IBOVESPA -0,67% | 120.269 Pontos
CÂMBIO +0,19% | 6,19/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Ibovespa
O Ibovespa terminou a semana passada com uma queda de 1,5%, aos 120.269 pontos. Em uma semana mais curta e com menor liquidez devido ao feriado do Natal, o mercado continuou demonstrando pessimismo com o cenário fiscal do país. Além disso, os dados econômicos, como o IPCA-15 de dezembro e a Pnad de novembro, continuaram evidenciando um mercado de trabalho aquecido e uma inflação pressionada (veja aqui mais detalhes).
Como resultado, a curva de juros abriu de forma significativa, especialmente em seus vértices mais longos, o que pressionou papéis mais sensíveis aos juros como CVC, Magazine Luíza e Vivara (CVCB3, -15,2%; MGLU3, -10,8%; VIVA3, -9,5%), que foram os destaques negativos da semana. Já a Brava (BRAV3, +8,9%) ficou entre os principais destaques positivos após a companhia informar, via fato relevante, que recebeu autorização da ANP para retomar a produção no campo de Papa-Terra (veja aqui o comentário).
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Renda Fixa
No comparativo semanal, os juros futuros encerraram em forte alta ao longo da curva. O diferencial entre os contratos com vencimento em janeiro de 2034 e 2026 saiu de -97,50 pontos-base (bps) na sexta-feira passada para -43,50 bps nesta semana. A curva, portanto, apresentou ganho de inclinação. As taxas de juro real tiveram queda, com os rendimentos das NTN-Bs (títulos públicos atrelados à inflação) com vencimento em 2030 se consolidando em patamares próximos a 7,59% a.a. (ante 7,76 % a.a. na semana anterior). Com isso, o DI jan/26 encerrou em 15,44% (49bps no comparativo mensal); DI jan/27 em 15,86% (75bps); DI jan/29 em 15,63% (94,5bps); DI jan/31 em 15,37% (102bps); DI jan/34 em 15% (103bps); e o dólar terminou em R$ 6,20/US$.
Mercados globais
Nesta segunda-feira, os futuros nos Estados Unidos abrem em queda (S&P 500: -0,2%; Nasdaq 100: -0,2%) em semana de poucos catalisadores e liquidez reduzida devido à virada de ano, que se encaminha para fechar bastante positivo. Na Europa, as bolsas também operam em queda (Stoxx 600: -0,2%), enquanto na China, o índice continental fechou em alta (CSI 300: 0,5%) após sinalizações de possíveis cortes de juros, enquanto Hong Kong registrou queda (HSI: -0,2%.
Economia
No Brasil, o IPCA-15 de dezembro (prévia da inflação mensal) veio abaixo das expectativas, mas mostrou deterioração nas principais métricas acompanhadas pelo Banco Central para condução da política monetária. Projetamos elevação de 4,9% para o IPCA de 2024. Nossa previsão para 2025, atualmente em 5,2%, tem viés altista. Para mais informações sobre os resultados do IPCA-15 de dezembro, clique aqui.
Segundo a Pnad Contínua, a taxa de desemprego brasileira recuou para 6,1% no trimestre móvel até novembro, o menor patamar da série histórica iniciada em 2012. Os salários reais seguem em alta, sustentando a demanda doméstica. Ademais, o relatório do Caged apresentou desaceleração do emprego formal em novembro, embora as admissões e desligamentos continuem em níveis historicamente elevados.
Na agenda doméstica semanal, as atenções estarão voltadas à divulgação das estatísticas do setor público consolidado nesta manhã. Além disso, a balança comercial de dezembro será publicada na quinta-feira. No exterior, destaque para as leituras finais de PMIs dos Estados Unidos, Europa e China – PMIs são índices advindos de sondagens com gerentes de compras de empresas a respeito das condições econômicas e dos negócios.
