Gestão patrimonial é a atividade responsável por preservar e expandir os bens de uma pessoa, família ou empresa. Esse é um processo importante, pois, sem dúvidas, a etapa de construir um patrimônio já é por si árdua e demorada. Muitas vezes, são anos e até décadas para conseguir acumular capital e conquistar um pouco de estabilidade.
Por isso mesmo, é preciso saber conservar esses bens da melhor forma possível e ainda fazê-lo trabalhar para você. Pensando nisso, trouxemos tudo o que você precisa saber sobre a gestão de patrimônio neste artigo. Acompanhe.
O que é gestão patrimonial?
Gestão patrimonial é um serviço de administração e controle de bens, direitos e obrigações de uma pessoa, família ou empresa. Seu objetivo é manter e crescer o patrimônio, buscando controlar bem o capital disponível e aplicá-lo de forma inteligente.
Basicamente, entende-se como patrimônio qualquer bem com capacidade de converter em dinheiro e pode ser dividido em 4 grupos:
- Bem tangível: dinheiro, investimento, imóvel, entre outros;
- Bem intangível: patentes, marcas, licenças, entre outros;
- Passivos: dívidas, custos, salários, entre outros;
- Direitos: pagamentos a receber de aluguéis, porcentagens em negociações, entre outros.
Embora seja mais conhecido no meio empresarial, esse tipo de gerenciamento também é indicado na gestão financeira pessoal, em especial no caso de grandes fortunas. Afinal, quanto maior o volume do patrimônio, mais responsabilidades e obrigações são necessárias.
Dentro do serviço de administração patrimonial, também podem estar incluídos outros, como:
- atividades fiscais;
- consultoria financeira;
- planejamento imobiliário;
- consultoria de investimentos;
- serviços de contabilidade;
- planejamento de aposentadoria.
Quais são os tipos de gestão patrimonial?
Existem diferentes tipos de gestão patrimonial disponíveis no mercado:
- Wealth Management
- Consultorias empresariais
- Bancos de investimento
Vamos entender melhor sobre cada um:
Wealth Management
O Wealth Management é o tipo de serviço de administração patrimonial destinado para grandes fortunas familiares ou individuais. Traduzindo, o termo significa exatamente “gestão de riquezas” ou “gestão de fortunas”.
Nesse serviço, profissionais ou equipes qualificadas cuidam de todo o patrimônio, desde a parte fiscal até os investimentos. Sendo assim, consultoria financeira, gestão de investimentos, atividades fiscais e outras diversas atividades estão envolvidas no Wealth Management.
É possível dividir essa gestão patrimonial em dois: Private Wealth Management e Family Wealth Management.
O Private Wealth Management é destinado a clientes com patrimônios individuais grandes. Nesse caso, define-se toda a estratégia com base nos objetivos de uma pessoa, como é o caso da criação de um plano de aposentadoria. Não existe uma convenção sobre a fortuna mínima para contratar esse serviço. O valor mínimo é determinado pela empresa.
Já o Family Wealth Management, como o nome indica, é focado na gestão patrimonial familiar. A intenção é preservar e expandir os bens da família, beneficiando, claro, todos os membros. Nesse caso, o serviço envolve também planejamento sucessível, criação de inventário, entre outras atividades. Esse serviço é realizado pelas chamadas family offices.
Consultorias empresariais
Consultorias empresariais são serviços destinados à administração dos patrimônios de uma empresa.
Nesse caso, entra também a questão dos bens intangíveis, como marca, direitos autorais e patentes, que fazem parte do patrimônio ligado a uma organização.
Em geral, é um serviço que envolve o trabalho de criação de balanço patrimonial, otimização dos custos, contabilidade, entre outros. Costuma ser um serviço mais pontual, contratado para solucionar um problema específico.
Bancos de investimentos
Outra forma de gestão patrimonial é por bancos de investimentos. São empresas com diversos profissionais e produtos para te ajudar a administrar os seus bens. Contudo, não é um serviço exclusivo ou personalizado.
Embora a instituição financeira ofereça uma atenção maior para clientes com rendas maiores, em geral, as soluções são padronizadas e prestam suporte apenas em demandas básicas.
Nesse caso, as consultorias empresariais e Wealth Management costumam estudar as principais soluções financeiras e indicar as melhores opções para os seus clientes.
Qual a importância da gestão patrimonial?
A gestão patrimonial é fundamental para que uma empresa, família ou indivíduo preserve e aumente seus recursos ao longo do tempo.
Embora a etapa de construção de um patrimônio seja trabalhosa e demorada, a falta de administração pode causar a perda ou estagnação do capital em pouco tempo.
Quantas organizações, pessoas e famílias milionárias já perderam tudo “de uma hora para outra” por falta de uma gestão de patrimônio eficiente? Dívidas, inflação, impostos, gastos exagerados, investimentos errados… Diversos fatores podem levar os bens de uma pessoa a se diluírem em um curto período.
Dessa forma, a administração patrimonial tem justamente essa função: utilizar o capital de maneira inteligente. Além do gerenciamento ser importante para conservar e crescer os bens, ele também tem outras finalidades, como:
- criar um planejamento orçamentário mais preciso;
- auxiliar em tomadas de decisão;
- evitar aplicações erradas;
- prevenir problemas fiscais;
- controlar os custos.
