IBOVESPA -0,07% | 141.682 Pontos
CÂMBIO +0,11% | 5,47/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Ibovespa
O Ibovespa encerrou a terça-feira próximo da estabilidade, com leve queda de 0,1%, aos 141.693 pontos. Os mercados locais mantiveram um tom cauteloso no curto prazo, em meio à reescalada das tensões comerciais entre EUA e China e o aumento das preocupações fiscais após a derrubada da MP 1.303 no Congresso. No cenário internacional, o destaque foi o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que afirmou que a economia americana “pode estar em uma trajetória um pouco mais firme do que o esperado”, embora tenha ressaltado que ainda existem riscos significativos para o mercado de trabalho.
Embraer (EMBR3, +4,9%) avançou após anunciar que a empresa TrueNoord encomendou 20 jatos E195-E2, em um contrato avaliado em US$ 1,8 bilhão, além de realizar o seu Investor Day 2025. Na ponta negativa, MBRF (MBRF3, -3,7%) recuou em movimento técnico, ampliando as perdas de 4,2% registradas no pregão anterior. Desde o seu último pico, em 16 de setembro, o papel acumula uma queda de 44,4%.
Nesta quarta-feira, o destaque da agenda doméstica será a Pesquisa Mensal do Comércio referente a agosto. No cenário global, a temporada de resultados do 3T25 continua com a divulgação dos balanços de ASML, Bank of America e Morgan Stanley.
Renda Fixa
As taxas futuras de juros encerraram a sessão de terça-feira em queda ao longo da curva, acompanhando o movimento dos mercados internacionais em um dia de agenda doméstica esvaziada. Nos Estados Unidos, a queda nas taxas das Treasuries foi impulsionada pela leitura do mercado de que a postura do presidente do Federal Reserve foi mais inclinada à flexibilização monetária, o que acabou prevalecendo sobre as preocupações com as tensões comerciais entre EUA e China. Com isso, os rendimentos das Treasuries de dois anos terminaram o dia em 3,48% (-2,71bps vs. pregão anterior), enquanto os de dez anos em 4,02% (-0,93bp). Na curva local, o DI jan/26 encerrou em 14,89% (- 0,2bp vs. pregão anterior); DI jan/27 em 14% (- 1bp); DI jan/29 em 13,36% (- 3,1bps); DI jan/31 em 13,65% (- 2bps).
Mercados globais
Nesta quarta-feira, os futuros nos Estados Unidos operam em alta (S&P 500: +0,6%; Nasdaq 100: +0,8%) após uma sessão volátil marcada pelas tensões comerciais com a China e à espera de novos resultados do 3T25. Hoje, Bank of America, Morgan Stanley e ASML divulgam resultados antes da abertura. Na véspera, o S&P 500 chegou a subir 0,4% e cair até 1,5% no mesmo pregão, encerrando em leve queda após o presidente Donald Trump ameaçar um embargo ao óleo de cozinha como retaliação à ausência de compras de soja pela China. O mercado segue atento aos desdobramentos da guerra comercial e aos impactos do shutdown sobre a confiança e o guidance das empresas, em meio à sinalização do presidente do Fed, Jerome Powell, de que o banco central se aproxima do fim da redução do balanço e considera novos cortes de juros.
Na Europa, as bolsas avançam (Stoxx 600: +0,7%), impulsionado pelas ações de luxo. Na França, o CAC 40 sobe +2,6%, com investidores monitorando o novo governo do primeiro-ministro Sébastien Lecornu, que anunciou a suspensão da reforma da previdência até 2027. O setor de luxo é o destaque do dia: LVMH (+13,7%), Christian Dior (+13,5%), Kering (+6,7%), Moncler (+9,0%) e Burberry (+7,0%). Em contrapartida, o setor de defesa recua. Entre as perdas individuais, Michelin recua 9,7% após revisar para baixo suas projeções anuais, citando tarifas e fraqueza no mercado norte-americano.
Na China, os mercados fecharam em alta (CSI 300: +1,5%; HSI: +1,8%), acompanhando a recuperação em tecnologia e commodities após as fortes quedas da semana anterior. Os índices asiáticos reagiram em sentido contrário a Wall Street, com ganhos também no Japão (Nikkei 225: +1,8%) e Coreia do Sul (Kospi: +2,7%). No campo macroeconômico, a inflação ao consumidor na China caiu 0,3% A/A em setembro, enquanto o índice de preços ao produtor manteve-se em deflação, refletindo a demanda interna enfraquecida e as incertezas comerciais.
