IBOVESPA +1,1% | 145.593 Pontos
CÂMBIO +0,1% | 5,30/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Ibovespa
O Ibovespa encerrou a quarta-feira em alta de 1,1%, aos 145.593 pontos, renovando máximas históricas e impulsionado pela decisão de juros nos EUA. O FOMC reduziu as taxas de juros em 25 bps, em linha com as expectativas do mercado, o que causou um fechamento da curva de juros local e favoreceu o desempenho de papéis cíclicos. Enquanto isso, os investidores aguardaram a decisão do Copom, divulgada após o fechamento do mercado. Por aqui, a taxa Selic foi mantida inalterada em 15,00%, também em linha com o esperado, mas o comunicado após a decisão trouxe um tom mais duro.
Entre os destaques positivos do dia estiveram as varejistas Raia Drogasil (RADL3, +6,1%), Magazine Luiza (MGLU3, +5,3%) e Assaí (ASAI3, +4,6%), beneficiadas pelo fechamento da curva de juros. Na ponta negativa, Marfrig (MRFG3, -2,2%) recuou em movimento técnico, enquanto os investidores seguem no aguardo da conclusão da fusão com a BRF (BRFS3, -0,6%), cujos papéis passarão a ser negociados sob o mesmo código a partir de 23 de setembro.
Nesta quinta-feira, a agenda econômica inclui decisões de política monetária no Japão e no Reino Unido.
Renda Fixa
As taxas futuras de juros encerraram a sessão de quarta-feira com fechamento ao longo da curva. No Brasil, o movimento ocorreu em meio à expectativa pela decisão do Copom, que manteve a Selic em 15% após o encerramento do mercado. Nos Estados Unidos, embora o Fed tenha reduzido os juros em 0,25 ponto percentual, o discurso de Powell — ao afirmar que a medida foi uma “gestão de risco” e que o caminho à frente é incerto — foi interpretado como mais duro que o comunicado. Com isso, as Treasuries reverteram a queda e passaram a subir no fim da tarde. Assim, os rendimentos das Treasuries de dois anos terminaram em 3,56% (6,03bps vs. pregão anterior), enquanto os de dez anos em 4,08% (5,01bps). Na curva local, o DI jan/26 encerrou em 14,89% (+0,5bps vs. pregão anterior); DI jan/27 em 13,94% (- 1,2bps); DI jan/29 em 13,05% (- 1,7bps); DI jan/31 em 13,23% (- 3,7bps).
Mercados globais
Nesta quinta-feira, os futuros nos EUA operam em alta (S&P 500: +0,9%; Nasdaq 100: +1,1%) após a decisão do Federal Reserve de cortar os juros em 25 bps. Em coletiva, Jerome Powell classificou a medida como um corte de “gestão de riscos”, sinalizando dois novos cortes ainda este ano, mas frustrando pequena parte do mercado que esperava uma trajetória ainda mais agressiva de flexibilização.
Na Europa, as bolsas sobem (Stoxx 600: +0,8%), com ganhos em todos os principais setores. Bancos avançam puxados por Santander, Deutsche Bank e Monte dei Paschi. Novo Nordisk também se destacou após divulgar resultados positivos de testes com a pílula de obesidade Wegovy. A decisão do Fed repercute no sentimento europeu, ao lado da expectativa pela reunião do Banco da Inglaterra, que deve manter os juros estáveis em 4%.
Na China, os mercados recuaram (HSI: -1,3%; CSI 300: -1,2%) após relatos de que Pequim teria proibido o uso de chips de inteligência artificial da Nvidia. Em contraste, o setor de semicondutores asiáticos avançou. No Japão, o Nikkei 225 subiu 1,2%, renovando recorde em 45.303 pontos, impulsionado por SoftBank e empresas de tecnologia.
IFIX
O Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) encerrou o pregão de quarta-feira com avanço 0,18%, assim atingindo uma nova máxima aos 3.563,31 pontos. Com isso, o índice acumula alta de 2,50% no mês de setembro e de 14,34% no ano. O movimento foi impulsionado pela queda dos juros nos EUA.