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Economia
Mercado de trabalho apertado e inflação pressionada no Brasil
- Mercado de trabalho continua apertado. Segundo dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) divulgados na última sexta-feira, a taxa de desemprego brasileira recuou de 6,2% no trimestre encerrado em outubro para 6,1% no trimestre encerrado em novembro, o menor patamar da série de dados iniciada em 2012. Em termos mensais e com ajustes pela sazonalidade, entretanto, o indicador subiu ligeiramente de 6,4% para 6,5%. A população ocupada continua em trajetória de alta, embora a um ritmo mais moderado. Além disso, destaque para a contínua elevação dos salários reais. O rendimento médio do trabalho subiu quase 4,5% acima da inflação no acumulado dos últimos 12 meses. A forte expansão da renda sustenta o consumo das famílias no curto prazo e explica, em boa parte, revisões altistas para o crescimento do PIB de 2024. Ao mesmo tempo, isso representa um fator de pressão inflacionária – principalmente sobre os preços de serviços – e torna mais desafiadora a tarefa do Banco Central de levar o IPCA à meta de 3%;
- Os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) também indicam um mercado de trabalho aquecido, em que pese sinais de desaceleração gradual. A criação líquida de empregos com carteira assinada recuou de aproximadamente 115 mil em outubro para 70 mil em novembro, já descontados os efeitos da sazonalidade. As contratações e demissões totais declinaram no mês, mas seguem em patamares elevados. Os desligamentos voluntários, por exemplo, estão nas máximas históricas. Projetamos geração de 1,77 milhão de empregos formais este ano. Vemos desaceleração adiante – expectativa de criação de 950 mil ocupações no ano que vem –, em linha com o cenário de “pouso suave” da atividade doméstica. Acreditamos que o PIB crescerá 3,5% em 2024 e 2,0% em 2025;
- Inflação de dezembro abaixo do esperado, mas com composição desafiadora. O IPCA-15 de dezembro (prévia da inflação mensal) avançou 0,34% em relação a novembro, abaixo das expectativas. A principal surpresa baixista veio do item de “passagens aéreas” (alta de 4% no mês), muito aquém da sazonalidade de dezembro e do que as coletas de preços indicavam. Outros destaques foram a deflação de energia elétrica (-5,7%), após ativação da “bandeira verde” nas tarifas, e a elevação adicional nos preços de alimentos (1,6%), particularmente proteínas, óleo de soja e bebidas. Apesar da surpresa baixista no índice geral, as principais métricas acompanhadas pelo Banco Central (para condução da política monetária) mostraram deterioração. Os serviços subjacentes, que excluem passagens aéreas e itens de educação, aceleraram para 8% na métrica anualizada e com ajuste sazonal – destaque para o aumento nos preços de alimentação fora do domicílio (1,3%). Na mesma direção, a média dos núcleos de inflação ficou acima de 5%, distanciando-se ainda mais da meta de 3%. Projetamos aumento de 4,9% para o IPCA de 2024. Nossa previsão para 2025, atualmente em 5,2%, tem viés altista. Para mais informações sobre os resultados do IPCA-15 de dezembro, clique aqui;
- Na agenda doméstica semanal, as atenções estarão voltadas à divulgação das estatísticas do setor público consolidado referentes a novembro (hoje). Além disso, a balança comercial de dezembro será publicada na quinta-feira. No exterior, destaque para as leituras finais de PMIs dos Estados Unidos, Europa e China relativas a dezembro – PMIs são índices advindos de sondagens com gerentes de compras de empresas a respeito das condições econômicas e dos negócios.
Empresas
Bancos: Tendências Mistas | Inadimplência Permanece Estável, mas Concessões Diminuem; Dados mensais de crédito (Novembro/2024)
- Os dados de crédito do BCB para novembro, publicados hoje (27), apresentaram tendências mistas. Do lado positivo, o saldo de crédito manteve seu ritmo sólido, aumentando em aproximadamente 11% A/A e 1% M/M;
- As taxas de Inadimplência se estabilizaram em 3,2%, permanecendo resilientes em meio ao complexo cenário macroeconômico. As concessões de empréstimos sofreram um declínio notável, caindo 6% M/M. Essa redução pode ser parcialmente atribuída ao menor número de dias úteis no mês, o que naturalmente afeta o volume de novas emissões de empréstimos;
- No entanto, o crescimento ano a ano dos empréstimos diminuiu para 10%, ante 20% no mês anterior, destacando possíveis desafios e uma desaceleração no cenário dos empréstimos. As taxas de juros também aumentaram 55bps em relação ao mês anterior, afetando particularmente os empréstimos com recursos livres, o que poderia prejudicar ainda mais a atividade de empréstimos, já que taxas mais altas podem desencorajar novos pedidos de empréstimo e refinanciamento;
- De modo geral, mantemos nossa perspectiva positiva para os grandes bancos e reiteramos o Itaú (ITUB4) como nossa principal escolha.
