IBOVESPA – 0,52% | 145.109 Pontos
CÂMBIO + 0,32% | 5,34/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Ibovespa
O Ibovespa encerrou a segunda-feira em queda de 0,5%, aos 145.109 pontos. O mercado direcionou suas atenções para o cenário político, após às manifestações populares realizadas no último domingo (21) e à aplicação de novas sanções pelos EUA contra autoridades brasileiras, incluindo a extensão da Lei Magnitsky à esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
O principal destaque positivo do dia foi Embraer (EMBR3, +4,6%), após a companhia anunciar um novo pedido da Latam Airlines para 24 aeronaves E195-E2, além de 50 opções de compra (veja aqui a nota completa dos nossos analistas). Na ponta negativa, Cosan (CSAN3, -18,1%) recuou, repercutindo o anúncio de um aumento de capital de R$ 10 bilhões, cujas ofertas serão realizadas a R$ 5/ação, com o objetivo de melhorar a estrutura de capital da empresa (veja aqui o comentário completo).
Nesta terça-feira, o destaque da agenda econômica será a divulgação da Ata do Copom no Brasil. Nos EUA e Zona do Euro, teremos a divulgação dos PMIs de manufatura e serviços referentes a setembro.
Renda Fixa
As taxas futuras de juros encerraram a sessão de segunda-feira com abertura ao longo da curva. Nos EUA, os juros dos títulos soberanos avançaram nesta segunda-feira, após autoridades do Fed sinalizarem cautela quanto à perspectiva de cortes sucessivos na taxa básica, contrariando o otimismo recente do mercado. Os rendimentos das Treasuries de dois anos terminaram em 3,61% (+3,78bps vs. pregão anterior), enquanto os de dez anos em 4,15% (+2,17bps). No Brasil, o movimento acompanhou o cenário externo, mas foi impulsionado por uma leitura política mais favorável ao governo atual por parte dos investidores devido ao anúncio de medidas como gratuidade da tarifa de ônibus e um aumento dos repasses do Bolsa Família. Com isso, o DI jan/26 encerrou em 14,9% (+0,4bps vs. pregão anterior); DI jan/27 em 14,05% (+7,2bps); DI jan/29 em 13,26% (+12,9bps); DI jan/31 em 13,44% (+13,4bps).
Mercados globais
Nesta terça-feira, os futuros nos EUA operam estáveis pela manhã (S&P 500: 0,0%; Nasdaq 100: 0,0%) após os três principais índices encerrarem o pregão anterior em máximas históricas. O rali foi impulsionado pela Nvidia (+3,9%), que anunciou investimento de US$ 100 bilhões na OpenAI para construção de data centers. Apesar do entusiasmo, o valuation elevado pode gerar uma maior sensibilidade a más notícias, necessitando maior atenção do investidor. Enquanto isso, o mercado aguarda o PCE (índice de inflação preferido do Fed), que será divulgado na sexta-feira.
Na Europa, as bolsas avançam (Stoxx 600: +0,5%), com destaque para o setor de semicondutores, que acompanha a valorização da Nvidia nos EUA. Aliado às notícias positivas no campo tecnológico, o otimismo é reforçado pela revisão para cima das projeções de crescimento global feitas pela OCDE.
Na China, os mercados fecharam mistos (CSI 300: estável; HSI: -1,0%), com pressões geradas pela aproximação do supertufão Ragasa em Hong Kong. O ambiente também segue marcado pela expectativa de que o próximo encontro entre Donald Trump e Xi Jinping ocorra apenas em 2026, segundo o embaixador dos EUA em Pequim. Já em Taiwan, o índice saltou +1,4% para nova máxima histórica, refletindo o rali global em tecnologia.
IFIX
O IFIX encerrou a segunda-feira em queda de 0,24%, em um pregão marcado pela abertura da curva de juros no Brasil. No cenário doméstico, o destaque foi a leitura política, com sinais mais favoráveis ao governo e a aplicação de novas sanções pelos EUA.
Setorialmente, tanto fundos de papel quanto de tijolo recuaram, com quedas médias de 0,32% e 0,31%, respectivamente. Entre as maiores altas do dia, destacaram-se RCRB11 (+2,4%), TRBL11 (+1,9%) e JSAF11 (+1,4%). Já as principais quedas foram de CACR11 (-5,4%), GZIT11 (-2,9%) e OUJP11 (-2,3%).
