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PEC da Transição vai à Câmara em meio a julgamento do orçamento secreto no STF | Resumo Diário de Política 08/12/2022

Leitura crítica das principais notícias do dia sobre política, com resultados de apurações em Brasília e pesquisas do time de Análise Política

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A PEC da Transição foi aprovada em dois turnos no plenário do Senado Federal, sem alterações em relação ao texto acordado na CCJ da Casa, um dia antes, e agora segue para ser apreciada pela Câmara dos Deputados, onde o governo eleito tenta ver a proposta aprovada até o dia 16 de dezembro (https://bit.ly/3VI63tQ). Com o avanço da PEC, o noticiário destaca o julgamento da constitucionalidade do orçamento secreto pelo Supremo Tribunal Federal.

O STF adiou a decisão e voltará a analisar o caso apenas na próxima quarta-feira (14), o que embola a votação da PEC na Câmara. Deputados dizem querer esperar pela Corte antes de decidir se votam ou não em favor da proposta, discurso que soa como como pressão entre petistas para que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anuncie logo quem terá espaço na Esplanada em 2023 (https://bit.ly/3UIuB4m). Alguns parlamentares também ameaçam “acabar com a PEC” caso Lula articule em favor da inconstitucionalidade do mecanismo, enquanto Arthur Lira, presidente da Casa, tem à disposição instrumentos como a abertura de uma CPI do Judiciário e votações sobre auxílios e subsídios a juízes para conter a indisposição do Supremo com a “excrescência” (https://bit.ly/3Y17kxL).

O julgamento uniu Câmara, Senado, governo Jair Bolsonaro e a Procuradoria-Geral da República em defesa do orçamento secreto (https://bit.ly/3iMBxQU), mas o Supremo resiste às duas propostas apresentadas até agora pelo Legislativo para resolver a falta de transparência das indicações e de critérios técnicos para a distribuição dos recursos, sob a avaliação de que as soluções acenadas pelo Congresso não atacam o que consideram ser o principal problema: a falta de critérios objetivos para enviar dinheiro público a prefeituras (https://bit.ly/3iMD7Cn).

Do outro lado, o PT também cobra de Lula mais cargos no primeiro escalão do novo governo. A imprensa reporta, no entanto, que há disputas internas no partido por alguns ministérios, como o da Saúde, o que deve ser discutido nesta quinta durante reunião do Diretório Nacional, quando a sigla deve bater o martelo sobre os nomes que serão apresentados (https://bit.ly/3Y83Ucw).

Deixando temas ligados ao governo eleito de lado, o noticiário traz encontro entre Eduardo Leite, futuro presidente do PSDB, e Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo, para tratar da aliança nacional da sigla com o MDB. Segundo articuladores do encontro, o objetivo é viabilizar candidatos de terceira via das legendas nas próximas eleições (https://bit.ly/3Pi9Rzt).

Por fim, as manchetes ainda dão espaço para o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas, alvo de críticas do bolsonarismo, que já reclamava de baixa representatividade na transição, por ter sido fotografado sorrindo ao lado do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, e dizer que nunca foi um bolsonarista raiz (https://bit.ly/3P9nTDk).

Nas redes

O período é marcado por debate sobre a PEC, denúncias envolvendo cortes no MEC e tentativa de golpe no Peru. O primeiro segue restrito à polarização política, sem engajar atores para além destes campos, enquanto o segundo dá sinais de dialogar também com atores não-polarizados, mas o bolsonarismo se esquiva do debate.

Por fim, a tentativa de golpe no Peru produz uma nova ofensiva da extrema direita latino-americana, que avança em uma narrativa que busca criminalizar a atuação da esquerda no continente. Para isso, explora também o julgamento de Cristina Kirchner na Argentina, o que também acontece em países como Argentina, Colômbia, Chile e México. No Brasil, tentativas de ligar o episódio ao futuro presidente Lula são registradas, mas esbarram na ausência de comando, neste momento, do cluster bolsonarista.

Hoje é o 1438º dia do governo Jair Bolsonaro.

Faltam 23 dias para a posse de Lula.

Hoje é o 992º dia da pandemia de Covid-19.

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