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Ata da última reunião do Fed movimenta os mercados; Ibovespa encerra a semana em baixa de -1,1%

Não conseguiu acompanhar de perto o mercado durante a semana? Resumimos para você os principais destaques!

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Destaques da semana: 12/08 a 19/08

Fonte: Bloomberg, Research XP

Ibovespa: -1,1% | 111.496 pontos

Em semana marcada pelo fim da temporada de resultados no Brasil e a divulgação dos resultados das varejistas americanas, o Ibovespa encerrou em queda de -1,1% aos 111 mil pontos. Nos EUA, o principal destaque da semana foi a publicação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, que foi interpretada de maneiras diferentes pelo mercado. O documento não apontou uma direção clara para o próximo aumento na taxa de juros do país na próxima reunião e não incluiu os dados econômicos, como o CPI, que saíram na semana seguinte à última decisão do Fed. Por outro lado, aponta que, apesar de os indicadores de consumo e produção sugerirem desaceleração econômica, o mercado de trabalho segue apertado e a inflação permanece particularmente pressionada. Além disso, os membros da instituição destacaram os efeitos defasados da política monetária sobre a inflação, e os riscos de apertos excessivos em meio ao cenário econômico atualmente volátil e incerto.

Ainda em território americano, a produção fabril aumentou mais do que o esperado em julho. A manufatura continua apoiada pela forte demanda por bens, mesmo que os gastos estejam voltando gradualmente aos serviços. As vendas no varejo ficaram estáveis entre junho e julho, em linha com as expectativas do mercado. Apesar de ter perdido tração nos últimos meses, o consumo das famílias americanas mostra resiliência, sustentando as projeções de retomada do PIB no 3º trimestre de 2022 - após “recessão técnica” na primeira metade do ano. Já na temporada de resultados do país, a semana das varejistas foi marcada por poucas surpresas, uma vez que tanto o Walmart quanto o Target já haviam cortado suas projeções e ambos sinalizaram uma pressão nas margens devido ao excesso de estoques.

No Brasil, foi dada a largada no período eleitoral essa semana, com as candidaturas todas oficializadas e o primeiro turno das eleições marcado para o dia 2 de outubro. A Petrobras anunciou corte de 4,8% no preço da gasolina e a equipe econômica da XP estima um impacto de -0,16 p.p. no IPCA de agosto e setembro.

Por fim, na China, os indicadores de atividade econômica referentes a julho ficaram abaixo das expectativas. A produção industrial cresceu 3,8% ano a ano, abaixo dos 4,3% esperados e dos 3,9% em junho. As vendas no varejo contraíram de 3,1% para 2,7%, aquém dos 4,9% projetados pelo mercado. Em contrapartida, o primeiro-ministro do país, Li Keqiang, solicitou aos governantes de 6 províncias, que representam cerca de 40% da economia chinesa, novos estímulos relacionados ao consumo e novos incentivos fiscais. Além disso, Li também deu suporte à uma política monetária mais acomodativa no país, visando estabilizar o desemprego e acelerar o crescimento econômico.

Perdeu algum resultado da semana? Confira abaixo os destaques

Fonte: Bloomberg, Research XP

Câmbio e juros

O Dólar fechou a semana com alta de +1,89% em relação ao Real, em R$ 5,17/US$. Já a curva DI para o vértice de janeiro/31 apresentou queda de 9 bps na semana, atingindo 12,02%.

Fonte: Bloomberg, Research XP
Fonte: Bloomberg, Research XP

O que esperar para semana que vem?

No cenário internacional, o destaque será o deflator de consumo pessoal (PCE) referente a julho nos Estados Unidos, a medida de inflação preferida pelo Fed. Além disso, teremos a prévia de agosto do índice de gerentes de compras (PMIs) de países desenvolvidos. 

No Brasil, os destaques serão a divulgação da prévia da inflação (IPCA-15) de agosto, a criação de vagas de emprego (Caged) de julho e dados de setor externo de julho. Continuam as discussões relacionadas à Lei Orçamentária Anual no Congresso. 

Ações

Apesar das preocupações com a acomodação das margens nas operações dos Estados Unidos, a melhora nas margens da América do Sul surpreendeu o mercado após a divulgação de resultados, com números acima do consenso e perspectiva favorável, em função do (i) ciclo do gado, (ii) câmbio favorável à exportação e (iii) demanda da China aquecida. Seguimos otimistas com o desempenho da empresa no 2º semestre.

Não cobrimos o papel, entretanto, alguns fatores explicam a performance: (i) a dinâmica favorável do ciclo do gado, (ii) o aumento na oferta e preços mais baixos, associada ao câmbio favorável à exportação e (iii) demanda da China aquecida. Tais tópicos favoreceram a empresa, que reportou números acima do consenso no 2T22 e segue com perspectiva de margens acima do referência histórico no 2º semestre.

Apesar dos resultados mistos no 2T22 e preocupações com a acomodação das margens nas operações de carne bovina nos Estados Unidos, a estratégia de diversificação geográfica e de proteínas tem se mostrado vencedora, removendo ciclicidade dos resultados da empresa. O impacto da inflação no consumidor norte americano pode forçar um trade-down (escolha por produtos mais acessíveis), o que pode acelerar a virada de ciclo, porém, devido ao portfólio mais diversificado, a JBS deve ser a menos impactada, conseguindo arbitrar entre suas operações de carne bovina, suína ou de frango.

Atribuímos a performance do papel à movimentos técnicos de recuperação após as quedas do papel na semana anterior, fundamentadas no resultado do 2T22 abaixo da expectativa do mercado.

POSITIVO

Atribuímos a performance positiva do papel pela segunda semana consecutiva aos sólidos resultados no 2T22, beneficiada pela diversificação do seu portfólio, além de ter divulgado um aumento no seu guidance, mesmo com um cenário macro desafiador. Veja nossa análise aqui.

Atribuímos o desempenho negativo do papel ao resultado apresentado pela empresa durante essa semana, mostrando uma difícil dinâmica de crescimento no ensino presencial, conforme destacamos em nossa Revisão de Resultados do 2T22.

Sem notícias específicas.

Sem notícias específicas.

Atribuímos a performance à divulgação de resultados fracos e com revisão do guidance de produção e de custos para 2022.

Sem notícias específicas.

Fluxo de estrangeiros na Bolsa brasileira

Nessa semana, o saldo acumulado da movimentação dos investidores estrangeiros na Bolsa foi cerca de R$ 2,9 bilhões.

*Até dia 17/08/2022

Fonte: Bloomberg, Research XP

Performance das Bolsas mundiais na semana

Fonte: Bloomberg, Research XP
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