IFIX
O Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) encerrou a terça-feira em alta de 0,15%. Os FIIs de papel foram o destaque positivo da sessão, com avanço médio de 0,19%, enquanto os FIIs de tijolo registraram variação média de 0,07%. O movimento foi influenciado pelo fechamento da curva de juros, em um dia marcado por uma agenda doméstica sem grandes eventos que impactassem diretamente os fundos imobiliários. Entre as maiores altas do dia, destacaram-se PATL11 (+2,0%), LIFE11 (+1,9%) e OUJP11 (+1,8%). Por outro lado, as principais quedas ficaram com RBRL11 (-1,2%), VGRI11 (1,1%) e IRDM11 (-1,0%).
Economia
O FMI elevou sua projeção para o crescimento global de 3,0% para 3,2% neste ano em função do impacto menos adverso dos choques tarifários e das condições financeiras. Na China, o índice de preços ao consumidor de setembro mostrou queda de 0,3% na comparação anual, enquanto os preços ao produtor tiveram queda de 2,3%. No Brasil, o setor de serviços mostrou crescimento pelo sétimo mês consecutivo, com alta real de 0,1% na receita em relação ao mês anterior e 2,5% ante o ano anterior. Quatro das cinco principais categorias apresentaram avanço.
Na agenda do dia, destaque para a divulgação das vendas no varejo restrito e ampliado no Brasil. Projetamos alta de 0,2% ante o mês anterior (com ajuste) para o varejo restrito e de 0,7% para o varejo ampliado. Lá fora, teremos os discursos dos dirigentes do Fed Stephen Miran e Christopher Waller, bem como para o Livro Bege da instituição.
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Economia
Vendas no varejo devem apresentar ligeiro crescimento em agosto
- O Fundo Monetário Internacional elevou ligeiramente sua previsão de crescimento global para 2025 na terça-feira, uma vez que os choques tarifários e as condições financeiras se mostraram mais benignos do que o esperado, mas alertou que uma nova guerra comercial entre os EUA e a China poderia desacelerar significativamente a produção. O FMI agora prevê um crescimento real do PIB global de 3,2% para 2025, acima da previsão de julho de 3,0%, e de 3,1% em 2026, sem alterações em relação à previsão de julho. De acordo com as previsões básicas do FMI, as perspectivas para os EUA e o Brasil permanecem resilientes, com crescimento de 2,0% e 2,4% em 2025 e de 2,1% e 1,9% em 2026, respectivamente;
- O índice de preços ao consumidor (CPI) da China caiu 0,3% em setembro na comparação anual, abaixo do resultado de estabilidade do mês anterior e do consenso de queda de 0,2%. Na comparação mensal, o índice mostrou alta de 0,1% em setembro e, no acumulado do ano, queda de 0,1%. Já o índice de preços ao produtor recuou 2,3% ante um ano antes após queda de 2,5% em agosto e em linha com as expectativas. No acumulado do ano, o PPI registra retração de 2,8%;
- No Brasil, o setor de serviços cresceu pelo sétimo mês consecutivo em agosto, embora em um ritmo mais lento, com receitas reais aumentando 0,1% em relação ao mês anterior e 2,5% em relação ao ano anterior. Quatro das cinco principais categorias de serviços apresentaram crescimento, notadamente Serviços Profissionais, Administrativos e Complementares, Serviços Prestados a Famílias e Serviços de Transporte Terrestre. Os serviços de informação e comunicação apresentaram um ligeiro declínio, mas continuam fortes no geral. Apesar do crescimento moderado esperado para o segundo semestre de 2025 devido à estabilização do mercado de trabalho e ao enfraquecimento da indústria, o crescimento da renda e do crédito deve impulsionar a demanda interna e revitalizar o setor em 2026. A XP projeta que o PIB do Brasil cresça 2,1% em 2025, com o PIB dos serviços aumentando 0,5% em relação ao trimestre anterior;
- Na agenda de quarta-feira, devemos ter a divulgação das vendas no varejo restrito e ampliado no Brasil. Esperamos um aumento de 0,2% em relação ao mês anterior (ajustado) no varejo restrito e de 0,7% no varejo ampliado. No exterior, as atenções se voltam para as declarações dos dirigentes do Fed Stephen Miran e Christopher Waller, bem como para o Livro Bege da instituição — uma compilação de comentários sobre as condições econômicas atuais por distrito do Federal Reserve.