Economia
O governo norte-americano anunciou sanções contra esposa do ministro Alexandre de Moraes. Sobre o Fed (banco central dos EUA), o novo diretor, Stephen Miran, indicado por Donald Trump, afirmou que os juros deveriam estar mais próximos dos 2%, defendendo dois cortes de 0,5 p.p., divergindo do consenso do Fed. No Brasil, o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, divulgado bimestralmente, ampliou o bloqueio para R$ 12,1 bilhões.
Na agenda internacional, destaque para a divulgação do Balanço de Pagamentos nos EUA e para os PMI – sondagens com empresários sobre as condições econômicas dos setores – no Japão e nos EUA. No Brasil, destaque para a divulgação da Ata do Copom. O documento detalhará o debate por trás da decisão na última reunião de política monetária.
Veja todos os detalhes
Economia
Governo amplia bloqueio para R$ 12,1 bilhões; ata do Copom é o destaque do dia
- O novo diretor do Fed (banco central dos EUA), Stephen Miran, indicado por Donald Trump, afirmou que os juros estão acima do nível adequado e isso representa riscos ao emprego. Para ele, a taxa de juros deveria estar próxima de 2%, e defendeu cortes mais agressivos, de 0,5 p.p. nas próximas reuniões, para evitar desemprego desnecessário. Essa posição diverge do consenso do Fed, que projeta cortes graduais, e levanta preocupações sobre riscos inflacionários caso os cortes sejam excessivos;
- O governo dos Estados Unidos impôs sanções à advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do STF, Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky. A medida bloqueia eventuais bens nos EUA, proíbe transações financeiras com instituições ligadas ao sistema americano e impede o uso de cartões de crédito de bandeira norte-americana. Também foram sancionadas empresas ligadas à família, como o Instituto Lex. Segundo Washington, as sanções se justificam por alegações de violações de direitos humanos e censura atribuídas a Moraes, que já havia sido sancionado em julho. A decisão ocorre após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, vista como motivação política pelo governo Trump;
- O PMI composto – sondagens com empresários sobre as condições econômicas dos setores de indústria e serviços – da zona do euro subiu para 51,2 pontos em setembro de 2025, indicando a maior expansão da atividade em 16 meses, impulsionada pelo setor de serviços (51,4), que compensou a contração na indústria (49,5) – abaixo de 50 pontos o setor está em contração. Na abertura dos dados, a queda do setor industrial foi atribuída à forte redução de novos pedidos e à desaceleração da produção, enquanto nos serviços houve expansão moderada, mas ritmo mais fraco de criação de vagas de emprego. A confiança empresarial recuou para o menor nível em quatro meses, sinalizando cautela para os próximos meses;
- No Brasil, o governo divulgou o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias ontem. No relatório foi anunciado o aumento do bloqueio de despesas do Orçamento de 2025 para R$ 12,1 bilhões, medida necessária para cumprir as regras do arcabouço fiscal diante do crescimento das despesas obrigatórias, especialmente com Previdência e BPC. O documento também destacou que, junto com o bloqueio e medidas para reforçar a arrecadação — como aumento do IOF e mudanças na tributação de ativos financeiros, a projeção para o resultado primário foi revisada. Agora o governo espera um déficit de R$ 30,2 bilhões em 2025, valor dentro da margem de tolerância (até R$ 31 bilhões), mas sem alcançar a meta de zerar o déficit;
- A taxa Selic foi o principal destaque do Boletim Focus divulgado ontem, após registrar o segundo recuo consecutivo nas projeções para 2026, passando de 12,38% para 12,25%. Para 2025, a estimativa segue em 15%. A mediana das projeções para a inflação permaneceu em 4,83% para 2025 e em 3,90% para 2027, enquanto para 2026 houve leve ajuste de 4,30% para 4,29%. As expectativas para o PIB não mudaram: 2,16% em 2025, 1,80% em 2026 e 1,90% em 2027. Com isso, as projeções parecem estar se acomodando. Para mais informações, leia nosso relatório;
- Na agenda internacional de hoje, destaque para a divulgação do Balanço de Pagamentos nos EUA e para os PMI – sondagens com empresários sobre as condições econômicas dos setores – no Japão e nos EUA. No Brasil, destaque para a divulgação da Ata do Copom. O documento detalhará o debate por trás da decisão na última reunião de política monetária.
