A partir da entrada em vigor da nova regra da CVM, que liberou a negociação das BDRs a todos investidores na B3, brasileiros passaram a ter acesso a ativos internacionais (os BDRs) que antes eram restritos a investidores qualificados, com mais de R$ 1 milhão.
E agora, como escolher os BDRs?
A nossa carteira de BDRs é composta pelas nossas 10 ações internacionais (BDRs) preferidas e atualizada mensalmente, com o intuito de ter desempenho superior ao índice MSCI All Country World Index em reais no longo prazo.
Como foi a performance da carteira em maio?
► Em maio, nossa carteira Top 10 Ações Internacionais caiu -2,8%, abaixo do benchmark global MSCI ACWI (-2,0%). Maio foi um mês com poucos catalisadores para ações globais ao passo que investidores buscam economias mais expostas às commodities em função da alta nos preços.
► Alibaba segue como o principal detrator da carteira, refletindo riscos regulatórios nas Big Tech chinesas; no entanto, não observamos mudança nos fundamentos da companhia e permanecemos com nossa visão construtiva para o crescimento da companhia, reflexo do consumo na China. Entenda mais sobre a nossa visão otimista aqui.
► A troca de Salesforce por General Motors, em maio, se mostrou acertada, uma vez que a SSFO34 registrou -2,5% e GMCO34 subiu +1,1% no mês.
Para junho, realizamos uma alteração na Carteira Top 10 Ações Internacionais XP. Entra Microsoft (MSFT34); sai Disney (DISB34).
Neste mês, optamos por realizar os lucros em Disney, uma vez que o papel subiu +34,2% desde a nossa primeira recomendação de compra. Permanecemos otimistas com os fundamentos da empresa, que deve se beneficiar da reabertura (parques e cinemas) e da tendência estrutural de streaming; no entanto, acreditamos que a recente desaceleração no número de assinantes do Disney+ pode ser um risco de curto-prazo para o valuation do mercado.
A saída de DISB34 da carteira abre espaço para uma exposição de 10% em Microsoft (MSFT34), que é uma das gigantes de tecnologia americana (o M das FAAMGs). A posição em Microsoft complementa a nossa carteira com uma série de temas seculares que antes não estavam presentes, sendo os principais: 1) Computação em nuvem, via Azure, 2) Videogames, via Xbox, 3) Redes sociais, via LinkedIn e 4) Trabalho remoto e digitalização das empresas, via Office 365.
Carteira recomendada
Conheça as 10 melhores ações internacionais para se investir, mirando ganhos superiores no longo prazo:
Diversificação setorial
A carteira Top 10 BDR XP busca obter retornos superiores, com complementariedade setorial em relação ao Ibovespa, e uma seleção de maior qualidade e mais concentrada que o MSCI All Country World Index.
- O Ibovespa é muito concentrado no setor financeiro (25%) e possui pouca exposição em consumo discricionário (9%), comunicação (1%) e tecnologia (<1%)
- O BDRx é mais concentrado em tecnologia (33%) e menos em financeiro (9%)
Com a alteração, mudam as nossas exposições setoriais, reduzindo comunicação e incrementando tecnologia. A carteira permanece diversificada e complementar ao Ibovespa com posições em tecnologia (Microsoft, TSMC e Visa), financeiro (J.P. Morgan Chase e Berkshire Hathaway), consumo discricionário (Alibaba, Home Depot e General Motors), bens de consumo (Walmart) e saúde (Johnson & Johnson).
Conheça as empresas
J.P. Morgan Chase (JPMC34)
Com US$ 2,7 tri em ativos, o J.P. Morgan Chase é o maior banco americano e se posiciona entre as 5 maiores instituições financeiras do planeta. Sua rede de mais de 5 mil agências o torna um dos maiores provedores de crédito para hipotecas e cartões de crédito do país. Sua tradicional história no mundo dos investimentos data de 1799.
O J.P. Morgan Chase provê serviços financeiros globais, bem como atende uma rede de varejo. Entre seus serviços, incluem-se investment banking, serviços de corretagem, gestão de carteiras, private banking, cartões de crédito, bancos comerciais e finanças pessoais. Seus clientes podem ser empresas, instituições e indivíduos.
80% de suas receitas são geradas nos EUA, 15% na Europa e os outros 5% no restante do mundo. Sua estratégia de digitalização e sustentabilidade permitiu um forte crescimento no faturamento e no nº de clientes nos últimos 5 anos.
Johnson & Johnson (JNJB34)
Multinacional americana, com mais de 130 anos de história, iniciou suas atividades como fabricante de curativos cirúrgicos. Hoje, as atividades da companhia são divididas entre três segmentos: 1) Farmacêutico (52% das receitas): Responsável pelo desenvolvimento de medicamentos e vacinas; 2) Equipamentos médicos (31%): Produção de aparelhos usados em cirurgias, como pinos e placas ortopédicas e lâminas de corte; 3) Bens de consumo (17%): Voltado ao dia-a-dia – produção de produtos de uso pessoal, como shampoos, band-aid e hidratantes.
