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Ajustes finos nas carteiras: Perspectivas por Classe de Ativo | Setembro 2023

Perspectivas de alocação e comentários por classe de ativo para os investimentos do mês de setembro de 2023.

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Em nossas carteiras recomendadas de alocação (“carteiras por perfil“), definimos mensalmente os percentuais sugeridos para investimento por classe de ativo de acordo com cada política de investimentos, sendo que cada política, por sua vez, tem um objetivo de risco (volatilidade) e um horizonte de investimento.

Abaixo as alocações sugeridas por classe de ativo para cada política de investimentos para o mês de setembro de 2023:

Esses percentuais de alocação por classe de ativo tem um componente estrutural, com base em retornos esperados de longo prazo (3 a 5 anos) e são revisados ao menos a cada 12 meses. Entretanto, uma outra parcela dessa alocação pode ter um componente tático, de curto e médio prazos, olhando para 3 a 6 meses a frente e que são revisados e sugeridos mensalmente com base nas discussões do Comitê de Alocação.

Essas perspectivas de alocação por classe de ativo de curto e médio prazos podem apresentar 3 qualificações possíveis:

  • Positiva – sugere uma sobrealocação para aquela classe de ativo em relação ao percentual definido em cada carteira
  • Neutra – sugere uma alocação em linha para aquela classe de ativo, ou seja, igual ao percentual definido em cada carteira
  • Negativa – sugere uma subalocação para aquela classe de ativo em relação ao percentual definido em cada carteira

Perspectivas de alocação por classe de ativo

Alguns dos destaques do mês:

  • Mantemos uma visão positiva para exposição em renda variável brasileira mesmo (ou ainda mais) com a recente realização no mês passado, podendo inclusive representar uma oportunidade de ponto de entrada ou aumento da exposição;
  • Seguimos firmes na tese de fundos listados como forma de exposição a ativos reais que, no nosso caso, estão sendo implementadas via fundos imobiliários de galpões logísticos e lajes corporativas; 
  • Seguiremos adotando uma postura mais defensiva para alocação em ações globais nas carteiras;
  • Os spreads de crédito seguem em tendência de fechamento tanto em CDI quanto em IPCA, o que é positivo para quem detém exposição a esses ativos direta ou indiretamente.

Na tabela abaixo estão as perspectivas de alocação por classe de ativo de curto e médio prazos para o mês de setembro de 2023:

Comentários gerais por classe de ativo

RENDA FIXA LOCAL

Pós-fixado – tudo indica que os cortes na taxa Selic seguirão no passo de 50 pontos base por reunião, o que deve levar a Selic a 11,75% até o final do ano. Essa redução gradual dos juros, nos indica que as reduções na exposição ao indexador pós-fixado em renda fixa brasileira podem ir sendo implementadas também de forma mais gradativa. Estaremos atentos a sinais que possam indicar alguma aceleração nesse processo, pois isso poderia alterar (acelerar) essa dinâmica.

Inflação – em agosto, o mercado penalizou mais os títulos indexados à inflação do que os prefixados, e com isso o juro real de longo prazo, que vinha apresentando tendência de queda, voltou a subir. Sentindo os mesmos efeitos locais e globais dos prefixados, porém em magnitudes distintas, os títulos IPCA+ também embutiram mais prêmio nas últimas semanas. Isto aconteceu especialmente nos vencimentos mais longos, que seguem sendo uma das formas de implementarmos uma visão mais construtiva para o Brasil no longo prazo, com uma componente que suaviza perdas no caso de repiques inflacionários no futuro.  Os vencimentos mais curtos conseguem capturar o cenário de desinflação, que parece estar em curso de forma mais efetiva no curto e médio prazo.

Prefixado – as incertezas locais e globais embutiram algum prêmio à curva de juros local, principalmente nos vencimentos mais longos dos DIs. Pesou sobre o movimento, especialmente o cenário fiscal dos EUA, que se refletiu em altas das Treasuries longas nas últimas semanas, além do fiscal local. Entretanto, desde o grande fechamento das taxas que ocorreu entre abril e julho deste ano, vemos com cautela um aumento muito expressivo nesse indexador, que é o mais volátil na renda fixa. Seguimos sugerindo posicionamento mais tático e oportunístico em títulos e/ou estruturas prefixadas que ofereçam taxas ao menos acima do provável CDI médio do período equivalente do ativo. 

Crédito Privadoos spreads seguem em tendência de fechamento tanto em CDI quanto em IPCA, o que é positivo para quem detém exposição a esses ativos direta ou indiretamente. As captações líquidas dos fundos high grade, que tiveram um começo de 2023 mais difícil, vem sendo revertidas e já estão em terreno positivo, o que contribui para a normalização do mercado secundário e para o crescimento de novas emissões. Seguimos cautelosos com alguns emissores que estejam excessivamente alavancados e/ou com aqueles que possam ser mais impactados por uma desaceleração, mesmo que moderada e gradual, da atividade econômica brasileira.

RENDA FIXA GLOBAL

A classe de ativo que foi mais diretamente impactada pelos receios com relação ao cenário fiscal dos EUA e, em menor magnitude, alguns receios com relação ao processo de desinflação. Com isso, as Treasuries aumentaram os prêmios de risco, especialmente na parte mais longa (acima de 5 anos), o que pode ser encarado como uma oportunidade para posicionamento. De qualquer forma, seguimos tendo preferência por vencimentos mais curtos, até por estarem com taxas mais atrativas. Sugerimos diligência no alongamento dessa exposição a vencimentos acima de 2 anos, pois as marcações desses papéis são mais negativas no caso de novas aberturas nos rendimentos das Treasuries.

