Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado fechou o pregão de terça-feira em território negativo, com o IBOV e o ISE recuando 0,1% e 0,6%, respectivamente.
• No Brasil, segundo José Sasseron, vice-presidente de Sustentabilidade do Banco do Brasil, o mercado de carbono foi definido como uma agenda prioritária na área de sustentabilidade – a ambição do banco é se tornar o principal intermediário do segmento no país, com a criação de uma mesa de negociação proprietária que deve ultrapassar R$ 100 milhões em volume negociado acumulado até 2030.
• No internacional, (i) o volume de títulos “verdes” emitidos por governos, bancos e empresas caiu quase um terço neste ano, em meio à reversão das políticas de combate às mudanças climáticas nos Estados Unidos e na Europa – segundo a Fitch Ratings, a emissão total de títulos “rotulados” caiu 25% em relação ao ano anterior, totalizando US$ 440 bilhões; e (ii) de acordo com um novo relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena), 91% dos novos projetos comissionados em 2024 de geração de energia a partir de fontes renováveis, como solar e eólica, foram mais custo-efetivos do que qualquer alternativa fóssil – inovações tecnológicas, cadeias de suprimentos competitivas e economias de escala estão assegurando a competitividade dessas fontes em relação aos combustíveis fósseis.
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Brasil
Empresas
Revisão do Novo Mercado: a rejeição das propostas e o futuro da governança
“Para quem advoga pelas melhores práticas de governança corporativa, como o IBGC, foi um tanto frustrante a decisão de boa parte das companhias de reprovar a proposta de revisão do regulamento do Novo Mercado da B3. Em um momento delicado para o acesso a crédito e a captação de recursos, perdeu-se preciosa oportunidade de fortalecer o principal segmento de listagem da bolsa brasileira, historicamente associado à evolução das boas práticas de governança corporativa, ao aumento da atratividade do mercado de capitais e à diversificação das fontes de financiamento dos negócios. Passado o calor da votação, cabe refletir, com equilíbrio e serenidade, sobre o desafio persistente de evoluir na promoção das boas práticas de governança e no desenvolvimento do mercado de capitais. É importante destacar que a rejeição das propostas de reforma não anula os avanços já conquistados, que são consistentes e relevantes. Desde sua criação, o Novo Mercado consolidou-se como referência, sinalizando o compromisso das companhias com padrões elevados de governança. No entanto, a recusa em aperfeiçoá-lo, ajustando-o às transformações do mundo e às exigências cada vez maiores de eficácia, transparência e propósito, pode enfraquecer sua função como instrumento de autorregulação qualificada, que transcende às exigências legais, e comprometer sua capacidade de gerar confiança e atrair investidores.”
Fonte: Valor Econômico; 22/07/2025
Banco do Brasil mira liderança no mercado de carbono com oferta ‘one-stop-shop’
“O Banco do Brasil definiu uma agenda prioritária na área de sustentabilidade: o mercado de carbono. A ambição do banco estatal é se tornar o principal intermediário do segmento no país, com a criação de uma mesa de negociação proprietária que deve ultrapassar R$ 100 milhões em volume negociado acumulado até 2030 –ano em que o mercado regulado deve estar em pleno funcionamento. “Queremos ser os principais players do mercado de carbono. É uma área em que pretendemos ganhar escala”, disse José Sasseron, vice-presidente de Sustentabilidade do BB, em entrevista à Bloomberg Línea. O mercado de carbono foi regulado no Brasil em dezembro de 2024, mas o ambiente secundário para compra e venda dos créditos ainda é incipiente, com a maior parte das negociações sendo realizadas via balcão, em que as operações ocorrem diretamente entre as partes interessadas. O Banco do Brasil (BBAS3) quer se posicionar como intermediário nesse mercado com a criação de uma mesa de negociação. “Ainda não existe um hub no Brasil como uma bolsa para o mercado de carbono. Existem algumas iniciativas pulverizadas que não têm grande volume. Nós queremos ocupar esse espaço no mercado brasileiro”, afirmou Marcelo de Campos e Silva, especialista em sustentabilidade do banco, na mesma entrevista. Mais que a intermediação, o BB pretende se tornar uma espécie de “one-stop-shop” do segmento, oferecendo soluções de ponta a ponta no mercado.”
