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IPCA de março esboça os primeiros efeitos do coronavírus sobre a economia brasileira

Em março de 2020, o IPCA registrou expansão de 0,07%, levemente abaixo tanto da nossa expectativa quanto das expectativas de mercado coletadas pela Bloomberg (ambas de +0,12%). No acumulado de 12 meses, a inflação desacelerou de 4,00% para 3,30%. O indicador, coletado pela primeira vez de forma remota pelo IBGE (internet e telefone), trouxe alguns […]

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Em março de 2020, o IPCA registrou expansão de 0,07%, levemente abaixo tanto da nossa expectativa quanto das expectativas de mercado coletadas pela Bloomberg (ambas de +0,12%). No acumulado de 12 meses, a inflação desacelerou de 4,00% para 3,30%.

O indicador, coletado pela primeira vez de forma remota pelo IBGE (internet e telefone), trouxe alguns destaques que mostraram os primeiros impactos do coronavírus sobre a economia brasileira.

A inflação de bens semi e não duráveis aumentou consideravelmente na passagem de fevereiro para março, refletindo a rápida e intensa busca por alimentos durante o isolamento social, principalmente de cereais e leguminosas (+1,19%), tubérculos (+14,14%), frutas (+2,69%), aves e ovos (+1,00%), bebidas (+1,47%) e enlatados (+0,61%).

Também chamou a atenção o aumento da inflação apresentada pelos artigos de limpeza entre fevereiro (+0,15%) e março (+0,56%).

Os bens duráveis, por sua vez, mostraram boa descompressão na passagem de fevereiro (+0,02) para março (-0,20), com destaque para as categorias de mobiliário (-1,10%) e eletrodomésticos (-2,52%).

A inflação de serviços também caiu consideravelmente em março (-0,16%), corroborando o nosso entendimento de que o setor será um dos mais prejudicados pela pandemia do coronavírus e pelo isolamento social. A desinflação de transportes no mês (-0,90%) contribuiu para a descompressão do setor.

Todas as principais medidas de núcleo de inflação, que em linhas gerais expurgam os itens com mais volatilidade, recuaram em março e permaneceram em patamares historicamente baixos.

O resultado reforçou o nosso entendimento de que a inflação deve arrefecer tanto em 2020 quanto em 2021, uma vez que os efeitos da desaceleração econômica e da retração dos preços de commodities devem prevalecer sobre os efeitos inflacionários advindos do câmbio e do choque negativo de oferta global.

Além disso, tanto a menor inflação de serviços quanto a recente queda do preço de combustíveis devem ter efeitos consideráveis sobre o IPCA do ano.

Apesar do cenário de atividade econômica mais restritivo, temos dificuldade de ver o IPCA abaixo de 2% em 2020 mesmo em um cenário de maior desaceleração da economia. Questões estruturais, tais como a baixa produtividade no Brasil, e questões conjunturais, tais como eventual recomposição de estoques no 3T com o câmbio mais alto, tendem a limitar essa queda.

Continuamos acreditando que o IPCA apresentará expansão de 2,50% em 2020 (leve viés de baixa) e que a inflação abaixo do esperado abrirá espaço para que o BC corte mais 0,50 pp na taxa Selic em uma reunião extraordinária em abril. Caso a reunião extraordinária em abril não se concretize, acreditamos que o Banco Central entregará o seu possível último corte de juros na reunião regular de maio.

Caso as condições financeiras amenizem, acreditamos que o Banco Central poderá estender o ciclo de corte de juros para além de maio.

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