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Economia em Destaque: Haddad sinaliza coordenação monetária e fiscal, Tebet fica no Planejamento

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

Nos EUA, dados reforçam recessão no mercado imobiliário. Na China, reabertura pós Covid indica atividade econômica global menos recessiva e commodities em alta, beneficiando países emergentes como o Brasil. Na Europa, Rússia reage à possível sanção do G7 ao seu petróleo.

No Brasil, Fernando Haddad dá entrevista indicando o futuro da política econômica e Simone Tebet é confirmada como ministra do Planejamento. O mercado de trabalho da novos sinais de desaceleração, enquanto o déficit público e o IGP-M voltam a subir.

Cenário internacional

China dá fim ao Covid zero

Em meio ao aumento dos juros nas principais economias do mundo e seu impacto na atividade econômica global, a China iniciou o processo de reabertura do país com o fim da restrição à entrada de estrangeiros, a partir de 8/jan. Com isso, apesar da alta no número de casos de Covid, há a expectativa de crescimento econômico em 2023 maior que 2022, refletido na alta nos preços de commodities; para mercados emergentes, como o Brasil, grande exportador desses produto, é uma boa notícia.

Mercado imobiliário dos EUA em desaceleração

O índice de preços das residências no país norte-americano registrou queda em outubro,  -0,57% m/m, sua quarta queda consecutiva após o pico observado em junho. Com juros em alta, o custo de financiamento mais elevado implica em queda na demanda no setor e menor capacidade de repasse de preços, que, por sua vez, ajuda o Federal Reserve em deter a inflação e gera menor pressão por novas altas no juro/juro alto por mais tempo.

No mesmo sentido, as vendas pendentes de residências mantiveram sua tendencia baixista, com contração de 4,0% m/m em dezembro. Ao passo que o índice de vendas considera aquelas efetivamente realizadas, este serve como ‘prévia’ e indica as perspectivas para a atividade do setor.

Rússia reage ao limite de preço do G7

Após a sinalização dos países do G7 em impor um teto de US$ 60 para o barril de petróleo russo, o governo baixou um decreto proibindo a venda para contratos que “implicam direta ou indiretamente um mecanismo de limite de preço”. No entanto, como China e Índia importam o produto nessa faixa de preço por serem seus principais importadores, foi definido também a venda nesse valor em “circunstâncias especiais”, abrindo espaço para a continuidade da relação comercial com esses países.

Enquanto isso, no Brasil…

Haddad sinaliza envio de novo arcabouço fiscal no começo de 2023

Em entrevista concedida na quinta-feira, Fernando Haddad deu sinalizações sobre o futuro da política econômica no próximo governo. Haddad afirmou que “a política monetária e fiscal devem andar juntas” e reforçou a intenção de apresentar novo arcabouço fiscal em abril, junto com um programa de revisão de despesas diferente do teto de gastos. De acordo com ele, rever subsídios e outros gastos é boa sinalização para o Banco Central e para investidores estrangeiros. Outros pontos chamaram a atenção, sobre a discussão da política de preços da Petrobras, privatização da Eletrobras, Lei das estatais, e o cenário de inflação e juros para 2023.

Tebet será ministra do Planejamento

O presidente Lula anunciou Simone Tebet como ministra do Planejamento, pasta importante para as decisões sobre economia e em contato direto com a Fazenda. Para Haddad, o debate entre os dois ministérios – dada a diferença de pensamento entre eles – será positivo para a formulação de políticas.

Governo eleito sinaliza fim da desoneração de impostos

O governo eleito indicou que pode manter a reoneração de impostos federais a partir de janeiro, como determinava a lei aprovada no meio do ano. Entretanto, ainda não está decidido se a reoneração acontecerá, tendo em vista os possíveis impactos na popularidade do novo governo por conta do aumento dos preços. Com a volta das alíquotas anteriores, estimamos impacto de R$ 53 bilhões de receita adicional para as contas públicas, impacto de 0,51 p.p no IPCA para 2023, e alta de R$ 0,69 e R$ 0,33 nos preços do litro de gasolina e etanol, respectivamente.

Criação de empregos segue positiva, ainda que em desaceleração

O CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – de novembro registrou criação de 135,5 mil empregos formais em novembro, em linha com nossa expectativa e abaixo do consenso de mercado, 148 mil. Ao estimar o saldo dessazonalizado – excluindo fatores comuns ao fim de ano como a contratação de vendedores em lojas, por exemplo – o número foi 69 mil, metade do 121 mil de outubro. Apesar do número positivo, a terceira queda consecutiva no número de contratações totais na comparação mensal aponta para um mercado de trabalho em rota de desaceleração, com número projetado de 2,17 milhões e 1,10 milhão de saldo líquido de vagas criadas em 2022 e 2023, respectivamente.

Déficit fiscal acima do consenso

O governo central registrou déficit de R$ 14,7 bilhões em novembro, após superávit de R$ 30,4 bilhões no mês anterior. Esse resultado foi pior que nossa estimativa de -13,7 bilhões.

Esse número é fruto de desaceleração das receitas tributárias e menor receita de concessões e dividendos. Além disso, maior despesa com programas de transferência de renda e previdência pressionaram esse resultado. Com a aprovação da PEC da transição, esperamos significativa alta nas despesas do ano que vem, paralelo à receita em ritmo de queda por conta da atividade econômica menos aquecida.

No resultado do setor público, a Dívida Líquida do Setor Público se manteve estável em 57% do PIB, apesar de alguma pressão do pagamento de juros e déficit fiscal, que foi compensado por cambio mais apreciado e crescimento do PIB.

IGP-M volta ao terreno positivo

Em dezembro, o IGP-M veio abaixo do consenso (0,58% m/m) em 0,45% após quatro meses seguidos de deflação. Parte disso foi impulsionado por alta mais intensa nos custos de construção; por outro lado, o índice de preços ao consumidor desacelerou em relação a novembro, enquanto o índice de preços ao produtor (o IPA) atingiu terreno positivo após deflação.

O que esperar para a semana que vem?

No cenário internacional, o destaque será a ata do FOMC, que deve dar sinalizações dos rumos da política monetária nos EUA, assim como dados de emprego. Na China, diversos dados serão divulgados, como o PIB do 4º trimestre, dados de atividade econômica e inflação de dezembro. Também serão divulgados índices de gerentes de compras referentes à janeiro de países desenvolvidos e a inflação ao consumidor e ao produtor na Zona do Euro. No Brasil, o foco serão os primeiros dias do novo governo e definições de política econômica. Na seara de dados econômicos, o destaque será a produção industrial de novembr

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