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Bancos: BB lidera ranking de lucros e dividendos em 2022; Itaú tem maior valor de mercado

Juntos, os lucros de BB, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander somaram R$ 93,7 bilhões em 2022

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O Banco do Brasil (BBAS3) registrou o maior lucro entre os bancos com ações na Bolsa de Valores brasileira em 2022: R$ 31 bilhões. O Itaú Unibanco (ITUB4) ficou em segundo lugar, com lucro líquido de R$ 29,4 bilhões. O levantamento foi feito pela XP com dados da Economatica.

Veja como ficaram os lucros dos bancos em 2022, sem ajuste da inflação:

Juntos, os lucros dos principais bancos somaram R$ 93,7 bilhões. No ano passado, esse valor já havia atingido R$ 81,6 bilhões, o maior desde 2006.

Lucro com valores ajustados pela inflação

Considerando o ajuste pelo IPCA, índice de inflação oficial do país, até dezembro de 2022, o lucro consolidado dos quatro bancos permanece em R$ 93,7 bilhões, mas nos anos anteriores ele é corrigido.

Nesse recorte, o recorde foi o lucro registrado em 2019, que em valores corrigidos foi de R$ 99,2 bilhões, seguido por:

  • 2022, com R$ 93,7 bilhões;
  • 2015, com R$ 89,3 bilhões;
  • 2018, com R$ 87,7 bilhões; e
  • 2021, com R$ 86,4 bilhões.

Itaú lidera em total de ativos

Em 2022, o Itaú Unibanco foi o maior banco por ativos no Brasil e na América Latina, com R$ 2,47 trilhões, seguido por:

  • Banco do Brasil, com R$ 2,03 trilhões;
  • Bradesco, com R$ 1,78 trilhão; e
  • Santander, com R$ 1,05 trilhão.

O ativo total consolidado dos quatro maiores bancos brasileiros em 2022 chegou a R$ 7,33 trilhões, valor 9,1% superior ao registrado em 2021.

Banco do Brasil tem maior volume de dividendos

Além de liderar o ranking de lucros entre os bancos, o Banco do Brasil também ficou em primeiro lugar na lista dos maiores pagadores de dividentos e JCP entre as instituições financeiras.

No ano passado, os bancos citados distribuíram R$ 37,9 bilhões em dividendos e JCP. O total representa um valor 13,37% superior ao do ano de 2021. Veja os totais distribuídos por cada banco:

  • Banco do Brasil: R$ 13,2 bilhões;
  • Bradesco: R$ 10,2 bilhões;
  • Santander: R$ 7,6 bilhões; e
  • Itaú Unibanco: R$ 7,0 bilhões.

Valor de mercado cresce

O valor de mercado consolidado dos quatro maiores bancos do Brasil em 31 de dezembro de 2022 era de R$ 585,7 bilhões, um crescimento de 4,3% em relação ao final de 2021.

Entre os bancos, o Itaú Unibanco ficou em primeiro lugar desse recorte, com R$ 229,4 bilhões.

Confira o valor de mercado dos bancos na data:

  • Itaú Unibanco: R$ 229,4 bilhões (+17,4% A/A);
  • Bradesco: R$ 152,3 bilhões (-11,2% A/A);
  • Santander: R$ 104,9 bilhões (-6,8% A/A); e
  • Banco do Brasil: R$ 99,1 bilhões (+20,4% A/A).

A equipe de Setor Financeiro do Research da XP já publicou os relatórios com as análises dos resultados do 4º trimestre de 2022 dos bancos. Confira abaixo e veja se vale investir nas ações de cada um deles:

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Confira todos os resultados do 4º trimestre de 2022

O que esperar para 2023?

Ano desafiador: a saúde dos balanços nos permite enxergar um ano marginalmente positivo, apesar do crescimento mais modesto e a inadimplência ainda pesando.

Esperamos impactos reduzidos para o setor bancário em 2023. Do lado positivo, vemos:

  • apesar da maior seletividade, vemos crescimento na concessão de crédito;
  • um mix saudável de carteira de crédito, combinando linhas mais protegidas com linhas mais rentáveis;
  • dinâmica competitiva mais bem comportada, em especial nos negócios de tarifas (o aumento do custo de capital exigiu que as fintechs reduzissem a agressividade das suas ofertas); e
  • dividend yields atraentes.

Entretanto, também vemos riscos relevantes, como:

  • comprometimento recorde da renda das famílias, que combinada com a deterioração macroeconômica pode levar à piora dos índices de inadimplência de Pessoas Físicas;
  • aumento da inadimplência do segmento PJ;
  • possíveis intervenções regulatórias; e
  • riscos fiscais relacionados ao potencial fim do Juros sobre o Capital Próprio (JCP) e aumento no imposto dos bancos.

Crédito deve ter mais um ano de mudança

Esperamos que os bancos continuem mudando sua carteira de crédito para um mix mais rentável, com linhas de PMEs e pessoas físicas, principalmente com garantias.

Segundo dados do BCB, em 2022 o ritmo do saldo de crédito de Pessoa Física superou novamente o ritmo de Pessoa Jurídica, o que entendemos como um sinal do maior apetite de risco dos bancos. No entanto, enxergamos um risco de reversão desta tendência caso haja deterioração mais rápida nas tendências macroeconômicas ou do perfil de crédito dos consumidores.

Embora os bancos estejam bem capitalizados, a preocupação com a inadimplência deve levá-los a elevar provisões. 

Os lucros dos bancos devem continuar apresentando crescimento, embora em ritmo mais modesto, apesar da elevação das provisões. Os bancos ainda mantêm indicadores bastante saudáveis, como um índice de cobertura médio de ~220% no 4T22 em comparação com ~260% no 4T21. No entanto, eles estão bem capitalizados com um índice de capital nível I médio de 13,1% (13,7% em dez/21).

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