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O que pode impactar o mercado hoje
Após o Ibovespa fechar praticamente estável na sexta-feira, o clima para o fim de julho voltou a pesar por conta do aumento da tensão entre os Estados Unidos e a China, que deve permanecer como um dos principais focos de atenção do mercado nessa semana.
Nesta manhã, mercados internacionais abrem em território neutro para positivo com Europa (flat) e EUA (+0,5%), onde investidores aguardam nova proposta de estímulos do partido republicano, que deve sair ainda hoje. Ainda nos EUA, sinais de uma possível recuperação mais lenta levam o Banco Central norte-americano (FED) a discutir como providenciar mais ajuda.
No Brasil, a semana começa com a expectativa da retomada dos trabalhos da comissão mista de reforma tributária na próxima quinta-feira. O início do calendário de audiências públicas é previsto para a semana seguinte. A primeira delas deve ser dedicada a ouvir o ministro Paulo Guedes, na terça-feira, dia 4 de agosto. Enquanto isso, congressistas e governo tentam avançar em acordos sobre o conteúdo do texto.
Em economia, destaque para os números esperados para o mercado de trabalho, a serem divulgados essa semana. De acordo com o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, a alta nos índices de desemprego durante a pandemia não reflete a realidade do mercado de trabalho brasileiro, uma vez que os indivíduos desempregados não têm conseguido buscar por uma nova ocupação devido às medidas de isolamento social. Na visão de Sachsida, a taxa de desemprego deve atingir seu pico em setembro e, para evitar que os efeitos adversos se prolonguem ainda mais, será preciso fortalecer os programas sociais do governo remanejando os recursos dos programas já existentes.
Na agenda econômica doméstica, além da divulgação dos indicadores do mercado de trabalho brasileiro (Caged e PNAD) referentes a junho, conheceremos também a nota de crédito do Banco Central e o resultado primário do setor público consolidado de junho. No cenário internacional, os destaques serão a decisão de política monetária do banco central americano (Fed), a divulgação da primeira leitura do PIB do segundo trimestre dos Estados Unidos e da Zona do Euro, além do PMI composto de julho da China.
Na seara corporativa, publicamos ontem um relatório com nossa visão para a temporada de resultados do segundo trimestre. Dado os grandes impactos da pandemia sobre a economia durante o 2o trimestre, esse deve ser um trimestre para se esquecer para a grande maioria das empresas. No entanto, tratando-se de um período muito atípico, investidores devem manter-se menos atentos aos números do 2o TRI 2020 vs. trimestres passados, e mais atentos aos seguintes indicadores: (i) Comparação dos resultados em relação à expectativa do consenso, (ii) Expectativas ou guidance até o final do ano (iii) Alavancagem e liquidez, (iv) Planos de digitalização e (v) ESG.
Finalmente, ainda do lado das empresas, o Banco do Brasil anunciou na noite da última sexta-feira que Rubem Novaes, CEO do banco, renunciou ao cargo. O movimento não era esperado e o mercado deve reagir negativamente no pregão de hoje. Apesar disso, mantemos nossa recomendação de compra e preço-alvo de R$ 43.00 devido a acreditarmos que o banco esteja bem defendido para a crise atual, possua boa competitividade digital e parte dos riscos políticos já precificados.
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Agenda de resultados
Atacadão (CRFB3): Após o fechamento
Temporada de resultados do 2º trimestre – o que esperar?