No desempenho setorial, tanto os fundos de tijolo quanto os de papel registraram alta na semana, com variações médias de 0,35% e 0,10%, respectivamente. Entre as maiores valorizações, destacaram-se TRBL11 (3,5%), GZIT11 (2,2%) e KFOF11 (2,1%). Já entre as principais quedas, figuraram OUJP11 (-3,3%), CPSH11 (-2,0%) e CACR11 (-1,4%).
Economia
Como amplamente esperado, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) cortou sua taxa básica de juros em 0,25 p.p., para o intervalo entre 4,00% e 4,25%. A votação não foi unânime, já que Stephen Miran optou por uma redução de 0,50 p.p.. Segundo o comunicado pós-decisão, os riscos baixistas para o emprego aumentaram. Com relação ao cenário econômico dos membros do Fed, a mediana de projeções para a taxa de juros de referência (Fed Funds Rate) no final de 2025 recuou de 3,9% para 3,6%, sugerindo cortes de 0,25 p.p. nas duas últimas reuniões de política monetária deste ano. A mediana para o final de 2026 caiu de 3,6% para 3,4%, enquanto a projeção para 2027 foi reduzida de 3,4% para 3,1%. O mercado atualmente precifica que os juros atingirão cerca de 3,0% até o final do próximo ano.
No Brasil, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) manteve a taxa Selic em 15,00%. O comunicado pós-reunião trouxe, em nossa visão, um tom hawkish (mais duro). As projeções de inflação do Comitê vieram acima da maioria das expectativas de mercado. Além disso, o Copom afirmou que “seguirá vigilante, avaliando se a manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”. Isto posto, acreditamos que a decisão e a comunicação do Copom seguem consistentes com o nosso cenário de início de um ciclo gradual de cortes de juros em janeiro, com a taxa Selic atingindo 12,00% após seis reduções consecutivas de 0,50 p.p.. Sinais mais claros de arrefecimento da atividade, inflação corrente mais baixa, retomada do ciclo de flexibilização monetária pelo Fed e apreciação adicional da taxa de câmbio sustentam o nosso prognóstico.
Hoje, outras decisões de política monetária estarão em destaque. O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) deverá manter sua taxa básica de juros em 4,00%, após corte de 0,25 p.p. na reunião anterior, em meio ao cenário de desaceleração do crescimento econômico e inflação ainda elevada. À noite, o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) deve manter sua taxa de juros de referência em 0,50%, o nível mais alto desde 2008.
Veja todos os detalhes
Economia
Fed retoma ciclo de corte de juros, enquanto Copom mantém a taxa Selic em 15,00%
- Como amplamente esperado, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) cortou sua taxa básica de juros em 0,25 p.p., para o intervalo entre 4,00% e 4,25%. A votação não foi unânime, já que Stephen Miran optou por uma redução de 0,50 p.p.. Os diretores Waller e Bowman, que haviam votado por um corte de 0,25 p.p. na reunião anterior, votaram junto aos demais membros ontem. O comunicado pós-decisão trouxe que “indicadores recentes sugerem moderação no crescimento da atividade econômica no primeiro semestre do ano. Os ganhos de emprego desaceleraram e a taxa de desemprego subiu ligeiramente, embora continue baixa. Por sua vez, a inflação aumentou no período recente e segue relativamente alta” (tradução própria). A nosso ver, o Fed atualmente está mais preocupado com o mercado de trabalho em comparação à dinâmica da inflação. Segundo o comunicado, a autoridade monetária considera que “os riscos baixistas para o emprego aumentaram”;
