*Texto atualizado às 18h12
Seguindo a tendência que já vinha em curso e de outras economias, como Estados Unidos e China, o Banco Central definiu no fim da tarde desta quarta-feira, 18, mais um corte na taxa Selic, na segunda reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) em 2020. Assim como previsto pela nossa equipe de economia, o órgão reduziu o instrumento monetário em 0,50 ponto percentual, de 4,25% para 3,75%.
Veja a revisão do cenário para a Selic em 2020 e 2021, segundo novas estimativas da nossa equipe de economia.
O cenário de juros baixos, simultâneo à crise atual, tem descabelado tanto os investidores conservadores, que não encontram mais rentabilidades tão atrativas na Renda Fixa, quanto os mais agressivos, que veem a Renda Variável ruir com os temores à pandemia de coronavírus que assola o mundo.
Por isso, veja abaixo quais os impactos desse cenário nos investimentos e saiba o que fazer.
A importância do corte na taxa Selic
Primeiramente, vamos entender o que é essa tal de Selic. Sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia, ela é considerada a taxa básica de juros da economia brasileira. Ou seja, a taxa Selic influencia todas as outras taxas de juros cobradas no Brasil.
O Banco Central, a cada 45 dias, define o valor dessa taxa para, basicamente, controlar a inflação e, assim, estimular a economia. A Selic também serve como instrumento de referência e benchmark para diversos investimentos, sobretudo os de Renda Fixa.
Segundo a nossa visão, o novo corte na taxa Selic é mais um indício de que a inflação provavelmente estivesse destoando do centro da meta para o ano, que é de 4%. Por isso, o Banco Central enxergou mais espaço para cortar os juros.
A trajetória da taxa Selic e o juro real
A Selic vinha em patamares altos desde a última crise econômica. De 2016 até agora, ela foi reduzida em cerca de 10 pontos percentuais. E como há investimentos que são diretamente atrelados a esse indicador, as aplicações conservadoras estavam altamente confortáveis, pois garantiam ótimos retornos aliados à segurança que o brasileiro, culturalmente, tanto gosta.
O fato é que, atualmente, diante da desaceleração econômica mundial e do juro real em patamares baixos, os investimentos diretamente atrelados à Selic sofrem.
O juro real nada mais é do que juros menos inflação. Ele serve para você saber quanto, de fato, o seu investimento está rendendo. Para isso, é preciso descontar a desvalorização do dinheiro no tempo, que é a inflação.
Nessa nova mínima histórica, momento inédito na economia brasileira, o cenário aponta que o investidor precisa mudar, mais do que nunca, suas atitudes financeiras se quiser ter mais rentabilidade.
Portanto, se já pensarmos no cenário com a taxa Selic em 3,75% e a inflação em torno de 3,5% a 4% ao ano, segundo as nossas expectativas para março, estamos falando de um ganho real (ou juro real) de menos de 1%. Veja o histórico no gráfico abaixo:
Nesse cenário, se você não prestar atenção nos seus investimentos e ficar na inércia, o seu dinheiro certamente perderá valor ao longo do tempo.
Ou seja, é fundamental ter atenção na escolha dos investimentos. E isso significa que as decisões que você tomar hoje a respeito do seu dinheiro terão impactos profundos no futuro.
Sexto corte desde julho
Já é o sexto corte no ciclo de baixa da taxa Selic, desde julho do ano passado, reforçando a necessidade do brasileiro buscar melhores rentabilidades e sair definitivamente da inércia quanto aos investimentos.
Apesar de o cenário ser menos favorável no curto prazo para ativos de mais risco, por causa do coronavírus, se houver boa diversificação e um pouco mais de cautela, é possível encontrar um equilíbrio para conseguir rentabilidades maiores.
Entenda abaixo, de forma resumida, o que o nosso time de Alocação pensa em relação aos investimentos neste cenário de juros baixos, agora em 3,75%a.a., e instabilidade na economia e no mercado financeiro.
Recomendações para cada perfil em cenário de juros baixos + coronavírus
Enquanto antes do coronavírus o mercado de renda variável era a recomendação mais óbvia, agora houve, de fato, um ajuste. A equipe de Alocação da XP recomenda que o investidor que já estava dentro da alocação sugerida não realize movimentos em sua exposição de renda variável. Afinal, vender as posições trará mais perdas.
Como o cenário de juros baixos tende a se intensificar ainda mais ao longo de 2020 para compensar a desaceleração global, buscar o risco ainda é necessário. Mas como? Veja as nossas recomendações para cada perfil e saiba como diversificar:
Perfil conservador
Para o investidor conservador, não recomendamos exposição em Renda Variável.
