Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de quinta-feira em território negativo pelo décimo terceiro dia consecutivo, com o IBOV e o ISE em queda de -0,52% e -1,08%, respectivamente.
• Do lado das empresas, (i) o Bezos Earth Fund, fundo do Jeff Bezos, CEO da Amazon, está doando US$ 2,5 milhões para ajudar em um programa de pesquisa e desenvolvimento de 30 espécies nativas da Amazônia e 30 da Mata Atlântica - de forma geral, Bezos se comprometeu a doar US$ 10 bilhões até 2030 para projetos para combater a mudança do clima e a perda de natureza; e (ii) segundo um estudo da consultoria EY, 88% dos presidentes de conselhos de administração não exerce função executiva nas empresas e apenas 14% das companhias no Brasil contam com mulheres no comando dos colegiados - o levantamento, finalizado em abril, ouviu 120 conselheiros no Brasil e 632 na América Latina.
• Na política, o governo brasileiro planeja criar um mercado regulado de carbono que estabeleça um teto de emissões por grandes poluidores, além de proteger a atuação de comunidades indígenas em negociações de compensação de carbono, de acordo com falas do assessor especial do Ministério da Fazenda Rafael Dubeux - o teto será instituído para emissão de carbono para empresas que lançam mais de 25.000 toneladas de CO2 equivalente na atmosfera por ano, representando apenas 0,1% das empresas do país e quase metade das emissões brasileiras.
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Brasil
Empresas
Fundos ‘ESG’ dão resultado ao investidor? Esses gestores estão convictos que sim
"No fim da tarde de ontem (16), dezenas de pessoas assistiam atentas a uma palestra sobre ESG, a sigla em inglês para se referir a questões ligadas a meio ambiente, impacto social e boas práticas de governança corporativa. O tema, que é um dos grandes tópicos quentes atualmente no mundo dos negócios, ainda tem resistência no mercado de investimentos. Não à toa o título da palestra já deixava claro logo de cara que iria abordar a principal polêmica: “Compromisso ESG versus rentabilidade”. “Vender produtos ESG é tudo menos fácil. Certamente muitos dos presentes já vivenciaram alguma experiência em que os investidores questionaram se aplicar recursos em fundos com filtros ESG traria mesmo retorno”, diz Daniela Gamboa, líder de Crédito Privado e Imobiliário na SulAmérica Investimentos. Ela conta que em uma reunião com um potencial investidor institucional, quando a pessoa de vendas da casa sugeriu seu fundo de crédito ESG como uma alternativa interessante, o investidor respondeu imediatamente que “não queria que seu dinheiro fosse usado para salvar a Amazônia”. “Quando mostramos o processo de investimento e de seleção de ativos, o que os ativos do fundo poderiam agregar de valor à carteira de investimento, ao balanço de risco, aí sim ele entendeu e acabou investindo depois conosco neste fundo”, conta a executiva."
Fonte: Valor Investe, 17/08/2023
Muito além do carbono zero: a oportunidade bilionária do Brasil
"O Brasil é o país das dicotomias e, em se tratando de descarbonização, não é diferente. Somos o sexto maior emissor global de gases de efeito estufa. Ao mesmo tempo, temos características estruturais que nos colocam em posição inigualável para nos tornarmos uma das maiores potências viabilizadoras de uma economia mundial mais verde. Com comprometimento e investimentos públicos e privados sistemáticos, a transição para o carbono zero é possível – e podemos ir além. Quais são as características que colocam o Brasil à frente de outros grandes emissores? A principal delas é a grande concentração de emissões resultantes do desmatamento e da agropecuária. Em 2021, 70% do total de emissões líquidas do Brasil – 1,7 gigatonelada de CO2 equivalente (GtCO2e) – derivaram dessas duas frentes, sendo o desmatamento ilegal sozinho – concentrado, sobretudo, no bioma da Amazônia – responsável por 40% das emissões. Em países como China, Estados Unidos e outras economias desenvolvidas, a maior parte das emissões vem de setores como transporte, indústria e energia (que, no Brasil, representam apenas 20% das emissões). Nesses casos, ativar as alavancas da descarbonização é custoso, e aqui surge outra vantagem competitiva do Brasil: descarbonizar nossa economia é significativamente mais barato em comparação a outros grandes emissores. Com um custo próximo a US$20 por tonelada de CO2e, o Brasil conseguiria ativar 95% das alavancas necessárias, enquanto para economias mais desenvolvidas esse custo pode superar os US$100."
