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Entrada de capital na Bolsa continua forte em fevereiro, com estrangeiros aportando +R$ 30 bilhões – Fluxo em foco

Quais foram os principais fluxos e participantes da Bolsa brasileira no último mês? Neste relatório, destacamos as principais movimentações do mês.

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Fevereiro foi mais um mês volátil para os mercados globais, dessa vez com a intensificação das tensões entre a Rússia e a Ucrânia tomando o centro das atenções.

Os mercados globais já estavam fragilizados em 2022 com uma inflação mais persistente e uma alta nos preços das commodities. E esse cenário já vinha forçando os bancos centrais de mercados desenvolvidos a mudar sua postura em relação à política monetária. Agora, com a invasão da Rússia à Ucrânia, os mercados precificam um cenário de estagflação – ou seja, uma inflação mais acelerada acompanhada de uma redução do ritmo de atividade econômica.

Em cenários de conflitos geopolíticos os investidores tendem a adotar uma postura de aversão a risco, ou seja, migrar seus investimentos para opções que protegem desse cenário. São eles: commodities, títulos de governos, dólar e ouro.

Mesmo com esse sentimento mais cauteloso global, o Brasil é um mercado que tem se destacado, por conta da grande exposição a commodities. Além disso, o país também se beneficia de um fluxo positivo de investidores diminuindo exposição à Rússia. Tanto a Rússia quanto Brasil são Mercados Emergentes e, inclusive, tinham pesos semelhantes — ao redor de 4% — no índice de mercados emergentes, o que pode favorecer um movimento de troca de alocação, por parte de investidores estrangeiros, do mercado russo para o brasileiro, já que ambos são mercados emergentes com grande exposição a commodities, e Brasil continua um mercado líquido e robusto.

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Um forte fluxo de investidores estrangeiros nesse início de ano

Fevereiro foi mais um mês positivo para o fluxo de capital estrangeiro na Bolsa brasileira, com uma entrada líquida de +R$ 30,1 bilhões. O início de março, já acumula +R$ 6,3 bilhões de saldo positivo de investidores estrangeiros, e o total de 2022 já é de +R$ 69,0 bilhões, o que equivale a 67% de todo o valor de ingresso no ano de 2021.

Fonte: B3, XP Research
Fonte: B3, XP Research

Como citamos no Raio XP, em um cenário de tensões geopolíticas elevadas impulsionadas pela invasão russa na Ucrânia, os preços das commodities tendem a subir ainda mais, o que tem favorecido os países exportadores de commodities e suas Bolsas de Valores, como é o caso do Brasil. A Bolsa brasileira está fortemente exposta a esses setores, que atualmente são favorecidos por investidores globais.

Fonte: B3, XP Research
Fonte: B3, XP Research

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Fundos de investimento em ações apresentam primeiro fluxo positivo dos últimos seis meses

Os fundos de investimentos em ações tiveram um fluxo positivo de +R$10,6 bilhões em janeiro, último dado disponível, depois de seis meses com valores negativos, chegando a R$ 694 bilhões alocados em ações. Além disso, a alocação em ações subiu +0,1p.p. M/M no patrimônio líquido das gestoras, representando apenas 12,6% do total.

Apesar do melhor momento da Bolsa brasileira, os fundos de renda fixa continuam com alta alocação. A indústria continua com R$ 4,8 trilhões alocados em renda fixa, correspondente a 87,0% do seu patrimônio total. Em janeiro, houve um fluxo de R$ 30,0 bilhões (+0,6% M/M) nessa classe de ativos no portfólio dos fundos.

Fonte: Anbima, XP Research
Fonte: Anbima, XP Research

Fundos de pensão: Alocação em ações diminuiu juntamente com fundos de renda variável

Quando olhamos apenas para os fundos de pensão, segundo dados mais recentes disponíveis de outubro de 2021 da Abrapp, o fluxo de alocação em ações diretamente foi de R$10,5 bilhões em relação à dezembro de 2020 (+13,9%). Com isso, eles fecharam o mês de outubro com uma alocação de R$86 bilhões em ações.

Já o fluxo para fundos de renda variável foi negativo em outubro quando se compara com o final de 2020 em -R$54,0 bilhões (-41,3%), chegando a R$76,8 bilhões.

Juntos, investimentos em ações e fundos de renda variável representam 16,0% da carteira desses fundos de pensão, valor este que se compara aos 75,4% alocados em renda fixa, um saldo de R$767,1 bilhões em outubro deste ano.

(*)Dados até out/21
Fonte: Abrapp, XP Research
(*)Dados até out/21
Fonte: Abrapp, XP Research

Os dados acima revelam que a participação das instituições no mercado acionário ainda é baixa quando comparado à exposição à renda fixa, ou seja, ainda existe um grande potencial de migração da renda fixa para a variável.

Investidores Pessoas Físicas superaram os 5 milhões em janeiro de 2022

O crescimento de investidores Pessoas Físicas continuou positivo em fevereiro, último dado disponível, com uma adição de 13.711 pessoas na Bolsa, +0,3% M/M, atingindo 5.026.399. Quanto ao saldo por investidor, houve uma queda de -2,8% em relação à janeiro. Apesar da Bolsa ter fechado o mês passado com alta de +1,4%, essa queda pode ter ocorrido pela diminuição da exposição de Pessoas Físicas a ativos com mais alto risco, diante desse cenário atual de tensões geopolíticas.

Investidores estrangeiros possuem as maiores participações na Bolsa

Os principais investidores da Bolsa brasileira são: 1) investidores estrangeiros (53,0%), 2) instituições (25,4%) e 3) pessoas físicas (16,5%). Juntos, eles representam 94,9% dos participantes do mercado acionário.

(*) Até 03/03/2022
Fonte: B3, XP Research
(*) Até 03/03/2022
Fonte: B3, XP Research

Nessa publicação, considera-se apenas o fluxo do mercado à vista.

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