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Principais notícias dos setores
Nestas publicações diárias, trazemos as principais notícias nacionais e internacionais dos setores: Financeiro, Varejo (e-commerce, supermercados, lojas de roupa, farmácias, etc.), Agro, Alimentos e Bebidas, Energia (óleo & gás e elétricas) e Saúde.
- Saúde: XP Daily | Sua dose diária de notícias
- Planos de saúde: ANS diz que vai manter consulta sobre mudança de regras (O Globo);
- Em contra-ataque a Sanchez, da EMS, Junior aumenta sua participação na Hypera (Valor Econômico);
- Planos de saúde vão encerrar 2024 com 865 mil novos beneficiários, projeta federação (Folha);
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- Radar Energia XP: Notícias diárias do setor de energia
- Saneamento privado cresce 466% e pode chegar a metade do Brasil em 2025 (Folha de S. Paulo);
- Pará publica edital para concessão de saneamento, com previsão de R$ 18,8 bi em investimentos (CNN Brasil);
- Recife terá audiência pública sobre a concessão parcial dos serviços de água e esgoto no dia 15 de janeiro (Movimento Econômico).
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Renda fixa
De Olho na Renda Fixa: principais notícias de crédito privado, mercados e renda fixa
- Bond listings in Macau hit record US$28 billion; similar trend seen for 2025 (SCMP);
- Setor de energia pode movimentar até R$ 120 bi em fusões e aquisições em 2025 (Valor Econômico);
- ANTT aprova acordo de até R$ 11,3 bilhões sobre ferrovias da Vale (Agência iNFRA);
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Alocação & Fundos
Principais notícias
- Fundos Imobiliários (FIIs): confira as principais notícias
- RBRX11: fundo imobiliário vende parte de imóvel e investe em projetos residenciais (Fiis);
- TRBL11: fundo imobiliário fatura R$ 4,16 milhões e atualiza situação com Correios (Fiis);
- BCFF11 e BTHF11 preparam último passo para concluir fusão: o leilão de frações (Fiis).
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ESG
2024 registra mais dias de calor extremo vs. 2023, diz World Weather Attribution | Café com ESG, 30/12
- O mercado terminou a semana passada em território negativo, com o Ibovespa e o ISE caindo 1,50% e 2,90%, respectivamente. Em linha, o pregão de sexta-feira fechou com o IBOV recuando 0,66% e o ISE 0,69%;
- No Brasil, (i) a Naturgy anunciou, na última sexta-feira (27), que investirá cerca de R$ 300 milhões em infraestrutura para projeto de corredores sustentáveis no Sudeste do país – a iniciativa, desenvolvida em parceria com a Secretaria de Estado de Energia e Economia do Mar do Rio de Janeiro, permitirá que ônibus e caminhões abasteçam com gás natural veicular (GNV) para trafegar entre os estados da região; e (ii) o governo brasileiro suspendeu nesta sexta-feira (27) a emissão de vistos de trabalho temporários para a montadora chinesa BYD – a decisão ocorreu dias depois de uma força-tarefa afirmar ter resgatado 163 trabalhadores chineses em condições análogas à escravidão nas obras da fábrica da empresa em Camaçari, na Bahia;
- No internacional, de acordo com um novo relatório da World Weather Attribution (WWA) e da Climate Central, 2024 registrou 41 dias a mais de calor extremo vs. 2023 – segundo o levantamento, as mudanças climáticas contribuíram para a morte de pelo menos 3,7 mil pessoas e o deslocamento de milhões em 26 eventos climáticos identificados globalmente ao longo do ano;
- Clique aqui para acessar o relatório e começar o dia bem informado com as principais notícias ao redor do Brasil e do mundo quando o tema é ESG.
ORVR3 avança em biometano; Brasil aprova lei de bioinsumos; Wells Fargo abandona aliança climática | Brunch com ESG
- Pensando em melhor auxiliar os investidores, o Brunch com ESG é um relatório publicado pelo time ESG do Research da XP que busca destacar os principais tópicos da agenda na semana;
- Na última semana, destacamos: (i) a JV entre a Orizon e a Gás Verde; (ii) a Lei de Bioinsumos no Brasil; e (iii) a saída do Wells Fargo da aliança climática bancária;
- Clique aqui para ler o conteúdo completo.
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