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Inflação encerra 2022 em 5,8% com surpresa altista no IPCA de dezembro

A inflação medida pelo IPCA, nosso principal indicador de preços ao consumidor, registrou alta de 0,62% em dezembro e encerrou o ano de 2022 em 5,8%. O número ficou acima da meta do Banco Central (de 3,5%), mas mostrou desaceleração em relação à alta de 10,1% de 2021. O IPCA do último mês do ano […]

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A inflação medida pelo IPCA, nosso principal indicador de preços ao consumidor, registrou alta de 0,62% em dezembro e encerrou o ano de 2022 em 5,8%. O número ficou acima da meta do Banco Central (de 3,5%), mas mostrou desaceleração em relação à alta de 10,1% de 2021.

O IPCA do último mês do ano passado veio acima da nossa previsão e do consenso de mercado (0,46% e 0,45%, respectivamente). Metade do desvio no em relação a nossa projeção foi observado em higiene pessoal (que subiu 3,65%, depois de cair 0,98% no mês anterior), possível volta dos descontos da Black Friday e impacto da maior demanda no Natal.

Todos os grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE tiveram alta em dezembro. A maior variação (1,60%) e o maior impacto (0,21pp) vieram de Saúde e cuidados pessoais, justamente onde estão os itens de higiene pessoal. A segunda maior contribuição, 0,14 pp, veio de Alimentação e bebidas, que subiu 0,66%. Juntos, os dois grupos representaram cerca de 56% do impacto total do IPCA de dezembro.

O índice de difusão, que reflete a disseminação da alta de preços entre diferentes bens e serviços na economia, subiu novamente em dezembro, após atingir o nível mais baixo desde 2020 em novembro – de 59% para 69%.

A inflação encerrou o ano de 2022 em 5,8%. O número ficou acima da meta do Banco Central (de 3,5%), mas consolida o enfraquecimento da alta de preços após pico de mais de 12% nos doze meses acumulados até abril. Diante do estouro da meta de inflação para o ano, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, enviou uma carta ao Ministro da Fazenda para justificar o não cumprimento.

Os principais fatores por trás da alta de preços em 2022 incluíram a inércia da inflação do ano anterior, a elevação dos preços de commodities, em especial do petróleo, os desequilíbrios entre demanda e oferta de insumos e gargalos nas cadeias produtivas globais, os choques em preços de alimentação, resultantes de questões climáticas e retomada na demanda de serviços e no emprego, impulsionada pelo acentuado declínio da quantidade de casos de Covid-19 e consequente aumento da mobilidade.

À frente, observamos desinflação em curso em linha com normalização da cadeia global de valor e acomodação de preços de commodities, além do desaquecimento da demanda doméstica, fruto da política monetária bastante restritiva. Assim, esperamos que o IPCA de janeiro desacelere, bastante influenciado pelas promoções de início do ano e deflação de energia elétrica.

Nossa projeção para o IPCA de 2023 está em 5,4%, com volta da tributação federal sobre combustíveis (50bps) em março. Ainda permanece o risco de alterações na tributação de ICMS incidente sobre gasolina e etanol, além de outras elevações de tributos a fim de impulsionar as receitas governamentais.

Porém, apesar do cenário de curto prazo favorável, as perspectivas mais longas trazem preocupação no cenário doméstico. Isso porque as políticas fiscal e parafiscal (através de bancos e demais empresas públicas) mais expansionistas, conforme sinalizado pelo novo governo, pressionam a dinâmica da dívida pública e das expectativas de inflação. Isso deve tornar mais lento o processo de desinflação.

 

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