- Com relação ao cenário econômico dos membros do Fed, a mediana de projeções para a taxa de juros de referência (Fed Funds Rate) no final de 2025 diminuiu em 0,3 p.p., para 3,6%, sugerindo cortes de 0,25 p.p. nas duas últimas reuniões de política monetária deste ano (29/out e 10/dez). A mediana das expectativas para o final de 2026 caiu 0,2 p.p., para 3,4%, indicando que o Fed atualmente prevê apenas um corte de 0,25 p.p. no ano que vem. A projeção para 2027 recuou em 0,3 p.p., para 3,1%. No que diz respeito às demais variáveis macroeconômicas, o Fed projeta agora que o PIB crescerá 1,6% em 2025, 1,8% em 2026 e 1,9% em 2027 (antes: 1,4%, 1,6% e 1,8%, respectivamente), enquanto suas expectativas para a taxa de desemprego cederam sutilmente (para 4,4% neste ano e 4,3% no próximo, ante 4,5% e 4,4%). Por sua vez, a mediana das estimativas para a inflação de 2026 (deflator PCE) subiu de 2,4% na divulgação de junho para 2,6% na atualização de setembro; as projeções para 2025 e 2027 ficaram inalteradas em 3,1% e 2,1%, respectivamente. Na coletiva de imprensa que sucedeu o anúncio de juros, o Presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que as decisões de política monetária serão tomadas “reunião por reunião”. Ele ainda classificou o corte de juros como uma “gestão de risco” e disse que não é obvio o que o banco central tem que fazer adiante. A fala de Powell foi interpretada como mais dura que o comunicado e o resumo de projeções econômicas. O mercado atualmente precifica que os juros atingirão cerca de 3,0% até o final de 2026, abaixo da mediana de previsões entre os membros do Fed;
- No Brasil, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) manteve a taxa Selic em 15,00%. O comunicado pós-reunião trouxe, em nossa visão, um tom hawkish (mais duro). Em primeiro lugar, as projeções de inflação do Comitê vieram acima da maioria das expectativas de mercado. A previsão para o atual horizonte relevante da política monetária (1º trimestre de 2027) ficou estável em 3,4%, possivelmente refletindo uma revisão altista na estimativa de hiato do produto – algo que o Relatório de Política Monetária (RPM) deve confirmar na próxima semana. O Copom manteve a mensagem de que “os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”. Esperávamos que essa frase fosse retirada. Ademais, o Comitê afirmou que “seguirá vigilante, avaliando se a manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”. Em linhas gerais, acreditamos que a decisão e a comunicação do Copom seguem consistentes com o nosso cenário de início de um ciclo gradual de cortes de juros em janeiro, com a taxa Selic atingindo 12,00% após seis reduções consecutivas de 0,50 p.p.. O cenário de inflação melhorou no período recente, tanto por fatores domésticos (atividade arrefecendo de forma mais clara, inflação corrente mais baixa) quanto globais (Fed retomando o ciclo de cortes de juros, apreciação adicional da taxa de câmbio);
- Hoje, outras decisões de política monetária estarão em destaque. O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) deverá manter sua taxa básica de juros em 4,00%, após corte de 0,25 p.p. na reunião anterior, em meio ao cenário de desaceleração do crescimento econômico e inflação ainda elevada. O índice de preços ao consumidor do Reino Unido subiu 3,8% em agosto, em termos anualizados, igualando a máxima em 18 meses registrada em julho. As expectativas de mercado apontam para 4,0% em setembro, com a inflação permanecendo acima da meta de 2,0% até meados de 2027. À noite, o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) deve manter sua taxa de juros de referência em 0,50%, o nível mais alto desde 2008. Além disso, nos Estados Unidos, atenções voltadas aos pedidos iniciais de seguro-desemprego na semana passada, que tendem a corroborar o cenário de enfraquecimento do mercado de trabalho (expectativa: 240 mil; anterior: 263 mil), além da sondagem industrial do Fed de Filadélfia referente a setembro (expectativa: 1,7; anterior: -0,3).
Empresas
Vale (VALE3): Flexibilidade do minério de ferro reafirmada; expansão de cobre e disciplina de capital em foco
Feedback da reunião com o CFO da Vale, Marcelo Bacci
- Hoje, participamos de uma reunião com o CFO da Vale, Marcelo Bacci, e o diretor de RI, Thiago Lofiego, com discussões focadas na estratégia de portfólio e alocação de capital da empresa.
- Para o minério de ferro, o guidance de produção de médio prazo de 360 Mt foi reafirmada, apoiada por projetos em andamento e uma abordagem flexível à dinâmica do mercado (os preços/prêmios atuais de mercado já refletem a mudança estratégica da empresa para produtos de teor médio).
