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Trump, Treasuries, Canadá, Meta e Constellation Energy | 🌎 Top 5 temas globais da semana

1. Trump e Treasuries: Taxas sobem refletindo políticas propostas por Trump 2. Dados econômicos e Treasuries: Taxas sobem refletindo resiliência da economia 3. Canadá: Trudeau renuncia após quase uma década no poder 4. Meta: Liberdade de expressão 5. Constellation Energy: Fusão nuclear

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1. Trump e Treasuries: Taxas sobem refletindo políticas propostas por Trump - Depois de presidente eleito negar matéria do Washington Post, taxas das treasuries voltam a subir

2. Dados econômicos e Treasuries: Taxas sobem refletindo resiliência da economia - Dados do Payroll vêm bem acima do esperado

3. Canadá: Trudeau renuncia após quase uma década no poder - Primeiro-ministro deixará o posto assim que o partido liberal eleger o novo líder

4. Meta: Liberdade de expressão - Mark Zuckerberg anuncia mudança na política de checagem de fatos

5. Constellation Energy: Fusão nuclear - Empresa recém adicionada na Top Dividendos Globais sobe mais de 25% no dia do anúncio da fusão

1. Trump e Treasuries: Taxas sobem refletindo políticas propostas por Trump

Até a posse de Donald Trump, marcada para o dia 20 de janeiro, o mercado continua se alimentando de especulações sobre o futuro da política fiscal e comercial dos Estados Unidos. Até que Donald Trump se torne oficialmente o 47º presidente americano, tudo o que temos são sinais, declarações e vazamentos. Esse ambiente incerto tem provocado volatilidade nos mercados e, em especial, nas Treasuries.

O maior temor associado a um governo Trump é a possibilidade de imposição de tarifas universais, um dos pilares da campanha de 2024. Entretanto, uma matéria do Washington Post, publicada na segunda-feira (6), indicou que seus assessores poderiam limitar essas tarifas a setores críticos, como defesa, suprimentos médicos e energia, o que representaria uma flexibilização em relação ao inicialmente anunciado pelo presidente eleito, que rapidamente desmentiu a informação, classificando-a como fake news. A questão fortaleceu a hipótese de que as tarifas serão utilizadas como uma ferramenta de negociação pelos EUA, e que a reação de Trump seja temor de enfraquecer o poder de barganha dos EUA.

No Congresso, o foco tem sido encontrar consenso para uma agenda fiscal robusta prometida pelo partido republicano. O presidente reeleito da Câmara, Mike Johnson, defende um pacote que inclua reforma tributária e medidas para segurança da fronteira, mas enfrenta divisões dentro do próprio partido. Enquanto alguns republicanos exigem responsabilidade fiscal, outros resistem a cortes em programas sociais ou aumento de receitas. A falta de clareza sobre o caminho a ser tomado já se reflete nos mercados de dívida, com as taxas das Treasuries de longo prazo superando o patamar de 5% em alguns vértices, indicando preocupação com a trajetória fiscal do país.

As Treasuries seguiram sensíveis às notícias desta semana. Após a matéria do Washington Post, as taxas recuaram levemente, mas a negativa de Trump trouxe de volta os temores de que as tarifas possam desancorar expectativas de inflação, e as taxas voltaram a subir. Durante a semana, as Treasuries de 10 anos tiveram alta de +16bps. A interação entre as temáticas de tarifas, déficit e a política monetária do Fed continuará moldando o comportamento das Treasuries, enquanto os investidores aguardam mais clareza a partir da posse de Donald Trump.

2. Dados econômicos e Treasuries: Taxas sobem refletindo resiliência da economia

2- Dados econômicos e Treasuries: Taxas sobem refletindo resiliência da economia

A semana foi movimentada na frente da economia, com diversas divulgações de dados econômicos e pronunciamentos de dirigentes do Federal Reserve. Dados de emprego mais fortes e sinalizações mais duras da autoridade monetária, assim como falas de Trump (como comentamos no tema #1) provocaram forte volatilidade nas treasuries, e consequentemente, fortes movimentos nas bolsas.

O principal destaque foram os dados de dezembro do payroll, que indicaram que a economia americana adicionou 256 mil empregos (expectativa +165 mil; média de 2024: 186 mil), consideravelmente acima do esperado. A taxa de desemprego também surpreendeu o mercado ao cair de 4% para 3,9%, e dados privados do ADP e JOLTS confirmam leitura de mercado de trabalho mais fortalecido no final do ano. Na frente da política monetária, a divulgação da ata da última reunião do comitê de política monetária do Fed manteve o tom mais duro observado nas comunicações recentes, reiterando a necessidade de uma abordagem cautelosa da autoridade monetária nos próximos trimestres, tendo em vista a elevada incerteza.

