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Bonds: o que são e como declarar no IR

Bonds são ativos de renda fixa no mercado internacional. Saiba como investir, como funcionam e qual sua tributação.

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Bonds: o que são e como declarar no IR

Principalmente devido ao histórico de elevadas taxas de juros, o Brasil é um país em que os investimentos em renda fixa são muito populares. Investir em renda fixa é simplesmente emprestar dinheiro para “alguém”, que é chamado de “emissor”. Esse alguém pode ser o governo, instituições financeiras ou empresas.

Todos esses emissores necessitam de recursos para suas operações ou investimentos, e uma das formas disponíveis para captar esses montantes é via emissão de dívidas. Ao final, os investidores recebem seu valor inicial investido somado dos juros contratados no momento da compra do título.

Normalmente, quando se pensa em investir em renda fixa, o primeiro pensamento é investir em títulos brasileiros. No entanto, quando expandimos os horizontes, há um mercado muito maior à disposição: são os Bonds Corporativos.

O que são Bonds?

Bonds são títulos de renda fixa que podem ser emitidos por empresas, governo ou instituições financeiras.

Os Bonds Corporativos (ou “Corporate Bonds”), por exemplo, são títulos de renda fixa emitidos por empresas em moeda estrangeira e negociados no mercado externo, como nos EUA.

Eles possuem condições predefinidas, como taxa de remuneração e prazo, e podem ser emitidos por uma ampla variedade de empresas de setores distintos. Ou seja, são comparáveis às debêntures que já conhecemos no mercado brasileiro.

Apesar de Bonds serem títulos em dólar, não são apenas empresas dos EUA que podem emiti-los. Na verdade, inclusive empresas brasileiras possuem títulos de renda fixa negociados também no mercado norte americano.

Os casos mais comuns são empresas exportadoras, cujas receitas, total ou parcialmente, são denominadas em dólares. Desta forma, conseguem uma proteção ao menos parcial contra a variação do câmbio sobre suas dívidas.

Há também empresas sem operações fora do Brasil que optam por emitir no mercado externo devido a eventuais condições de mercado mais favoráveis do que as encontradas no ambiente interno no momento da emissão.

No entanto, vale ressaltar que em geral são empresas de boa qualidade de crédito, que encontrarão interesse de investidores internacionais em seus títulos, o que restringe o universo de emissores brasileiros com acesso à emissão de Bonds.

Como funciona a tributação de Bonds?

Os Bonds não são isentos de impostos. Portanto, investidores que investem em renda fixa no exterior precisam recolher o Imposto de Renda no Brasil. De acordo com a Receita Federal, os rendimentos gerados por aplicações em títulos fora do Brasil são considerados como Ganho de Capital.

Os cupons recebidos sobre os Bonds deverão também ser tributados como ganho de capital. A alíquota aplicada de imposto sobre esses ganhos dependerá da diferença entre o valor de compra e o valor de venda do Bond , seguindo a tabela progressiva utilizada para o ganho de capital:

*Art. 21 da Lei 8981/95

Contudo, vale lembrar, vendas de ativos financeiros de uma mesma natureza no exterior são isentas até o limite de R$35 mil mensais. Somente acima desse valor de venda é que será aplicada a alíquota conforme a tabela acima.

Porque escolher Bonds ao invés da renda fixa brasileira?

Ao se deparar com um mercado tão completo em termos de opções para investir, os investidores podem ter dúvidas do que escolher. Sempre vale lembrar da importância da diversificação e de acompanhar recomendações de especialistas em relação à proporção ideal de classes de ativos na composição da carteira.

Dito isto, há alguns fatores positivos em relação a investimentos em Bonds que podem ser levados em consideração. A renda fixa internacional é emitida em dólar e, assim, possibilita uma proteção àquela parcela da carteira a partir de uma moeda forte.

Além disso, por ser emitida levando-se em consideração as condições de mercado nos EUA, têm como base de remuneração os juros norte americanos e, assim, sua rentabilidade acompanha a taxa de juros americana. Outro ponto é a diversidade de emissores no mercado internacional, que é muito grande e envolve nomes de diversos países, o que permite encontrar títulos adequados a diferentes objetivos em termos de prazo e risco.

Quando pensamos apenas em emissores que possuem títulos tanto no mercado brasileiro quanto no norte americano, há um fator interessante: empresas que são consideradas como risco muito baixo no Brasil são, muitas vezes, vistas como “high yield” no mercado externo, afinal, o Brasil é um mercado emergente.

Sendo assim, em determinadas situações, uma mesma empresa pode apresentar taxas de Bonds mais atrativas do que as de suas debêntures.

Ao final, ambos possuem vantagens e riscos. O mais importante é sempre considerar seu perfil de investidor(a) e objetivos. E lembrar que o ideal é possuir uma carteira diversificada, que pode contar com diferentes tipos de ativos.

High Grade e High Yield

De maneira geral, quando Bonds possuem ratings abaixo do que é considerado “grau de investimento” – notas BB+/Ba1 ou abaixo – são chamados de high yield. Em português, o termo seria traduzido livremente para “alto rendimento”.

Portanto, ao escolher um título para investir, é preciso mais do que apenas se atentar à taxa oferecida. Rendimentos mais altos são indicativos de riscos mais elevados. Isto não é uma característica negativa por si só, mas deve estar adequada aos objetivos e perfil de investidor.

Vale notar, no entanto, que existe uma ampla gama de emissores de boa qualidade de crédito (e, portanto, ratings mais altos) no mercado de Bonds, que podem ser interessantes para diferentes perfis de investidores ao compor uma carteira diversificada.

Para mais informações, assista nossa Live completa sobre Imposto de Renda, tirando diversas dúvidas dos nossos investidores e público sobre a declaração:

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