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Economia em Destaque: Temor de crise financeira pauta os mercados

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

Crise financeira nos países centrais ligam sinal de alerta nos bancos centrais. Inflação americana vem em linha com estimativas – apesar da pressão localizada no setor de serviços -, enquanto dados de atividade e mercado de trabalho dão sinais mistos ao Federal Reserve.

Na Europa, apesar da decisão não ter sido consensual, o Banco Central Europeu elevou a taxa de juros básica em 0,50pp, em linha com o esperado.

No Brasil, taxa de desemprego cresce em janeiro, com enfraquecimento do mercado generalizado entre os setores e tipos de ocupação. Por outro lado, o rendimento médio habitual segue tendencia de alta.

Cenário internacional

Fed atua para evitar crise sistêmica nos bancos dos EUA

Após as falências do Silicon Valley Bank, Signature Bank e Silvergate Bank, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e o Tesouro Nacional, garantiram saque integral das finanças dos depositantes dos três bancos, com o objetivo de evitar uma crise sistêmica. Além disso, anunciaram uma linha de crédito, a Bank Term Funding Program, oferecendo empréstimos de até 1 ano para instituições do setor, exigindo ativos de alta qualidade como colateral.

O mercado reagiu positivamente às medidas, mas a volatilidade e incerteza segue. Ainda durante a semana outra ação coordenada do Fed com grandes bancos privados injetou U$ 30 bilhões no First Republic Bank. O mundo acompanha bastante de perto para a possibilidade de outros bancos regionais dos EUA apresentem problemas de balanço resultado da alta de juros.

Para uma análise mais detalhada do tema, ver a análise feita pelo Research XP aqui

Do outro lado do Atlântico, Banco Central da Suiça injeta recursos no Credit Suisse

Após a divulgação de seu resultado trimestral, no qual foi registrado a quinta temporada consecutiva de prejuízo, as ações do banco Credit Suisse recuaram fortemente. Contribuiu com a queda o anúncio, pelo Saudi National Bank – seu principal acionista – de que não irá injetar mais recursos na companhia. Em certa medida, a alta de juros e o temor de contágio da crise nos EUA ao resto do mundo também tiveram parte, embora a crise do CS não guarde correlação com o problema dos bancos nos EUA.

Para evitar o contágio do CS ao resto do sistema financeiro, o banco central da Suiça deve emprestar US$ 53 bilhões de dólares à instituição, reduzindo temores acerca da falência do banco

Banco Central Europeu eleva taxa de juros em 0,5pp

Em sua última decisão de política monetária, o BCE elevou a taxa de juros referência da Zona do Euro em 0,50pp pela terceira vez consecutiva, apesar do temor de desaceleração do ritmo de aperto por conta do receio quanto ao sistema financeiro global. Essa não foi uma decisão consensual, pois parte do comitê temia o efeito das incertezas financeiras sobre a economia. Para a XP, se a preocupação com estabilidade do sistema financeiro global de fato se dissipar, a inflação voltará a ser a principal preocupação dos bancos centrais.

Inflação segue pressionada nos EUA

A inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) avançou 0,37% em fevereiro (Consenso: 0,4%, XP: 0,2%), levando a variação anual de 6,41% para 6,04%. A medida de núcleo, da qual objetivo é excluir itens mais voláteis para captar a tendência subjacente da inflação, cresceu 0,45%, ainda elevado para padrões americanos. Parte desse número se deve à alta persistente em serviços, setor cuja inflação é usualmente mais correlacionada com o ciclo econômico.

Vendas no varejo perdem força nos EUA

As rendas no varejo recuaram 0,4% em fevereiro, indicando esgotamento da poupança acumulada na pandemia e a pressão da alta de preços na demanda das famílias. Em paralelo, a partir do momento que o mercado de trabalho reagir com a política monetária restritiva, a demanda agregada ao setor deve cair ainda mais.

Mercado volta a discutir corte no Fed Funds Rate ainda em 2023

Com a crise financeira instalada na semana passada, houve, durante a semana, expectativa do Federal Reserve manter a taxa de juros no nível atual na decisão de política monetária da semana que vem. Todavia, a pressão no setor de serviços – apesar da inflação em linha – em conjunto com possível desancoragem nas expectativas, impedem tal medida. Nesse sentido, se consolidou o cenário de cortes no juro ainda em 2023, com incremento de 0,25 p.p (antes da crise bancária, 0,50pp de alta não era descartado) na decisão de quarta-feira, atingindo o patamar de 4,75% - 5,00% nos limites inferiores e superiores, respectivamente.

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Enquanto isso, no Brasil...

Proposta de arcabouço fiscal é enviada ao presidente Lula

Na sexta-feira, 17, o ministro Fernando Haddad enviou, de forma oficial, a nova proposta de arcabouço fiscal ao presidente, mas não a tornou pública. Durante a semana, a imprensa apurou alguns pontos do texto:

  1. Intenção de déficit primário próximo a zero em 2025
  2. Limitação de despesas, sem exceção para gastos sociais ou investimentos

Sobre o primeiro ponto, a estimativa da XP é de déficit equivalente a 1,1% do PIB em 2024 (após 1,0% em 2023). Nesse sentido, consideramos a meta muito ousada Em relação ao segundo, o governo provavelmente deve encontrar dificuldades para aprovar uma regra sem nenhuma flexibilidade para esse tipo de gasto.

A expectativa é que a proposta deva ser anunciada na terça-feira da semana que vem

Emprego encolhe e elevação dos rendimentos perde força

A taxa de desemprego subiu de 7,9% no último trimestre de 2022 para 8,4% no tri móvel até janeiro de 2023, acima da nossa expectativa (8,3%). Esse número foi puxado por queda na força de trabalho e na população ocupada, com a segunda acumulando perda de 0,7% nos últimos quatro meses.

Esse arrefecimento é generalizado entre os setores e tipos de ocupação, como na categoria de informais, que teve a quinta queda consecutiva, após recuperação que vinha ocorrendo desde meados de 2021. Pelo lado positivo, o rendimento médio real habitual registrou alta de 0,2% m/m, a nona seguida, mas ainda abaixo do nível pré-pandemia. Para a XP, a renda real disponível às famílias subirá 3,5% em 2022.

O que esperar da semana que vem

Na semana que vem ocorrerão as decisões de política monetária nos EUA, Brasil e Reino Unido.  A incerteza nos mercados financeiros, e a incerteza de como e quanto isso pode afetar a economia e a inflação global, torna essas decisões particularmente difíceis. De toda forma, o viés ainda deve ser de alta nos EUA e Reino Unido, e de pausa no Brasil.

Além disso, o mercado vai acompanhar de perto as discussões sobre a proposta de novo arcabouço fiscal, deve ser finalmente divulgada. Sobre dados econômicos, será divulgada a arrecadação federal de fevereiro e o IPCA-15 de março.

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