Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado fechou o pregão de terça-feira em território positivo, com o IBOV e o ISE avançando 0,4% e 1,2%, respectivamente.
• No Brasil, (i) o conselho de administração da Irani decidiu rejeitar todos os 25 itens propostos pela B3 para revisão do Novo Mercado - para o conselho, o atual regulamento já estabelece um elevado grau de governança corporativa e cumpre adequadamente o seu papel; e (ii) o presidente Lula participa hoje, junto ao Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, da 2ª reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) - na reunião, o governo deve aprovar o aumento de 27% para 30% da mistura obrigatória do etanol anidro na gasolina e a elevação de 14% para 15% da mistura do biodiesel no diesel comum.
• No internacional, a Noruega inaugurou o primeiro projeto em larga escala que integra toda a cadeia de valor para captura e armazenamento de carbono (CCS, na sigla em inglês) - batizado de Longship, o projeto engloba desde a captura de CO2, o transporte marítimo, até o armazenamento a 2.600 metros abaixo do leito marinho, no sistema operado pela Northern Lights, joint venture entre Equinor, Shell e TotalEnergies.
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Brasil
Empresas
Irani rejeita todas as propostas da B3 para revisão do Novo Mercado
"O conselho de administração da Irani decidiu rejeitar todos os 25 itens propostos pela B3 para revisão do Novo Mercado. Segundo a nota divulgada ao mercado, o colegiado discutiu exaustivamente o tema e determinou que a empresa já pratica as sugestões “mais relevantes” do novo regulamento, como a composição do conselho de administração por conselheiros independentes, funcionamento do comitê de auditoria e divulgação de denúncias recebidas no relato integrado. Para o conselho, o atual Regulamento do Novo Mercado já estabelece um elevado grau de governança corporativa e cumpre adequadamente o seu papel. “As companhias, por sua vez, devem ter a liberdade e a oportunidade para se diferenciarem, incrementando espontaneamente a sua governança em relação ao Regulamento”, opinaram os conselheiros. A revisão das regras do Novo Mercado visa o aperfeiçoamento das práticas de boa governança corporativa que as empresas listadas devem seguir. As companhias devem enviar seus votos à B3 até 30 de junho."
Fonte: Valor Econômico; 24/06/2025
Régia Capital lança política antidesmatamento, a primeira do setor de gestão de ativos do Brasil
"A gestora de investimentos Régia Capital anunciou nesta terça-feira (24) a adoção da primeira política antidesmatamento do setor de gestão de recursos no Brasil. A medida, desenvolvida com suporte técnico da organização WWF-Brasil, estabelece critérios rigorosos e detalhados para impedir que os fundos administrados pela casa financiem empresas envolvidas em desmatamento ilegal ou que não adotem medidas de compensação ambiental. A nova diretriz passará a valer para todos os investimentos a partir de 2026 e representa um marco para o mercado financeiro nacional, ainda que outros players, como bancos e fundos especializados em ESG, já incorporem análises de risco relacionadas ao desmatamento em seus processos de decisão. A partir da implementação, a Régia Capital — uma joint venture entre a BB Asset e a JGP, com cerca de R$ 10,3 bilhões sob gestão — exigirá de suas investidas comprovações concretas de que suas cadeias produtivas são livres de desmatamento. O corte de financiamento valerá não apenas para casos de desmatamento ilegal, mas também para situações de desmatamento não compensado a partir de 2025, tendo como marco temporal a data de 31 de dezembro de 2020. De acordo com Bruno Bernardo, responsável pela área de análise ESG da gestora, a política abrange cadeias de commodities com histórico de risco ambiental, como soja, pecuária, óleo de palma, madeira, papel e celulose."