Empresas
Lojas Renner (LREN3): Prévia do 3T25 | O frio incomoda mesmo assim
- Esperamos que a Lojas Renner apresente resultados mistos no 3º trimestre, com desaceleração nas tendências de receita devido a ventos contrários climáticos, mas despesas com SG&A controladas;
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C&A (CEAB3): Prévia do 3T25 | Resiliente apesar dos ventos contrários na receita
- Esperamos que a C&A apresente resultados mistos no 3º trimestre, com desempenho sólido, porém desacelerado, no vestuário, aceleração no fechamento da operação de eletrônicos e vendas pressionadas do C&A Pay devido à concessão de crédito contida. As margens devem permanecer praticamente estáveis, já que a alavancagem operacional deve ser compensada por menores necessidades de descontos e provisões reduzidas no C&A Pay;
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Simpar (SIMH3): Feedback de Reuniões com a Administração
- Recentemente realizamos um non-deal roadshow e uma reunião com o CFO da Simpar, Denys Ferrez, e o Diretor de Relações com Investidores, Victor Mizusaki;
- A alavancagem é uma preocupação central do mercado, e a administração está abordando essa questão por meio de quatro principais alavancas operacionais:
- Disciplina de preços (ex.: conclusão da renegociação de contratos da JSL e aumentos de preços da MOVI no segmento de aluguel de carros);
- Redução de custos (ex.: manutenção interna de veículos pela MOVI);
- Otimização da estrutura de capital (~R$3 bilhões em vendas de ativos ociosos em VAMO/AMOB/JSLG);
- Desinvestimentos em subsidiárias não listadas (ex.: Ciclus Amazônia, CS Portos e CS Grãos, conforme destacado em nosso relatório recente);
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B3 (B3SA3): B3 Enfrenta Ventos Contrários Esperados no 3T
- No dia 14 de outubro, a B3 divulgou seus números operacionais referentes a setembro e ao 3Q. Embora os dados, em geral, tenham sido negativos e alinhados com as nossas expectativas, a Renda Fixa continua se destacando como a principal fonte de resiliência em um ambiente desafiador:
- No trimestre, o ADTV de Renda Variável atingiu R$21,8 mn, o pior 3T desde 2019, mas em linha com nossas estimativas;
- Esse desempenho fraco foi explicado principalmente por uma queda de 8,5% A/A no volume de Ações, parcialmente compensada por um aumento de 41,3% A/A no volume de BDRs;
- Enquanto isso, o ADV de Derivativos, excluindo Futuros de Criptoativos, alcançou R$5,6 mn no período (-20,5% A/A; em linha com as expectativas);
- Observamos que todas as linhas contribuíram para esses números negativos, com as Taxas de Juros em BRL como o destaque negativo (-21,5% A/A);
- Embora negativos, consideramos os números fracos do 3T em linha com nossa visão de um mercado de capitais ainda pressionado, impactado por um trimestre marcado pela Selic em patamares historicamente elevados e também por menor volatilidade;
- No lado da Renda Fixa, entretanto, notamos que o momento positivo permanece, com novas emissões totalizando R$5,319 bn no 3T (+12% A/A; em linha com as expectativas);
- Os Derivativos OTC também melhoraram, atingindo R$4,335 bn (+12% A/A; em linha com as expectativas);
- Como temos comentado, a diversificação de receitas da B3 tem se mostrado crucial para navegar neste ambiente de mercado mais desafiador.
- Conforme discutido em nossa última atualização, dado que (i) parte do otimismo em relação à recuperação dos volumes já está precificado, (ii) potenciais novas fontes de receita enfrentam maior competição, e (iii) um valuation relativamente caro, reiteramos nossa visão conservadora para a B3 (rating Neutro e preço-alvo de R$16,00/ação);
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Principais notícias dos setores
Nestas publicações diárias, trazemos as principais notícias nacionais e internacionais dos setores: Financeiro, Varejo (e-commerce, supermercados, lojas de roupa, farmácias, etc.), Agro, Alimentos e Bebidas, Energia (óleo & gás e elétricas) e Saúde.
