IBOVESPA -0,18% | 137.771 Pontos
CÂMBIO +0,39% | 5,43/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Ibovespa
O Ibovespa encerrou a terça-feira em queda de 0,2%, aos 137.771 pontos. O destaque do dia foi a divulgação do IPCA-15, que veio abaixo das expectativas do mercado, com uma composição desfavorável marcada pela reaceleração da inflação de serviços. Como resultado, as pontas curtas da curva de juros abriram e o dólar avançou 0,4%, fechando a R$ 5,43.
Entre os destaques positivos do dia temos Vibra (VBBR3, +3,1%), após os dados de volume de distribuição de combustíveis da ANP apontarem um ganho relevante de market share da companhia (veja aqui mais detalhes). Na ponta negativa, papéis sensíveis aos juros, como MRV (MRVE3, -3,4%) e Yduqs (YDUQ3. -2,5%), recuaram, repercutindo a abertura da curva de juros.
Para o pregão de quarta-feira, todos os olhos se voltam para a divulgação dos resultados do 2T25 da Nvidia, a companhia líder do rali de inteligência artificial.
Renda Fixa
As taxas futuras de juros encerraram a sessão de terça-feira (26) com abertura da curva. No Brasil, o movimento refletiu a divulgação do IPCA-15 de agosto (-0,14% M/M), que teve contração aquém da esperada pelo mercado (-0,21% M/M), ao passo que indicou resiliência da inflação de serviços. Nos Estados Unidos, o foco esteve no embate entre Donald Trump e Lisa Cook, após o presidente ordenar sua remoção do Fed por denúncias ligadas a hipotecas, elevando preocupações sobre interferência política na autoridade monetária. Por lá, os rendimentos das Treasuries de dois anos terminaram o dia em 3,68% (-4,2bps vs. pregão anterior), enquanto os de dez anos em 4,26% (-0,7bp). Na curva local, o DI jan/26 encerrou em 14,9% (+0,9bp vs. pregão anterior); DI jan/27 em 13,98% (+5,9bps); DI jan/29 em 13,25% (+4,3bps); DI jan/31 em 13,59% (+2,4bps).
Mercados globais
Nesta quarta-feira, os futuros nos EUA operam estáveis (S&P 500: estável; Nasdaq 100: estável) em dia de grande expectativa pelos resultados da Nvidia, que podem definir o rumo das bolsas. No pré-mercado, MongoDB dispara 31% e Okta avança 5% após balanços acima do esperado, ambos impulsionados pela demanda ligada a inteligência artificial. Ontem, os índices fecharam próximos da estabilidade, ainda digerindo a decisão de Trump de tentar remover a governadora Lisa Cook do Fed. No mês, o S&P 500 acumula alta de 2% e o Nasdaq 2%.
Na Europa, as bolsas sobem levemente (Stoxx 600: +0,1%) em compasso de espera pelo balanço da Nvidia. O índice europeu caminha para encerrar agosto com alta de quase 1,5%, seu melhor mês desde maio. Setorialmente, destaques positivos em autos, mídia e mineração (+0,6%), enquanto bancos (-0,2%) e químicos (-0,4%) recuam. Na França, o CAC 40 sobe +0,1% após queda ontem, ainda em meio a incertezas políticas ligadas ao voto de confiança ao premiê François Bayrou.
Na China, os mercados caíram (HSI: -1,3%; CSI 300: -1,5%) após divulgação de lucros industriais de julho, que recuaram 1,5% A/A, mostrando melhora em relação a meses anteriores, mas ainda em território negativo. O otimismo recente em torno da liquidez e da postura mais dovish do Fed foi temporariamente ofuscado por alertas de “exuberância irracional” no mercado chinês.
IFIX
O Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) encerrou a terça-feira em alta de 0,23%, impulsionado principalmente pelo desempenho dos fundos de papel, que registraram avanço médio de 0,20%. Os FIIs de tijolo também apresentaram desempenho positivo na sessão, embora em menor magnitude, com alta média de 0,12%.
