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Próximos 5 anos em 5 minutos – Janeiro 2020

O objetivo deste novo relatório mensal é passar nossa visão de longo prazo em 5 minutos ou menos, detalhando os retornos esperados para os perfis de risco e classes de ativos.

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Retornos esperados para os portfólios nos próximos 5 anos

O início de 2020 começou seguindo os padrões dos últimos meses de 2019: os ativos brasileiros e globais se valorizando. Ainda que o Coronavírus esteja conferindo um choque negativo de curto prazo nos ativos, ainda é difícil mensurar o impacto a longo prazo.

Houve uma melhora na percepção de risco global, com um primeiro acordo comercial sendo firmado entre China e Estados Unidos e melhora dos números econômicos na margem.

No Brasil os prêmios de crédito continuam elevados, tanto no espaço Pós-Fixado quanto entre os ativos de Inflação. Com a remuneração em excesso ao risco soberano ainda na casa de 1% ao ano para ativos de baixo risco creditício, permanecemos otimistas com esses ativos rumo a 2020.

Mantivemos na bolsa global quanto na brasileira, o crescimento esperado de lucros, refletindo um otimismo com o cenário global e uma economia brasileira que cresce mais do que o esperado.

Por fim, no cenário base, os retornos esperados para a carteira de mercado de NTN-Bs (Tesouro IPCA), o IMA-B, estão em linha com o CDI / Selic. O mercado parece ter precificado um juro de equilíbrio de longo prazo de 2,5% ao ano, ao passo que nossas estimativas são um pouco mais conservadoras, 2,7% ao ano. Ou seja, por ora, nao enxergamos prêmio nesses ativos. Destacamos, entretanto, que se caminharmos para o cenário Otimista, existe espaço para ganhos de capital nos papéis.

Na entrada de 2020 é a Renda Variável a classe de ativos com a melhor relação de Retorno Esperado x Volatilidade Histórica.

Prêmios de Crédito

Após o mês de novembro, continuamos mensalmente atualizando os prêmios de crédito da classe de Pós-Fixados com base no índice IDA-DI, divulgado pela ANBIMA e na taxa disponível para papéis bancários na plataforma da XP. O spread de crédito para a classe está hoje em torno de 1.0% ao ano, nível que consideramos próximo do valor justo ou mais barato.

Desta maneira, utilizamos o IDA IPCA Infraestrutura para estimar o prêmio de crédito para a classe de inflação, hoje 1,00% ao ano acima da NTN-B de mesmo duration.

Como os ativos são isentos, esse prêmio de crédito sobe para 2,0% ao ano quando a comparação é feita líquida de IR.

Em Reais, um investimento de 10 mil em NTN-Bs terá valor aproximado de 12.920 ao final de 5 anos. Em debêntures de infraestrutura o valor seria de R$ 14.200: 10% maior.

Para estimar o retorno da classe inflação para o portfólio, utilizamos nossa recomendação de 50% em papéis soberanos (IMA-B) e 50% em créditos isentos. Estimamos assim um retorno de 7,5% ao ano para a classe de inflação, equivalente a IPCA + 3,7% ao ano.

Principais Temas Globais

Nossa visão de como os grandes temas globais afetam o Brasil está detalhada no quadro a seguir.

O mercado dá sequencia ao movimento de novembro se tornando mais otimista com o crescimento global, e com o primeiro acordo comercial entre Estados Unidos e China.

Esse acordo será limitado, não destravando, portanto, as tensões e a incerteza quando se leva em conta prazos mais longos. Por outro lado, aparenta por fim ao ciclo onde as tensões apenas cresciam.

Entendemos, assim, que não há alteração dos fundamentos para alterar nossos temas globais: vivemos em um mundo de crescimento mais baixo do que no período pré-crise de 2008, com taxas de juros comprimidas e aversão a risco mantendo Dólar e outros ativos considerados seguros em patamares valorizados.

O Cenário Base

Entendemos que atualmente há um ambiente pró-reformas no Brasil, que tende a fazer com que as engrenagens da economia deslizem com mais facilidade, trazendo crescimento e mais eficiência.

No entanto, estamos longe de um ambiente político harmônico: o executivo federal e o congresso têm um diálogo truncado e existe muita resistência à agenda de reformas por grupos organizados e influentes.

O Cenário Pessimista

Ainda que esse não seja nossa visão, não podemos ignorar que, dadas as instabilidades políticas, existe a chance de que piore a relação entre o Executivo e o Congresso. Isso faria com que as Reformas empacassem, com o país falhando em desbloquear um novo ciclo de crescimento.

O baixo crescimento pode abrir os ouvidos da população para políticos populistas, que queiram desfazer reformas como a do Teto de Gastos e talvez até mesmo a Reforma da Previdência.

O Cenário Otimista

Mesmo com a articulação truncada, podemos ser surpreendidos pelo alinhamento do Congresso em entregar as reformas, e as privatizações. O crescimento da economia nos próximos anos seria mais forte do que conseguimos agora antecipar, ao mesmo tempo em que a taxa de juros neutra seria mais baixa.

Nesse cenário os lucros das empresas cresceriam mais, e com taxas de juros mais baixas, haveria maiores ganhos nos papéis de renda fixa.

Metodologia

O quadro a seguir resume os dados e premissas utilizados para calcular os retornos por classe de ativo.

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