IBOVESPA -0,10% | 95.526 Pontos
CÂMBIO 0,32% | 5,61/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa encerrou o pregão de ontem em leve queda de 0,10%, fechando em 95.526 pontos, em um dia marcado por bastante instabilidade diante das incertezas sobre o cenário fiscal. Do lado negativo, as maiores quedas do índice no dia foram as de CIEL3 (-5,13%), CVCB3 (-5,12%) e EMBR3 (-3,93%), enquanto as maiores altas foram as de GOAU4 (+3,40%), VALE3 (+3,04%) e PRIO3 (+2,77%). Por outro lado, o dólar avançou 0,32%, cotado aos R$ 5,61. As taxas futuras de juros encerraram o dia de ontem praticamente estáveis, após certa volatilidade ao longo da sessão. A agenda fiscal e o programa Renda Cidadã continuam sendo o principal motor dos movimentos. DI jan/21 fechou em 2,0%; DI jan/23 encerrou em 4,76%; DI jan/25 ficou em 6,67%; e DI jan/27 fechou em 7,6%.
Nessa quinta-feira, os mercados globais operam sem direção definida, com futuros do S&P em alta (+0,44%) e bolsas asiáticas fechando sem rumo, enquanto a bolsa achinesa segue fechada devido ao feriado nacional estendido.
Ainda no cenário político internacional, os candidatos a vice-presidente dos Estados Unidos Mike Pence e Kamala Harris se enfrentaram na noite desta quarta-feira (7), em um debate marcado por tom mais moderado que o debate presidencial. Os principais temas abordados foram a pandemia, a economia, o racismo e a China. Numa discussão relativamente equilibrada, Harris fez duras críticas à administração da pandemia pelo governo Trump e política econômicas que “favorecem apenas os ricos”, enquanto Pence resistiu ataques com críticas ao histórico de Joe Biden. Não foram discutidos novos temas ou apresentadas novas narrativas. A vista disso, não esperamos que o evento altere o cenário eleitoral.
Vale destacar que tanto a democrata quanto o republicano evitaram abordar tópicos de relevância para o eleitorado. Harris não respondeu se sua chapa tem planos de reformar a Suprema Corte americana. Já Pence não respondeu diretamente quando questionado se sua chapa respeitará os resultados da eleição e sobre seus planos para a Saúde. Portanto, esses temas devem aparecer nos próximos debates presidenciais.
No lado das discussões sobre estímulos à economia, a democrata Nancy Pelosi e o secretário do Tesouro retomaram conversas e avaliaram auxílio para companhias aéreas. No entanto, segundo a Bloomberg, Pelosi se opôs a nova rodada de cheques de USD 1.200, uma medida que considera ser insuficiente.
No Brasil, seguem as discussões sobre o financiamento do novo programa de transferência de renda — para evitar contaminação pelo ambiente das eleições municipais, o debate deve mesmo ficar para novembro. O tempo exíguo para a aprovação no final do ano aumenta a atenção sobre a possibilidade de uma solução emergencial, caso seja frustrada a tentativa de aprová-lo. Ontem, o ministro Paulo Guedes disse que não há possibilidade de extensão do estado de calamidade e do auxílio para além de dezembro.
No Congresso, segue o impasse sobre a instalação da comissão de Orçamento. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, deu mais uma semana para buscar um acordo entre os grupos de Rodrigo Maia e Arthur Lira. A instalação da comissão é o passo inicial para as discussões da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária.
No noticiário econômico, o ministro Paulo Guedes enfatizou que o pagamento só acontecerá até dezembro desse ano, após ter sido ventilada a possibilidade de o auxílio emergencial ser pago até junho de 2021. Em um evento do Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro elogiou a equipe de ministros, mas afirmou que a palavra final da Economia compete a ele e ao ministro Paulo Guedes. No noticiário econômico, os destaques foram a sinalização de que o corte de salários acima do teto do funcionalismo seria insuficiente para financiar uma ampliação significativa do Bolsa Família e o alerta de que a disputa pelo comando da Câmara dos Deputados a partir de 2021 pode atrasar o Orçamento e ameaçar os gastos do governo no ano que vem.
Na agenda econômica de hoje, os destaques são a divulgação das vendas no varejo brasileiro e a ata da última reunião de política monetária do Banco Central Europeu, além do discurso de dirigentes do Fed.
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Coronavírus
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Internacional

- Política internacional: Debate de vices nos EUA não deve alterar a disputa
- Parlamento Europeu rejeita simbolicamente acordo UE-Mercosul
- FMI recomenda investimento verde para estimular recuperação global
- Petróleo: Aumento no estoque dos EUA acima do esperado pelo mercado
Acesse aqui o relatório internacional
Empresas

