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Economia em Destaque: seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

Anúncio de mais um pacote fiscal nos EUA e discussões sobre o Orçamento de 2021 no Brasil são os principais destaques da semana.

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Atualizações Covid-19

No cenário internacional, destaque para a continuidade das disputa política entre Reino Unido e União Europeia sobre a exportação de vacinas produzidas pelo laboratório AstraZeneca. O bloco afirmou que não deve enviar mais vacinas ao Reino Unido a menos que a farmacêutica entregue sua meta de doses da vacina contra a Covid-19 para países membros. Enquanto isso, a França deve impor novo lockdown por um mês para conter aumento de infecções no país.

Já no Brasil, o mês de março ficou marcado por contar com o maior número de óbitos desde o começo da pandemia, exatos 66.573. A média móvel avançou 143% no mês. Do lado positivo, o estado de São Paulo registrou a primeira queda em ocupação de leitos desde o início da atual onda. Embora a oferta de leitos tenha crescido cerca de 50% no mês passado, houve desaceleração de pacientes internados pela doença. O isolamento social de março, segundo dados da secretaria de saúde do estado, constou como o maior desde julho de 2020.

Vale destacar que atualizamos nosso estudo sobre o ritmo de vacinação no país. A depender da disponibilidade de oferta e capacidade de aplicação de doses, para os grupos de risco, a vacinação pode ser completada entre maio e junho. Para a população acima de 18 anos, entre o final de agosto e dezembro.

Internacional

No cenário internacional, o destaque ficou para o anúncio pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de seu mais novo pacote fiscal, com ênfase em infraestrutura e empregos. O pacote é a primeira fase de um plano econômico de duas etapas e deve ter custo de USD 2,25 trilhões. A Casa Branca propôs também aumentos tributários a serem aplicados gradualmente em 15 anos para custear o pacote. Congressistas republicanos e democratas questionam o plano, o que indica que ele terá dificuldades na tramitação no Congresso.

Na seara de indicadores, a confiança do consumidor registrou forte alta em março, impulsionado por melhores perspectivas sobre a situação atual e futura, diante do avanço da vacinação e gradual normalização da atividade. Na mesma linha, o ISM de manufatura registrou um salto no mês, atingindo o maior nível desde dezembro de 1983, influenciado pela aprovação do pacote de US$ 1,9 trilhões e contínua recomposição de estoques. Já para os dados do mercado de trabalho referentes a março, que serão divulgados em dia de bolsas fechadas no Brasil, analistas esperam resultado positivo de criação de empregos após o forte resultado da folha de pagamentos do setor privado (ADP) no mês, impulsionado pela reabertura da economia.

A criação líquida de 517 mil vagas no setor privado ficou um pouco abaixo do esperado (550 mil), mas mostrou um movimento disseminado de criação de vagas nos setores pesquisados pela ADP. O destaque foi o setor de serviços, em especial o de hotelaria e lazer que registrou um saldo líquido de 169 vagas. Por porte de empresa, as pequenas e médias empresas registraram forte expansão de suas folhas de pagamentos: 174 mil e 188 mil, respectivamente. Esse avanço nas contratações reflete o abrandamento das restrições, causadas pela pandemia, em vários estados e o avanço célere da vacinação (2,4 milhões de vacinas por dia em março).

Enquanto isso, na China, o PMI do setor manufatureiro calculado pela Caixin caiu para 50,6 em março, de 50,9 em fevereiro, abaixo do consenso de 51,4. Por outro lado, o PMI oficial veio melhor do que o esperado, acelerando frente a janeiro – para 51.9. Já no setor de serviços, o resultado oficial indicou alta para 56,3 pontos, refletindo a força do consumo no país após a retirada das medidas de restrição a mobilidade e o rígido controle sanitário entre fronteiras internas. Portanto, não acreditamos que o resultado da Caixin sinalize que a recuperação da China está perdendo força.

Já na Zona do Euro, destaque para a alta do Índice de confiança econômica, que atingiu em março o nível mais alto desde o início da crise pandêmica. A melhora reflete os primeiros efeitos do pacote fiscal de EUR 750 bilhões aprovado no ano passado, a despeito do recrudescimento de medidas de restrição de mobilidade diante do avanço do Coronavírus na região. Enquanto isso, a inflação da região, medida pelo CPI, registrou alta de 0,9%, influenciado pela alta de combustíveis, mas com núcleos sinalizando estabilidade.  

Ainda na Zona do Euro, para combater a pandemia, o gabinete da chanceler Alemã, Angela Merkel, aprovou planos orçamentários do governo para este ano e o próximo, incluindo EUR 60 bilhões extras em dívida para 2021.

