado. À medida que a concorrência aumenta e os reguladores se tornam mais agressivos, acreditamos que o consumo de cobertura e os resultados de tesouraria sejam menos relevantes para as perspectivas do setor. Dito isso, reiteramos nossa classificação neutra para as ações ITUB4 e preço alvo de R$ 29 para o incumbente.

A qualidade dos ganhos decepcionou

Nossa visão é que linhas específicas que ajudaram no resultado eram insustentáveis ​​ou realmente decepcionantes, como:

  • Qualidade dos ativos. Provisões menores contribuíram para o resultado, com o custo do crédito bancário ficando em R$ 1,2 bilhão abaixo de nossas estimativas de R$ 4,1 bilhões. Como resultado, o Itaú consumiu 20 pps de cobertura no trimestre, embora a inadimplência ainda esteja artificialmente baixa;
  • Margem Financeira. O NII veio da tesouraria, segmento menos sustentável. O NII com o mercado saltou 224% anualmente para R$ 2,4 bi e R$ 1,3 bi acima das nossas estimativas, impulsionado principalmente pelos resultados de trading e margens de overhedge, dois segmentos que acreditamos ser menos sustentáveis ​​do que o crédito;
  • Adequação de capital. O capital de nível I deteriorou-se 14 bps no trimestre para 13,0%, uma vez que o banco: i) aumentou ativos arriscados mais do que o capital; ii) distribuiu distribuídos; e iii) efetuou ajustes prudenciais relativos a créditos tributários;
  • Provisão para reestruturação. A administração divulgou uma provisão de R$ 747 milhões para reestruturação, que acreditamos deve ser recorrente a partir de agora, visto que o banco deve se adaptar a concorrentes digitais mais eficientes;
  • Carteira renegociada. Os empréstimos renegociados do Itaú tiveram um desempenho ruim no período, com saldo aumentando 3% no trimestre, para R$ 36,9 bilhões. O crédito vencido entre 31-90 dias apresentou a principal preocupação, já que o segmento cresceu 8% no trimestre para R $ 9,1 bilhões;
  • No geral. Ao todo, analisamos R$ 3 bilhões em resultados que acreditamos que os investidores devem olhar com atenção. Por outro lado, a taxa de imposto efetiva de 41% do banco também parece única, já que o banco teve que reavaliar os ativos fiscais diferidos que impactaram negativamente a linha.

Itens relevantes desapontados.

  • Margem Financeira. Uma vez que esperamos que a margem financeira com os clientes seja um impulsionador relevante para os bancos, acreditamos que a margem financeira do banco não foi tão grande quanto mostrado em números absolutos. Enquanto a tesouraria teve um grande impulso através de trading e overhedge e cresceu 224% anualmente para R$ 2,4 bilhões, a margem financeira com clientes caiu 5% no mesmo período para R$ 16,2 bilhões (vs. crescimento de 16% nos empréstimos brutos);
  • Receitas de serviços. As tarifas desapontaram com um crescimento de 1% anualmente para R$ 9,6 bi, abaixo do guidance de 2,5% a 6,5% de crescimento em 2021, visto que: i) as tarifas de conta corrente continuaram a ser pressionadas por cair 8% anualnente para R$ 1,8 bi; ii) a gestão de ativos teve um desempenho abaixo das expectativas e caiu 13% anualmente para R$ 1,15 bn; e iii) cartões que caíram 5% anualmente para R$ 2,9 bi, principalmente devido ao negócio competitivo de adquirência, que afundou 16% anualmente para R $ 621 milhões;
  • Despesas. Acreditamos que o Itaú está ficando atrás de seus pares privados em termos de corte de custos, uma vez que o banco ainda aumentou suas despesas totais em 3,2% anualmente para R$ 12,5 bilhões. Acreditamos que o Itaú poderia ter um melhor desempenho, especialmente nas despesas de pessoal, que cresceram 6% anualmente para R$ 6 bilhões. Como os concorrentes digitais têm um custo de servir e de aquisição de clientes menor que o do Itaú, os participantes do mercado devem olhar para os custos com cuidado.
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