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SUZB3 e VBBR3 se unem em prol do SAF; SBTi e o imbróglio envolvendo carbono | Brunch com ESG

Nossa visão sobre as principais notícias da semana na agenda ESG

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Como avaliamos os principais acontecimentos da semana

Pensando em melhor auxiliar os investidores, o Brunch com ESG é um relatório publicado pelo time ESG do Research da XP que busca destacar os principais tópicos da agenda na semana. Considerando que informação é a melhor ferramenta para auxiliar os investidores na tomada de decisão, nosso objetivo é mantê-los atualizados com os acontecimentos mais relevantes no Brasil e no exterior da semana que passou, incluindo: (i) nossa visão sobre as principais notícias ESG; (ii) o desempenho dos principais índices ESG em diferentes países; e (iii) comparação da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial).

#1. Parceria entre Suzano, Vibra e Galp visa explorar oportunidades no combustível de aviação sustentável (SAF)

Na mídia: Suzano, Galp e Vibra se juntam para escalar o combustível sustentável de aviação– Brazil Journal, 15 de abril (link)

Nossa visão: O querosene, combustível de aviação derivado de refinarias de petróleo bruto, é responsável por cerca de 4% das emissões de gases de efeito estufa induzidas pelos seres humanos, conforme mencionado em nosso relatório temático sobre biocombustíveis (acesse aqui). Nesse contexto, o setor de aviação tem buscado expandir o uso do chamado combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês), uma das soluções mais promissoras para o setor atingir o compromisso de neutralidade de carbono (“net zero“) até 2050. Em nossa visão, apesar do potencial do SAF de contribuir com a maior parte da redução de emissões (~65% de acordo com estimativas da Associação Internacional de Transportes Aéreos), os principais desafios para a sua adoção em larga escala incluem: (i) altos custos (2,3x-3,9x superior aos dos combustíveis de aviação de origem fóssil); e (ii) baixa capacidade de produção global, fornecendo atualmente somente 0,2% do uso global de combustível de aviação. Diante desse cenário e com o objetivo de superar ambos os gargalos, vemos com bons olhos a parceria formada entre Suzano, a Vibra e Galp, o que deve incentivar a cooperação no tema, contribuindo para inovações e uma maior adoção do SAF.

#2. SBTi recua e vai rever o uso de offset para compensar emissões do Escopo 3 após repercussão negativa

Nossa visão: O embate em torno da decisão tomada pela Science Based Targets Initiative (SBTi) quanto ao uso de créditos de carbono ganhou um novo capítulo nesta semana, após a organização ter voltado atrás em uma mudança nos critérios de validação dos planos de neutralidade de carbono, permitindo que as empresas usem os mesmos para compensar as emissões do Escopo 3. De um lado, grupos técnicos e organizações climáticas levantaram pontos negativos, reforçando que a decisão foi tomada de forma unilateral pela liderança (sem consultar órgãos técnicos), oferecendo pouca base científica, além de uma flexibilização prematura das políticas. Por outro lado, as companhias e empresas de carbono trouxeram pontos mais positivos, argumentando que a diretriz provavelmente ajudará as companhias a melhor endereçar as emissões do Escopo 3, que tradicionalmente representam a maior parte da pegada de carbono. Na nossa visão, como uma organização climática líder que exerce grande influência sobre as empresas, consideramos que o atrito público entre o nível executivo e a força de trabalho tende a impactar a credibilidade do SBTi. Além disso, para que as empresas atinjam metas ambiciosas de emissões líquidas zero, é necessária uma combinação de soluções, uma vez que a busca de uma abordagem apenas através do offset (compensação) pode acabar deixando pouco espaço e incentivos para o desenvolvimento de soluções que mantenham o limite de temperatura de 1,5ºC previsto no Acordo de Paris.

Índices ESG e suas performances

(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6)
O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.


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