Tópicos do dia
Brasil

- Política Brasil: Potencial PEC para reforma tributária, Paulo Guedes na CCJ
- Produção industrial cresce 2% em fevereiro, mas cautela ainda é necessária
Internacional

- Disputa comercial China & EUA: Acordo comercial está 90% pronto, de acordo com o FT
- Minério de ferro: Restrição na oferta continua impulsionando preços
- Brexit: May deve pedir nova extensão de prazo à EU
Empresas

- Petrobras (PETR4 – 1 de 2): Governo e empresa chegam a um acordo sobre Cessão Onerosa
- Petrobras (PETR4 – 2 de 2): TAG recebe três ofertas finais
- Stone (STNE): Preço do follow-on anunciado
Resumo
Sinais de estabilização nos mercados globais
Mercados globais operam em tom positivo nesta manhã, seguindo sinais de aceleração de atividade na China e avanço nas negociações comerciais entre os EUA e a China.
Após a divulgação de dados de atividade industrial (PMI) na China melhores que o esperado no último final de semana, dados de atividade do setor serviços também mostraram melhora sequencial com maior aumento desde janeiro 2018. O número de 54,4 em março subiu de 51,1 em fevereiro e ficou acima da estimativa de 52,3.
Conforme temos destacado, com uma série de medidas de estímulo em curso, esperamos que a atividade chinesa continue a ganhar força nos próximos meses, dando suporte a mercados emergentes.
Na Zona do Euro, o PMI de serviços também subiu, de 52,8 em fevereiro para 53,3 em março, contra preliminar de 52,7.
Em relação às negociações comerciais, o Financial Times destaca que os negociadores teriam resolvido a maioria dos empasses, e se encontram em fase final de negociação. Entretanto, essa é a parte mais complexa.
O principal embate é que a China ainda quer que os Estados Unidos removam as tarifas existentes sobre produtos chineses, enquanto os americanos querem que os chineses aceitem um mecanismo que garanta a aplicação do acordo.
Se as negociações em Washington forem bem sucedidas nesta semana, Trump e Xi Jinping poderiam assinar um acordo final ainda neste mês, o que seria bem recebido e daria suporte ao apetite a risco, mas um atraso nas negociações ainda é possível.
No Brasil, parlamentares e governo negociam o envio de uma nova PEC em maio contendo reforma tributária. Apesar da necessidade da reforma, a preocupação é que seja uma distração para a reforma da previdência. Paulo Guedes comparecerá às 14hs de hoje à CCJ para debater a reforma da previdência.
Vale destacar também anúncio do governo ontem de que lançará pacote para acelerar a economia. Apesar de positivas, as medidas focadas em produtividade não parecem que teriam impacto relevante no curto prazo.
Do lado das empresas, os jornais apontam que a União e a Petrobras chegaram a um entendimento sobre a revisão do contrato da Cessão Onerosa, e deve apresentar os termos acordados para o Tribunal de Contas da União essa semana, incluindo um ressarcimento de US$10 bilhões para a estatal.
Por último, em relação à Vale, a redução da oferta de minério de ferro após tragédia de Brumadinho, somado às perdas da Rio Tinto (14mt) e da BHP (6-8mt) frente aos ciclones na Austrália, continua impulsionando o preço do minério de ferro, que subiu +1,4% ontem, atingindo US$89,9/t na China. Os futuros seguiram o movimento, subindo +3,9% e atingindo o limite de alta em Dalian, com o contrato para maio em US$101,4/t.