A ação tende a ser defensiva para ambientes incertos, dado que a empresa é uma sólida pagadora de dividendos (em 2019, aumentou o pagamento pelo 57º ano consecutivo), possui robusta posição de caixa (US$ 18 bilhões), e consistente crescimento de receitas no segmento farmacêutico (~8% a.a nos últimos 20 anos).
Apostas de crescimento: pesquisa, desenvolvimento e distribuição de novos medicamentos (exemplo: vacina para Covid-19 e tratamento de mielomas), retomada da demanda por equipamentos cirúrgicos em 2021 e potenciais aquisições de novas patentes e de companhias farmacêuticas menores.
Walmart (WALM34)
50 anos atrás surgia um pequeno varejista com uma simples ideia: “Vender mais por menos”. Hoje, o Walmart transformou-se na maior rede global de supermercados. Suas mais de 11 mil lojas são visitadas por aproximadamente 270 milhões de clientes semanalmente. Além disso, possui forte presença global com operações em 26 países, nos quais gera 2,2 milhões de empregos diretos.
Sempre focado na estratégia central de preços baixos, o varejista também oferece uma ampla seleção de produtos tanto em seus 3 tipos de lojas físicas quanto via comércio digital (Walmart.com) e via aplicativos. O Walmart não é um supermercado qualquer. Buscando crescimento de sua presença online (atrás apenas da Amazon), a companhia não hesita em fazer aquisições ou parcerias para aumentar sua pegada digital, sendo as mais recentes a parceria com a Shopify (expandindo a presença dos pequenos e médios comerciantes online) e com a thredUP (colocando em seu portfólio de produtos grandes marcas como Calvin Klein, Michael Kors e Nike).
Como diferencial entre as varejistas, a empresa vinha expandindo e aprimorando sua presença online anos antes da pandemia e, dessa forma, foi recompensada atravessando a crise de forma mais branda e está bem posicionada para encarar os desafios do futuro.
Apostas de crescimento: Flipkart (comércio e pagamentos digitais na Índia) e Walmart+.
Home Depot (HOME34)
Varejista líder global na venda de materiais de contrução, jardinagem e melhorias do lar, a Home Depot opera 2.300 lojas em território norte-americano, canadense e mexicano. Em suas prateleiras, são dispostos de 30 mil a 40 mil produtos diferentes para seus 2 tipos de público: 1) Cliente Comum: Compra na loja ou online executa a melhoria na casa por conta própria ou terceirizada. 2) Cliente Pro: Profissionais que oferecem serviços de reforma e consomem os produtos da Home Depot.
O histórico financeiro da Home Depot é prova de sua capacidade de execução e de melhoria dos processos. Desde 2009, a empresa aumentou gradualmente as suas margens de lucro; foram 10 anos seguidos de expansão e em 2020, mesmo com a pandemia, conseguiram manter o lucro líquido no mesmo patamar de 2019.
Além disso, a empresa é conhecida por pagar mais dividendos que seus pares, bem como por ter uma expectativa de crescimento superior aliada à sólida margem de lucro.
Visa (VISA34)
A Visa está no centro da revolução da transição do papel-moeda para o dinheiro digital. Em 1958, o Bank of America lança o primeiro cartão de crédito dos EUA com um limite de US$ 300 dólares. Mais tarde, em 1976, o sucesso do cartão tornaria-se internacional, fazendo com que o segmento do banco fosse desmembrado e renomeado como Visa. Mais tarde, seria lançado, em plena crise de 2008, como um dos maiores IPOs da história.
Hoje, a companhia está presente em mais de 200 países, com produtos disponíveis em diversos aparelhos, mas o foco ainda é o mesmo: ser o melhor método para pagar e receber para todos e em qualquer lugar. A Visa possui 3,3 bilhões de cartões ativos conectando consumidores ao redor do mundo. O faturamento possui ampla distribuição geográfica, com 46% das receitas provenientes dos EUA e 54% internacional. Quanto aos segmentos, a empresa fatura, em ordem de importância, com 1) Taxas de processamento de dados, 2) Taxas de serviços e 3) Taxas de transações internacionais.
Apostas de crecimento: Parcerias com produtoras de aparelhos móveis e acessórios que integrem os meios de pagamentos; Integração com automóveis em estacionamentos e postos de abastecimento; aumento nas transações sem papel-moeda em ecossistemas cada vez mais digitais e eficientes.
