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🌎 CONEXÃO GLOBAL: Airbnb e a revolução da hospedagem

CONEXÃO GLOBAL é o nosso relatório semanal que te conecta com os principais temas do mundo

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Desde 2020, viemos reforçando a tese de que alguns setores da economia seriam permanentemente afetados pela pandemia, tendo sua demanda impactada de forma irreversível, enquanto outros passariam por danos, que apesar de agudos, seriam apenas momentâneos.

O setor de turismo por lazer, por exemplo, se encaixa no segundo grupo. Acreditamos que a vacinação em massa, principalmente nos países mais desenvolvidos, permitirá que o setor recupere-se gradualmente, beneficiando-se também de uma aumento na demanda de curto-prazo que havia sido reprimida. Pessoas querem voltar viajar e, segundo pesquisa do ITB Berlin e Statista, também querem gastar mais: Nos EUA e Alemanha, 25% dos entrevistados disseram que devem gastar mais com turismo em relação ao período pré-pandemia. Na China, esta fração chegou a 35%.

Sobre a frequência de viagens, 50% dos chineses acreditam que vão viajar mais após a reabertura, enquanto nos EUA este nº é de 25%. Enquanto isso, a CDC (Anvisa americana), autorizou liberdade total de viagens dentro dos EUA para a população vacinada e empresas de turismo já se movimentam para voltar às operações; a Norwegian Cruise Line, por exemplo, busca autorização para retomar operações limitadas a 60% de capacidade e com 100% da tripulação vacinada.

Neste contexto, acreditamos ser relevante para o nosso investidor conhecer melhor uma das empresas que mais vem se destacando no setor de turismo, mesmo em pleno ano de pandemia.

A Airbnb (AIRB34)

Antes de valer mais de US$ 100 bilhões após realizar seu IPO em dezembro de 2020, uma data sensível para uma companhia de turismo abrir o capital, a empresa passou por uma interessante história:

2007

Dois colegas de quarto dividiam um apartamento em São Francisco e não conseguiam quitar seu aluguel. Precisando de uma renda extra e sabendo que em sua cidade haveria um grande evento de designers, resolveram comprar 3 colchões infláveis, colocaram-nos em sua sala de estar e começaram a receber seus primeiros hóspedes, que não conseguiam mais encontrar hotéis, pois estavam todos cheios.

Joe Gebbia e Brian Chesky

Após faturar com alguns hóspedes, criaram um website para alugar seus colchões infláveis: airbedandbreakfast.com

2008

Percebendo o valor de sua ideia, Joe e Brian convidaram seu ex colega de quarto Nathan Blecharczyk para participar do negócio e lançaram o website 3 vezes no mesmo ano e conseguiram captar 2 clientes, sendo que um deles era Chesky, um dos sócios da empresa.

2009

Reinventaram a ideia sob a premissa de que o cliente precisaria de apenas 3 cliques para alugar uma estadia e foram atrás de diversos investidores-anjo. A ideia foi enviada para mais de 15 potenciais investidores, sendo que 8 rejeitaram a proposta e 7 a ignoraram completamente.

Airbnb Pitch Deck From 2008
A “deshotelização” da hospedagem. Na frase: “Alugue de locais em vez de hotéis”

Até que, finalmente, lançaram o produto pela 4ª vez, agora com uma nova identidade: Airbedandbreakfast foi reduzido para Airbnb. Eles foram finalmente notados por uma aceleradora de startups, onde passaram 3 meses aperfeiçoando o produto para então receber seu primeiro aporte-semente de US$ 600 mil da Sequoia Capital.

2011

4 anos após seus primeiros clientes, o site alçou vôo e estava presente em 89 países, batendo mais de 1 milhão de reservas na plataforma. Neste mesmo ano, grandes empresas de venture capital do Vale do Silício injetaram US$ 112 milhões no Airbnb, tornando-a oficialmente um unicórnio americano, avaliado em US$ 1 bilhão.

2014 – 2016

Como a maioria dos casos de sucesso que revolucionam algum setor, não foi diferente para o Airbnb. Os problemas operacionais e regulatórios começaram a ganhar grandes proporções: Nova Iorque ameaçou banir o aplicativo e a multar aqueles que recebessem pessoas em suas casas. Outras cidades, como Berlin, proibiram o aplicativo para aluguéis de menos de 30 dias.

2020

Depois de árduas batalhas contra o lobby regulatório, a empresa do setor de turismo se adaptou gradualmente às regras locais e finalmente realizou seu IPO em pleno ano de pandemia.

No pregão consecutivo ao dia da listagem, ações da companhia subiram mais de 110%, tornando esta emissão a 10ª mais bem sucedida do ano. Hoje, é avaliada em mais de US$ 100 bilhões e o patrimônio de cada um dos colegas co-fundadores ultrapassou os US$ 10bi. Pode-se dizer que, finalmente, eles conseguiram pagar o aluguel do apartamento de São Francisco.

E daqui para frente?

Apesar de ser uma empresa de turismo, as expectativas são de recuperação de faturamento neste ano para 98% dos níveis pré-pandemia. O número é positivo se compararmos, por exemplo, com as companhias aéreas que devem ter uma demanda totalmente recuperada somente em 2024.

Quando olhamos para o futuro, vemos expectativa de forte crescimento: o consenso estima crescimento de 28,5% a.a. até 2025:

Além disso, existem fatores que reforçam as oportunidades para a empresa:

  • Participação no mercado: 95% das hospedagens ainda estão concentradas nas mãos dos hotéis.
  • Novas gerações: Milennials e geração Z possuem 2x mais propensão a usar Airbnb em suas viagens.
  • Experiências turísticas: Além da hospedagem o Airbnb também fornece experiências turísticas aos seus clientes, um mercado que pode alcançar US$ 1,4 trilhão nos próximos 10 anos.
  • Diversificação geográfica: A plataforma já opera em mais de 220 países.

Mas o negócio também possui riscos envolvidos:

  • Vacinação mais lenta e incertezas quanto à volta a normalidade.
  • Recuperação mais lenta do turismo num mundo pós-pandemia.
  • Competição com Google e Booking no mercado “digital” de turismo.
  • Ameaças regulatórias e corporativismo dos governos.
  • Manutenção da confiança no serviço prestado.

Portanto, dadas as expectativas de aceleração da imunização em massa, principalmente nos EUA e Reino Unido, bem como uma demanda reprimida no setor de turismo, o cenário nos parece positivo para as empresas desta indústria, bem como para a Airbnb, que também possui uma forte pegada digital e ousa revolucionar a indústria global de hospedagem.

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