Em geral, esse serviço ainda é terceirizado para uma empresa especializada, de modo que o contratante ainda ganha mais tempo e organização financeira como vantagem.
Quem precisa fazer a gestão patrimonial?
De forma geral, qualquer pessoa ou empresa deveria encontrar formas de administrar os seus bens de maneira eficiente. Contudo, as empresas e as pessoas físicas detentoras de grandes fortunas são as mais indicadas para contratar um serviço de gestão patrimonial por alguns motivos:
- não são quaisquer soluções que podem ser utilizadas: grandes volumes de dinheiro demandam soluções personalizadas;
- diversas atividades: gestão financeira envolve a organização financeira, controle fiscal, gestão de custos, planejamento sucessório e uma série de outras atividades que uma pessoa sozinha dificilmente teria o conhecimento ou tempo suficiente para lidar.
Quais as etapas da gestão patrimonial?
Cada serviço de administração patrimonial varia conforme a demanda e objetivo cliente, mas, no geral, o processo envolve 6 etapas:
- Etapa 1: inventário dos bens da empresa;
- Etapa 2: avaliação dos ativos existentes;
- Etapa 3: revisão das vidas úteis;
- Etapa 4: atualização dos bens;
- Etapa 5: conciliação físico-contábil;
- Etapa 6: teste Impairment
Inventário dos bens da empresa ou pessoa
Primeiro, é preciso fazer um levantamento de todo patrimônio da empresa ou indivíduo. Dentro desse, vale lembrar que existem os bens tangíveis, intangíveis, passivos e ainda direitos.
Nesse inventário, deve constar a descrição dos ativos circulantes e não circulantes com todas as informações relacionadas, como localização, quantia, registro fotográfico, entre outros.
Avaliação dos ativos existentes
Em seguida, pegar o levantamento e determinar qual seria o valor dos ativos. Por exemplo, se uma pessoa tem um imóvel, por quanto ele estaria avaliado?
Quando falamos de empresa, que possui bens intangíveis, como patentes, essa avaliação é um pouco mais complicada, pois envolve fatores subjetivos, tipo a credibilidade da organização no mercado.
Nesse caso, é preciso realizar uma pesquisa de mercado e analisar alguns indicadores financeiros para determinar valores realistas para cada item.
Além disso, a gestão patrimonial deve considerar o custo de reposição e o valor residual dos ativos, isto é, o quanto o bem valeria no final da vida útil.
Revisão das vidas úteis
Falando em vida útil, a revisão do tempo de uso estimado para cada item também faz parte do gerenciamento.
Nessa etapa, é necessário calcular por quanto tempo o bem ainda poderá ser utilizado. Por exemplo, se a empresa tem veículos de transporte, por quanto tempo ainda poderá utilizá-los?
Atualização dos bens
Após criar o inventário e descobrir a avaliação do patrimônio, é preciso manter um acompanhamento contínuo do valor dos bens, já que ocorrem acréscimos, valorizações ou depreciações com frequência. Por exemplo, o valor de um imóvel no mercado pode subir ou descer dependendo de fatores externos.
Conciliação físico-contábil
A gestão patrimonial também envolve a parte contábil. Nessa etapa, é preciso comparar os bens do inventário com os registros contábeis para verificar se os dados conferem e a identificação de itens sem existência física.
Nesse caso, são três relatórios gerados:
- bens conciliados;
- sobras contábeis,
- sobras físicas.
Teste Impairment
O teste Impairment é a avaliação utilizada para descobrir se os ativos estão desvalorizados. Seu objetivo é garantir que o valor registrado no balanço patrimonial realmente esteja coerente, de modo que a empresa ou indivíduo, caso queira, consiga gerar dinheiro.
É indicado que qualquer organização realize essa análise, mas empresas com ativo total superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhões são obrigadas pela Lei Nº.11.638/07 a fazer o teste.
Como manter o controle patrimonial atualizado?
Para uma gestão patrimonial eficiente, é essencial manter o controle e registro de bens atualizados, principalmente para a parte de gerenciamento fiscal. Entre as etapas importantes, podemos citar:
- entender as normas e legislação;
- definir os processos;
- documentar processos;
- revisar;
- recuperar os créditos tributários.
Normas e legislação
São diversas leis e normas que uma organização ou indivíduo precisa seguir para manter sua parte contábil em dia. Por exemplo, os laudos de controle de bens patrimoniais precisam seguir a Lei 11.638/07 e normas da ABNT/IBAPE – NBR-14.653.
Além disso, existe uma extensa lista de regras e procedimentos da CPC-27 (aplicados aos ativos imobilizados) e outras normas específicas.
Definição de processos
Como você viu, existe uma série de etapas da gestão patrimonial, além das demandas internas da própria empresa. Sendo assim, é preciso selecionar uma equipe qualificada e responsável por monitorar, preservar e utilizar esses bens.
Documentação dos processos
Dentro de cada etapa, existem procedimentos e normas específicas que precisam ser seguidas. É preciso documentar cada um desses processos e saber delegar para a equipe selecionada.
Revisão dos processos
Como os bens se desvalorizam ou perdem sua vida útil com o tempo, é preciso criar uma rotina de revisão periódica dos valores dos itens.
Recuperação dos créditos tributários
Se ocorrer a depreciação de algum ativo, é possível solicitar a recuperação dos créditos tributários e otimizar melhor a gestão fiscal da empresa.
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