O destaque do dia foi a divulgação do IPCA-15 de agosto. Apesar da deflação de 0,14%, influenciada por fatores como o bônus de Itaipu, o resultado veio acima do esperado pelo consenso (-0,20%) e apresentou composição desfavorável, com pressão da inflação de serviços. Como reflexo, houve abertura na ponta curta da curva de juros.
Entre as maiores valorizações individuais do dia, destacaram-se CACR11 (1,9%), BCIA11 (1,8%) e SNCI11 (1,7%). Já entre as principais quedas, figuraram BROF11 (-1,9%), JSAF11 (-1,1%) e HFOF11 (-0,8%).
Economia
O embate em torno da demissão da governadora do Fed Lisa Cook continuou a dominar as manchetes na terça-feira depois que ela prometeu entrar na Justiça para manter seu mandato. A discussão afetou a confiança no dólar e na dívida americana, mas os efeitos foram moderados. Já os dados divulgados nesta terça-feira mostraram sinais mistos. Os pedidos de bens de capital tiveram o maior aumento em mais de dois anos, mas, por outro lado, houve uma piora na percepção da confiança do consumidor quanto à capacidade de encontrar emprego.
No Brasil, dados de IPCA-15 mostraram uma inflação acima do esperado, com uma composição mostrando arrefecimento de preços de bens industrializados e alimentos, mas com forte pressão sobre os serviços, o que deve manter o índice geral em níveis elevados. As contas externas, por sua vez, mostraram resultado pior que o antecipado, com forte saída de lucros e dividendos. As transações correntes acumulam agora déficit de 3,5% do PIB, mas permanecem sendo financiadas pelos ingressos de investimento direto no país.
Na agenda do dia, teremos a divulgação da nota de crédito e política monetária pelo Banco Central e os dados de criação líquida de empregos do cadastro geral de empregados e desempregados (Caged) pelo Ministério do Trabalho (consenso: 135 mil, XP: 130 mil). Não há indicadores relevantes esperados no exterior.
Veja todos os detalhes
Economia
IPCA-15 pior do que o esperado e incertezas sobre o Fed pressionam as taxas de juros
- O embate em torno da demissão da governadora do Fed Lisa Cook continua a ser manchete. Cook prometeu entrar com uma ação judicial para impedir que o presidente Donald Trump a demita, disse um advogado do banco central na terça-feira. O Fed disse em um comunicado que Cook e outros membros do conselho têm mandatos de 14 anos e não podem ser facilmente destituídos de seus cargos, a fim de garantir que as decisões de política monetária sejam baseadas em dados econômicos e “nos interesses de longo prazo do povo americano”. A tentativa de influenciar a política monetária dos EUA abalou a confiança no dólar e na dívida soberana dos EUA e despertou temores de turbulência financeira global. Mas a reação do mercado à última manobra de Trump em relação ao Fed na terça-feira foi moderada;
- Os novos pedidos de bens de capital essenciais fabricados nos EUA, um indicador muito observado dos gastos das empresas, tiveram o maior aumento em mais de dois anos no mês passado. As encomendas de bens de capital essenciais aumentaram 1,1% no mês passado, após uma queda revisada de 0,6% em junho, informou o Departamento do Censo do Departamento de Comércio, superando as previsões dos economistas de um aumento de 0,2%. Os dados otimistas foram ofuscados por uma pesquisa do Conference Board que mostrou que a percepção dos consumidores sobre sua capacidade de encontrar um emprego foi a mais fraca em mais de quatro anos em agosto. A parcela de consumidores que consideravam os empregos “difíceis de conseguir” saltou para 20,0% em agosto, a maior desde fevereiro de 2021, ante 18,9% em julho;
- No Brasil, a inflação do IPCA-15 de agosto contraiu 0,14% em relação ao mês anterior, ligeiramente acima das expectativas, com a inflação anual caindo de 5,30% para 4,85%. Apesar da queda nos preços dos bens comercializáveis impulsionada pela valorização da moeda e fatores como o bônus de Itaipu e os reajustes nas tarifas de energia, a inflação dos serviços básicos voltou a acelerar, subindo 0,55% em relação ao mês anterior, refletindo um mercado de trabalho restrito e um sólido crescimento dos salários. Os preços dos bens industriais permaneceram estáveis, com sinais de desinflação, enquanto os preços dos alimentos caíram mais do que o esperado, mas devem voltar a acelerar no final do ano. No geral, os dados mostram espaço limitado para a inflação dos serviços convergir para a meta em breve, levando à manutenção das projeções de inflação do IPCA de 4,8% para 2025 e 4,5% para 2026;