Fonte: Brazil Journal, 17/08/2023
Fundo de Jeff Bezos faz doação milionária para Mata Atlântica e Amazônia
"O Bezos Earth Fund está doando US$ 2,5 milhões para ajudar em um programa de pesquisa e desenvolvimento de 30 espécies nativas da Amazônia e 30 da Mata Atlântica. Trata-se de um programa com duração inicial de 20 anos e que tem à frente a Coalizão Brasil Clima Florestas e Agricultura com outros parceiros. O fundo foi criado em 2020 por Jeff Bezos, dono da Amazon e do “Washington Post” e a terceira pessoa mais rica do mundo, com US$ 157 bilhões, segundo a “Forbes”. Na ocasião, Bezos se comprometeu a doar US$ 10 bilhões nesta década, em projetos para combater a mudança do clima e a perda de natureza. Até agora, o fundo doou US$ 1,6 bilhão em mais de cem projetos englobados em sete programas - de conservação e restauro, justiça ambiental, novas tecnologias, descarbonização energética e da indústria, finanças e mercados, dados e monitoramento e produção de alimentos. O programa de Pesquisa e Desenvolvimento de Silvicultura de Espécies Nativas, que atende pela sigla PP&D-SEN, é o primeiro projeto nacional do gênero, com foco em espécies nativas de alto valor econômico e produtivo. A intenção é formar uma rede de institutos de pesquisa, universidades, empresas, governos, financiadores e ONGs para promover o desenvolvimento tecnológico necessário para equiparar a silvicultura de espécies nativas à dos principais setores agroindustriais brasileiros."
Fonte: Valor Econômico, 18/08/2023
Presidentes de conselhos não têm função executiva nas empresas
"A maioria (88%) dos presidentes de conselhos de administração não exerce função executiva nas empresas e apenas 14% das companhias no Brasil contam com mulheres no comando dos colegiados. É o que revela um estudo inédito da consultoria EY obtido com exclusividade pelo Valor. O levantamento, finalizado em abril, ouviu 120 conselheiros no Brasil e 632 na América Latina (Chile, Peru, Colômbia e Venezuela) – 36% das empresas brasileiras são listadas em bolsa e 52% têm controle familiar. Entre os presidentes de colegiados no país, o perfil preponderante reúne profissionais com experiência corporativa e idade média de 59 anos, sendo que 1/3 ocupa o cargo há mais de quatro anos. Cerca de 20% são representantes institucionais ou porta-vozes das companhias onde atuam. “Em apenas 14% da amostra, a função de presidente do conselho de administração é exercida por uma mulher, o que reforça o desafio de levar diversidade aos colegiados”, destaca Roberto Azevedo, sócio de consultoria em organização e gestão de pessoas da EY Brasil. Sobre o dado que indica que os presidentes não exercerem função executiva nas corporações que orientam, Azevedo enxerga uma possível mudança de abordagem na alta cúpula. “Isso reforça que esses profissionais não fazem parte da diretoria, com cargos de C-level. Têm mais a função de ‘aconselhar’ do que de administrar, de fato”, explica Roberto Azevedo."
Fonte: Valor Econômico, 18/08/2023
Política
Governo prepara mercado de carbono com teto de emissão para poluidores e proteção a indígena
"O governo brasileiro planeja criar um mercado regulado de carbono que estabeleça um teto de emissões por grandes poluidores, além de proteger a atuação de comunidades indígenas em negociações de compensação de carbono, disse à Reuters o assessor especial do Ministério da Fazenda Rafael Dubeux. O projeto, coordenado por Dubeux no ministério, está em fase final de formatação e será uma das primeiras iniciativas concretas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma ambiciosa agenda de transformação ecológica que busca chamar atenção internacional com compromissos ambientais e incentivo a investimentos verdes. O texto, que pode ser apresentado ao Congresso ainda neste mês, instituirá um teto para emissão de carbono para empresas que lançam mais de 25.000 toneladas de CO2 equivalente na atmosfera por ano, segundo o técnico da Fazenda. O recorte das maiores poluidoras abarca apenas 0,1% das empresas do país, mas cobre quase metade das emissões brasileiras, disse Dubeux. Ele citou os setores siderúrgico, de cimento, alumínio e de óleo e gás como representativos desse universo, reconhecendo que, no agronegócio, grandes frigoríficos também podem ser enquadrados. Esse limite não será definido no projeto de lei e a ideia é que seja detalhado num plano nacional, a partir do monitoramento das emissões feitas nos primeiros dois anos após a aprovação do texto pelo Congresso. Por isso, o funcionamento do mercado regulado, na prática, acontecerá no terceiro ano."
