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O que pode impactar o mercado hoje
Mercados europeus e asiáticos operam em alta nesta manhã, assim como os futuros dos EUA, refletindo declaração do presidente americano Donald Trump de que um acordo comercial entre EUA e China estaria mais próximo do que se espera.
Trump destacou que é de interesse dos chineses assinar um acordo para reduzir os impactos da guerra comercial em sua economia, e que a China já retomou importações de produtos agropecuários, como carne de vaca e porco. Notícias apontam que a China vem mantendo contato próximo com autoridades americanas antes da reunião dos dois países em Washington, prevista para outubro.
Também foi ponto de destaque a assinatura de um acordo comercial limitado entre Japão e EUA, permitindo a abertura do mercado japonês a produtos agropecuários americanos, enquanto tarifas dos EUA sobre produtos japoneses como turbinas e ferramentas serão reduzidas.
Do lado das commodities, as incertezas no cenário internacional e a alta dos estoques de petróleo nos EUA reportado ontem, com aumento de 2,4 milhões de barris, pressionaram os preços na quarta-feira, que fecharam em queda de -1,1%. Nessa manhã, o petróleo tipo Brent recupera parte das perdas, operando em leve alta de +0,2% em US$62,5/barril.
Indo para a agenda brasileira, o ministro da economia, Paulo Guedes, se reuniu com os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, para alinhar os detalhes da pauta econômica que dependerão do consenso político das duas casas e tentar garantir que projetos prioritários ao governo sejam também priorizados por ambos.
De acordo com notícias, ficou acordado que a equipe econômica apoiará a PEC do deputado Pedro Paulo para acelerar e ampliar os gatilhos de ajuste nas despesas obrigatórias, que a Câmara resgatará o Plano Mansueto e que o governo enviará a proposta de reforma tributária na semana que vem em conjunto com as propostas da Câmara e do Senado.
Além disso, o Ministério da Economia e a cúpula do Congresso também chegaram a um acordo na noite de ontem para viabilizar o leilão dos barris excedentes de petróleo da Cessão Onerosa em novembro mesmo se parlamentares alterarem as regras de divisão dos recursos arrecadados de acordo com o projeto de lei em tramitação. Ontem, o Presidente do Senado anunciou a convocação de sessão destinada a promulgação de apenas parte do texto em que há consenso entre parlamentares, referente à parcela de reequilíbrio do contrato original da Cessão Onerosa assinado em 2010.
Tópicos do dia
Brasil
- Política Brasil: Reta final da negociação para aprovação da Reforma da Previdência
- Guedes, Maia e Alcolumbre se reúnem para alinhar pauta econômica
- Cessão Onerosa: Acordo do Governo garante que o leilão ocorra em novembro mesmo se o Parlamento mudar as regras de partilha do pré-sal
- Banco Central: Concessões de crédito seguem em alta em agosto
Internacional
- Petróleo: Aumento nos estoques de petróleo dos EUA
Empresas
- Via Varejo (VVAR3): Klein comenta sobre venda do Extra.com e iniciativas da companhia
- Frigoríficos: China concorda em comprar “grandes volumes” de carne de porco dos EUA
- Magazine Luiza (MGLU3): Empresa vai subsidiar custo do frete para os vendedores do marketplace
Fundos de Investimento
- Trend Estatais: Empresas surpreendem com lucros no primeiro semestre
COE
- Resultados do 1º trimestre fiscal impulsionam as ações da Nike
Veja todos os detalhes
Brasil
Política Brasil: Reta final da negociação para aprovação da Reforma da Previdência
- O porta-voz do Planalto comunicou ontem que o presidente Jair Bolsonaro mantém a ideia de seguir com Fernando Bezerra Coelho como líder do governo, mesmo após a operação de que foi alvo. A decisão ajuda a reta final da negociação para a aprovação da reforma da Previdência em plenário, em meio a ruídos sobre possibilidade de desidratação do texto.
Guedes, Maia e Alcolumbre se reúnem para alinhar pauta econômica
- O ministro da economia, Paulo Guedes, se reuniu com os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, para alinhar os detalhes da pauta econômica que dependerão do consenso político das duas casas e tentar garantir que projetos prioritários ao governo sejam também priorizados nas duas casas;
- De acordo com o jornal Estadão, ficou acordado que a equipe econômica apoiará a PEC do deputado Pedro Paulo para acelerar e ampliar os gatilhos de ajuste nas despesas obrigatórias, que a Câmara resgatará o Plano Mansueto e que o governo enviará a proposta de reforma tributária na semana que vem em conjunto com as propostas da Câmara e do Senado;
- Na nossa visão, a reunião é positiva e necessária para que a agenda econômica progrida mais rapidamente. Entendemos que é importante que a janela reformista do primeiro ano de governo não seja desperdiçada.