- O déficit em conta corrente do Brasil ampliou-se para US$ 7,1 bilhões em julho, superando as expectativas, com um déficit acumulado em 12 meses de US$ 75,3 bilhões (3,50% do PIB). O déficit maior do que o esperado deveu-se principalmente a maiores saídas na conta de renda primária, impulsionadas por lucros e dividendos de investimentos diretos. A conta de serviços apresentou um déficit de US$ 5,0 bilhões, enquanto a balança comercial registrou um superávit de US$ 6,5 bilhões. Os fluxos de investimento estrangeiro direto foram fortes, totalizando US$ 8,3 bilhões, enquanto os fluxos de carteira foram ligeiramente negativos em meio a tensões geopolíticas e anúncios de tarifas que afetaram as ações. No geral, a demanda interna robusta sustenta o déficit mais amplo da conta corrente, mas não se espera uma deterioração estrutural, com projeções de um déficit de US$ 73,5 bilhões e entradas de IDP de US$ 70 bilhões para 2025, embora permaneçam incertezas;
- Na agenda de hoje, esperamos a divulgação do relatório de política monetária e de crédito pelo Banco Central e os dados de criação líquida de empregos do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) pelo Ministério do Trabalho (exp. 135.000; XP: 130.000). Não há indicadores relevantes esperados no exterior.
Commodities
Mineração e Siderurgia: Produção mundial de aço diminuiu A/A em Jul’25; preços do minério de ferro sobem +2% S/S
- Os principais temas da semana foram o desempenho dos preços do minério de ferro, a produção mundial de aço e os dados do IABr para Jul’25.
- Notamos:
- (i) os preços do minério de ferro aumentaram +2% S/S, com a Rio Tinto suspendendo as atividades no projeto Simandou na Guiné após um incidente com um trabalhador, levantando temores de um possível atraso no início da produção da mina. (ii) De acordo com a World Steel Association, a produção global de aço bruto totalizou 150 Mt em Jul’25 (-1% A/A e -1% M/M) e 1.086Mt entre Jan-Jul’25 (-2% A/A);
- (iii) Para Jul’25, notamos uma demanda resiliente de aço no Brasil, com um desempenho relativamente melhor do aço longo vs. plano, em nossa opinião;
- (iv) Os estoques portuários de minério de ferro da China ficaram estáveis S/S, enquanto os estoques de aço longo e plano da China foram de +3% S/S e +1% S/S, respectivamente;
- (v) Os preços de BQ e de vergalhão ficaram estáveis no Brasil, com paridade de aços planos de +8% e paridade de aços longos de -4%, com as importações de aço do Egito (isentas de tarifas de importação) sugerindo paridade de +7%;
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
Empresas
Vulcabras (VULC3): Feedback da visita ao Centro de P&D
- A Vulcabras concedeu uma visita ao seu centro de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) em Parobé, Rio Grande do Sul, com apresentações sobre suas estratégias de marketing e comercial, além de um tour detalhado pelas operações com a presença de executivos importantes:
- No geral, a visita reforçou nossa visão positiva sobre a empresa, pois vemos a integração vertical como um diferencial estratégico e um motor de rentabilidade;
- Também consideramos a empresa bem-posicionada para continuar se beneficiando das tendências estruturais de wellness, apoiada por seu amplo e consolidado posicionamento de marca;
- Reiteramos nossa recomendação de COMPRA;
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Iochpe-Maxion (MYPK3): Austeridade e adaptabilidade
Atualizando nossas estimativas após o Investor Day e introduzindo um preço-alvo para 2026 de R$ 20,00/ação
- Hoje, a Iochpe Maxion sediou seu Investor Day 2025, contando com a presença de vários executivos-chave que detalharam a estratégia da empresa daqui para frente;