Os ativos de crédito privado, na renda fixa, continuam como os queridinhos da classe pelos prêmios elevados e os Prefixados devem desempenhar retornos mais atrativos com a continuidade do ciclo de cortes na taxa Selic.
Perfil moderado
Para o investidor moderado que está começando, a recomendação para buscar mais risco e chances de maiores retornos é alocar em renda variável, porém aos poucos e de forma recorrente, ao longo de pelo menos seis meses.
E para quem se enquadra no perfil moderado e já seguia a carteira da XP, recomenda-se não mexer na parte de renda variável.
Os fundos multimercado, apesar das quedas no curto prazo, também são bons ativos, pois estão se reajustando ao novo cenário e são formas mais simples para a diversificação entre vários ativos.
E quanto à renda fixa, a equipe Alocação recomenda a exposição a ativos de crédito privado e os prefixados, mas em uma parcela mais considerável em relação ao perfil conservador.
Perfil agressivo
Para o investidor agressivo, a recomendação é continuar alocado em Bolsa, de forma majoritária, mas investindo de forma recorrente para minimizar os riscos das quedas da Bolsa por conta do coronavírus.
O foco continua sendo um horizonte para o longo prazo a fim de compensar as perdas recentes.
Revisamos a nossa projeção para a Bolsa
Comparação de investimentos para iniciantes com a Selic a 3,75%
Com a taxa de juros hoje em 3,75%, é hora de buscar novas formas de investir. Se você investe na poupança, por exemplo, ou em um CDB de algum banco que pague 85% do CDI (que acompanha praticamente a taxa de juros), o seu dinheiro vai render, respectivamente, 2,6% e 3,2% ao ano
O que acontece na prática?
Se você investisse 1.000 reais na poupança, considerando os juros de 3,75% e uma inflação de 3%, você teria o equivalente a 961 reais depois de 10 anos a valores de hoje.
Isso mesmo, na caderneta você perde dinheiro com esse patamar da Selic e com uma inflação controlada.
E se você investisse em um CDB que rendesse 85% do CDI, depois de 10 anos teria o equivalente a 1.019 reais. Ou seja, um ganho de apenas 19 reais em uma década.
Esse é o risco que você corre se não prestar atenção nos seus investimentos neste cenário de juros baixos. As carteiras precisam ser repensadas e otimizadas para fugir das perdas e das baixas rentabilidades.
A título de exemplo, vamos pensar em uma carteira moderada que renda 7,5% ao ano.
Em um ano, o rendimento seria de 4,3% em termos reais, . Assim, aqueles mesmos 1.000 reais virariam 1.523 reais em 10 anos. Uma diferença considerável em relação à rentabilidade da poupança e de um CDB de 85% do CDI.
Quanto tempo demoraria para dobrar o dinheiro?
Ainda considerando juros a 3,75% e inflação em 3,0%, na poupança nunca aconteceria de dobrar o dinheiro porque haveria perda ao longo do tempo. E no CDB do banco rendendo 85% do CDI demoraria inacreditáveis 399 anos. Na poupança você teria perdido 3,7% do seu dinheiro ao longo de 10 anos.
Porém, em uma carteira moderada, acreditamos ser factível atualmente buscar retornos de 7,5% ao ano. Considerando o mesmo cenário, você conseguiria dobrar seu capital em cerca de 16 anos.
E para sonhos maiores?
Imagine se você estivesse investindo 10.000 ou R$ 100.000 reais em vez de somente 1.000 reais, pensando em pagar uma faculdade para seus filhos, dar uma entrada num apartamento ou ter uma aposentadoria mais confortável.
Considerando esse cenário atual, ao longo de 10 anos, o seu dinheiro aplicado na poupança, como já falamos, diminuiria por causa da baixa rentabilidade e da inflação.
E se você investisse R$ 100.000 e compararmos o CDB rendendo 85% do CDI com a carteira moderada, a 7,5% ao ano, você deixaria de ganhar 51.401 reais ao escolher o CDB.
O que fazer agora?
Diversificar e sair da inércia são as principais ações a partir de agora. O momento, tanto de juros baixos quanto de turbulência por causa do coronavírus, exige investir buscando o máximo de diversificação na carteira, correndo, se possível, um pouco mais de risco.
Como a XP Investimentos pode ajudar você nessa missão?
Abra sua conta na XP de forma gratuita e rápida. E, assim, antes de começar a investir, saiba de fato qual é o seu perfil de investidor e consulte nossos assessores de investimentos em caso de dúvidas sobre os produtos disponíveis para aplicação.
Portanto, abra uma conta na XP Investimentos que nós ajudamos você a chegar mais perto da independência financeira.