Fonte: Época Negócios, 17/08/2023
Internacional
Empresas
Nos EUA, 1% mais rico responde por 17% das emissões de carbono, mostra estudo
"Um novo estudo aponta que o 1% mais rico da população dos Estados Unidos foi responsável por 15% a 17% das emissões de carbono totais do país em 2019. A pesquisa mostra ainda que o 0,1% mais rico tinha, em média, emissões até 1.700 vezes maiores do que os 10% mais pobres naquele ano. As conclusões foram publicadas nesta quinta-feira (17) no periódico científico PLOS Climate e mostram a ligação da renda, especialmente vinda de investimentos, com os gases de efeito estufa emitidos para gerar essa receita. Pesquisadores da Universidade de Massachusetts Amherst analisaram 30 anos de dados, de 1990 a 2019. Eles usaram como base registros de mais de 2,8 bilhões de transferências financeiras intersetoriais, acompanhando o fluxo de carbono e a receita, além de dados demográficos e de renda detalhados de mais de cinco milhões de americanos. A equipe descobriu que mais de 40% das emissões dos EUA são atribuíveis aos fluxos de renda dos 10% mais ricos e que, em geral, as famílias brancas (e sem ascendência hispânica) têm emissões de 1,3 a 1,7 vez maior do que outros grupos, como negros e hispânicos brancos. As emissões tendem a aumentar com a idade, atingindo o pico na faixa etária de 45 a 54 anos e caindo em seguida."
Fonte: Valor Econômico, 17/08/2023
Política
País sede da COP28, Emirados Árabes não enviou dados sobre emissões de metano à ONU
"Os Emirados Árabes Unidos não enviaram dados sobre a emissão de gás metano por mais de uma década para a ONU, segundo o “The Guardian”. O gás é um dos mais poluentes e nocivos para a camada de ozônio e é considerado um dos principais responsáveis pelo aquecimento global. A omissão dos Emirados Árabes também é preocupante porque o país sediará a Convenção do Clima de 2023 (COP28), mesmo sendo um dos principais produtores de petróleo do planeta. A ONU exige que todos os países do mundo enviem dados sobre a emissão de metano a cada dois anos desde 2014, requisito que nunca foi cumprido pelos Emirados Árabes, diferente de outros vizinhos, como Arábia Saudita e Omã. A exploração de petróleo é uma atividade intensa na emissão do metano, responsável por um quarto dos efeitos do aquecimento global, segundo o The Guardian."
Fonte: Valor Econômico, 17/08/2023
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
Nossos últimos relatórios
Análise ESG Empresas (Radar ESG)
Mineração & Siderurgia: Um setor desafiador, gradualmente buscando oportunidades; Gerdau à frente dos pares (link)
Orizon (ORVR3): Companhia segue como uma das melhores sob a cobertura da XP (link)
Cosan (CSAN3): Fortalecendo governança e impulsionando a agenda ESG em suas subsidiárias (link)
Outros relatórios de destaque
IDIVERSA: O índice da B3 composto pelas empresas melhores posicionadas em diversidade no Brasil (link)
Cúpula da Amazônia: Boas intenções, mas só parte delas traduzidas em metas claras(link)
ESG: Um guia de bolso das principais regulações no Brasil(link)
Carteira ESG XP: Uma alteração para o mês de agosto (link)
Relatórios Semanais (Brunch com ESG)
Cúpula da Amazônia em foco; Regras da UE para desmatamento geram debate; PETR4 e seu apetite para projetos de energia limpa (link)
Emissões ESG ganham força; JBSS3 e sua meta ‘Net Zero’ para 2040; RenovaBio é reforçado (link)
Sigma Lithium estreia BDRs na B3 e outros destaques (link)
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