Com isso, a taxa das treasuries de 10 anos encerrou a sexta-feira em 4,75%, contra 4,59% na semana anterior, enquanto as treasuries de 30 anos, que chegaram a ultrapassar a marca dos 5% na sexta-feira, encerraram a semana em 4,95%. O mercado passou a esperar que o Fed corte juros apenas no segundo semestre, reduzindo as chances de um corte de 25 bps em janeiro e março para quase zero.

Os mercados de ações foram fortemente impactados pela abertura da curva de juros americana (a qual chamamos de mãe de todas as curvas): O SPY (ETF representativo de S&P 500) fechou em queda de -1,9%, enquanto o QQQ (ETF de Nasdaq 100) caiu -2,2%. Apesar do movimento de queda, mantemos a recomendação de alocação abaixo do neutro em ações dos EUA, considerando nível de múltiplos, risco fiscal e nossa expectativa de que big techs terão performance inferior ao restante da bolsa em 2024.

Confira O Mês dos Mercados Globais – Posse de Trump à vista, fiscal americano em foco para mais detalhes

3. Canadá: Trudeau renuncia após quase uma década

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, anunciou na segunda-feira (6 de janeiro) sua renúncia após quase uma década no cargo. Em uma coletiva de imprensa, ele afirmou que deixará o posto assim que o Partido Liberal escolher um novo líder, destacando que “o país merece uma escolha real na próxima eleição”. Trudeau justificou sua decisão dizendo que as batalhas internas dentro do partido estavam atrapalhando sua capacidade de liderar. O Parlamento ficará suspenso até 24 de março, enquanto os liberais iniciam o processo de seleção de um novo líder, preparando-se para um cenário eleitoral marcado pela crescente popularidade do Partido Conservador.

A decisão de Trudeau marca o fim de uma era que começou em 2015, quando ele levou os liberais de volta ao poder com uma plataforma progressista. Porém, sua liderança foi abalada ao longo dos anos por escândalos éticos, insatisfação com a economia e tensões em seu próprio partido, incluindo a renúncia da vice primeira-ministra e ministra das finanças Chrystia Freeland no final de 2024. Freeland criticou a abordagem de Trudeau em relação às ameaças tarifárias do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, destacando sua suposta falta de firmeza. Além disso, o desgaste do governo foi intensificado por promessas não cumpridas, como a reforma do sistema eleitoral, e pela polarização em temas como imigração e mudanças climáticas.

Nos mercados, a renúncia de Trudeau teve impacto imediato. O EWC, ETF do mercado canadense, fechou em queda de -1,4%, dando sequência a um período de 5 semanas consecutivas de desempenho negativo, enquanto o dólar canadense atingiu seu maior valor em três semanas, chegando a CAD 1,44. Investidores demonstraram incerteza diante do vácuo político e do risco de novas tarifas impostas pelo governo Trump, que assume em 20 de janeiro. Por outro lado, analistas sugerem que uma possível vitória conservadora nas eleições pode trazer políticas mais favoráveis ao crescimento econômico, como incentivos fiscais, menos regulação e maior alinhamento político com o vizinho norte-americano.

O cenário eleitoral que se desenha é desafiador para os liberais, uma vez que o líder conservador, Pierre Poilievre, mantém uma vantagem de dois dígitos nas pesquisas. Entre os potenciais sucessores de Trudeau como líderes do Partido Liberal estão Chrystia Freeland, Mark Carney e Mélanie Joly. Enquanto isso, Donald Trump aproveitou a oportunidade para reiterar provocações, sugerindo que o Canadá se torne o “51º estado” dos EUA. Com a combinação de incertezas internas e externas, o Canadá se aproxima de uma eleição que promete redefinir o rumo do país.

4. Meta: Liberdade de expressão

Mark Zuckerberg anunciou, nesta semana, o fim da checagem de fatos profissional no Facebook e Instagram nos Estados Unidos, o que representa uma grande mudança nos rumos da empresa. Em vídeo, o fundador do Facebook justificou a decisão como uma tentativa de reduzir erros, simplificar as políticas da plataforma e priorizar a liberdade de expressão. A companhia irá adotar um novo sistema, inspirado no modelo colaborativo da plataforma X, que permitirá que os próprios usuários adicionem contexto às postagens. Além disso, Zuckerberg destacou que o recente ciclo eleitoral nos EUA, com a vitória de Donald Trump, marcou um “ponto de virada cultural”, indicando uma necessidade de maior abertura para o debate público.