Empresas
Ultrapar (UGPA3) | Um portfólio moldado por disciplina e uma visão de longo prazo
- Na última sexta-feira (19), participamos do Ultra Day 2025, realizado na sede da empresa em São Paulo;
- O evento reuniu a alta liderança da Ultrapar para apresentar atualizações estratégicas e operacionais em todos os seus negócios;
- Entre as principais mensagens gerais do dia, destacamos: (i) alocação de capital disciplinada e eficiente; (ii) crescimento alinhado com a rentabilidade e a criação de valor a longo prazo; e (iii) uma equipe de liderança renovada e totalmente alinhada com a direção estratégica da empresa;
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
Cosan | Aumento de capital significativo em uma transação histórica
- Neste domingo (21), a Cosan anunciou um aumento de capital de R$ 10 bilhões com o objetivo de melhorar a estrutura de capital da holding e reduzir a alavancagem financeira. A transação contará com o apoio de dois novos investidores âncora, BTG Pactual Holding e Perfin, além do acionista controlador, Rubens Ometto;
- O aumento de capital será estruturado em duas ofertas separadas, uma de R$ 7,25 bilhões para os acionistas âncora e uma segunda oferta de R$ 2,75 bilhões para o mercado aberto (os acionistas existentes têm direito de preferência apenas na última oferta). Ambas as ofertas serão realizadas a R$ 5/ação, valor inferior ao preço de fechamento em 19 de setembro, de R$ 7,50/CSAN3;
- A estrutura implica uma diluição para os acionistas existentes, tanto controladores quanto minoritários. No entanto, acreditamos que os benefícios de resolver virtualmente as questões de estrutura de capital da holding podem se mostrar suficientemente valorizantes para compensar a diluição da transação;
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
Hidrovias do Brasil (HBSA3): Uma nova tese de investimento; Foco em crescimento via eficiência
- Neste relatório, estamos:
- Compartilhando impressões do Ultra Day (ficamos positivamente impressionados com a nova cultura que está sendo implementada na HBSA);
- Atualizando nosso modelo, com introdução do preço-alvo para o final de 2026 de R$4,20/ação (vs. R$3,20/ação para o final de 2025).
- Reiteramos nossa visão positiva, apesar da forte valorização das ações (HBSA +93% desde nosso último relatório), pois:
- A nova capacidade deve melhorar os resultados com consumo limitado de capital (em linha com a nova agenda de crescimento via eficiência);
- O processo de desalavancagem está em andamento, com expectativa de se concretizar até o final de 2025 (dívida líquida/EBITDA deve cair de 7,5x em 2024 para 2,7x em 2025).
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
Priner (PRNR3): anuncia aquisição da SEMEP
- A Priner anunciou a aquisição de 60% da SEMEP, líder nacional no setor de mineração, marcando o uso imediato dos recursos captados em sua recente oferta de ações no valor de R$150 milhões;
- Consideramos o anúncio positivo, dado seu:
- Racional estratégico – amplia o portfólio de serviços e estabelece uma nova unidade de negócios voltada à mineração, alinhada à estratégia de M&A da Priner, que busca empresas com margens elevadas, serviços complementares e diversificação geográfica;
- Relevância financeira – incremento de aproximadamente 40% no EBITDA, com perfil de retorno sobre capital investido (ROIC) superior;
- Criação de valor – transação realizada a 3,5x EV/EBITDA dos últimos 12 meses, comparado aos 6,4x da Priner.
- Por fim, a alavancagem deve atingir cerca de 2,2x após a operação (vs. 2,4x no 2T25), após queda temporária para cerca de 1,6x com a oferta de ações. Reiteramos nossa recomendação de compra para Priner;
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
Renda fixa
De Olho na Renda Fixa: principais notícias de crédito privado, mercados e renda fixa
- Política monetária da China se concentrará em questões internas, diz presidente do BC local (Valor Econômico);
- Acordo prevê manter isenção de debênture incentivada, CRI e CRA, diz Durigan (Valor Econômico);
- MBRF inicia operação com expectativa de gerar R$ 1 bilhão em sinergias (Globo Rural);
- Ratings da Braskem removidos do CreditWatch negativo e rebaixados para ‘brA-‘ por menor flexibilidade financeira; perspectiva negativa (S&P Global);
- Clique aqui para acessar o clipping.
