🌎RADAR GLOBAL: Twitter pacificado?

MACRO

Mercados globais amanhecem em alta (EUA +0,2% e Europa +0,6%) ao passo que os dados do desemprego, abaixo do esperado, podem sugerir um período prolongado de estímulos monetários proveniente do Federal Reserve. O mercado americano permanecerá fechado hoje devido ao labor day. Na Ásia, o Japão encerra mais um dia em alta (+1,8%) após o anúncio do primeiro ministro, criticado pela sua gestão durante a pandemia, afirmando que não irá participar das próximas eleições no país. Na China (+1,9%), o mercado encerra com ganhos na medida em que ações de tecnologia recuperam parte de suas perdas. O ouro (-0,2%) amanhece no negativo após forte alta na última semana devido as novas expectativas de contínua injeção de liquidez na economia americana.

Coronavírus: Cientistas da Universidade de Oxford que desenvolveram a vacina AstraZeneca da Covid-19 estão usando a mesma tecnologia para tentar desenvolver uma vacina terapêutica contra o câncer, com resultados promissores observados em estudos com animais. A vacina deve entrar em testes em humanos ainda em 2021, após observarem que, em camundongos, houve uma redução no tamanho do tumor e aumento na taxa de sobrevivência.

EMPRESAS

Twitter, pacificação ou censura? Talvez a rede social mais polarizada do mundo digital, o Twitter anunciou que iniciará os testes de sua ferramenta anti-abuso, conhecida como Modo de Segurança, ou Safety Mode. O objetivo da ferramenta é proteger os invidíduos que recebem Tweets, utilizando algorítmos de filtragem de postagens ofensivas e ameaçadoras, reduzindo a prevalencia e visibilidade deste tipo de conteúdo.

O novo sistema será implementado em fase beta apenas para 1.000 usuários escolhidos, mas é uma extensão de sua política de controlar mais o conteúdo publicado sob o desafio de “pacificar” o ecossistema polarizado sem que os usuários sintam-se ativamente censurados pela plataforma. O anúncio não teve impacto relevante nos BDRs (TWTR34) da companhia, uma vez que mercado está mais preocupado com o sucesso/fracasso da monetização via iniciativas como Super Follows (assinaturas), Ticketed Spaces (salas de áudio ao vivo), Tip Jar (doações) e e-commerce.

A gigante chinesa de smartphones Xiaomi registrou oficialmente seu negócio de veículos elétricos, por meio de sua subsidiária Xiaomi EV. A nova companhia, que já conta com 300 funcionários, foi criada com um capital registrado de US$ 1,55 bilhão e planeja investir US$ 10 bilhões na próxima década. A empresa, que ainda não revelou o seu primeiro modelo de carro elétrico, anunciou a aquisição recente da companhia de direção autônoma Deepmotion por cerca de US$ 77 milhões para “aumentar a competitividade tecnológica” de seu negócio de veículos elétricos. Após a oficialização, as ações da empresa subiram cerca de +1,4% nas negociações da tarde em Hong Kong.

China elétrica: A Xiaomi, conhecida por seus smartphones e outros hardwares, está entrando em um espaço já ocupado por outras competidoras locais, tais como Nio e Xpeng, bem como empresas consolidadas globalmente, incluindo a Tesla e a BYD (8% detida por Warren Buffett). Segundo o fundador da BYD, os carros elétricos serão responsáveis por 70% das vendas de carros novos da China até 2030. O governo tem meta de que 20% dos carros novos vendidos sejam veículos de energia renovável até 2025. Conforme últimos dados disponíveis, a categoria respondeu por mais de 10% das vendas de carros novos na China em março e cresceu para 11,4% em maio.

O fim do petróleo? A Royal Dutch Shell (RDSA34), uma das maiores petrolíferas do mundo, anunciou uma joint venture com a CoensHexicon para desenvolver uma grande usina eólica flutuante na Coreia do Sul. A companhia afirmou que o projeto, ainda em fase inicial, deverá gerar 4,65 TWh de energia anualmente e será situado entre 65km e 80km da costa de Ulsan, perto de um polo industrial do país. Estima-se que a energia gerada pelo projeto será capaz de alimentar mais de 1 milhão de casas.

Transição sustentável: Após afirmar que o pico de suas emissões de carbono e produção de petróleo ocorreram em 2018 e 2019, respectivamente, a empresa agora busca novos projetos relacionados a energias renováveis. Além disso, o novo projeto da empresa marca mais um passo em direção ao seu objetivo de neutralizar suas emissões de carbono até 2050. Outras gigantes como a Chevron e Exxon Mobil, também já assumiram o compromisso de reduzir suas emissões de carbono nos próximos anos, reafirmando o processo de transição do setor.

ANÁLISES

Bilhões de pacotes: O gráfico acima, divulgado pelo China State Post Bureau, apresenta o crescimento do número de entregas na China de 2013 a 2020. Neste intervalo de apenas 7 anos, o número saltou de cerca de 10 bilhões para 83 bilhões, um crescimento total de +730%. Colocando em perspectiva, de acordo com dados divulgados pela Euronews, em 2019 o volume de entregas de pacotes na China representou 62% do total mundial, sendo um volume mais de 4 vezes superior ao dos EUA (63,5bi vs. 14,7bi). Esta grande quantidade de entregas no país se deve a maior adesão dos chineses ao e-commerce (cerca de 80%) e também ao enriquecimento médio da população ao passo que o PIB per capita do país se desenvolveu 30% nos últimos 5 anos.  

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