Enquanto isso, no Brasil

No Brasil, o destaque ficou para o cenário político-econômico.

Após a aprovação da peça orçamentária para 2021 pelo Congresso, classificada como “inexequível” pelo próprio Ministério da Economia, o governo avalia alternativas para evitar a abertura de espaço para crime de responsabilidade fiscal. Apesar do cancelamento pelo relator de R$ 10 bilhões dos cerca de R$ 30 bilhões incluídos por ele na peça orçamentária, o Ministério da Economia defende o veto à emenda de relator para que as despesas obrigatórias possam ser recompostas  dentro do teto.

Diante da dificuldade política das alternativas, espera-se que o Tribunal de Contas divulgue seu parecer sobre o assunto a qualquer momento, o que pode ajudar na decisão do Planalto.

Nesse contexto de desafios no Congresso, o presidente Jair Bolsonaro anunciou nessa semana mudanças em sua equipe ministerial. Por um lado, o movimento atendeu demandas de aliados do “centrão”, por meio da nomeação da deputada Flávia Arruda para a Secretaria de Governo, e da demissão do chanceler Ernesto Araújo. Em outra frente, substituiu General Fernando Azevedo do Ministério da Defesa para nomear o também general Braga Netto, que ocupava a Casa Civil. A troca foi vista como maneira de o presidente ter o comando das Forças Armadas mais alinhado a seu governo. Outras mudanças incluíram a AGU,

Na seara de indicadores, a semana foi marcada por números do mercado de trabalho, com divulgação do Caged de fevereiro, e da PNAD Contínua referente ao trimestre encerrado em janeiro, além do resultado da indústria de fevereiro e resultados fiscais do mesmo período.  

A geração líquida de emprego formal (CAGED) surpreendeu positivamente em fevereiro, com avanços em praticamente todos os setores produtivos, na esteira da relativa normalização da atividade no início do ano e ainda influenciado pelo programa de manutenção de empregos formais (BEm). Já a taxa de desemprego, medida pelo IBGE, atingiu 14,2% no período de três meses até janeiro, e 14,6% em termos dessazonalizados. De acordo com nossas estimativas, a população ocupada total caiu 0,1% em janeiro ante dezembro do ano passado, enquanto a massa salarial real efetiva caiu 1,6% (mês/mês).

A piora da pandemia e o recrudescimento de medidas de restrição de mobilidade devem levar a uma redução no ritmo de recuperação das ocupações nos próximos meses, especialmente no setor informal. Mas o progresso da vacinação (e normalização gradual da atividade) tende a reverter o quadro no 3º trimestre.

Ainda em atividade, a produção industrial surpreendeu negativamente em fevereiro, recuando 0,7% (m/m). O resultado interrompeu uma sequência de nove variações positivas consecutivas na margem, com destaque negativo para a produção de veículos. Não obstante, continuamos a avaliar que a produção industrial tem sido sustentada por um processo de recomposição de estoques, e não prevemos problemas generalizados nas cadeias de suprimentos, o que corrobora nossa visão de que o declínio no curto prazo será muito mais suave do que o observado no 1º semestre de 2020.

No âmbito fiscal, tanto o déficit primário do governo central quanto o resultado do setor público consolidado vieram melhores do que o consenso de mercado em fevereiro, influenciados pelo nível ainda baixo de despesas discricionárias, diante da não aprovação do orçamento deste ano, e do caixa ainda fortalecido de governos regionais. O déficit primário do governo geral atingiu 9,26% do PIB no acumulado em 12 meses, enquanto a dívida bruta alcançou (finalmente) a marca dos 90% do PIB.

Não obstante, as discussões sobre a tramitação do orçamento de 2021 seguem como grande tema do quadro fiscal. Segundo o Tesouro Nacional, a peça orçamentária aprovada pelo Congresso gera problemas para o funcionamento do teto de gastos e representa retrocesso para o controle das contas públicas.

O que esperar?

No cenário internacional, destaque para taxa de desemprego da Zona do Euro, dados de mercado de trabalho nos EUA, além da ata da última decisão do Comitê de Política Monetária do FED (FOMC), e de PMIs na China e economias desenvolvidas.

No Brasil, a semana será marcada pela continuação de discussões sobre o Orçamento de 2021 no Congresso. Na seara de indicadores, contaremos com a divulgação de índices de inflação referentes a março, com IGP-M e IPCA fechado, além de vendas de veículos pela Fenabrave.

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