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Bradesco (BBDC4): começando o ano com força

O banco registrou Lucro Líquido Recorrente de R$ 5,9 bilhões no 1º trimestre de 2025; confira a análise completa

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O Bradesco (BBDC4) apresentou resultados sólidos no 1º trimestre de 2025 (1T25), superando nossas estimativas e o consenso. O lucro líquido atingiu R$ 5,9 bilhões, 10% acima da XPe e ~9% T/T, acelerando sua trajetória de recuperação e impulsionando o ROAE para 14,4% (vs. 11,7% no 4T24). O principal fator por trás da melhoria da lucratividade foi o NII de clientes, que cresceu 15% A/A, refletindo uma originação de empréstimos mais forte com um mix mais saudável e custos de financiamento mais baixos. As receitas de fees e de seguros também tiveram um bom desempenho, aumentando 10% e 30% A/A, respectivamente. A qualidade dos ativos permaneceu sob controle, com um ligeiro aumento de 10 p.p. T/T nos NPLs acima de 90, para 4,1%, principalmente em razão das grandes empresas, enquanto as carteiras de PMEs e de varejo apresentaram melhora e estabilidade. O banco começou o ano em alta, com várias linhas acima das faixas do guidance, embora o Bradesco tenha reafirmado seu guidance para o ano inteiro, o que pode sugerir alguma acomodação nos próximos trimestres. Vemos que o plano de transformação em andamento continua a ganhar força, apesar de um cenário macro desafiador. Esperamos uma reação positiva do mercado amanhã, impulsionada por uma entrega consistente e uma forte recuperação de rentabilidade.

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Plano de reestruturação

A melhoria do lucro líquido e do ROAE do Bradesco sugere que o banco continua avançando em seu plano de reestruturação. Embora o banco transmita uma mensagem de cautela, priorizando o crescimento lucrativo em um ritmo mais lento, ele destacou neste trimestre que as receitas estão crescendo mais rápido do que as despesas, a Carteira de Crédito está se expandindo com segurança, resultando em taxas de inadimplência e custos de crédito controlados, e o Plano de Transformação está sendo executado em um ritmo acelerado. Ficamos positivamente surpresos com a melhora significativa apresentada no 1T; no entanto, por enquanto, mantemos nossa visão cautelosa, reiterando que o plano de reestruturação em andamento é bastante profundo e o ritmo de evolução dos resultados do banco provavelmente não seguirá uma trajetória linear.

Crédito

A Carteira de Crédito Expandida totalizou R$ 1,0 trilhão, crescendo 2,4% T/T e 12,9% A/A. O Bradesco iniciou 2025 mantendo o mesmo ritmo observado no 4T, com a carteira de crédito expandida crescendo acima do limite superior do guidance (entre +4,0% e +8,0%). Excluindo a aquisição do banco John Deere, que adicionou R$ 17,3 bilhões ao total da carteira expandida, o crescimento da carteira expandida em 12 meses teria sido de 11%. O Bradesco tem priorizado as linhas de crédito com garantia e, ao final de março, o percentual de operações de crédito com garantia atingiu 57% da carteira expandida (54% no 4T). Apesar da predominância de linhas com garantia, o banco tem conseguido crescer tanto em Pessoas Físicas (+16,2% A/A e +4,6% T/T) quanto em MSMEs (+29,3% A/A e +3,3% T/T). Quanto às grandes empresas, embora tenha aumentado 1,3% A/A, em uma base sequencial, apresentou um declínio de 0,8%.

Margem financeira

A Margem Financeira Líquida (NII), principal métrica para monitorar a evolução do plano de reestruturação em 2025, atingiu R$ 17,2 bilhões (+1,4% T/T, +13,% A/A e 5% acima da XPe). O NII de Clientes do Bradesco foi de R$ 16,8 bilhões (+3,8% T/T e +15,5% A/A), impulsionado pelo mix e crescimento do volume, além de maior margem de captação. Isso levou o NIM bruto médio a aumentar 20 pontos-base T/T, atingindo 8,6% no 1T25. O NII de mercado atingiu R$462 milhões, R$ 380 milhões abaixo do 4T e R$ 168 milhões abaixo do 1T24, ambas as comparações impactadas pelo menor resultado com ALM.