- Vemos uma alocação disciplinada de capital e foco na desalavancagem como principais conclusões do evento, atualizando nossas estimativas de acordo. A Iochpe-Maxion reitera níveis de investimento mais baixos a partir de 2026E e uma meta de curto prazo de levar os níveis de dívida líquida/EBITDA para ~2,0 vezes ou menos;
- Vemos a empresa entregando projetos importantes para apoiar o crescimento de longo prazo, com suas expansões de capacidade no México (componentes estruturais) e na Turquia (rodas de veículos comerciais de alumínio) apoiando ganhos de market share e rentabilidade potencialmente melhor;
- No geral, embora fatores macro possam prejudicar a demanda de veículos nas regiões de tempos em tempos, vemos perspectivas positivas da presença global e do portfólio de produtos adaptáveis da Iochpe, reiterando nossa recomendação de compra;
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
Renda fixa
De Olho na Renda Fixa: principais notícias de crédito privado, mercados e renda fixa
- Trump says he’ll have a Fed ‘majority’ soon to push rates lower after firing Cook (CNBC);
- Tesouro Direto tem emissão líquida de R$ 3,68 bilhões em julho (Valor Econômico);
- Itaúsa vai emitir R$ 1 bilhão em debêntures (Valor Econômico);
- Fitch Afirma Rating ‘AAA(bra)’ do Assaí; Perspectiva Revisada Para Estável (Fitch Ratings);
- Clique aqui para acessar o clipping.
Estratégia
Estratégia Quant: Short Interest e os retornos do mercado brasileiro
- Investigamos o poder preditivo do short interest para prever os retornos agregados do mercado acionário, utilizando o Ibovespa como indicador do mercado brasileiro;
- Nossa métrica apresenta correlação negativa com os retornos futuros de 1 mês e difere significativamente do sinal tradicional de momentum usando as mesmas janelas;
- Propomos uma estratégia combinada, com Índice de Sharpe de 0,94 e CAGR de 11,6%. Todos os resultados se confirmam fora da amostra, já que a estratégia continua a superar o benchmark após 2023. A estratégia também apresenta baixo turnover, limitando o impacto dos custos de transação;
- Atualmente, nosso modelo indica momentum fraco e short interest elevado, o que implica retornos ajustados ao risco mais baixos no horizonte futuro;
- Clique aqui para acessar o relatório.
Alocação & Fundos
Principais notícias
- Fundos Imobiliários (FIIs): confira as principais notícias
- FIIs buscam musculatura: juros afastam, mas estrangeiro segue no radar via índices;
- Com retração da poupança, incorporadoras recorrem a fundos para financiar construções;
- Briga de gigantes: Fundo imobiliário recebe propostas milionárias para vender galpão da Renault; veja os detalhes;
- Clique aqui para acessar o relatório.
ESG
Sanções da ANP contra distribuidoras no âmbito do RenovaBio são suspensas | Café com ESG, 27/08
- O mercado fechou o pregão de terça-feira em território levemente negativo, com o IBOV e o ISE recuando 0,18% e 0,19%, respectivamente;
- No Brasil, (i) a aplicação das sanções da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) no âmbito do programa RenovaBio contra distribuidoras de combustíveis foi suspensa por determinação do desembargador Federal Nery Júnior, da 3ª turma do TRF da 3ª região – em decisão liminar, o relator atendeu a pedido de uma distribuidora de combustíveis e apontou série de inconsistências e problemas estruturais na política pública de descarbonização; e (ii) a Aneel aprovou ontem a minuta do edital do leilão para suprimento aos sistemas isolados, de 2025, que vai contratar empreendimentos para o atendimento nos mercados não conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN);
- No internacional, os líderes das associações europeias de fabricantes e fornecedores de automóveis afirmaram que as metas da União Europeia para reduzir as emissões de CO2 dos veículos, incluindo a redução de 100% para carros até 2035, não são mais viáveis – a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, receberá executivos do setor automotivo no dia 12 de setembro para discutir o futuro da indústria, que enfrenta a dupla ameaça da concorrência chinesa em veículos elétricos e das tarifas americanas;
- Clique aqui para acessar o relatório completo.

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