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Bancos & Instituições Financeiras: O que esperar dos resultados do 3T22?

Prévia dos resultados do 3T22 para o setor financeiro.

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No geral, vemos um terceiro trimestre positivo para os bancos brasileiros e empresas do mercado de capitais sob nossa cobertura. Para os grandes bancos, o crescimento do crédito e a inadimplência devem permanecer em destaque, mas ainda em níveis saudáveis. Quanto à Mercados de Capitais, uma atividade robusta de emissão de dívidas (DCM) deve compensar o menor volume de negócios de M&A e Renda variável (ECM) no trimestre, mas a retração nos volumes negociados deve pressionar marginalmente essa linha de receita. Em suma, temos o Banco do Brasil, Itaú Unibanco e BTG como os destaques positivos nesta temporada de resultados.

  • Vemos um trimestre positivo para os bancos incumbentes no 3T22, principalmente por: i) crescimento robusto do crédito; ii) ligeiro aumento da inadimplência (NPL); iii) receita de taxas expansão; e iv) menor consumo de índice de cobertura.
  • Do lado negativo, segmento de mercado de capitais continua pressionado por volumes de negociação mais baixos e atividade de Renda Variável (ECM) mais suave.
  • Para grandes bancos, prevemos dinâmica semelhante aos trimestres anteriores, com destaque para: i) crescimento robusto do crédito; ii) ligeiro aumento de NPL; iii) expansão das receitas de tarifas; e iv) menor consumo do índice de cobertura;
  • Prevemos que a Margem Financeira geral (NII) continue expandindo em grande parte devido ao ritmo robusto de concessão de crédito e o aumento das taxas de juros. As Receitas de Tarifas devem continuar a se beneficiar da retomada gradual da atividade econômica, com destaque para a recuperação do segmento de adquirência;
  • O principal ponto de atenção ainda deve ser os índices de inadimplência, especialmente para pessoas físicas, em meio ao atual cenário macro desafiador.
  • Quanto às empresas do mercado de capitais, a fraca atividade de ECM e M&A deve ser compensado por negócios mais fortes de emissão de dívidas (DCM). Dito isto, menor resultado de Sales & Trading deve ser o destaque negativo deste trimestre;
  • No geral, vemos resultados positivos no 3T22 do BBAS, ITUB e BPAC.

Bancos

Banco do Brasil (BBAS3) - Compra

Esperamos que o Banco do Brasil apresente mais um trimestre de forte crescimento em sua carteira de crédito, impulsionado principalmente pelo crédito rural. Esperamos uma margem financeira bruta (NII) em linha quando comparado ao ano passado (-1% A/A), porém um pouco menor T/T principalmente devido a uma receita de tesouraria mais fraca. Adicionalmente, esperamos um aumento marginal em sua taxa de inadimplência (+20bps, atingindo 2,2%), mas ainda permanecendo a menor entre seus pares e refletindo o perfil defensivo de sua carteira. Consequentemente, esperamos que o índice de cobertura permaneça em níveis elevados de 245% (-25,9pp T/T). Isso reforça a solidez de seu balanço e o baixo risco de um aumento abrupto no provisionamento pressionando seus resultados no curto prazo. Assim, esperamos um lucro líquido recorrente de R$ 6,9 bilhões no segundo trimestre (+38% A/A e -11% T/T), implicando um ROE de 18% para o Banco do Brasil.

Bradesco (BBDC4) - Neutro

Esperamos um crescimento sólido para a carteira de crédito do banco neste trimestre (13,8% A/A e 2,9% T/T), impulsionado por linhas relacionadas ao consumo com prazos mais curtos. Esperamos um leve aumento da receita líquida do Bradesco neste trimestre (+9% A/A e +5% T/T), impulsionado principalmente pela maior margem com clientes. Esperamos outro pequeno aumento em sua taxa de inadimplência no 3T22 (+10bps, atingindo 3,6%), mas permanecendo em níveis saudáveis. Isso deve levar o banco a reportar um índice de cobertura próximo a 206% (-12pp T/T). Isso deve levar o BBDC a reportar resultados estáveis no 3T22 (-1% A/A e -5% T/T) e ROE de 18% (-40 bps A/A e -30 bps T/T).

Itaú Unibanco (ITUB4) - Compra

Esperamos mais um trimestre de crescimento robusto na carteira de crédito do Itaú Unibanco, mirando provavelmente no meio do guidance, impulsionado mais uma vez por linhas de crédito relacionadas ao consumo. Adicionalmente, antecipamos um aumento marginal da inadimplência, atingindo um patamar ainda saudável de 2,9% e um índice de cobertura estável (218% XPe). A margem financeira bruta (NII) deve continuar sendo impulsionada pelo aumento da carteira de crédito, crescendo +19,5% A/A e +3,0% T/T. Como resultado, esperamos um lucro líquido recorrente de R$ 8,1 bilhões no 3T22 (+19,0% A/A e +5,1% T/T), implicando um ROE de 21% (+220 bps A/A e +60 bps T/T).

Santander (SANB11) - Venda

Esperamos que a carteira de crédito do Santander apresente um leve aumento de +6,7% A/A (+2,6% T/T), levando sua margem financeira bruta (NII) a crescer +9,1% T/T, mas ainda 4,7% mais fraco A/A devido principalmente ao menor NII das atividades de mercado (compensando o robusto crescimento de +25,3% A/A na margem com clientes). Antecipamos uma taxa de inadimplência ligeiramente superior de 3,1% (+20bps T/T), porém ainda em níveis controlados e índice de cobertura saudável (192% XPe), o que deve levar a um lucro líquido recorrente de R$ 3,7 bilhões no trimestre, implicando um ROE de 19,5%.

Mercado de Capitais

B3 (B3SA3) - Neutro

Esperamos resultados mistos para a B3, pois vemos o segmento de mercado de capitais pressionado pelos menores volumes de negociação e pela difícil base de comparação no 3T21. No entanto, as atuais taxas de juros elevadas favoreceram o aumento das atividades de renda fixa que impactam positivamente sua receita, compensando parcialmente os menores negócios de ECM (mercado de ações). Com isso, esperamos que a receita líquida apresente um aumento marginal (+2% A/A e T/T). Isso deve levar a B3 a registrar um leve aumento no lucro líquido e atingir R$ 1,1 bilhão (+2% T/T) no 3T22, levando a um ROE de 20,5% (+60 bps A/A e +20 bps T/T).

BTG Pactual (BPAC11) - Neutro

Esperamos resultados marginalmente positivos para o BTG Pactual, ainda favorecido por uma forte receita de DCM, o que deve compensar a atividade mais fraca de operações de M&A e ECM no segmento de Investment Banking. Do lado positivo, estimamos que os segmentos de Crédito, Asset Management e Wealth Management tenham mantido bom desempenho nesse trimestre. Em Sales & Trading a menor volatilidade observada nos mercados deve diminuir ligeiramente suas receitas. De modo geral, vemos as receitas estáveis no trimestre e com crescimento de 16% A/A. Isso deve levar o BTG a apresentar um lucro líquido recorrente de R$ 2,2 bilhões (+23% A/A e -1% T/T) e ROE de 20% (+70 bps A/A e -20 bps T/T) no 3T22.

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