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A visão da ARX sobre o cenário para os fundos de crédito

No primeiro dia do mês de março, Rafael Culbert, da área de distribuição de fundos na XP, recebeu Bernardo Teixeira e Pierre Jadouf, da ARX Investimentos, para participar do 1º Papo de Fundos. Pierre aponta que o ambiente está longe de ser um ambiente de crise econômica como vimos em 2015 e 2016 e que o mercado de crédito segue saudável.

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No primeiro dia do mês de março, Rafael Culbert, da área de distribuição de fundos na XP, recebeu Bernardo Teixeira e Pierre Jadouf, da ARX Investimentos, para participar do 1º Papo de Fundos – uma série de webinars, organizada juntos aos maiores gestores de crédito privado do Brasil, que visa passar uma atualização do panorama do mercado de crédito. Esse foi o primeiro de uma série de 5 encontros que ocorrerão sempre às quartas ao longo do mês de março de 2023.

Você também pode assistir a reprise do bate-papo clicando aqui

A visão da ARX sobre Americanas e Light

Para Pierre Jadouf, apesar do ano ter começado “animado, no mal sentido”, ainda assim existem boas oportunidades no mercado de crédito. O episódio envolvendo a Americanas trouxe, sem dúvidas, o susto atrelado ao fato de se tratar de uma fraude que ninguém viu e ninguém esperava. “É o que a gente não espera, isso deixa até irritado”, comenta.

Os fundo de crédito sofreram de forma direta com as perdas nos ativos, que atualmente estão marcados a 10, 14% do valor anterior ao descobrimento da fraude. Jadouf destaca que a indústria toda estava dentro dos seus mandatos, a maioria dos gestores de fundos de crédito não detinham exposições muito grande, algo entre 0,5% até 3,0%. O que parece condizente com a categoria dos fundos dessa classe (high grade).

Sobre algum possível contágio para bancos, que também são credores da Americanas, ele cita que as provisões foram feitas e os bancos devem conseguir absorver essas perdas sem grandes problemas.

Em relação à Light, Pierre entende que não se trata de um evento, mas sim uma notícia. Dada a situação de Americanas, como estava todo mundo “a flor da pele”, a notícia da contratação pela Light de um assessor financeiro tomou proporções totalmente descabidas. “A questão de perdas da Light vem de décadas”, aponta. Entretanto, em sua visão, o problema que se apresenta na Light é mais relacionado à sua liquidez, que tem um ativo que vale, sem depreciações, R$11 bilhões e que seriam recebidos caso a concessão não fosse renovada em 2026. Esse ativo seria suficiente para cobrir todos os passivos da empresa. Ela (Light) não teria caixa para passar os próximos anos, até 2026, sem rolar nenhuma dívida, então obviamente que se o mercado de crédito se fechar pra ela em algum momento, ela pode passar por algum problema.

A empresa hoje foca na discussão de renovação ou não da concessão que hoje existe. Se a concessão é renovada deverá ser em condições melhores, mais saudáveis. Se não ocorre a renovação, a Light precisará chamar os credores curtos, como os fundos de crédito, e rolar as dívidas curtas pelo menos até 2026. “Nosso cenário base é que a empresa renove a concessão, o que deve acontecer a partir de junho de 2023”, a partir desse momento, Pierre explica que a Light terá 18 meses para debater os termos da concessão. “Quem que vai assumir uma concessão nos termos que a Light tem hoje? Ninguém”, garante. Ou seja, o governo deverá chegar num comum acordo para renovar a concessão da empresa.

Passados esses dois casos (Americanas e Light), você começa a ver um news flow (notícias) muito negativo na mídia: CVC, Marisa, Oi e Tok&Stock, passando de um cenário positivo até então para um cenário extremo negativo, o que não parece ser racional.

Pierre aponta sobre a importância do que chama de “separar o joio do trigo”, fazendo menção à visão equivocada que se trata de um risco sistêmico e que outras empresas iriam no mesmo caminho da Americanas. Aí as pessoas começam a pedir resgates dos fundos, o que gera um ciclo vicioso. Ele equipara o pessimismo atual com o vivido durante a pandemia e, em sua leitura, trata-se de uma visão irracional.

Nas últimas 2 semanas Pierre já vê alguma normalização nas taxas, principalmente com os bancos começando a comprar papéis no mercado secundário. Ele explica que no momento atual o foco é em ajustar a carteira, vendendo papéis mais curtos, como alguns DPGEs e LFs, comprando papéis (debêntures) mais longos com os spreads de crédito atuais em níveis bastante altos. “A está fazendo um movimento um pouco contrário do que estava fazendo até o final de 2022”, explicando que o foco agora são nos grandes nomes AAA, se referindo ao rating dos ativos, ficando a gestora muito ativa no mercado secundário nesse momento.

Os investidores verão isso nas cotas, ou seja, os resultados positivos desses , com algum delay devido a marcação dos ativos.

O que dizer para quem quer resgatar dos fundos de crédito?

Para aqueles investidores que visam resgatar, Pierre aponta que o ambiente está longe de ser um ambiente de crise econômica como vimos em 2015 e 2016 e que o mercado de crédito segue saudável. Óbvio que com os juros nesse patamar o ambiente macroeconômico está longe de estar muito saudável. Mas agora, com a abertura dos spreads de crédito, eles passaram a estar mais condizentes com o ambiente de extrema incerteza. Para quem deseja resgatar dos fundos de crédito, ele deixa o seguinte recado: “Me parece, na realidade, o melhor ponto de entrada que eu já vi no mercado”, destacando que isso vale tanto para fundos em CDI, mas principalmente para fundos de infraestrutura, se referindo ao fundos de debêntures de infra.

Sobre o cenário atual, ele aponta que a situação da Americanas não deveria motivar a saída. “Se você é um investidor que aloca em fundos de crédito high grade, isso não deveria causar esse desconforto todo que a gente vê em alguns investidores. Isso faz parte do jogo”, garante, apontando outras situações similares, tanto no Brasil quanto fora, geralmente de forma até mais rápida e violenta no mercado lá fora onde os títulos são quase todos prefixados. E lá fora você não vê esse pânico todo. Em sua visão, aberturas de spreads de crédito vão acontecer sempre e fazem parte de um cenário normal. Essa volatilidade é condizente com o tipo do investimento.

E, em relação à isso, Pierre entende que os spreads estão super atrativos, o que torna de fato um bom momento de entrada no mercado, destacando que há sim volatilidade.

Os investidores e assessores, deveriam estar mais preocupados em respeitar o perfil de investidor, tendo o mesmo percentual sugerido para o seu perfil independente do cenário macroeconômico, fazendo apenas ajustes táticos. “O investimento é algo de longo prazo e não um tiro de 100 m”, aconselha Pierre Jadouf da ARX. Quando você somente rebalancea o seu portfólio, ao longo dos ciclos, você estará de fato comprando na baixa e vendendo na alta.

Confira os próximos webinars sobre o tema

Para dar visibilidade sobre que está acontecendo no mercado de crédito privado, neste mês de março, a cada semana, realizaremos um webinar na qual receberemos um gestor renomado da indústria de fundos de crédito para uma conversa de altíssimo nível. Os próximos são:

• 08/03 às 17h: XP Asset
• 15/03 às 17h: Western Asset
 22/03 às 17h: Riza Asset
• 29/03 às 17h: Capitânia Investimentos

As transmissões serão abertas ao público, entretanto com capacidade limitada a 1.000 pessoas por transmissão, podendo haver fila de entrada. Inscreva-se em: https://bit.ly/PapodeFundosCP

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