Calendário da temporada de resultados 2° tri 2020
Coronavírus
O caso para se comprar Brasil: Rumo aos 110 mil
Medidas econômicas para combater o coronavirus no Brasil
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Brasil
- Mercado reduz projeção de IPCA e eleva projeção de PIB para 2020
Internacional
Empresas
- Prévia do 2T20: o pior trimestre em muito tempo, mas há razões para manter o otimismo
- Banco do Brasil (BBAS3): Presidente pede demissão
- Multiplan (MULT3): Conclusão da Venda do Diamond Tower (Morumbi Corporate) por R$ 810 mi
- AES Tietê (TIET11): AES Corp envia proposta para adquirir 18,5% do capital da AES Tietê por R$17,15/unit
- Copel (CPLE6): Copel Distribuição reduz venda de energia em -5,9% no 2T20
Fundos de Investimento
- Taxa de Juros Imobiliários na mínima sustenta demanda por financiamento imobiliário
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Brasil
Mercado reduz projeção de IPCA e eleva projeção de PIB para 2020
- Depois do IPCA-15 de julho abaixo das expectativas, a projeção de inflação (IPCA) para 2020 passou de 1,72% para 1,67%. Para 2021, permaneceu em 3,00%;
- Com as surpresas positivas vindas de alguns indicadores de atividade econômica de curto prazo, a projeção de PIB para 2020 passou de -5,95% para -5,77%. Para 2021, permaneceu em 3,50%;
- A projeção da taxa de câmbio permaneceu em 5,20 para 2020 e em 5,00 para 2021. E a projeção de Selic permaneceu em 2,00% ao final de 2020 e 3,00% ao final de 2021. Clique aqui para acessar a análise completa.
Empresas
Prévia do 2T20: o pior trimestre em muito tempo, mas há razões para manter o otimismo
- Publicamos ontem um relatório com nossa visão para a temporada de resultados do segundo trimestre. Dado os grandes impactos da pandemia sobre a economia durante o 2o trimestre, para a grande maioria das empresas esse deve ser um trimestre para se esquecer. Mas a pergunta que os investidores devem se fazer é: Esse impacto já não é esperado, e portanto, já deva estar descontado nos preços das ações atual?
- O ano de 2020, e em especial o 2o trimestre, foram muito atípicos, e por isso, os investidores devem estar menos atentos nos números do 2o TRI 2020 vs. trimestres passados, e mais atentos aos seguintes indicadores: (i) Comparação dos resultados em relação à expectativa do consenso, (ii) Expectativas ou guidance até o final do ano (iii) Alavancagem e liquidez, (iv) Planos de digitalização e (v) ESG;
- Clique aqui para ler o conteúdo completo.
Banco do Brasil (BBAS3): Presidente pede demissão
- O Banco do Brasil anunciou que Rubem Novaes, CEO do banco, renunciou ao cargo;
- O movimento não era esperado e o mercado deve reagir negativamente no próximo pregão;
- Apesar disso, mantemos nossa recomendação de compra e preço-alvo de R$ 43.00 devido a acreditarmos que o banco esteja bem defendido para a crise atual, possua boa competitividade digital e parte dos riscos políticos já precificados.
Multiplan (MULT3): Conclusão da Venda do Diamond Tower (Morumbi Corporate) por R$ 810 mi
- A Multiplan anunciou na última sexta-feira que concluiu a venda do edifício Diamond Tower (36,9 mil m² de ABL), uma das duas torres do complexo Morumbi Corporate (total de 74,2 mil m²), localizado na cidade de São Paulo. O contrato foi assinado com o FII BTG Pactual Corporate Office Fund, por R$ 810 milhões (~7% do valor de mercado da Multiplan). Os recursos já foram recebidos pela companhia;
- Com base nos dados de 2019 e assumindo (i) que a torre gerou receitas equivalentes à sua participação na área total do complexo (que equivaleria a R$ 46,5 milhões) e (ii) uma margem NOI de ~95%, estimamos que a venda resultaria em um cap rate próximo de ~6%. Vemos a transação como positiva para a Multiplan, tendo em vista (i) que se trata de um preço atrativo para a companhia, (ii) fornece liquidez adicional e de forma imediata (estimamos que reduza a alavancagem em ~0,8x DL/EBITDA) e (iii) permite à Multiplan voltar mais seu foco ao portfólio de shopping centers, que é o core da empresa. Temos recomendação de Compra para as ações, com preço-alvo de R$ 27,0;
- De acordo com companhia, a negociação considera a renda mínima mensal garantida de R$ 4.893.750,00, durante o período de 24 meses posteriores a esta data, limitados ao complemento total de até R$22.000.000,00 pela Companhia ao longo deste período.