Essa mudança ocorre após anos de pressões políticas de vários lados e polêmicas envolvendo a companhia. Após as eleições de 2016, a Meta (ainda Facebook) foi duramente criticada pelos democratas, que acusaram a plataforma de ter facilitado a disseminação de desinformação russa, o que, segundo eles, teria contribuído para a vitória de Donald Trump. Em resposta, Zuckerberg implementou um sistema de checagem de fatos por terceiros, além de restringir conteúdos considerados enganosos. No entanto, essas ações desencadearam uma forte reação de conservadores, que passaram a acusar a empresa de censura e viés político. A polarização cresceu ainda mais após o banimento de Trump das plataformas da Meta em 2021, criando um ciclo de críticas que a companhia tenta agora reverter.

Um dos pontos centrais desse debate é a oposição entre argumentos pró-moderação e anti censura, e riscos associados a possíveis mudanças na Section 230, que protege plataformas de serem responsabilizadas pelo conteúdo de seus usuários. A lei virou alvo de críticas de conservadores, que acusam empresas como a Meta de usarem essa proteção ao mesmo tempo que praticam moderação para censurar visões opostas. Isso coloca Zuckerberg em uma posição delicada: ao adotar um discurso pró-liberdade de expressão, ele não só tenta responder às críticas como também se posiciona politicamente para proteger a Meta de possíveis mudanças no enquadramento da Meta na Section 230, que poderiam aumentar significativamente os custos legais da companhia.

Além disso, a empresa está gastando bilhões em desenvolvimento de inteligência artificial, com um orçamento previsto de até US$ 40 bilhões em 2024, preocupando investidores acerca do retorno sobre esses investimentos. Paralelamente, um possível banimento do TikTok nos Estados Unidos pode representar uma oportunidade para a companhia, que poderia atrair mais usuários e anunciantes para o Instagram. A Meta subiu 66% em 2024 e inicia 2025 com alta de 5,2%, sendo a melhor performance dentre as Big Techs.

5. Constellation Energy: Fusão nuclear

Na virada do mês decidimos adicionar Constellation Energy (Ticker: CEG) na nossa carteira Top Dividendos Globais. Temos defendido a tese do Power Up America há algum tempo e, após 2 meses de queda, julgamos um bom momento para adicionar a exposição. Para nossa felicidade, nessa semana, a empresa confirmou que planeja adquirir a Calpine, uma gigante da energia a gás natural e geotérmica, em um acordo avaliado em US$ 26,6 bilhões. Essa fusão coloca a Constellation em uma posição de destaque em um mercado em plena transformação, com a demanda por eletricidade crescendo a passos largos, impulsionada, principalmente, pelo boom da inteligência artificial.        

Os detalhes do negócio mostram uma combinação estratégica. De um lado, a Constellation, maior produtora de energia nuclear dos EUA. Do outro, a Calpine, que traz uma carteira robusta de ativos em gás natural e geotérmica, especialmente em mercados como Texas e Califórnia, regiões nas quais o consumo de energia tem crescido constantemente, principalmente devido à alta concentração de data centers. As companhias, combinadas, atingirão capacidade de geração de 60 gigawatts e uma diversificação benigna para diferentes cenários, além do acréscimo esperado de US$ 2 bilhões no fluxo de caixa anual.

O mercado reagiu rápido! Durante o período de especulação sobre o negócio, os investidores estavam receosos quanto aos termos da negociação, mas, após os detalhes serem divulgados, junto ao anúncio oficial, foi possível avaliar melhor as sinergias e o acréscimo que a aquisição trará ao fluxo de caixa da empresa. Na sexta-feira, as ações da Constellation subiram +25,1%, recuperando as perdas iniciais e fechando a semana em +20,9%.

Com o negócio, a empresa fica mais dependente das flutuações no preço do gás natural mas fica mais preparada para suprir as necessidades do mercado no abastecimento de data centers. A diversificação da matriz energética é uma aposta clara para se adaptar a um mercado em transformação e a empresa segue focada em se tornar referência na geração de energia elétrica e criação de valor aos acionistas.

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