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Trump, China, computação quântica, Nike e Intel | 🌎 Top 5 temas globais da semana

1. Trump: Negociações sobre fim de guerra começa sem Ucrânia 2. China: País continua liderando a performance entre as regiões globais 3. Quantum Computing: Lançamento do chip Majorana, da Microsoft é nova promessa 4. Nike: Em busca do público feminino 5. Intel: As partes valem mais que o todo?

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1. Trump: Segundo mês começa com mais tarifas e negociações geopolíticas - Presidente dos EUA afirma que Rússia também tem interesse em acabar com a guerra

2. China: País continua liderando a performance entre as regiões globais - Alibaba surpreende positivamente nos resultados e relação comercial entre China e EUA ameniza

3. Quantum Computing: Lançamento do chip Majorana, da Microsoft é nova promessa - Chip quântico com maior grau de acurácia chama atenção para o tema

4. Nike: Em busca do público feminino - Nike anuncia nova marca em parceria com Skims, fundada por Kim Kardashian

5. Intel: As partes valem mais que o todo? - Empresa pode ser dividida e comprada por concorrentes

1. Trump: Negociações sobre fim de guerra começa sem Ucrânia

O presidente dos EUA começou o segundo mês de seu segundo governo com mais falas envolvendo tarifas e sobre como encerrar o conflito entre Rússia e Ucrância.

Após confirmar tarifas recíprocas e sobre importações de aço e alumínio na semana passada, Donald Trump anunciou, também, que irá introduzir cerca de 25% sobre importação de automóveis, semicondutores e produtos farmacêuticos. Para os automóveis, as tarifas começarão no dia 2 de abril, com Trump há muito tempo criticando o “tratamento injusto” das exportações automotivas dos EUA em mercados estrangeiros. A Europa, por exemplo, impõe tarifas de 10% sobre as importações de veículos, quatro vezes a tarifa corrente de 2,5% dos EUA. Já os semicondutores e produtos farmacêuticos ainda não têm uma data de início confirmada, mas o presidente sinalizou que começariam em “25% ou mais”, aumentando substancialmente ao longo do ano.

A semana também foi marcada pela interação de Donald Trump com as lideranças da China e da Rússia, buscando resolver questões como o comércio e a tensão geopolítica global. Em relação a conversa com Xi Jinping, Trump fez comentários indicando a possibilidade de um novo acordo comercial entre os países (comentamos mais detalhes no tema #2). Já com a Rússia, o diálogo foi com a finalidade de buscar um acordo para acabar com a guerra entre o país e a Ucrânia.

Donald Trump deixou claro que “as cartas” para qualquer diálogo de paz entre os países estão com a Rússia, uma vez que o país tomou muito território da Ucrânia. As negociações ficaram apenas entre os EUA e a Rússia, sem o envolvimento da Ucrânia e, com isso, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que Trump estava vivendo em um espaço de desinformação governado por Moscou. Como resposta, Trump chamou Zelensky de ditador duas vezes durante o dia da negociação, provocando críticas de líderes europeus. Por fim, o presidente americano afirmou que a Rússia também quer que a guerra acabe, além de dizer que confia nas intenções do país.

A curva de juros fechou durante a semana: as taxas das treasuries de 10 anos tiveram queda de -5 bps, enquanto as de 2 anos recuaram -6 bps.

2. China: País continua liderando a performance entre as regiões globais

No início da semana, o presidente da China, Xi Jinping, fez um raro discurso em um simpósio fechado para líderes de grandes empresas do país, incentivando os empresários a “mostrar os seus talentos” na “nova era” empresarial do país. Isso ocorreu em um momento em que as empresas estão começando a sentir o efeito positivo dos estímulos anunciados no final de setembro. Representantes de empresas como Alibaba, Tencent, Huawei, DeepSeek, Xiaomi e BYD estavam presentes.

Outra notícia positiva para a China foi o fortalecimento da relação amigável entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping. Trump realizou comentários elogiosos a Xi e sugeriu a possibilidade de um novo acordo comercial entre os EUA e a China. Essa interação entre os presidentes é chave para uma possível flexibilização ou adiamento da imposição de tarifas, o que poderia impactar diversas empresas do país asiático. Desde a posse de Trump, as tensões entre os EUA e a China tem sido mais brandas do que o mercado temia.

Os eventos da semana refletem o momento atual do mercado chinês. Após anos de desaceleração econômica, as bolsas da China estão vivendo um ótimo momento, com o índice de tecnologia do país (KWEB) subindo +25,2% no ano e o índice das grandes empresas também em alta de +19,1%. Embora a temporada de resultados chinesa ainda não tenha ganhado força no Oriente, a Alibaba divulgou seus números, reforçando a tese de que as dinâmicas no país estão mudando.