- Copel (CPLE6): Lançamento de novo Programa de Demissão Incentivada (“PDI”)
Veja todos os detalhes
Internacional
Política internacional: Debate de vices nos EUA não deve alterar a disputa
- Em um debate marcado por tom mais moderado que o debate presidencial, os candidatos a vice-presidente dos Estados Unidos Mike Pence e Kamala Harris se enfrentaram na noite desta quarta-feira (7). Os principais temas abordados foram a pandemia, a economia, o racismo e a China. Numa discussão relativamente equilibrada, Harris fez duras críticas à administração da pandemia pelo governo Trump e política econômicas que “favorecem apenas os ricos”, enquanto Pence resistiu ataques com críticas ao histórico de Joe Biden. Não foram discutidos novos temas ou apresentadas novas narrativas. A vista disso, não esperamos que o evento altere o cenário eleitoral;
- Vale destacar que tanto a democrata quanto o republicano evitaram abordar tópicos de relevância para o eleitorado. Harris não respondeu se sua chapa tem planos de reformar a Suprema Corte americana. Já Pence não respondeu diretamente quando questionado se sua chapa respeitará os resultados da eleição e sobre seus planos para a Saúde. Portanto, esses temas devem aparecer nos próximos debates presidenciais;
- No lado das discussões sobre estímulos à economia, a democrata Nancy Pelosi e o secretário do Tesouro retomaram conversas e avaliaram auxílio para companhias aéreas. No entanto, segundo a Bloomberg, Pelosi se opôs a nova rodada de cheques de USD 1.200, uma medida que considera ser insuficiente.
Parlamento Europeu rejeita simbolicamente acordo UE-Mercosul
- De acordo com o Valor Econômico, o Parlamento Europeu rejeitou simbolicamente ontem o acordo de livre comércio União Europeia-Mercosul, em um cenário no qual vários parlamentares manifestam “profunda preocupação com a política ambiental de Jair Bolsonaro”;
- Numa atitude inédita, o plenário do Parlamento aprovou uma emenda em relatório sobre aplicação da política comercial europeia, enfatizando que o “acordo UE-Mercosul não pode ser ratificado na sua forma atual”. Essa emenda obteve 345 votos a favor, 295 contra e 56 abstenções;
- Vale ressaltar que o feito é altamente simbólico e não obrigatório, mas reflete o cenário difícil para a implementação do acordo birregional negociado ao longo de 20 anos. Na prática, a necessidade de garantias adicionais pelo governo brasileiro na área ambiental será essencial para que os europeus decidam se movimentar para ratificar ou não o acordo birregional. Vemos a evolução da agenda ambiental como imprescindível, ao mesmo tempo que a aprovação oficial do acordo EU-Mercosul poderia trazer benefícios consideráveis para as exportações do Brasil.
FMI recomenda investimento verde para estimular recuperação global
- O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou ontem o relatório Panorama Econômico Mundial (WEO, na sigla em inglês), declarando que políticas para mudar a forma como produzimos e usamos a energia são essenciais para evitar o pior cenário da mudança climática e ainda contribuiriam para a recuperação da economia global da recessão provocada pela pandemia de COVID-19;
- Uma estratégia para mitigar o aquecimento global poderia, nos primeiros 15 anos de recuperação, acrescentar, em média, 0,7% ao PIB global, ao passo que os investimentos verdes gerariam mais 12 milhões de empregos mundialmente, estima o FMI. Ao mesmo tempo, a instituição alertou que a transição para uma economia de baixa emissão de carbono também implica em custos. Entre 2037 e 2050, o FMI calcula que as políticas de mitigação possam reduzir, em média, o PIB global em 0,7% ao ano – o Fundo vê os custos como administráveis, mencionando que as projeções atuais indicam um crescimento de 120% do PIB global entre agora e 2050;
- Para o FMI ainda há tempo para impedir o aquecimento global e sugere que os países promovam investimentos em energia verde, reduzindo paralelamente as emissões de carbono, como estratégia para reverter os efeitos da devastação econômica da pandemia. A instituição sugere que os países comecem investindo em transportes públicos que não gerem emissões, em redes elétricas inteligentes e na reforma de edifícios para torná-los mais eficientes do ponto de vista energético. Esse investimento em infraestrutura verde estimulará o PIB global e o emprego, ao mesmo tempo que aumentará a produtividade nos setores de baixo carbono.
Petróleo: Aumento no estoque dos EUA acima do esperado pelo mercado
- Ontem a Agência de Informação de Energia dos EUA (EIA) divulgou, em seu relatório oficial de fornecimento, um aumento no estoque de +0,501 milhões de barris contra expectativa do mercado de +0,294 milhões de barris. O aumento do estoque é visto como negativo e pode ilustrar uma maior lentidão da recuperação de demanda pela commodity do que o esperado;
- Em contrapartida, petroleiras do Golfo do México estão evacuando algumas plataformas por conta do Furacão Delta que atinge a costa, o que pode acarretar uma redução de produção;
- Nessa manhã de sexta-feira, o petróleo tipo Brent opera em território positivo em alta de +1,52% em US$42,63/barril.
Empresas
Copel (CPLE6): Lançamento de novo Programa de Demissão Incentivada (“PDI”)
- Ontem a Copel anunciou, via comunicado ao mercado, o lançamento de um novo Programa de Demissão Incentivada (“PDI”). Segundo a companhia, atualmente 930 empregados se enquadram nos requisitos do novo programa, os quais representam uma potencial redução de R$ 168,7 milhões em custos anuais a partir de 2021;
- O Programa está aberto em duas fases. A primeira é destinada a todo empregado em função de área técnica ou operacional e a segunda para os empregados das demais áreas. Ambas as fases requerem que o empregado tenha benefício de aposentadoria concedido ou solicitação de benefício protocolado junto ao INSS ou estar com, no mínimo, 25 anos de Copel e 55 anos de idade. As indenizações, referentes aos desligamentos dos empregados que aderirem ao PDI, são estimadas em uma soma de R$ 74,8 milhões, segundo a própria companhia;
- Vemos a notícia como positiva para a Copel, dado que a iniciativa vai de encontro com o compromisso da empresa de reduzir seus custos e tornar-se mais eficiente. Mantemos recomendação de compra nas ações da Copel, com preço alvo de R$ 67/ação. Notamos que nossas estimativas e preço-alvo não incorporam a potencial redução de custos gerada pelo novo programa de demissão incentivada.

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