Foco para o NII ajustado ao risco

O foco do Bradesco está mais voltado para o NII ajustado ao risco (NII Líquido de Provisões). E isso se reflete no guidance do banco, uma vez que o documento previa um intervalo entre R$ 37 bilhões e R$ 41 bilhões para esse indicador. No 1T, o Bradesco entregou R$ 9,1 bilhões, 5% e 36% superior ao 4T24 e 1T24, respectivamente. Essa linha vem crescendo sequencialmente desde o 1T24, quando o NII líquido de provisões totalizou R$ 6,7 bilhões. Nesse sentido, embora o cenário macroeconômico ainda possa ser visto como um obstáculo para o objetivo de manter o crescimento, a atual taxa de crescimento sugere que o banco está em posição de atingir esse marco de crescimento previsto no plano de reestruturação.

Qualidade do crédito

A qualidade do crédito continua a melhorar. O NPL acima de 90 dias aumentou 10 bps sequencialmente, encerrando o trimestre em 4,1%. A provisão expandida para perdas com empréstimos cresceu 2,4% T/T (-2,2% A/A), mas o custo do risco permaneceu estável em 3,0%. A Carteira Renegociada também melhorou, diminuindo sequencialmente (-9%), anualmente (-18%) e como porcentagem da carteira de crédito para 4,3% (de 4,8% no 4T).

As Taxas e Comissões encerraram o trimestre em R$ 9,8 bilhões, -4,8% T/T, +10,2% A/A, e 1% acima de nossas estimativas. O aumento A/A foi impulsionado principalmente por Mercado de Capitais/Serviços de Consultoria Financeira (+76,1%), Receitas de Cartões (+16,1%), Consórcios (+9,1%) e Gestão de Ativos (+6,3%). Como resultado do forte desempenho no 1T25, a receita de Fees & Commissions iniciou o ano acima do limite superior de 8% estabelecido no guidance.

Despesas operacionais

As despesas operacionais totais totalizaram R$ 15,0 bilhões, -8,6% T/T, +12,3% A/A, e 1% acima da XPe. Vale ressaltar que o aumento da participação na Cielo e no banco John Deere impactaram essas linhas. Excluindo esses efeitos, teríamos visto uma redução de 8,8% T/T e um aumento de 8,8% A/A. No lado de pessoal, o crescimento comparado ao 1T24 foi de 10,7%, refletindo o fortalecimento da força de trabalho, o acordo coletivo de trabalho e maiores despesas com participação nos lucros. Por outro lado, as despesas administrativas totais apresentaram redução de 4,0% A/A, demonstrando os primeiros sinais de que a revisão estratégica da presença do Bradesco e a otimização do custo de servir estão produzindo resultados positivos. Como resultado, o índice de eficiência trimestral melhorou 350 bps sequencialmente, encerrando o trimestre em 49,7%.

Lucro de R$ 5,9 bilhões

Tudo isso combinado levou a um Lucro Líquido Recorrente de R$ 5,9 bilhões no 1T (+8,6% T/T, +39,3% A/A e 10% acima da nossa estimativa). A rentabilidade mais forte implicou em um ROAE de 14,4% (+140 bps vs. XPe). O negócio de seguros permaneceu sólido, entregando um lucro líquido de R$ 2,4 bilhões com um ROAE de 22,4%, mas a evolução do segmento bancário foi notável, sendo responsável por 58% do lucro líquido consolidado no trimestre. O Bradesco registrou um CET1 de 11,1%, 60bps maior sequencialmente e um índice BIS de 15,4% (+20bps T/T).

Em conjunto com os resultados trimestrais, o Bradesco avaliou os resultados do 1T25 em comparação com o guidance para 2025. Embora a maioria das linhas esteja acima dos intervalos do guidance, o banco reafirmou seu guidance.

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