Após o anúncio da divulgação da parceria entre Apple e Alibaba na semana passada, a empresa chinesa reportou resultados robustos na última quinta-feira, com surpresas positivas de +1,7% na receita e +12,7% no lucro por ação. Esses números foram impulsionados pela aceleração da receita de Cloud Intelligence, que cresceu +13,3% em relação ao ano anterior, sendo considerado um dos principais vetores de crescimento da companhia, especialmente no contexto atual da corrida pelo desenvolvimento de inteligência artificial. Com isso, a empresa teve um desempenho de +15,3% na semana e acumula uma alta de +45,4% no mês.

A Alibaba faz parte da carteira Top Ações Globais XP

3. Quantum Computing: Lançamento do chip Majorana, da Microsoft é nova promessa

Há cerca de dois meses, publicamos um Top 5 temas globais da semana em que falamos do avanço da Alphabet em computação quântica. Desde então, o tema não esteve muito em foco, principalmente devido ao ceticismo dos investidores em relação à praticidade do uso desse tipo de tecnologia no curto ou médio prazo. Jensen Huang, CEO da Nvidia, opinou que os computadores quânticos serão viáveis apenas daqui 15 a 30 anos.

Porém, com o lançamento do chip Majorana 1 na quarta-feira (19), a Microsoft relembrou os investidores de que ainda existem empresas realizando pesquisas e avanços nesse campo, e com a velocidade das inovações, pode ser que não precisemos esperar duas décadas para fazer dos computadores quânticos máquinas úteis e confiáveis. O Majorana 1 é o primeiro processador quântico do mundo alimentado por qubits topológicos.

Quando falamos do chip Willow, da Alphabet, tentamos explicar um pouco sobre qual o princípio de funcionamento da computação quântica, e sobre qual o principal desafio enfrentado no momento, a alta propensão a erros é o principal problema dos qubits do chip da Alphabet. O Majorana 1, por sua vez, é alimentado por qubits topológicos, que são feitos para serem muito mais fortes e menos propensos a cometerem erros, mesmo quando estão em estado de superposição (explicamos esses conceitos no relatório anterior).

A capacidade da Microsoft de explorar esse novo tipo de matéria para criar o qubit topológico promete acelerar o desenvolvimento de toda a indústria de computação quântica confiável em larga escala, podendo ser um momento crucial da inovação tecnológica. Além de serem tão rápidos quanto os qubits do Willow, os topológicos são controlados digitalmente, permitindo esse avanço na diminuição da incidência de erros.

Contudo, mesmo o Majorana 1 representando um avanço notável desse tipo de tecnologia, o mercado continua cético com a ideia de que a computação quântica trará uma revolução tecnológica no curto ou médio prazo como a dos chips para inteligência artificial. No fim da semana, a Microsoft acumulou leve alta de +0,2%, e o QTUM, ETF de computação quântica, caiu -0,9%. Outras ações do setor, como a Rigetti Computing, também caíram na semana mesmo com as notícias divulgadas pela Microsoft.

4. Nike: Em busca do público feminino

Na busca por recuperar os mercados perdidos para concorrentes nos últimos anos, a Nike anunciou a criação de uma nova marca em colaboração com a Skims, fundada por Kim Kardashian. Apelidada de NikeSKIMS, essa nova linha incluirá roupas, calçados e acessórios, com o objetivo de restaurar sua participação de mercado e endereçar o público feminino que consome marcas de athleisure como Lululemon, Alo Yoga e Vuori, através do acesso aos consumidores da Skims, que tendem a preferir um estilo de vestuário mais casual ao estilo esportivo da Nike.

De acordo com o comunicado divulgado pela Nike, o lançamento da coleção inicial está programado para a primavera nos EUA, que começa na segunda quinzena de março, com uma expansão global prevista para 2026. Embora os detalhes sobre as peças e o conteúdo do lançamento inicial ainda não tenham sido revelados, espera-se que a maioria delas seja direcionada ao público feminino. Atualmente, a receita das linhas femininas da Nike representa cerca de 20% do total da companhia, e cerca de 40% dos consumidores da Nike são mulheres. Diversas marcas buscam aumentar essa proporção, considerando que o público feminino tende a gastar mais em roupas.

Recentemente, a Nike lançou uma nova campanha voltada para mulheres atletas durante o Super Bowl, marcando sua primeira grande publicidade no evento em décadas. O anúncio aborda os desafios enfrentados por elas no esporte e as encoraja a vencer, superando desafios. Sob a liderança do novo CEO, Elliott Hill, a Nike está focada em conquistar o público feminino e aproveitar o crescente interesse em esportes, com a parceria representando uma oportunidade estratégica para alcançar essa posição.