Cessão Onerosa: Acordo do Governo garante que o leilão ocorra em novembro mesmo se o Parlamento mudar as regras de partilha do pré-sal
- O Governo e o Congresso chegaram ontem a um acordo para viabilizar a promulgação do trecho da PEC da cessão onerosa necessário para a realização do leilão do pré-sal no início de novembro. Pelo acordo, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, promulgará hoje às 11h a parte da proposta que já foi aprovada tanto pela Câmara quanto pelo Senado. A discussão sobre a divisão dos recursos arrecadados entre Estados e municípios, que não impede a concretização do leilão, será retomada pela Câmara;
- A preocupação da equipe econômica é principalmente referente a um possível atraso do leilão devido a tramitação do texto da PEC do pré-sal na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara. A PEC foi votada pela Câmara e aprovada posteriormente pelo Senado. Mas, como o texto foi modificado, está novamente em análise na CCJ da Câmara. Com o acordo fica garantido que o leilão ocorra em novembro mesmo se o Parlamento mudar as regras de partilha do pré-sal.
Banco Central: Concessões de crédito seguem em alta em agosto
- O Banco Central divulgou ontem os dados de crédito para agosto, com crescimento de 1,1% M/M totalizando R$3,3 trilhões, impulsionado principalmente pela expansão de 1,1% M/M das operações com recursos livres para pessoas físicas. Do lado das pessoas jurídicas, o crédito com recursos livres expandiu 1,0% em agosto;
- A expansão da concessão de crédito para pessoas jurídicas no período cresceu 0,5% e 0,2% com famílias em relação a julho. A inadimplência apresentou leve alta de 3,03% para 3,09%, impactada por um aumento de 4bps em pessoas físicas e 9bps em pessoas jurídicas, e a taxa média de juros ficou estável em 25,1%. O saldo de crédito livre para pessoas físicas expandiu 1,4% no mês e para pessoas jurídicas expandiu 1,7%;
- Esperamos que as concessões de crédito sigam crescendo em 2019, sustentadas principalmente pelas concessões a pessoas físicas, e que ganhem um pouco mais de força a partir do 2T20 em virtude dos efeitos do saque aniversário do FGTS.
Internacional
Petróleo: Aumento nos estoques de petróleo dos EUA
- Ontem, os preços do petróleo caíram (-1,1%), com um aumento inesperado nos estoques de petróleo dos EUA e um retorno dos suprimentos sauditas após ataques;
- A Agência de Informação de Energia dos EUA (EIA) relatou um aumento de 2,4 milhões de barris nos estoques de petróleo dos EUA, ao contrário das expectativas do mercado, o que explica parte da queda;
- Nesta manhã de quinta-feira, os preços ainda operam em leve alta de +0,2% em US$62,5/barril.
Empresas
Via Varejo (VVAR3): Klein comenta sobre venda do Extra.com e iniciativas da companhia
- Segundo notícias locais, a Via Varejo está avaliando a venda da marca Extra.com para o Grupo Pão de Açúcar. Uma consultoria foi contratada para avaliar o valor desse ativo;
- Além disso, em entrevista com jornalistas, o empresário Michael Klein comentou sobre outras iniciativas da companhia, das quais destacamos: (1) expectativa de que grande parte dos ajustes feitos pela nova diretoria estejam concluídos até o primeiro trimestre de 2020; (2) revisão do parque atual de lojas, um processo que deve durar mais de um ano, para melhorar a rentabilidade das unidades problemáticas, como as 36 das 1,066 lojas que já foram identificadas com prejuízo na operação; e (3) lançamento do BanQi (banco digital da empresa) em grande parte das lojas físicas até o Black Friday, que ocorre em novembro;
- Na nossa visão, acreditamos que a venda da marca Extra.com ao GPA faz sentido uma vez que a companhia é a dona da operação das lojas físicas da marca Extra. Além disso, vemos as iniciativas mencionadas acima em linha com o processo de reestruturação que a empresa está passando desde que a nova diretoria assumiu o comando. A recuperação do crescimento na operação das lojas físicas é um dos principais motivos por trás da nossa recomendação de Compra para Via Varejo, com preço-alvo de R$8,30/ação.