- Bens de Capital: Sentimento divergente dos investidores antes dos resultados do 3T25
- Prévia dos Resultados do 3T25
- Com a temporada de resultados do 3T25 em andamento, esperamos que diferentes estratégias das empresas de bens de capital naveguem em um cenário macro incerto;
- Do lado positivo, esperamos resultados sólidos da Embraer, potencialmente trazendo alguma luz sobre as margens estruturais daqui para frente (já que o 3T deve refletir totalmente os impactos tarifários dos EUA em sua divisão Executiva);
- Embora vejamos espaço limitado para o crescimento da WEG acelerar ainda, esperamos que a rentabilidade permaneça saudável, com uma combinação de melhor sazonalidade, mix e ajustes contínuos de preços apoiando a estabilidade dos lucros (em meio a um sentimento consensual de baixa sobre o nome);
- Vemos dinâmicas mistas para a Marcopolo e a Randon – embora os sólidos resultados da Marcopolo possam ser acompanhados por expectativas otimistas e preocupações dos investidores para 2026E, acreditamos que os resultados ainda pressionados, mas sequencialmente melhores, da Randon podem ser bem recebidos (especialmente à luz das iniciativas de desalavancagem no 3T);
- Do lado negativo, vemos um câmbio desfavorável e a deterioração das perspectivas dos EUA para impulsionar os resultados pressionados da Iochpe-Maxion e da Tupy;
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- Papel e Celulose: Desalavancagem em Foco; o fornecimento de madeira da China continua sendo um ponto de interrogação
- Feedback da Reunião com o CFO da Eldorado
- Na semana passada, realizamos um evento com Fernando Storchi, CFO da Eldorado (não listada), para discutir as perspectivas para o mercado de celulose e a estratégia da empresa para os próximos anos.
- Destacamos:
- (i) a empresa permanece cautelosamente otimista com a recuperação dos preços da celulose no curto prazo, em parte apoiada por restrições relacionadas à oferta, embora uma maior disponibilidade de madeira na China e o aumento do perfil integrado das fabricantes de papel devam limitar o potencial de ciclos mais fortes, como visto no passado; com
- (ii) seus planos de expansão de capacidade ainda estão em vigor, principalmente considerando seu footprint florestal e a forte competitividade de custos do Mato Grosso do Sul na produção de celulose; Dito isso,
- (iii) a estratégia de alocação de capital da Eldorado está centrada na desalavancagem (dívida líquida/EBITDA [USD] de 4,7x no 2T25), com algumas iniciativas (ex.: swap com a Suzano) disponíveis para otimizar a estrutura de capital da companhia.
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Renda fixa
De Olho na Renda Fixa: principais notícias de crédito privado, mercados e renda fixa
- Powell indica fim da redução do balanço e dá apoio a ativos (Valor Econômico);
- Juros e endividamento altos afetam o crédito rural, e desembolsos caem 12% (Globo Rural);
- MP do Rio pede suspensão de decisão favorável à Ambipar contra execução de dívidas por credores (Valor Econômico);
- Fitch Atribui Rating Nacional de Longo Prazo ‘A+(bra)’ ao Banco C6 Consignado; Perspectiva Positiva (Fitch Ratings);
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Alocação & Fundos
Principais notícias
- Fundos Imobiliários (FIIs): confira as principais notícias
- IFIX hoje fecha em alta de 0,15%, aos 3.575 pontos (Eu Quero Investir);
- FIIs de tijolo lideram ganhos em setembro. Veja lista completa (B³ Bora Investir);
- Fiagros crescem e atraem investidores no agro (AgroLink);
- Clique aqui para acessar o relatório.
ESG
Licenciamento na Foz do Amazonas segue com pendências por parte da Petrobras (PETR4), aponta Ibama | Café com ESG, 15/10
- O mercado fechou o pregão de terça-feira em leve queda, com o IBOV e o ISE recuando 0,07% e 0,14%, respectivamente;
- Na política local, (i) dezenas de entidades do setor produtivo lançaram ontem um manifesto defendendo a derrubada de todos os 63 vetos do presidente Lula ao projeto de lei do licenciamento ambiental – caso todos os vetos sejam de fato derrubados, volta a valer o PL aprovado em julho pelo Legislativo, que foi alvo de duras críticas de ambientalistas e de alas do governo como o Ministério do Meio Ambiente; e (ii) o Ibama disse ontem que a Petrobras ainda precisa esclarecer alguns pontos em relação aos planos de emergência e de atendimento à fauna para concluir o processo de licenciamento da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial – segundo o órgão, “o parecer técnico aponta pendências e incertezas ainda existentes quanto às informações apresentadas nos referidos documentos”;
- No internacional, o Brasil está trabalhando com o Japão para obter apoio a uma promessa global de quadruplicar a produção de combustíveis sustentáveis até 2035, com o objetivo de impulsionar tecnologias que ajudem a descarbonizar os sistemas de transporte e energia – além deles, Índia e Itália já sinalizaram intenção de aderir ao pacto, segundo uma das fontes;
- Clique aqui para acessar o relatório completo.

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