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STF: Entenda a decisão que anulou as condenações de Lula e suas consequências

Com anulação, Lula fica apto a concorrer nas eleições de 2022

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O ministro Edson Fachin anulou, em decisão individual, todos os processos contra os ex-presidente Lula no âmbito da operação Lava Jato, incluindo as condenações em segunda instância nos casos do triplex do Guarujá e do sítio de Atibaia que mantinham o petista inelegível. 

Como a decisão de Fachin afeta o restante dos processos da Lava Jato?

O ministro anulou os processos contra Lula afirmando que os casos não deveriam ter sido julgados pela 13ª Vara Federal de Curitiba, mas sim pela Justiça Federal do Distrito Federal. Esse argumento foi apresentado pela defesa do petista em todas as instâncias ao contestar a decisão, inclusive nesse habeas corpus em que tentavam reverter decisão do STJ que manteve a condenação. 

A anulação determinada por Fachin não afeta os demais processos, nem as provas contra o ex-presidente e os demais envolvidos. Perdem efeito apenas as decisões tomadas ao longo desses processos.

Lula poderá ser candidato em 2022?

A decisão do hoje libera Lula para de candidatar a cargo eletivo, de acordo com a Lei da Ficha Limpa. Diante do cenário atual, há chances de que Lula chegue às eleições gerais de 2022 em condições de se candidatar a algum cargo eletivo. 

A decisão do ministro Fachin pode ser revertida?

A Procuradoria-Geral da República (PGR) tem prazo de cinco dias para recorrer da decisão de Fachin, que levará o recurso ao plenário do Supremo. Porém, são reduzidas as chances de que seja modificada a anulação. Fachin tem pelo menos 4 ministros que o apoiariam na anulação, formando quórum próximo da maioria do colegiado. 

A anulação não precisa ser ratificada pelo colegiado e produz efeitos até que, eventualmente, a decisão seja revista pelo plenário da Corte. O próprio ministro Fachin pode escolher levar a liminar ao plenário, para referendo, mas ainda não há sinalização nesse sentido.

O que acontece com os processos do Lula a partir de agora?

Tudo volta para a primeira instância, agora na Justiça Federal do DF, em Brasília, as provas, depoimentos e documentos poderão ser utilizados para percorrer o mesmo caminho novamente, desde a apresentação de denúncia.

Haverá tempo hábil para Lula ser novamente condenado antes das eleições de 2022?

Em tese, isso poderia ocorrer, mas é altamente improvável, considerando todos os procedimentos que precisam ser seguidos e os recursos que a defesa do ex-presidente poderá apresentar. 

Além disso, devido ao fato de ter mais de 70 anos, alguns crimes dos quais Lula é suspeito podem estar prescritos, quando se passa um determinado tempo do ilícito e o estado perde a chance de punir.

Para se ter ideia, em Curitiba, Lula foi denunciado no caso do triplex em setembro de 2016, e denúncia foi aceita pelo ex-juiz Sérgio Moro no mesmo mês. Em julho de 2017, Lula foi condenado em primeira instância e a condenação foi definitivamente confirmada em janeiro de 2018. 

O que acontece agora com o pedido de suspeição do ex-juiz Sérgio Moro?

A defesa de Lula pediu a anulação dos processos com base na suspeição de Moro, como o pedido já foi concedido, mesmo que por outro motivo, alguns ministros defendem que não há mais necessidade de decidir sobre isso. O ministro Gilmar Mendes deve defender a continuidade do julgamento para saber se Moro foi parcial. Mendes atualmente está com vista do processo contra Moro e tem se manifestando de forma crítica aos métodos do ex-ministro da Justiça. 

O eventual reconhecimento da suspeição de Moro não afeta mais a situação de Lula, mas pode dar ensejo à anulação de outros casos da Lava Jato decididos pelo ex-juiz. 

O que levou o ministro Fachin a anular os processos de Lula?

A decisão é uma estratégia para tentar preservar os demais casos da Lava Jato, evitando que fosse decretada a suspeição do ex-juiz Sergio Moro e todos os processos em que ele decidiu pudessem ser perdidos. 

Além disso, Fachin busca retomar a relatoria dos casos da Lava Jato que foi virtualmente dividida com o ministro Ricardo Lewandowski após o pedido da defesa, que resultou no acesso do ex-presidente às mensagens roubadas dos celulares dos procuradores. Fachin vinha procurando há semanas uma forma de retomar o controle sobre os processos.

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