AES Tietê (TIET11): AES Corp envia proposta para adquirir 18,5% do capital da AES Tietê por R$17,15/unit
- Segundo diversos veículos de notícias no final de semana (Valor Econômico, Agência Estado), a AES Corporation (controladora da AES Tietê) enviou proposta para o sócio BNDESPar para adquirir 18,5% do capital da AES Tietê a um preço de R$17,15/unit, inteiramente em dinheiro. Além disso, a AES Tietê estaria comprometida a migrar para o Novo Mercado como parte da transação;
- A proposta está aproximadamente 10% abaixo do preço implícito proposto pela geradora Eneva S.A. ao banco de fomento de R$18,88/unit, a qual é composta de um pagamento de 90% em ações e 10% em caixa, aproximadamente. Fontes apontam que o pagamento inteiramente em caixa coloca a oferta da elétrica americana em posição mais favorável junto ao BNDES, uma vez que o banco busca executar desinvestimentos para obter caixa. Há expectativa que o banco se manifeste hoje (27) sobre qual será a proposta a ser escolhida;
- Caso a proposta da AES Corp pela AES Tietê seja vencedora, seria um revés para a Eneva, uma vez que a elétrica americana teria uma maior participação no capital total da AES Tietê. Entretanto, notamos que restam incertezas acerca (1) se de fato a AES Corporation não submeteu oferta por toda a participação de 28,4% do BNDESPar na AES Tietê e (2) em quais condições seria a migração para o novo mercado da companhia. Na última sexta (24), publicamos relatório com todos os detalhes da nova proposta de fusão da Eneva com a AES Tietê. Acreditamos que as ações da AES Tietê deverão passar por volatilidade temporária relacionada às duas propostas pela participação do BNDESPar. No meio tempo, mantemos uma recomendação de Compra com preço-alvo de R$17/unit (recentemente revisto em nossa prévia de resultados do 2T20) com base nos fundamentos da companhia.
Copel (CPLE6): Copel Distribuição reduz venda de energia em -5,9% no 2T20
- Na última sexta, a Copel informou via comunicado ao mercado, uma redução de -5,9% no seu mercado a fio (TUSD) entre os meses de abril e junho de 2020. Segundo a companhia, o resultado observado decorre, principalmente, da redução da atividade econômica em diversas áreas em função dos efeitos da pandemia da Covid-19, impactando negativamente em 6,7% no consumo do mercado livre no 2T20, cujo reflexo pode ser verificado no recuo da produção industrial do Paraná (queda de 30,6% no mês de abril e de 18,1% no mês de maio). Esse resultado foi parcialmente compensado pelo aumento de 5,2% do consumo da classe residencial e 3,3% da classe rural. O mercado cativo como um todo apresentou queda de -5,8% no consumo;
- O fornecimento de energia elétrica da Copel, que representa o volume de energia vendido aos consumidores finais e é composto pelas vendas no mercado cativo da Copel Distribuição e pelas vendas no mercado livre da Copel Geração e Transmissão e da Copel Comercialização, registrou queda de -2,4% entre abril e junho de 2020;
- Vemos o resultado operacional da Copel como ligeiramente negativo, mas esperado por nós (e acreditamos que também pelo mercado) em vista dos impactos negativos advindos da pandemia do COVID-19 não só para a Copel, mas para todo o segmento de distribuição de energia, no qual a companhia tem exposição via Copel Dis. Mantemos nossa recomendação de Compra nas ações da Copel.
Fundos de Investimento
Taxa de Juros Imobiliários na mínima sustenta demanda por financiamento imobiliário
- Recentemente foi veiculado no Valor Econômico uma reportagem sobre a queda da taxa de juros do crédito imobiliário, que atingiu o menor patamar dos últimos anos. Os juros médios dos financiamentos dentro do sistema financeiro de habitação (SFH) recuaram de 12% para 7% ao ano. Com isso, a linha de crédito imobiliário possui a menor taxa do mercado, sem considerar as linhas emergenciais criadas na atual crise do COVID-19;
- Com a queda da taxa de juros nesses patamares, há uma redução drástica do custo efetivo do financiamento imobiliário e diminui a parcela mensal do financiamento, o que aumenta consideravelmente a quantidade de famílias elegíveis para o empréstimo;
- Por esses motivos, o mês de junho apresentou forte recuperação do crédito imobiliário para aquisição e construções de imóveis, sustentada principalmente pelas pessoas físicas. Segundo a Abecip, o volume emitido pelos bancos alcançou o patamar de R$43,4 bilhões no primeiro semestre, alta de 29% em comparação com o mesmo período do ano passado.
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