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AURA (AURA33): Resultados do 4T22 – Trimestre mais fraco do que o esperado, mas com um 2023 melhor a frente?

A Aura reportou seus resultados operacionais referentes ao terceiro trimestre de 2022. Veja nossos comentários abaixo.

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Aura reportou resultados piores do que o esperado e forneceu guidance para 2023. Embora o EBITDA tenha ficado em linha com nossos números, isso foi impulsionado principalmente por um efeito IFRS 16 de US$ 4 milhões. Ajustando para isso, o número chegaria a 12% abaixo da nossa expectativa. Do lado positivo, o FCF chegou a US$ 16 milhões (3% de yield, 12% anualizado). De acordo com o guidance de 2023, a produção ex-Almas deve ficar estável e os custos devem permanecer pressionados. Embora o ponto central do guidance para o capex seja uma redução de 21% em relação a 2022, este não leva em consideração novos projetos greenfield (Borborema ou Matupa). Vemos a divulgação do 4T22 e o guidance para 2023 como ligeiramente negativos e mantemos nossa recomendação neutra por enquanto.

Destaques Consolidados: O EBITDA ajustado foi de US$ 37 milhões (+24% T/T, -34% A/A). Embora em linha com nossas estimativas, isso foi ajudado pelo efeito do IFRS 16 de US$ 4 milhões (12% abaixo do nosso número ajustando por este fator). A dívida líquida permaneceu baixa (US$ 77 milhões), em 0,58x DL/EBITDA. O Fluxo de Caixa Livre (“FCF”) chegou a US$ 16 milhões (3% de yield, 12% anualizado) ajudado por +US$ 22 milhões de variação de capital de giro, enquanto o capex de expansão consumiu US$ 25 milhões.

Aranzazu: O EBITDA foi de US$ 17 milhões (+153% T/T, -34% A/A), com margem de 43% (vs 61% no 4T21) impactado principalmente pelos preços mais baixos do cobre (redução da produção em termos GEO).

EPP: O EBITDA foi de US$ 26 milhões (+189% T/T, +149% A/A) com margem de 57% (vs 36% no 4T21) principalmente devido a: (i) maior produção histórica na mina EPP (+55% A/A) ; (ii) maiores teores no trimestre (2,4g/t, +63% A/A), que a empresa espera continuar impactando os resultados no 1T23 e: (iii) IFRS 16 reduzindo o CPV caixa em ~US$ 4 milhões devido a contabilidade do novo contrato com empreiteiro.

San Andres: o EBITDA foi próximo de zero (US$ 1 milhão), com margem de 5% (vs 61% no 4T21) atribuído principalmente a uma queda na produção (-52% T/T, -13% A/A) e um aumento nos custos caixa (+ 120% A/A, +16% T/T). Devido ao ciclo de lixiviação, cerca de 1.600 onças adicionais foram produzidas e não vendidas durante o trimestre e devem ser recuperadas e vendidas no início de 2023.

Guidance de Produção: excluindo Almas, a faixa intermediária do guidance (229-262kGEO) aponta para uma produção estagnada A/A, com uma queda em EPP (-14% A/A, devido ao esgotamento da zona Elefante) compensada por Crescimento de San Andres (+26% A/A, esperando um ano menos desafiador). O crescimento principal da Aura deve-se ao novo projeto Almas (25-30kGEO). O projeto está a caminho de começar em abril com um ramp-up até julho.

Resumo dos Resultados

Guidance de Produção da Aura (kGEO)

(1) Considerando 80% das onças a serem produzidas pelo projeto Borborema
Notas: Os números de 2023 são baseados nos relatórios técnicos atuais dos projetos da Empresa, exceto quando indicado de outra forma. Consulte o título “Informações Técnicas”. Inclui onças capitalizadas de projetos EPP e Gold Road em 2020 e 2021.

Guidance de Custos: Quanto aos custos caixa, o guidance é de US$ 806-927/GEO ou -3% A/A considerando a faixa intermediária. No entanto, 3 fatores explicam o menor custo: (i) Almas, com custo unitário menor do que seria o Aura; (ii) IFRS 16 reduzindo os custos de caixa para EPP em US$ 215-245/oz (o que significa que a faixa intermediária para EPP é, na verdade, um aumento de 12%); (iii) espera-se que os custos de San Andrés diminuam significativamente em 2023, à medida que a produção se estabiliza e se beneficia de um ano inteiro de novo contrato de mina com melhores condições.

Guidance de Custo da Aura (USD/GEO)

Custos da Almas revisados ​​para cima: Os custos caixa incluídos na tabela são considerados apenas a partir da entrada em produção comercial da Almas. Espera-se que o custo caixa para o primeiro ano seja superior ao custo caixa indicado no Estudo de Viabilidade de Almas (“FS”) de 2021 devido a: (a) inflação entre a data do FS (a data efetiva de dez/2020 ) e o primeiro ano de produção; (b) teores mais baixos no primeiro ano devido a mudanças no sequenciamento da mina; (1,16 g/ton esperado vs. 1,31 g/ton para o ano 1 em FS); (c) apenas seis meses de produção comercial em 2023 (vs. 12 meses considerados para o ano 1 em SF). Por outro lado, os preços atuais do ouro (acima de US$ 1.800/onça) são significativamente mais altos do que a suposição usada no estudo (US$ 1.555/onça); com isso, a Companhia espera que a rentabilidade a ser obtida se mantenha em linha com os números do FS.

Capex Guidance: Em 2023, espera-se que a principal utilização do Capex pela Companhia seja alocada em novos projetos e expansões, principalmente na fase final de construção e pré-stripping e ramp-up do Projeto Almas. Espera-se que o Capex de manutenção esteja em linha quando comparado a 2022. Os principais investimentos em Exploração para 2023 (seja Capex ou Opex) devem acontecer no projeto Matupá, mina Aranzazu, minas EPP e nos direitos minerais recém-adquiridos em Carajás (Projeto Serra da Estrela). A Companhia não está incluindo o desenvolvimento de novos projetos greenfield (Borborema ou Matupa) em seu Capex de Expansão de 2023. Assim que o Conselho de Administração da Companhia aprovar o desenvolvimento de um novo projeto, que deverá ser anunciado no primeiro semestre de 2023, a Companhia informará ao mercado e atualizará o guidance de Capex de Expansão para 2023.

Guidance de Capex (USDmn)

Nossa opinião: embora o EBITDA tenha ficado em linha com nossos números, este foi impulsionado principalmente por um efeito do IFRS 16 de US$ 4 milhões. Ajustando para isso, o número chegaria a 12% abaixo da nossa expectativa. Do lado positivo, o FCF chegou a US$ 16 milhões (3% de yield, 12% anualizado). De acordo com o guidance de 2023, a produção ex-Almas deve ficar estável e os custos devem permanecer pressionados. Embora o capex intermediário seja uma redução de 21% em relação a 2022, não leva em consideração novos projetos greenfield (Borborema ou Matupa). Vemos os resultados do 4T22 e o guidance para 2023 como ligeiramente negativos. Acreditamos que 2023 deve ser um ano melhor para a Aura, ajudado pelo aumento dos preços do ouro, pelo start-up da Almas e pelas notícias sobre os projetos Borborema e Matupa. No entanto, mantemos nossa recomendação neutra por enquanto, aguardando uma melhor visibilidade dos ganhos futuros.

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