- Em metais básicos, a empresa pretende
- (a) acelerar o crescimento da produção de cobre, potencialmente dobrando o volume na próxima década, com oportunidades de fusões e aquisições ainda na mesa, e
- (b) aumentar a produção e reduzir custos em suas operações de níquel.
- Por fim, a Vale reiterou seu compromisso com a meta de dívida líquida expandida, com dividendos extraordinários diretamente vinculados a esse quadro.
- Reiteramos nossa recomendação Neutra para a Vale.
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
Varejo farma e alimentar: venda de medicamentos em supermercados é aprovada no Senado
- Hoje, a Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou a venda de medicamentos em supermercados. O texto aprovado permite a instalação de uma farmácia completa dentro da área do supermercado, localizada antes do caixa, desde que esteja fisicamente separada das demais seções e conte com um farmacêutico licenciado durante todo o período de funcionamento. Além disso, o projeto estabelece regras específicas, tais como:
- Medicamentos controlados devem ser pagos antes de serem entregues ao consumidor final ou transportados em embalagens lacradas até a área do caixa;
- É proibida a venda de medicamentos em prateleiras ou balcões fora da área designada para a farmácia;
- As vendas por plataformas digitais são permitidas exclusivamente para entrega, e somente se todas as normas sanitárias forem cumpridas;
- Os supermercados devem atualizar seu cadastro no CNPJ para incluir atividades farmacêuticas ou firmar parceria com farmácias licenciadas;
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
Renda fixa
De Olho na Renda Fixa: principais notícias de crédito privado, mercados e renda fixa
- Dívida global se estabilizou, mas permanece em níveis elevados, alerta FMI (Valor Econômico);
- Haddad admite manter isenção de debênture incentivada (Valor Econômico);
- Oncoclínicas rejeita oferta da Starboard e propõe aumento de capital (Valor Econômico);
- Fitch Afirma Ratings ‘BB-’/‘AA(bra)’ da LD Celulose; Perspectiva Revisada Para Positiva (Fitch Ratings);
- Clique aqui para acessar o clipping.
Alocação & Fundos
Principais notícias
- Fundos Imobiliários (FIIs): confira as principais notícias
- No mercado de galpões logísticos, a temporada de M&A está mais perto de começar (Neofeed);
- FII HGBS11 vende participação no Jardim Sul e fortalece caixa; IFIX atinge nova máxima histórica (MoneyTimes);
- IFIX bate quarto recorde seguido, antes do Copom e após corte de juros nos EUA (FIIs);
- Clique aqui para acessar o relatório.
ESG
MP Redata concede benefícios fiscais a data centers sob compromisso com energia limpa | Café com ESG, 18/09
- O mercado fechou o pregão de quarta-feira em território positivo, com o IBOV e o ISE avançando 1,06% e 1,28%, respectivamente.
- No Brasil, (i) assinada ontem pelo presidente Lula, a Medida Provisória da Política Nacional de Data Center estabelece entre as contrapartidas para benefícios fiscais o uso de energias renováveis, gás natural ou nuclear – a expectativa é atrair até R$ 2 trilhões em investimentos na cadeia de serviços digitais em dez anos, sob condições de cumprir critérios ambientais, de uso de energia renovável e limpa, eficiência hídrica, entre outros parâmetros a serem definidas em regulamentação nos próximos meses; e (ii) a evolução das finanças sustentáveis no Brasil tem colocado o setor bancário em posição de destaque internacional – segundo Amaury Oliva, diretor-executivo da Febraban, o sistema financeiro já compreendeu que riscos sociais, ambientais e climáticos se traduzem em riscos financeiros que precisam ser monitorados de perto.
- Do lado das empresas, frente ao domínio da China, mineradoras australianas buscam diversificação com projetos de mineração de terras raras no Brasil – esse é o caso da Viridis Mining e da Meteoric Resources, mineradoras australianas que estão liderando duas das principais iniciativas do tipo no país, previstas para entrar em operação até 2028.
- Clique aqui para acessar o relatório completo.

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