General Motors (GMCO34)
Uma das maiores fabricantes de automóveis e peças do mundo, a GM é a dona das marcas Chevrolet, GMC, Cadillac, Buick e OnStar. As divisões da GM Internacional e GM América do Norte são responsáveis pelas operações globais de veículos automotivos enquanto a GM Financial é responsável pelo segmento de financiamento, crédito e seguros.
As operações da empresa são focadas principalmente no mercado norte-americano, que é responsável por ~80% do faturamento da companhia, um posicionamento interessante dada a robustez da recuperação econômica do país num mundo pós-pandemia. No longo-prazo, a GM busca reduzir o consumo de petróleo e a emissão de gases-estufa via pesquisa e desenvolvimento de tecnologias como células de hidrogênio e baterias elétricas. Ainda como estratégia de crescimento, a General Motors deverá aumentar as suas ofertas de produtos no mercado chinês, via Chevrolet, Cadilac e Buick, bem como via marcas locais Baojun e Wuling e operações envolvendo joint ventures.
Além disso, a companhia possui uma operação eficiente, à frente da concorrência em termos de geração de caixa e margem EBITDA: Entre 2016 e 2019, pré-pandemia, a GM entregou média de 16% de margem, contra apenas 7% da Ford e 12% da Tesla.
Apostas de crescimento: 1) GM Ultium – plataforma de baterias elétricas que será a base para o futuro carbono-zero da companhia; 2) Cruise – segmento de software e veículos autônomos em parceria com a Microsoft, Walmart e Honda.
NOVA! Microsoft (MSFT34)
Líder absoluta no mercado global de sistemas operacionais, a Microsoft atingiu o feito de ter o Windows instalado em 3/4 dos computadores pessoais do planeta. Se considerarmos dispositivos móveis, como tablets e celulares, a sua participação ainda se mantém em 30% dos aparelhos. O faturamento da empresa é dividido em 3 segmentos, cada um representando aproximadamente 1/3 do total, sendo eles 1) Computação Pessoal, que inclui o Windows e o Xbox; 2) Produtividade e Processos, que inclui o pacote Office 365, SharePoint, Skype e LinkedIn; 3) Computação em nuvem, que inclui o Azure, SQL e Windows Server. Geograficamente, 50% das receitas vêm de fora dos EUA.
Apostas de crescimento: Trabalho remoto (Office 365) / Computação em nuvem (Azure) / Games em nuvem / Plataformas sociais (LinkedIn e Discord)
TSMC (TSMC34)
A Taiwan Semiconductor Manufacturing Company possui a maior capacidade de produção de semicondutores do planeta e detém cerca de 50% do mercado global. A companhia atende clientes que não possuem tecnologia própria de chips para seus dispositivos.
Hoje, clientes de alto padrão utilizam sua tecnologia, como Apple, AMD, NVIDIA e Intel. São mais de 500 clientes atendidos que incluem os chips da TSMC em seus 10 mil dispositivos.
Geograficamente, a empresa possui indústrias em Taiwan, na China e nos EUA, sendo que este último é responsável por 60% de suas receitas. Por produto, 50% do faturamento vem de celulares, 30% de computação de alta performance e 10% de Internet of Things. Olhando para frente, o setor automotivo (5% das receitas) deve prover uma longa avenida de crescimento com a eletrificação dos veículos, bem como os temas estruturais da expansão do 5G, computação em nuvem e Inteligência Artificial.
Berkshire Hathaway (BERK34)
Uma das empresas mais procuradas pelo investidor que tem visão de longo prazo. A holding, dirigida pelo investidor mais reconhecido do mundo, Warren Buffett, possui controle e participação em empresas de variados segmentos, de joalherias à refrigerantes. Fato que nem todos sabem é que aproximadamente 80% das receitas da Berkshire são provenientes de seguros (GEICO, principalmente) e os 20% restantes com transporte ferroviário e geração de energia.
Os principais fatores que atraem investidores para a companhia são 1) O compromisso de Buffett com uma gestão transparente e com alto nível de governança corporativa; 2) O histórico de sucesso dos investimentos da holding em empresas sólidas como Coca-Cola, American Express, Gilette e, mais recentemente, na Apple e em ouro (Barrick Gold); 3) O alinhamento pleno de interesses entre a administração e os acionistas da empresa.
Alibaba (BABA34)
Também conhecida como a Amazon chinesa, a gigante transaciona USS$ 1 tri em produtos nas suas plataformas (usando a métrica GMV) ao ano, sendo 95% do volume local na China. A empresa possui 750 milhões de clientes que consomem anualmente em suas plataformas digitais e está bem posicionada para capturar um mercado cada vez mais acostumado a consumir produtos online. Os números não mentem: o faturamento da empresa cresce em ritmo acelerado de ~30% ao ano. O varejo compõe 90% do seu faturamento, mas assim como a Amazon, busca expandir no segmento de computação em nuvem (Alibaba Cloud), que já representa 9% das receitas e cresce aproximadamente 60% a.a.
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