Estratégia
XP Short Scout: monitor de short selling no Brasil
- O short interest (SI) mediano no Ibovespa caiu para 6,7%, enquanto as posições em aberto aumentaram para R$ 132,4 bilhões (+5,1%).
- Observamos um aumento na taxa de aluguel para Marfrig (MRFG3), atingindo 142,5% (um aumento de 133,2 p.p. desde 5 de setembro). O short interest (SI) também subiu 13,7 pontos percentuais nas últimas duas semanas, chegando agora a 33,4%. As posições em aberto representam 13,8 days to cover. A taxa de aluguel para BRF (BRFS3) também aumentou, alcançando 7,7%, embora o SI tenha diminuído para 10,5% (uma queda de 0,4 p.p.). As empresas estão passando por um processo de fusão, conforme destacado pelos nossos analistas de Alimentos & Bebidas.
- Outras ações para ficar de olho: AURE3, AZUL4, BHIA3, CBAV3, CYRE3, GOLL54, INTB3, MGLU3, MOVI3, MYPK3, RAPT4, SMTO3, TOTS3
- Clique aqui para acessar o relatório.
Alocação & Fundos
Principais notícias
- Fundos Imobiliários (FIIs): confira as principais notícias
- Locação de galpões logísticos está mais cara no Brasil, aponta Cushman (Bloomberg Línea);
- Shoppings centers registram vendas em alta apesar de vacância e desaceleração do varejo no 2T25 (SiiLA);
- Tesouro IPCA+ tem taxa rara na história dos títulos públicos de inflação; entenda (InfoMoney);
- Clique aqui para acessar o relatório.
ESG
Anac trabalha com 2027 para certificar eVTOL elétrico da Embraer (EMBR3) | Café com ESG, 23/09
- O mercado fechou o pregão de segunda-feira em território negativo, com o IBOV e o ISE recuando 0,52% e 1,52%, respectivamente;
- No Brasil, a Embraer pode obter a certificação de sua aeronave elétrica em 2027, embora o novo presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Tiago Faierstein, tenha mencionado à Reuters que gostaria de atingir esse marco um ano antes – a Eve, subsidiária da Embraer, está entre as empresas que desenvolvem aeronaves movidas a bateria, um segmento visto como essencial para o crescimento futuro da terceira maior fabricante de aviões do mundo; e (ii) o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou ontem a concessão de R$ 2,5 bilhões para a Starnav adquirir embarcações de apoio ao setor de óleo e gás, além de R$ 356 milhões para a Cooperativa Agroindustrial Alfa passar a produzir biodiesel em Chapecó – com motorização híbrida com banco de baterias, as novas embarcações proporcionarão uma redução de cerca de 18% nas emissões de gases de efeito estufa em relação à frota atual, segundo o BNDES;
- No internacional, uma aliança que instala energia renovável em países em desenvolvimento quer investir cerca de US$ 7,5 bilhões em seu próximo plano de cinco anos, segundo executivos disseram à Reuters – a aliança obtém recursos gratuitos ou baratos de fontes filantrópicas ou governamentais para reduzir riscos de investimento e atrair financiamento de bancos multilaterais e do setor privado;
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
O potencial climático do Brasil e seu papel chave na descarbonização global
- Acompanhamos o Brazil Climate Summit em Nova York, evento internacional focado no clima, realizada na Universidade de Columbia. A conferência reuniu vozes relevantes de diversos setores econômicos, investidores e empresas;
- Os principais tópicos da discussão foram: (i) o papel do Brasil na cadeia global de energia; (ii) potencial de liderança do Brasil na descarbonização global; (iii) desvendando o potencial do mercado de carbono brasileiro; e (iv) contagem regressiva para a COP30: Principais mensagens da presidência da COP30;
- Clique aqui para acessar o relatório completo.

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