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Não olhe para trás: Perspectivas por Classe de Ativo | Abril 2024

Perspectivas de alocação e comentários por classe de ativo para os investimentos do mês de abril de 2024.

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Em nossas carteiras recomendadas de alocação (“carteiras por perfil“), definimos mensalmente os percentuais sugeridos para investimento por classe de ativo de acordo com cada política de investimentos, sendo que cada política, por sua vez, tem um objetivo de risco (volatilidade) e um horizonte de investimento.

Abaixo as alocações sugeridas por classe de ativo para cada política de investimentos para o mês de abril de 2024:

Esses percentuais de alocação por classe de ativo tem um componente estrutural, com base em retornos esperados de longo prazo (3 a 5 anos) e são revisados ao menos a cada 12 meses. Entretanto, uma outra parcela dessa alocação pode ter um componente tático, de curto e médio prazos, olhando para 3 a 6 meses a frente e que são revisados e sugeridos mensalmente com base nas discussões do Comitê de Alocação.

Essas perspectivas de alocação por classe de ativo de curto e médio prazos podem apresentar 3 qualificações possíveis:

  • Positiva – sugere uma sobrealocação para aquela classe de ativo em relação ao percentual definido em cada carteira
  • Neutra – sugere uma alocação em linha para aquela classe de ativo, ou seja, igual ao percentual definido em cada carteira
  • Negativa – sugere uma subalocação para aquela classe de ativo em relação ao percentual definido em cada carteira

Perspectivas de alocação por classe de ativo

Alguns dos destaques do mês:

  • Além de gostarmos de manter uma parcela expressiva da alocação em Renda Fixa Inflação, seja via títulos e/ou fundos indexados em IPCA+, pois podem oferecer ganhos reais, principalmente considerando a imprevisibilidade da inflação no Brasil, recentemente as taxas dos títulos públicos voltaram a ficar em patamares ainda mais atrativos, principalmente os de vencimentos mais longos, indicando bons pontos de entrada;
  • A convergência dos spreads de crédito para a média histórica deva continuar ocorrendo, ocasionando queda gradual dos prêmios. Nesse cenário, acreditamos que o carrego de muitos títulos privados segue atrativo, mas fica mais desafiador pensar em ganhos de capital relevantes no curto/médio prazo. Passam a ser ainda mais importantes a seletividade na escolha do emissor e o comparativo entre as rentabilidades de papéis isentos e não isentos;
  • Reforçamos o papel estrutural dos Multimercados nas carteiras uma vez que conseguem manter ou até reduzir a volatilidade desses portfólios, geralmente aumentando o retorno esperado, pela sua baixa correlação com as outras classes de ativo. A escolha da estratégia do fundo e do seu nível de volatilidade é relevante para que não haja desalinhamento de expectativas em momentos adversos como os mais recentes;
  • Mantemos o nosso foco em ações de empresas de maior qualidade para exposição em Renda Variável Brasil, mas mantidas as perspectiva de mais cortes de juros na Selic nos meses à frente, com as projeções de lucros melhorando para as empresas cíclicas domésticas e um desempenho ainda pra trás das suas medianas históricas, acreditamos que os atuais preços podem representar um ponto de entrada interessante em nomes cíclicos domésticos.

Na tabela abaixo estão as perspectivas de alocação por classe de ativo de curto e médio prazos para o mês de abril de 2024:

Comentários gerais por classe de ativo

RENDA FIXA LOCAL

Pós fixado tudo indica que já passamos da primeira metade desse ciclo de cortes de juros no Brasil, tendo sido retirados mais de 300 pontos base da Selic de agosto de 2023 até aqui. Uma redução ainda mais gradual na Selic nos meses a frente parece ser provável, o que nos indica que novas reduções na exposição ao indexador pós-fixado também sejam gradativas, ainda mais nas carteiras mais conservadoras.

Inflação – Nosso cenário base é que a inflação medida pelo IPCA fique próxima aos 4% nos próximos 2 anos, com alguns riscos de curto prazo (inflação de serviços, fatores climáticos e geopolíticos) e de longo prazo (fiscal) que podem voltar a pressionar a inflação nesse período. Com isso, além de gostarmos de manter uma parcela expressiva da alocação em Renda Fixa Inflação, seja via títulos e/ou fundos indexados em IPCA+, pois podem oferecer ganhos reais, principalmente considerando a imprevisibilidade da inflação no Brasil, devido à precificação dos riscos acima descritos, recentemente as taxas dos títulos públicos voltaram a ficar em patamares ainda mais atrativos, principalmente os de vencimentos mais longos, indicando bons pontos de entrada.

Prefixado – maiores riscos globais e locais voltaram a embutir prêmio na curva de juros, principalmente nos vencimentos mais longos. Entretanto, o atual cenário requer um posicionamento mais cauteloso e oportunístico em títulos prefixados, principalmente quando se trata de papéis de vencimentos mais longos. As taxas dos títulos públicos com vencimentos mais curtos (até 2 anos), nossa preferência, ficaram mais atrativas e podem indicar bom ponto de entrada.

Crédito Privadospreads de crédito continuaram tendência de queda, porém os spreads dos títulos de menor rating (A e AA) caíram mais rápido que os de melhores rating (AAA) nas últimas semanas.