Frigoríficos: China concorda em comprar “grandes volumes” de carne de porco dos EUA; Primeira etapa de acordo comercial entre EUA e Japão
- O Ministério de Comércio da China disse ontem que empresas locais concordaram em comprar “grandes volumes” de carne de porco dos Estados Unidos, antes de autoridades de alto escalão dos dois países retomarem negociações comerciais em Washington no próximo mês;
- O anúncio se deu após a China ter informado que pretendia isentar importações desses e outros produtos agrícolas americanos de tarifas retaliatórias e de o país sofrer de escassez de carne de porco por causa de um surto de peste suína, que já dura um ano;
- Além disso, o Japão e os EUA assinaram ontem um acordo comercial limitado, permitindo a abertura do mercado japonês a produtos agropecuários americanos. Pelo acordo, o Japão reduzirá as tarifas sobre US$ 7 bilhões em produtos agrícolas americanos. Em contrapartida, Washington concordou em reduzir suas tarifas sobre US$ 40 bilhões em produtos agrícolas japoneses e reduzir as cotas de carne importada para permitir que o Japão competisse no mercado americano;
- Quanto à compra de carne de porco dos EUA pela China, vemos a decisão, se confirmada, como positiva para os frigoríficos brasileiros que possuem operação de carne suína nos EUA. Além disso, vemos com bons olhos a abertura ao mercado japonês. Reiteramos nossa visão positiva para o setor.
Magazine Luiza (MGLU3): Empresa vai subsidiar custo do frete para os vendedores do marketplace
- Segundo notícias locais, a Magazine Luiza anunciou que de outubro a dezembro vai subsidiar 100% do custo de frete dos vendedores do marketplace para compras acima de R$99 feitas através de seu aplicativo. A iniciativa está restrita aos vendedores que usam o Magalu Entregas e que se comprometam a despachar o produto até um dia útil após a compra, sendo que o subsídio está limitado a R$80 por compra. Além disso, a taxa média de desconto de recebíveis para os vendedores do marketplace foi reduzida de 1,42% para 0,99%;
- Vemos as iniciativas em linha com a estratégia da Magazine Luiza de investir parte do ganho de margem dos últimos anos para melhorar a experiência de compra do consumidor e aumentar a fidelização dos clientes. Apesar da nossa visão construtiva para a empresa, não vemos um potencial de alta significativo das ações nos patamares atuais e por isso temos uma recomendação de Neutro para a Magazine Luiza com preço-alvo de R$39/ação.
Fundos de Investimento
Trend Estatais: Empresas surpreendem com lucros no primeiro semestre
- Encerrado o período de divulgação de resultados do 1° semestre de 2019, as empresas estatais surpreenderam – entre as cinco maiores empresas públicas do país, o lucro acumulado total foi de R$ 60,7 bilhões;
- Apesar de nem todas essas empresas apresentarem capital aberto – caso de BNDES e Caixa, que não são listadas em Bolsa – ao observar os resultados históricos das ações estatais negociadas, observa-se uma recuperação bem expressiva dos lucros das empresas depois das mínimas atingidas em 2015, com os lucros praticamente triplicando de valor;
- Neste sentido, o Trend Estatais tende a se beneficiar desse movimento de melhora operacional das empresas estatais e da retomada do lucro das companhias. Clique aqui para ver o conteúdo completo.
COE
Resultados do 1º trimestre fiscal impulsionam as ações da Nike
- Listadas na Bolsa de Valores de Nova York, as ações da Nike fecharam o pregão de ontem em alta de 4,16%, em US$90,81, frente à divulgação dos resultados do primeiro trimestre do ano fiscal de 2020 acima do esperado pelos analistas;
- O principal destaque positivo foi o crescimento da receita, principalmente impulsionado pela China. Apesar das tensões comerciais, a receita advinda do país asiático teve alta de 22% no ano contra ano, atingindo US$1,68bi. As receitas apresentaram 7% de crescimento no trimestre, atingindo US$10,6bi, número acima das expectativas de mercado. O lucro do trimestre também surpreendeu maior parte do mercado ao apresentar uma alta de 25% no ano contra ano, implicando em um lucro por ação de US$ 0,86, superando os US$ 0,70 esperados pelo consenso;
- Indo além, em teleconferência de resultados, a revisão para cima das projeções deu ânimo adicional aos investidores. Segundo o diretor financeiro da Nike, Andrew Campion, a expectativa para todo o ano de 2019 é de crescimento da receita na faixa de um dígito alto e da margem bruta de 0,5-0,75% no ano, ante uma estimativa anterior de alta de 0,5%. Frente às novas projeções mais otimistas da empresa, diversas casas de análise revisaram para cima suas estimativas, o que deu impulso adicional às ações da Nike.
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