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Brava Energia (BRAV3) | 3T24: Atravessando um 2S24 tempestuoso em direção a águas mais calmas em 2025

A Brava Energia reportou seus resultados do 3º trimestre. Veja nossos comentários.

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Resultados impactados negativamente pela interrupção da produção. O ramp-up de Papa Terra e Atlanta é fundamental para o caso de investimento.

O primeiro resultado combinado da NewCo. A Brava Energia publicou seu 3T24 nesta quinta-feira (14) no pré-mercado - o primeiro desde a fusão entre a 3R Petroleum e a Enauta. O EBITDA ajustado de R$ 748 milhões caiu sequencialmente (-35% t/t) devido a menores preços e produção e não atingiu nossas estimativas (-8% vs XPe). O lucro líquido não ajustado de R$ 498 milhões foi melhor do que nossa expectativa de prejuízo líquido (XPe -R$ 100 milhões) devido a ganhos extraordinários, muitos relacionados à fusão. Por fim, a alavancagem de 2,7x dívida líquida/EBITDA LTM foi maior do que prevíamos - acreditamos que isso aumenta a chance de violar o limite do covenant de 3,0x no 4T24, embora apenas temporariamente devido a paradas de produção. Olhando além dos desafios de curto prazo, acreditamos que há espaço para a Brava liberar um valor significativo de suas operações (particularmente Papa Terra e Atlanta) e capturar sinergias da transação.

Produção reduzida em um trimestre desafiador. A produção atingiu 51,7kboed (41,2kbpd de petróleo e 10,5kboed de gás), uma redução de -13% em relação ao trimestre anterior. O desempenho no 3T pode ser atribuído principalmente a: (i) níveis de produção reduzidos em Papa-Terra, resultantes de paradas de produção e exigências da ANP; e (ii) a produção de Atlanta foi afetada pelo início da desconexão de poços para posterior conexão com o novo FPSO Atlanta. O lifting cost foi de US$ 20/boe, diminuindo cerca de 12% em relação ao trimestre anterior (de US$ 22,6/boe no 2T24) devido a (i) uma contribuição reduzida do cluster Papa-Terra e (ii) uma diminuição nos custos de extração em Atlanta. O lifting cost onshore permaneceu estável entre os trimestres. Vale ressaltar que os custos de elevação da Brava são mais altos do que os de seus pares - o que aumenta a alavancagem operacional da empresa em relação às mudanças nos preços do Brent e às flutuações de produção.

Consumo de caixa e alavancagem de 2,7x. A dívida líquida consolidada da Brava (incluindo earn outs de aquisições) foi de R$ 9 bilhões, ou US$1,7 bilhão (+5,7% t/t), no final do 3T24. A alavancagem atingiu 2,7x Dívida Líquida/EBITDA LTM (na metodologia utilizada para fins de covenant). A alavancagem está apenas marginalmente abaixo do que a 3R standalone costumava ter antes da fusão (2,8x). Esperávamos uma queda maior, dado o balanço menos alavancado da Enauta e o cash-in de cerca de R$ 1,3 bilhão (US$ 234 milhões) da venda de 20% do Atlanta para a Westlawn. No entanto, a queima de caixa de R$ 1,4 bilhão (c.US$ 260 milhões) e o pagamento de dividendos (R$ 90 milhões) neste trimestre afetaram a dívida líquida, o que se agravou ainda mais com o EBITDA mais deprimido devido à parada de produção do Papa Terra.

4T24 desafiador, mas melhora em 2025. Os investidores devem estar cientes de que esperamos que a alavancagem da Brava se deteriore substancialmente nas demonstrações financeiras do 4T24 devido às paradas de produção nos campos de Papa Terra e Atlanta. Estamos particularmente preocupados com a possibilidade de a Brava violar seu covenant de dívida líquida/EBITDA de 3,0x - para sermos claros, se isso acontecer, não esperamos que tal evento desencadeie qualquer aceleração da dívida, mas sim uma negociação para a isenção do covenant. Acreditamos que o resultado do 4T24 não deve ser um catalisador tão negativo, uma vez que se espera que a produção aumente substancialmente antes da publicação dos resultados financeiros do 4T no início de 2025. Em nossa opinião, o ramp-up oportuno nos dois principais campos offshore da Brava em dezembro é fundamental para o caso de investimento.

Trabalhando em sinergias. Em uma nota positiva, a Brava discutiu no comunicado à imprensa como começou a trabalhar para liberar sinergias. As iniciativas incluíram: (i) otimização das equipes operacionais e corporativas; (ii) pré-pagamento de linhas de crédito de custo mais alto; (iii) início da reestruturação corporativa para permitir otimizações fiscais e de crédito; (iv) início da amortização do ágio decorrente da transação.

Um trimestre cheio de ajustes. O EBITDA ajustado reportado da Brava foi de R$ 727 milhões e inclui ajustes não recorrentes que totalizaram -R$ 894 milhões para ganhos extraordinários, listados abaixo. Também fizemos nosso próprio ajuste adicional de R$ 21 milhões (portanto, o EBITDA ajustado pela XP foi de R$ 748 milhões) para a reversão dos resultados do trimestre anterior sobre a participação de 37,5% da NTE na Papa Terra. Os ajustes da Brava incluem: (i) R$ 720 milhões referentes ao ganho na transação com a Westlawn, (ii) R$ 341 milhões de reversão de provisão de despesas de abandono de ativos, (iii) R$ 112 milhões de reversão de ajustes vinculados ao IFRS 16 da empresa incorporada Enauta, parcialmente compensados por (iv) R$ 210 milhões de despesas não recorrentes relacionadas à fusão da Enauta e Maha Energy, e (v) R$ 68 milhões de despesas relacionadas à disponibilidade (stand by) de uma sonda de perfuração no Complexo Papa-Terra, que permaneceu aguardando licença ambiental para perfurar o poço PPT52.

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