Fonte: Bloomberg Línea; 23/07/2025
Inovação verde segue firme apesar de Trump, diz CEO de incubadora
“Para a incubadora de startups Greentown Labs, sediada nos arredores de Boston (EUA), a postura negacionista do governo Donald Trump deu um novo peso à iniciativa privada e à filantropia quando se trata de financiar novas tecnologias verdes. Os dois principais programas de fomento do governo dos Estados Unidos, acessados por todo tipo de startup, passaram por bloqueios no início do ano, levando a uma mobilização maior das empresas para “preencher as lacunas”, nas palavras de Georgina Flatter, CEO do Greentown Labs. Fundada em 2011 por estudantes saídos do tradicional MIT, um dos principais centros de tecnologia e ensino do mundo, a incubadora é uma dos principais aceleradoras de startups americanas voltadas à transição para uma energia de baixo carbono. “Os orçamentos foram reduzidos e bloqueados, mas alguns estão voltando neste momento, o que é ótimo. Isso força o setor a pensar em como podemos nos apoiar, nos financiar e preencher as lacunas. Vejo o setor privado se mobilizar, assim como os filantropos. Não podemos desacelerar”, afirma Flatter ao Reset. Cerca de um terço das empresas incubadas no Greentown Labs recebe algum tipo de apoio federal. O foco da incubadora é escalar soluções que ajudem o setor de energia, o principal emissor mundial, a diminuir as emissões de gases de efeito estufa. São as greentechs e climatechs. Os dois principais instrumentos federais são a Advanced Research Projects Agency-Energy (ARPA-E) e a National Science Foundation (NSF). Neste ano, a verba dos órgãos está garantida porque o Congresso replicou o orçamento do ano anteior.”
Fonte: Capital Reset; 23/07/2025
Internacional
Empresas
“As fontes renováveis mantiveram a liderança em termos de custo nos mercados globais de energia em 2024, e evitaram centenas de bilhões de dólares em gastos com petróleo, gás e carvão, de acordo com relatório publicado nesta terça (22/7) pela Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena, em inglês). Inovações tecnológicas, cadeias de suprimentos competitivas e economias de escala estão assegurando a competitividade em relação aos combustíveis fósseis: 91% dos novos projetos de geração renovável comissionados no último ano foram mais custo-efetivos do que qualquer alternativa fóssil nova. O relatório Custos de Geração de Energia Renovável em 2024 mostra que a energia solar fotovoltaica foi, em média, 41% mais barata do que a alternativa fóssil de menor custo, enquanto os projetos de energia eólica onshore foram 53% mais baratos. A geração eólica onshore permaneceu como a fonte mais acessível de nova eletricidade renovável, a US$ 0,034/kWh, seguida pela solar fotovoltaica a US$ 0,043/kWh, em média. No ano passado, 582 gigawatts (GW) renováveis foram adicionados, evitando o gasto de US$ 467 bilhões bilhões em combustíveis fósseis. O Brasil encerrou 2024 como o quarto maior mercado global em adições de capacidade renovável, atrás apenas de China, Estados Unidos e União Europeia. E manteve posição de destaque nos custos mais baixos do mundo, com energia eólica onshore a US$ 30/MWh — patamar semelhante ao da China — e solar fotovoltaica a US$ 48/MWh.”