Os investidores reagiram positivamente à notícia, reconhecendo o potencial da colaboração para fortalecer a posição da empresa no mercado feminino e revitalizar sua linha de produtos. Como resultado, as ações da Nike subiram +5,3% na semana, refletindo a confiança dos investidores na capacidade da empresa de inovar e se adaptar às tendências do mercado em meio a um processo de turnaround.

5. Intel: As partes valem mais que o todo?

A Intel (Ticker: INTC) era consolidada como uma potência tecnológica, e chegou a ser a sexta maior companhia do mundo no ano 2000. Hácerca de quatro anos, a capitalização de mercado da Intel era praticamente o triplo da atual, e seu CEO, Pat Gelsinger, buscava aquisições para fortalecer sua posição. O que mudou? A Intel ficou para trás de competidoras e está no centro das atenções como possível alvo de aquisições.

Durante a semana, a Broadcom manifestou interesse em adquirir os negócios de design de chips da Intel, responsável por desenvolver novas tecnologias e garantir que os produtos sejam bem recebidos pelo mercado, mas sua intenção está condicionada à possibilidade de encontrar um comprador para as fábricas da empresa. Coincidentemente, a TSMC, que no passado superou a Intel ao produzir chips mais rápidos e com transistores menores, está avaliando a possibilidade de assumir o controle de uma parte ou até mesmo de todas as plantas de fabricação de chips, que cuida da produção de semicondutores e garante que a empresa consiga atender à demanda. Para a TSMC, isso ocorreria potencialmente em colaboração com um consórcio de investidores ou uma estrutura similar.

Recentemente, a própria empresa já realizou a cisão da sua unidade de fabricação de chips para outras companhias numa unidade de negócios separada. Ao desmembrar suas operações, a Intel busca maximizar o valor de cada unidade, permitindo que empresas especializadas se concentrem em áreas específicas, como a fabricação de chips, enquanto a Intel se dedica mais ao design e à inovação tecnológica.

As negociações sobre as fábricas estão em estágios iniciais, e o governo Trump tem incentivado a TSMC a explorar a ideia da aquisição. Entretanto, um oficial americano indicou que o presidente não apoiaria um acordo com uma entidade estrangeira, o que representa um risco para o negócio.

Ao longo da semana, a TSMC (Ticker: TSM) registrou uma queda de -2,8%, enquanto a Broadcom (Ticker: AVGO) apresentou uma desvalorização de -6,2%. Em contrapartida, a Intel teve um desempenho positivo, com uma alta de +5,4% na semana, uma vez que, caso o negócio se concretize, é provável que a TSMC e a Broadcom ofereçam um prêmio em relação ao valor de mercado da empresa, considerando as sinergias que seriam geradas.

Compilado de resultados da semana

Compilado de resultados da semana (17/02/2025 até 21/02/2025) 🌎

Comentamos os resultados de 9 empresas durante a semana. Confira aqui:

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Confira todos os resultados do 4T24 da temporada internacional

Terça-feira

BHP (BHP): Surpresas negativas de -0,2% na receita e de -0,6% no lucro por ação. Na semana, a empresa teve queda de -0,2% 🔴

Quarta-feira

HSBC (HSBC): Surpresas positivas de +2,4% na receita e de +17,6% no lucro por ação. Na semana, a empresa teve alta de +1,8% 🟢

Rio Tinto (RIO LN): Surpresa positiva de +2,5% na receita e negativa de -2,8% no lucro por ação. Na semana, a empresa teve queda de +0,3% 🟢

Quinta-feira

Walmart (WMT): Surpresas positivas de +0,2% na receita e de +2,3% no lucro por ação. Na semana, a empresa teve queda de -8,9% 🔴

Alibaba (BABA): Surpresas positivas de +1,7% na receita e de +12,7% no lucro por ação. Na semana, a empresa teve alta de +15,3% 🟢

Booking (BKNG): Surpresas positivas de +5,7% na receita e de +14,3% no lucro por ação. Na semana, a empresa teve queda de -1,1% 🔴

Airbus (EADSY): Surpresa positiva de +2,5% na receita e negativa de -3,5% no lucro por ação. Na semana, a empresa teve queda de -5,8% 🔴

MercadoLibre (MELI): Surpresas positivas de +1,7% na receita e de +59,9% no lucro por ação. Na semana, a empresa teve alta de +7,1% 🟢

Newmont (NEM): Surpresas positivas de +10,4% na receita e de +31,8% no lucro por ação. Na semana, a empresa teve queda de -2,6% 🟢

Agenda de resultados

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