Seguimos sugerindo cautela para exposição a títulos corporativos que não sejam de alta qualidade (high grade), pois o cenário de juros altos por mais tempo prevalece como o nosso cenário base. Isto pode resultar em maior número de defaults e, consequentemente, elevar os spreads de crédito dos ativos de alto risco nos meses à frente. Uma forma eficiente de se expor de forma mais diversificada a ativos e estratégias em renda fixa global são os fundos multi-estratégia internacionais de renda fixa.   

MULTIMERCADOS

Parcela na qual tentamos não ter muito menos do que 10%, mas também não muito mais que 25%, com exceção da carteira de menor risco (Precavida). É a classe de ativos que implementa operações mais táticas em carteiras de alocação como as nossas, operando não só mercados à vista, como em futuros e derivativos, permitindo trabalhar melhor o curto prazo através de gestores de fundo profissionais.

Entre os fundos Macro, principal categoria dentro da classe de ativo, houve um aumento expressivo nos últimos 3 meses na exposição ao chamado “kit Brasil”, indicando uma visão mais positiva com relação aos ativos brasileiros, sendo esse tipo de posicionamento caracterizado por estar comprado em bolsa brasileira, comprado no real contra o dólar e apostando na queda da taxa de juros. Não por acaso esse movimento coincide com um aumento da correlação entre eles, que pode e deve ser compensada com maior diversificação de estratégias via fundos de outras categorias, como os Long & Short que apresentam desempenho melhor do que os Macro, no agregado de 2023.

RENDA VARIÁVEL LOCAL

Mantemos uma visão positiva para exposição em renda variável brasileira mesmo (ou ainda mais) com a recente realização no mês passado, podendo inclusive representar uma oportunidade de ponto de entrada ou aumento da exposição em ações, carteiras ou fundos de ações, visando especialmente o longo prazo.

Nossa visão positiva é baseada principalmente nos seguintes fatores:

(i)          o início do ciclo de corte de juros: historicamente, o Ibovespa tende entregar um retorno de 35% durante esses ciclos de flexibilização monetária, quase 3x acima do CDI;

(ii)         o potencial retorno de fluxos, principalmente de investidores domésticos: vemos a saída de investidores estrangeiros em agosto como um movimento de realização de lucros e não como algo estrutural. Do lado de investidores institucionais e Pessoa Física, nossas pesquisas recentes mostram um sentimento cada vez mais otimista em relação à Bolsa;

(iii)        valuation descontado: continuamos a ver o Ibovespa como descontado, com o Preço/Lucro em 8,1x, patamar abaixo da sua média histórica de 11x e também abaixo dos múltiplos de mercados globais.

No micro, avaliamos a temporada de resultados do 2T23 como tendo sido fraca no Brasil, com uma contração de 30% no lucro por ação (LPA) do Ibovespa em relação ao mesmo período do ano anterior, refletindo um cenário macro ainda desafiador. O risco daqui pra frente são mais revisões de lucros pelo mercado, à medida que os analistas atualizam seus modelos após essa temporada fraca.

RENDA VARIÁVEL GLOBAL

Seguiremos adotando uma postura mais defensiva para alocação em ações globais nas carteiras. No atual momento dos mercados, dados mais fracos das economias centrais, especialmente dos EUA, acabam freando novas altas nas curvas de juros, o que é benéfico para os ativos de risco. Por outro lado, esses mesmos dados ruins ainda não atingiram as expectativas de lucros das empresas americanas na magnitude que contribua para uma realização mais generalizada nas bolsas.

Portanto, para seguir calibrando o risco alocado em bolsas globais seguiremos atentos a diversas variáveis, com destaque para: i) a continuidade de novas altas nas taxas de juros de 10 anos dos EUA que subiram no mês de agosto e apresentaram assim, a 4ª alta mensal consecutiva, impactando na precificação das ações globais e; ii) o ponto de virada em que notícias ruins na economia impactem negativamente as projeções de receitas e lucros das empresas, pois não acreditamos que o fenômeno “o ruim é bom” seja sustentável por muito tempo.

ALTERNATIVOS

Utilizamos esse tipo de alocação para implementar teses pouco correlacionadas com as demais classes de ativos tradicionais tanto através de instrumentos ilíquidos quanto líquidos. As teses de investimentos ilíquidos seguem tendo sua relevância pelo potencial de entregar altos retornos com baixa volatilidade, além de poder expor a carteira a fatores de risco distintos dos que normalmente estão nas classes de ativos tradicionais, investindo em empresas não listadas em bolsa, seja via Equity ou via dívida, investimentos em ativos judiciais ou até mesmo em projetos de desenvolvimento imobiliário ou infraestrutura, por exemplo.  

Nas teses e temas mais táticos, via fundos líquidos, zeramos nossa exposição direta em commodities através de fundos indexados. Por outro lado, como as carteiras refletem alocações para um cenário de pouso mais suave da economia americana, decidimos implementar uma alocação que defenda (parcialmente) os portfólios no caso de estarmos errados e haver um pouso mais forçado, independente de qual seja o motivo. Com isso, incluímos uma pequena exposição a ouro (em dólar), pois historicamente ambos (o ouro e o dólar) tendem a se valorizar em cenários extremos de desaceleração econômica mais aguda ou até mesmo no caso de algum evento geopolítico mais relevante.  

Seguimos firmes na tese de fundos listados como forma de exposição a ativos reais que, no nosso caso, estão sendo implementadas via fundos imobiliários de galpões logísticos e lajes corporativas. O mês de agosto demonstrou que esse tipo de exposição pode também ser menos suscetível a riscos globais, uma vez que tendem a estar mais correlacionadas com fatores macro locais ou até mesmo fatores específicos de cada setor.

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