Fonte: Valor Econômico; 24/06/2025
Hidrogênio verde fica mais perto de substituir gasolina
"Um combustível limpo, abundante e promissor pode estar mais perto de abastecer os carros brasileiros do que se imagina. É o hidrogênio verde, produzido a partir de fontes de energia renováveis, como a solar. Em sua tese de doutorado, o pesquisador e engenheiro eletricista Francisco Edvan Bezerra Feitosa, doutor em ciências e técnicas nucleares pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), projetou uma usina movida a energia fotovoltaica capaz de gerar 1 megawatt elétrico (1 MWe) em forma de hidrogênio - fonte que pode vir a substituir a gasolina no setor automotivo. Simulada para operar nas imediações da refinaria Gabriel Passos, da Petrobras, em Betim, a usina concebida por Feitosa é alimentada exclusivamente por energia solar. De acordo com o pesquisador, o hidrogênio produzido nesse tipo de planta poderia inicialmente ser utilizado para enriquecer combustíveis já existentes, como já ocorre em refinarias brasileiras. “O hidrogênio verde está emergindo por ter teor energético por unidade de peso maior do que todos os combustíveis fósseis”, explica Feitosa, também professor do Instituto Federal Fluminense. “Um quilo de hidrogênio tem três vezes mais energia que um quilo de gasolina. Além disso, pode ser produzido somente com água e energias renováveis.” O hidrogênio verde é obtido por meio da eletrólise da água - processo que separa as moléculas de hidrogênio e oxigênio com o uso de corrente elétrica. Ao contrário do hidrogênio produzido a partir de fontes fósseis - que gera emissão de carbono -, o verde é totalmente limpo, desde que a energia usada na eletrólise venha de fontes renováveis."
Fonte: Valor Econômico; 25/06/2025
Política
Lula participa de reunião do CNPE que deve discutir aumento de etanol na gasolina
"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta quarta-feira (25) da 2ª reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) a partir das 9h30 no Ministério de Minas e Energia. O titular da pasta, Alexandre Silveira, também estará presente. Na semana passada, Silveira anunciou que o CNPE decidirá ainda este mês o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina do teto atual de 27% (E27) para 30% (E30). As declarações ocorreram durante o seminário “Gás para Empregar”, realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista. A ideia do governo é que o E30 entre em vigor este ano, ainda que em dezembro, e ajude o país a reduzir a importação de gasolina. “Nós vamos praticamente deixar de ser importador de combustível, de gasolina especificamente, e, com isso, facilitar com que a gente inicie um novo debate na relação com a Petrobras”, disse Silveira na ocasião. Segundo o ministro, a reunião deve analisar também a conclusão das obras da usina de Angra 3. O plano é usar o recorde na safra agrícola previsto para 2025, em especial na oferta de milho e do setor sucroalcooleiro, para aumentar a parcela de etanol misturado na gasolina. A proposta de aumentar de 27% para 30% a mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina faz parte da estratégia do governo de fortalecer os biocombustíveis e reduzir a dependência do Brasil de combustíveis fósseis importados."
Fonte: Valor Econômico; 24/06/2025
Internacional
Empresas
"A Grã-Bretanha, o Quênia e Cingapura lançaram uma coalizão com o objetivo de incentivar as empresas a comprar créditos de carbono, estabelecendo um conjunto de diretrizes para os compradores — uma medida que, segundo especialistas no mercado de carbono, representa a demonstração política mais forte até agora em apoio a esses mercados. Defensores do mercado de carbono têm passado décadas tentando estabelecer um sistema para compra e venda de créditos, que as empresas podem adquirir para compensar suas emissões. Apesar de as nações finalmente terem chegado a um acordo sobre um sistema apoiado pela ONU na COP29 em Baku, os compradores corporativos ainda se mostram reticentes. Na terça-feira, Grã-Bretanha, França, Quênia, Cingapura e Panamá anunciaram a intenção de chegar a um consenso sobre um conjunto básico de princípios para as empresas até a COP30, que será realizada no Brasil em novembro, com o objetivo de estimular a demanda por um produto que pode canalizar bilhões de dólares em financiamento climático para países necessitados. Ravi Menon, embaixador de Cingapura para Ação Climática e um dos primeiros signatários da coalizão, afirmou que os mercados de carbono são uma alavanca crítica para desbloquear a ação climática, mas que os compradores não confiam no mercado devido a evidências de práticas ilegais em alguns projetos. “O desafio está no lado da demanda; as empresas estão cada vez mais relutantes em comprar créditos devido aos riscos de greenwashing”, disse ele."