Fonte: Eixos; 22/07/2025
Custo de energia renovável se firma como competitivo, com Brasil e China na liderança, diz Irena
“Produzir energia a partir de fontes renováveis, como eólica e solar, segue como a opção mais barata no mundo, com custos menores que os vistos em projetos de combustíveis fósseis. A conclusão é de um novo relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês), que fornece estudos técnicos a formadores de políticas públicas. Em 2024, a vantagem financeira foi verificada em 91% dos novos projetos de energia limpa do mundo. Na liderança do ranking está a energia eólica produzida em terra. Os projetos custaram em média US$ 0,034 por kilowatt/hora, uma redução de 70% em relação a 2010. Mesmo as opções fósseis mais baratas custaram mais: pelo menos US$ 0,073 kw/h no caso do carvão e US$ 0,043/ kWh no caso do gás natural. A energia solar, hidrelétrica e a eólica em alto-mar também são opções renováveis mais competitivas que os fósseis. Essa forte competitividade das energias renováveis acelerou de 2023 para 2024, numa tendência de redução de custos constante. No ano anterior, o percentual de projetos mais vantajosos que as alternativas fósseis foi também expressivo, mas ainda em 81%. Os dados foram apresentados pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, na manhã desta terça-feira (22) em discurso sobre transição energética. O texto foi intitulado como “Um Momento de Oportunidade: Impulsionando a Nova Era da Energia”, e é uma continuação de uma fala do ano passado, “Momento da Verdade”.”
Fonte: Capital Reset; 22/07/2025
Emissão de títulos verdes cai quase um terço em meio ao retrocesso climático
“O volume de títulos “verdes” emitidos por governos, bancos e empresas caiu quase um terço neste ano, em meio à reversão das políticas de combate às mudanças climáticas nos Estados Unidos e na Europa, mostram novos dados. Dados publicados pela agência Fitch Ratings indicam que a emissão total de títulos “rotulados” — que inclui também outros tipos de títulos focados em sustentabilidade — caiu 25% em relação ao ano anterior, totalizando US$ 440 bilhões, com o segundo trimestre sendo o mais fraco desde 2019. Os títulos verdes — cujos recursos são destinados a projetos ambientais ou climáticos — tiveram uma queda de quase US$ 100 bilhões, ou 32%, no ano. Além disso, a participação geral dos títulos com rótulo ambiental, social e de governança (ESG) caiu de 11,7% para 10,2% do total das emissões globais de títulos em 2024. Essa queda ocorre em um momento em que os Estados Unidos, sob o governo de Donald Trump, se retiram de diversas iniciativas globais de sustentabilidade e revertem padrões ambientais. Os formuladores de políticas da União Europeia também estão negociando propostas que flexibilizariam as regras de relatórios de sustentabilidade corporativa do bloco para a grande maioria das empresas. A Fitch apontou que o principal fator que impactou o mercado foi a incerteza em relação aos gastos de capital, impulsionada por desafios macroeconômicos e instabilidade geopolítica. “A incerteza contínua sobre as regulamentações relacionadas a ESG — em meio a atrasos na implementação e retrocessos nos EUA e na UE — pode estar levando os emissores a aguardarem maior clareza regulatória”, acrescentou a agência.”
Fonte: Reuters; 23/07/2025
Política
“Os combustíveis fósseis estavam “ficando sem saída”, já que o custo da energia renovável caiu drasticamente, afirmou o secretário-geral da ONU, após a energia limpa passar a representar a maior parte de todas as novas adições de capacidade elétrica globalmente em 2024. Em um discurso em Nova York, António Guterres declarou que “o futuro da energia limpa não é mais uma promessa, é um fato”. Guterres, cujo mandato termina no próximo ano, falou em meio aos cortes drásticos nas iniciativas de energia verde na maior economia do mundo. O presidente Donald Trump, cujo mantra em política energética tem sido “perfure, perfure”, em referência ao petróleo e ao gás, retirou os EUA do Acordo de Paris sobre ação climática pela segunda vez. “Os países que se agarram aos combustíveis fósseis não estão protegendo suas economias — estão sabotando-as”, disse Guterres em uma coletiva na ONU. “A era dos combustíveis fósseis está em declínio e fracassando”, acrescentou. Em 2024, as energias renováveis representaram 92,5% de todas as novas adições de capacidade elétrica e 74% do crescimento da geração de eletricidade, segundo um relatório com dados da Agência Internacional de Energia, do Banco Mundial, da Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena), da OCDE e do FMI. Em termos de valor, US$ 2 trilhões foram investidos em energia limpa no ano passado, ou US$ 800 bilhões a mais do que em combustíveis fósseis, um aumento de quase 70% em 10 anos, afirmou Guterres.”
Fonte: Financial Times; 22/07/2025
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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