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Entendendo o conceito de taxa de administração – por que os grandes bancos cobram mais do que deveriam

Ao aplicar em um fundo de investimento, é fundamental que o investidor entenda se o nível da taxa de administração está adequado à estratégia.

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Na última reunião do Comitê de Política Monetaria, os diretores do Banco Central do Brasil decidiram reduzir a taxa básica de juros (a Selic) em 50 pontos-base, de 6% para 5,5% ao ano. Patamar histórico, nunca antes os juros brasileiros haviam atingido um nível tão baixo. Com as taxas nas mínimas históricas, o investidor brasileiro se depara com uma nova Era no mundo dos investimentos.

Após esse evento, as mídias se encarregaram de expor os absurdos existentes na indústria de fundos. Mais especificamente, as redes sociais colocaram em evidência o (até então) fundo de renda fixa mais caro do mercado, o Santander Inteligente FIC FIRF Curto Prazo, que, assim como a nossa taxa Selic, cobrava 5,5% ao ano. A pressão nas redes foi tão grande que o Santander reduziu a taxa de administração para 2,7% ao ano – uma sinalização positiva, mas um nível de taxa ainda absurdo para tal fundo de renda fixa.

Vários investidores alegaram que o preço da taxa, de fato, não era justo.


Mas afinal, como avaliar qual o valor justo para a taxa de administração de um fundo? A taxa do fundo do Santander não deveria ter sido reduzida ainda mais?


Antes de expor mais casos “bizarros” de fundos caros, vamos passar pelos conceitos básicos de taxa de administração – acho importante entender por que ela existe. Quando aplicamos em um fundo de investimento, nós estamos delegando a um terceiro, o gestor e sua equipe, a função de selecionar ativos e construir um portfólio, de acordo com determinada política de investimento. É um serviço financeiro e, como tal, embute um custo: a taxa de administração.

A taxa de administração é então a fonte de receita do gestor, pelo serviço de gestão de recursos. Entenda que, para que que você tenha os benefícios de gestão especializada, diversificação, liquidez, entre outros, característicos dos fundos de investimento, é preciso que sejam remunerados todos os agentes envolvidos nesse processo – gestor, administrador, custodiante, auditor, etc. Assim, o gestor ganha pelo seu trabalho, e você (teoricamente) ganha com os retornos do fundo. O problema está quando a balança entre o que vai para o gestor e o que vai para o investidor está totalmente desequilibrada, como no caso do Santander citado anteriormente.

E como calcular o equilíbrio da balança? Não existe uma verdade absoluta, mas há pensamentos intuitivos. Fundos que possuem estratégias mais complexas, como os multimercados, por exemplo os que operam nos mercados de juros, moedas e ações, no Brasil e no mundo, em geral possuem equipes de investimento mais numerosas, formadas por analistas, economistas, traders e profissionais de risco e operações. Assim, é natural que seja cobrada uma taxa de administração mais elevada, de forma a remunerar todo esse pessoal.

Na ponta contrária, estão as estratégias mais simples, que exigem pouco capital humano. Em muitos casos, uma única pessoa é responsável por toda a operação. E não só pela operação de um fundo, mas como de vários fundos, justamente pela questão da simplicidade. É o caso dos fundos de renda fixa simples, por exemplo, que em geral investem apenas em Tesouro Selic (LFT). O trabalho do gestor é comprar ou vender o ativo mais seguro do mercado e refazer a operação de acordo com o fluxo de captação do fundo. Nesse caso, a taxa de administração não deveria ser maior do que, na pior das hipóteses, 1,00%. É contrassenso a taxa de acabar sendo igual ou maior do que a de fundos multimercado.

Entretanto, é comum vermos casos em que a taxa de fundos de renda fixa é (muito) maior do que as de fundos multimercado – sobretudo em fundos de bancos.

A tabela acima traz os 10 fundos de renda fixa mais caros do mercado, segundo dados da plataforma Quantum. Ao todo, somam mais de 280 mil cotistas, com um retorno de 32% CDI em 12 meses na média. A performance muito aquém do que consideramos ser o piso de rentabilidade, isto é, 100% CDI, é devida à taxa de administração dos fundos. Fazendo uma conta simples, se o CDI rende aproximadamente 5,5% ao ano e o fundo apresenta taxa de 4,0% ao ano, então a taxa “arranca” 73% CDI do fundo.

A título de comparação, abaixo listamos os 10 fundos de renda fixa com maiores taxas de administração na plataforma XP, um teto de 1,00%. Vale ressaltar que boa parte da lista é composta por fundos de debêntures incentivadas, que possuem uma estratégia mais complexa que os demais de renda fixa e, naturalmente, uma taxa mais elevada.

Há vários outros casos de fundos desajustados, digamos. Para citar mais alguns, existem fundos cambiais, aqueles cuja única operação é comprar uma moeda, de forma passiva, cobrando mais de 3,00% ao ano, ou ainda fundos de Mono Ação, que para algumas gestoras pode representar o trabalho dos sonhos, à custa dos cotistas. E a maioria deles em bancos.

A mensagem que gostaria de reforçar aqui é que, para determinada estratégia, seja de renda fixa ou multimercado, não existe uma regra para cravar o valor correto da taxa de administração, mas certamente existe um valor máximo, um teto, acima do qual julgamos que é insustentável para o fundo e prejudicial para os cotistas.

Esse teto é claramente ultrapassado nos fundos dos grandes bancos.

No time de fundos da XP, somos bastante diligentes quanto ao valor de taxas e buscamos garantir, junto às gestoras, o nível adequado de taxas para todos os produtos.

Confira nossa lista de fundos.

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