Conteúdo na íntegra
Brasil
Política Brasil: Potencial PEC para reforma tributária, Paulo Guedes na CCJ
- Parlamentares e governo negociam o envio de uma nova PEC em maio que conterá uma reforma tributária. Apesar do consenso que o arcabouço tributário precisa ser melhorado, se essa nova reforma tramitar paralelamente à da Previdência, há o risco que a soma das resistências possa atrasar ou inviabilizar ambas. Ainda não há detalhes do texto;
- Paulo Guedes comparecerá à CCJ da Câmara hoje às 14 horas para debater a reforma da Previdência;
- O Governo lança um pacote para acelerar a economia. As medidas são positivas e tem como objetivo aprimorar programas existentes e aumentar a produtividade, embora não devam produzir efeitos no curto prazo.
Produção industrial cresce 2% em fevereiro, mas cautela ainda é necessária
- De acordo com o IBGE, a produção industrial brasileira registrou em fevereiro crescimento de 2% em relação ao mesmo mês do ano passado, mas apontou queda de 0,2% no acumulado nos dois primeiros meses de 2019;
- Apesar do resultado positivo em fevereiro, é necessário ter cautela pois os números ficaram abaixo das expectativas de mercado (2,4%), sendo o segmento extrativo o principal responsável pela surpresa negativa;
- A perspectiva ainda é de avanço da produção industrial em 2019, mas de forma lenta, como consequência da continuação das incertezas no cenário internacional e do ritmo fraco da economia brasileira.
Internacional
Disputa comercial China & EUA: Acordo comercial está 90% pronto, de acordo com o FT
- As negociações entre a China e os EUA estão entrando no estágio final, de acordo com o que Myron Brilliant disse ao Financial Times. Myron é o vice-presidente executivo de assuntos internacionais da Câmara de Comércio dos EUA e, segundo ele, 90% do acordo já está pronto. No entanto, os últimos 10% são a parte mais difícil e exigirão trocas entre os dois lados;
- De acordo com a reportagem do Financial Times, a China ainda quer que os Estados Unidos removam as tarifas existentes sobre produtos chineses, enquanto os americanos querem que os chineses aceitem um mecanismo que garanta a aplicação do acordo, seja qual for;
- A última rodada de discussões segue as conversas da semana passada que aconteceram em Pequim, onde Liu se reuniu com o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, e com o representante de Comércio Robert Lighthizer. Questões pendentes incluem proteção à propriedade intelectual e como fazer cumprir qualquer acordo comercial mais amplo.
Minério de ferro: Restrição na oferta continua impulsionando preços
- A redução da oferta por parte do Brasil pós tragédia de Brumadinho, somado às perdas da Rio Tinto (14mt) e da BHP (6-8mt) frente aos ciclones na Austrália, impulsionou o preço do minério de ferro ontem, que atingiu US$89,9/t, maior nível desde 11 de fevereiro, primeiro dia após o feriado prolongado do Ano Novo Lunar, na China, quando o preço chegou a US$91,49/t;
- Ontem o minério avançou +1,4%, acumulando valorização de +23,6% em 2019 e +5,3% em abril. Os futuros seguiram o movimento, subindo +3,9% e atingindo o limite de alta em Dalian, com o contrato para maio em US$101,4/t;
- A incerteza em relação à oferta vinda do Brasil após Brumadinho, em conjunto com o impacto diante dos ciclones na Austrália, devem manter o preço de minério de ferro sustentado no longo prazo, o que deve dar sustentação às ações da Vale. Reiteramos recomendação de Compra, preço alvo de R$68/ação (US$18/ADR).
Brexit: May deve pedir nova extensão de prazo à EU
- A primeira-ministra britânica, Theresa May, pedirá à UE uma nova extensão no prazo do Brexit, que atualmente se encerra 12 de abril. Em comunicado, May disse que o novo prazo deve ser antes de 22 de maio, uma vez que o Reino Unido não pretende participar das eleições parlamentares da União Europeia;
- Segundo a BBC, ela também afirmou que gostaria de se reunir com Jeremy Corbin, líder do Partido Trabalhista, para ver se há um caminho comum para quebrar o impasse do Brexit;
- Sua intenção de discutir o assunto com a oposição não foi bem recebida pelos defensores do Brexit do Partido Conservador. O desfecho da questão permanece incerto e todos os olhos estão agora na extensão do prazo.