A convergência dos spreads de crédito para a média histórica deva continuar ocorrendo, ocasionando queda gradual dos prêmios. Nesse cenário, acreditamos que o carrego de muitos títulos privados segue atrativo, mas fica mais desafiador pensar em ganhos de capital relevantes no curto/médio prazo. Passam a ser ainda mais importantes a seletividade na escolha do emissor e o comparativo entre as rentabilidades de papéis isentos e não isentos.

Esse impacto também aparece e deverá aparecer ainda mais nos meses a frente no carrego dos fundos com características de crédito high grade, uma vez que são os grandes compradores desses papéis.

RENDA FIXA GLOBAL

Reforçamos ser essa a nossa exposição predileta para investimentos internacionais, tendo atualmente maior participação, nas carteiras conservadoras e moderadas, do que a renda variável global.

Vale destacar que os riscos ainda são diversos tanto para os vencimentos curtos (inflação e política monetária) quanto para os longos (cenário fiscal americano), porém a relação risco x retorno desse tipo de alocação segue bastante atrativa ao nosso ver, ainda mais em instrumentos (títulos e fundos) com menor propensão a riscos elevados em ativos high yield e com duration não superior a 3 anos.

Para exposição diversificada à classe, os fundos de renda fixa internacional oferecem acesso a diferentes estratégias e instrumentos, estando com seus carregos ainda em níveis elevados, principalmente se considerarmos o carry (diferencial de juros entre Brasil e EUA) para quem optar pelo investimento em fundos com hedge cambial.

MULTIMERCADOS

Reforçamos o papel dessa classe de ativos nas carteiras uma vez que conseguem manter ou até reduzir a volatilidade desses portfólios, geralmente aumentando o retorno esperado, pela sua baixa correlação com as outras classes de ativo. Tipicamente não temos menos de 10% e não mais do que 30% de exposição estrutural em multimercados, pois estudos sugerem que essa seria a alocação ideal para que os fundos dessa classe contribuam como o esperado.

A escolha da estratégia do fundo e do seu nível de volatilidade é relevante para que não haja desalinhamento de expectativas em momentos adversos como os mais recentes. Dito isso, continuamos positivos com a classe, acreditando na capacidade que os gestores têm de gerar retornos acima do CDI em janelas longas de tempo (acima de 3 ou 4 anos).

RENDA VARIÁVEL BRASIL

O desempenho das ações locais seguem sendo afetadas em 2024 pelo cenário micro ainda desafiador, com uma temporada de resultados do 4T23 não tão positiva e nomes grandes do Ibovespa pressionados por ruídos políticos, o que tem contribuído inclusive para um forte fluxo de saída de recursos estrangeiros da bolsa brasileira.

A temporada de resultados do 4T23 demonstrou sinais iniciais de melhora para as empresas cíclicas domésticas, além das perspectivas melhorarem à medida que a desinflação continue e os juros sigam sendo cortados.

Mantemos o nosso foco em ações de empresas de maior qualidade para exposição em Renda Variável Brasil, mas mantidas as perspectiva de mais cortes de juros na Selic nos meses à frente, com as projeções de lucros melhorando para as empresas cíclicas domésticas e um desempenho ainda pra trás das suas medianas históricas, acreditamos que os atuais preços podem representar um ponto de entrada interessante em nomes cíclicos domésticos.

Em um cenário no qual há uma maior dispersão nos retornos dos papéis que compõem o Ibovespa e a bolsa, os fundos de ações podem se destacar considerando aqueles que fizerem um boa seleção das ações que vão obter melhores resultados.

RENDA VARIÁVEL GLOBAL

O rally das principais bolsas globais segue firme em 2024, mesmo com um cenário macro no mínimo incerto. Mais recentemente parece inclusive ter havido um “contágio” de otimismo, antes bastante concentrado em temas específicos (Big Techs/AI e Saúde/GLP-1), para outros setores e fatores de risco. Notícias mais negativas para as grandes empresas de tecnologia vindas do exterior colaboraram para essa rotação entre setores.

A cautela na exposição em renda variável global segue sendo reforçada, principalmente nas carteiras mais conservadoras e com prazos de investimentos mais curtos, considerando que o mercado parece ignorar os desafios macroeconômicos, especialmente no que diz respeito à inflação e a possível necessidade de que os juros fiquem altos por mais tempo.

ALTERNATIVOS

Alocações normalmente pouco correlacionadas com as demais classes de ativos tradicionais, principalmente nos veículos e instrumentos ilíquidos. As teses de investimentos ilíquidos seguem tendo sua relevância pelo potencial de entregar altos retornos com baixa volatilidade, além de poder expor a carteira a fatores de risco distintos dos que normalmente estão nas classes de ativos tradicionais, investindo em empresas não listadas em bolsa, seja via Equity ou via dívida, investimentos em ativos judiciais ou até mesmo em projetos de desenvolvimento imobiliário ou infraestrutura, por exemplo.

Vindo de um ambiente macroeconômico mais desafiador para os fundos de Private Equity e Venture Capital, que inclusive começa a dar alguns sinais de melhora, temos dado preferência a outras estratégias ilíquidas, mais ligadas ao crédito estruturado e/ou estressado (distressed). Além disso, temos utilizado a maior parte desse orçamento de risco para exposição via fundos listados líquidos, mais especificamente os fundos imobiliários de tijolos, diversificando entre os 2 principais setores da nossa preferência: shoppings e galpões logísticos.

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