Dia da Amazônia: Oportunidades e desafios do maior bioma da América do Sul

Nesta terça-feira, 5 de setembro, é celebrado o Dia da Amazônia. Considerada o maior bioma da América do Sul, a região contém um ecossistema único constituído pela floresta tropical úmida, que representa 44% do total global, de acordo com o CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina), além de abrigar 10% da biodiversidade do mundo: existem cerca de 40 mil espécies de plantas, 300 espécies de mamíferos e 1,3 mil espécies de aves habitando a região, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

A taxa de desmatamento na Amazônia segue sendo uma das principais preocupações ambientais do mundo todo. No ano passado, a taxa foi de 11.594 km² para os nove estados da Amazônia Legal Brasileira, segundo dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento da Amazônia Legal por Satélite (Prodes). O valor foi 11,08% abaixo do apurado em 2021 (13.038 km²).

De janeiro a julho de 2023, a área sob alertas de desmatamento na Amazônia havia caído 42,5% em relação ao mesmo período de 2022, segundo os dados do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Apesar das quedas, ainda há um longo caminho a ser percorrido. Até 2020, de acordo com o Inpe, o total desmatado no Bioma Amazônia era de 729.781,76 km², e na Amazônia Legal, 813.063,44 km².

Emissões de carbono

Nos anos de 2019 e 2020, o desmatamento, a queima de biomassa e a degradação florestal intensificaram a emissão de carbono e pioraram a seca e o aquecimento da floresta úmida, informou artigo publicado pela revista Nature em agosto.

Segundo informações da Agência Brasil, “a perda de carbono no período analisado é comparável com o recorde de aquecimento registrado nos anos de 2015 e 2016, quando ocorreu o fenômeno El Niño e provocou uma seca extrema na região”. As emissões de dióxido de carbono (CO2) teriam aumentado 89% em 2019 e 122% em 2020, quando comparado com o período de 2010-2018, de acordo com o artigo.

“Em relação às principais atividades econômicas, os pesquisadores apontam que no período e regiões analisados foram registrados aumentos de: 80% no desmatamento; 42% nas áreas queimadas; 693% na exportação de madeira bruta saindo da Amazônia; 68% na área plantada de soja; 58% na área plantada de milho; e 13% do rebanho bovino dentro da Amazônia, enquanto diminuiu no resto do Brasil”, apontou a agência.

Garantir o futuro da Amazônia é garantir nosso futuro

Na nossa visão, não existe uma solução única quanto o tema é preservação da Amazônia. Acreditamos que, ao ser um bioma único, com particularidades próprias e dimensão continental, as soluções e iniciativas demandam um olhar específico e, mais do que isso, envolvem diferentes agentes: governo, empresas, terceiro setor e sociedade como um todo.

Vemos com bons olhos o declínio do desmatamento da Amazônia nos primeiros oito meses do ano, evolução esta primordial para que o Brasil cumpra com a sua meta de desmatamento zero até 2030, conforme compromisso assumido na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas do ano passado (COP27).

Saiba mais no relatório: Entendendo a importância da maior floresta tropical do mundo

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