Fonte: Reuters; 24/06/2025
Política
Grã-Bretanha deve reduzir os preços da energia para cumprir as metas climáticas, afirmam consultores
"A Grã-Bretanha deve reduzir os preços da eletricidade para acelerar a adoção de tecnologias de redução de emissões, como veículos elétricos e bombas de calor, a fim de cumprir suas metas climáticas, afirmaram os consultores climáticos do país em um relatório de progresso divulgado na quarta-feira. O país pretende atingir emissões líquidas zero até 2050, o que exigirá a eletrificação de setores como aquecimento e transporte, atualmente movidos principalmente por combustíveis fósseis, ao mesmo tempo em que enfrenta altos custos de eletricidade. “De longe, a recomendação mais importante que temos para o governo é reduzir o custo da eletricidade tanto para as famílias quanto para as empresas”, disse Piers Forster, presidente interino do Comitê de Mudanças Climáticas, em coletiva sobre o relatório anual. “Se queremos que o país se beneficie da transição para a eletrificação, isso precisa se refletir nas contas de serviços públicos”, acrescentou. O regulador de energia britânico, Ofgem, que estabelece um teto para os preços da energia doméstica, reduziu o limite em 7% a partir de julho. No entanto, o valor permanece cerca de 50% acima dos níveis do verão de 2021, antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, que fez os preços do gás dispararem e provocou uma crise energética na Europa. O Comitê publica relatórios anuais sobre o progresso do governo em direção às suas metas climáticas. Com ações adicionais, a Grã-Bretanha pode alcançar uma redução de 68% nas emissões entre 1990 e 2030, conforme se comprometeu no acordo climático de Paris, afirma o relatório."
Fonte: Reuters; 24/06/2025
Noruega inaugura Longship, primeiro projeto de CCS da emissão à captura
"A Noruega inaugurou esta semana o primeiro projeto em larga escala que integra toda a cadeia de valor para captura e armazenamento de carbono (CCS, na sigla em inglês). Batizado de Longship, é fruto de subsídios estatais de US$ 2,2 bilhões para construção e operação, dois terços do custo total estimado para dez anos de operação de US$ 3,4 bilhões. As informações são do governo norueguês. O ministro da Energia, Terje Aasland, abriu uma conferência internacional sobre gestão de carbono em Oslo, afirmando que “o Longship demonstra que é possível reduzir as emissões da indústria e de resíduos de forma segura e eficaz. É um avanço tecnológico que terá impacto significativo além das nossas fronteiras”. O projeto ocorre em três etapas: Captura de CO2 na fábrica de cimento da Heidelberg Materials em Brevik e na futura usina de valorização energética de resíduos da Hafslund Celsio, em Oslo;
Transporte marítimo dos gases até Øygarden, perto de Bergen; Armazenamento a 2.600 metros abaixo do leito marinho, no sistema operado pela Northern Lights, joint venture entre Equinor, Shell e TotalEnergies. O primeiro carregamento saiu de Brevik no início de junho e já está em tanques de retenção em Øygarden. A injeção nos reservatórios submarinos está prevista para agosto. Na primeira fase, serão estocadas 1,5 milhão de toneladas de CO2 por ano; a segunda fase, agora aprovada pelo ministério, elevará a capacidade para mais de 5 milhões de toneladas anuais. O Longship é o maior investimento climático da história da Noruega."
Fonte: Eixos; 24/06/2025
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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