Um mês para a COP28; Nova fábrica de bateria nos EUA e de aerogeradores no Brasil | Brunch com ESG

Como avaliamos os principais acontecimentos da semana

Pensando em melhor auxiliar os investidores, o Brunch com ESG é um relatório publicado todos os domingos pelo time ESG do Research da XP que busca destacar os principais tópicos da agenda na semana. Considerando que informação é a melhor ferramenta para auxiliar os investidores na tomada de decisão, nosso objetivo é mantê-los atualizados com os acontecimentos mais relevantes no Brasil e no exterior da semana que passou, incluindo: (i) nossa visão sobre as principais notícias ESG; (ii) o desempenho dos principais índices ESG em diferentes países; e (iii) comparação da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial).

#1. Eliminação gradual dos combustíveis fósseis em pauta, embora falta de consenso amplie o debate pré COP28

Na mídia: Futuro dos combustíveis fósseis deixa as nações em desacordo antes da cimeira climática da ONU – Financial Times, 01 de novembro (link)

Nossa visão: Sendo um dos principais pontos de discussão na COP28, o papel dos combustíveis fósseis e um plano gradual de eliminação têm o potencial de ser o principal ponto de entrave das negociações, principalmente em meio a visões diversas, como destacamos em nosso relatório ‘Contagem regressiva para a COP28: Três temas para ficar de olho‘ (acesso aqui). Para alcançar os objetivos do Acordo de Paris e colocar o mundo de volta no caminho de limitar o aumento da temperatura bem abaixo dos 2ºC, as emissões globais precisam diminuir (e não apenas estabilizar). Considerando que as emissões de CO2 de origem fóssil representam a maior parte das emissões globais totais desde 1960 – de acordo com dados do Global Carbon Project, essa indústria respondeu por cerca de 91% das emissões em 2022 -, promover o debate acerca das emissões oriundas de combustíveis fósseis é chave olhando para frente. Como tal, vemos a definição de uma estratégia de eliminação gradual (e progressiva) para reduzir tanto a produção quanto o uso como fundamental para apoiar países e empresas: (i) estabelecer um cronograma faseado; e (ii) acompanhar, de forma quantitativa, o progresso das metas.

#2. Eletrificação ganhando força; Toyota investe US$8 bilhões em nova fábrica de baterias nos EUA

Na mídia: Toyota adiciona US$ 8 bilhões à fábrica de baterias dos EUA para híbridos e veículos elétricos – Bloomberg, 31 de outubro (link)

Nossa visão: Cada vez mais empresas em todo o mundo estão aumentando seus esforços de eletrificação, o que se espera que reduza as emissões de CO2. Conforme visto pelo recente anúncio da Toyota de investir US$8 bilhões para expandir a produção de baterias para modelos elétricos e híbridos em sua fábrica nos EUA, dois pontos dessa iniciativa merecem destaque: (i) a empresa espera se beneficiar do provável aumento na demanda por veículos elétricos (VEs) – como referência, de acordo com projeções da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), estima-se que 14 milhões de VEs sejam vendidos em 2023, representando um aumento de 35% em relação ao ano anterior; (ii) as iniciativas previstas no programa de incentivos à eletrificação dos EUA (embaixo do guarda-chuva do pacote de subsídios Inflation Reduction Act) vem acelerando a tendência de eletrificação no setor de transporte.

#3. Maior fabricante de turbinas eólicas da China abrirá uma fábrica no Brasil

Na mídia: Bahia terá 1ª fábrica de aerogeradores da Goldwind fora da China – Poder360, 02 de novembro (link)

Nossa visão: A Goldwind, maior fabricante de aerogeradores da China com sede em Xinjiang, está construindo, no Brasil, sua primeira fábrica de turbinas eólicas fora da China. Embora a iniciativa possa ampliar a oferta de empregos e fornecer energia limpa, o que vemos com bons olhos, vale destacar o possível impacto no acirramento da competição local com a WEGE3, uma das empresas com melhor posicionamento ESG na cobertura da XP e parte da nossa carteira ESG recomendada para o mês de novembro (link).

Índices ESG e suas performances

(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.

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