Empresas
Petrobras (PETR4 – 1 de 2): Governo e empresa chegam a um acordo sobre Cessão Onerosa
- Segundo o Valor Econômico, a União e a Petrobras chegaram a um entendimento sobre a revisão do contrato da Cessão Onerosa, e deve apresentar os termos acordados para o Tribunal de Contas da União essa semana. Segundo o jornal, o governo deverá ressarcir a empresa em cerca de US$10 bilhões, uma redução frente aos US$14 bilhões mencionados anteriormente;
- O acompanhamento da questão deverá ser feito pelo ministro Raimundo Carreiro, que em um primeiro processo avaliará a revisão do contrato e em um segundo processo o andamento do leilão dos barris excedentes das áreas da Cessão Onerosa;
- Embora o anúncio de um reembolso seja positivo, o CEO da Petrobras já afirmou que a empresa não levará em consideração esse valor em seu plano de redução do endividamento, e deverá usar os recursos obtidos na renegociação para participar do leilão dos barris excedentes e aumentar suas reservas de petróleo. Como já escrevemos diversas vezes, o recebimento de qualquer valor apenas contribui para melhorar o risco-retorno das ações, e por isso reiteramos a recomendação de Compra.
Petrobras (PETR4 – 2 de 2): TAG recebe três ofertas finais
- Segundo notícias, três grupos apresentaram ontem novas propostas à Petrobras para adquirir a Transportadora Associada de Gás (TAG, subsidiária que reúne redes de gasodutos na região Nordeste). Além da Engie, o fundo Mubadala e um consórcio liderado pela Itaúsa retornaram para a disputa. O resultado final deve sair entre quinta e sexta feira;
- Por ter apresentado a melhor proposta na primeira etapa, a francesa Engie pôde negociar termos do contrato com a Petrobras. Na segunda fase, a estatal tem que abrir o processo para outros interessados que fizeram propostas menores, de forma a obedecer as regras definidas pelo TCU;
- Vemos uma competição na fase final de venda da TAG como positiva para a Petrobras, potencialmente implicando ganhos adicionais sobre nossa estimativa de R$1,51/ação com base nos termos veiculados até o momento (US$8 bilhões) para a maior transação realizada pela empresa.
Stone (STNE): Preço do follow-on anunciado
- A Stone (não coberta pela XP) anunciou nesta manhã o preço da sua oferta de follow-on, que veio a público na segunda-feira. Um total de 19,5 milhões de ações ordinárias classe A será vendido por US$40,50 (US$789,8 milhões);
- A oferta deverá ser encerrada em 5 de abril e os subscritores receberam uma opção de 30 dias para comprar até 2,9 milhões de ações adicionais pelo preço da oferta pública menos o desconto de subscrição. A oferta é secundária e, assim, Stone não receberá nenhum recurso em seu caixa;
- A empresa anunciou fortes resultados preliminares do 1T19 juntamente com o anúncio da oferta. Clientes ativos, volume transacionado e receita total cresceram ~ 90%, ~ 60% e ~ 85% no ano, respectivamente. O sucesso da Stone, especialmente no mercado de pequenas e médias empresas através de um ótimo atendimento e proximidade com os clientes, é um dos principais fatores de nossa postura cautelosa com a Cielo (Neutral, R$ 12,00 Preço-Alvo), que vem perdendo mercado e sendo forçada a baixar os preços no segmento, entre outras conseqüências, como maiores gastos com marketing e pessoal.
Rumo (RAIL3): Parecer do TCU dá aval à renovação antecipada da Malha Paulista
- De acordo com o Valor, o Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu sua análise técnica sobre a renovação antecipada do contrato da Malha Paulista e não colocou nenhum grande obstáculo à assinatura de um termo aditivo;
- Com isso, pode destravar investimentos de ~R$ 7 bilhões em troca de 30 anos adicionais de concessão. O contrato atual da Malha Paulista, que cruza todo o interior de São Paulo e chega ao Porto de Santos, expira em 2028, e está no processo de renovação antecipada há mais de anos;
- O processo agora foi encaminhado para manifestação do procurador Júlio Marcelo de Oliveira, do Ministério Público junto ao TCU, e precisará ser apreciado pelos ministros do tribunal em plenário.

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