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Economia em Destaque: PIB cresceu 2,9% em 2022, com desaceleração no final do ano

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

Os membros do Fed – banco central dos EUA – seguem preocupados com a atividade forte e a inflação pressionada. Os juros podem subir mais do que o esperado pelo mercado. Na China, a economia dá sinais de retomada robusta após o fim da política de  “Covid-zero”.

No Brasil, o PIB do quarto trimestre confirmou a desaceleração da economia, depois de um ano forte. O governo reonerou os combustíveis e criou um imposto temporário sobre exportações de petróleo. A proposta do novo marco fiscal deve sair na semana que vem.

Com atividade forte, juros devem subir mais nos EUA

Um dos membros do Board do Federal Reserve (banco central) dos EUA, Christopher Waller, disse que podem ser necessários aumentos adicionais nos juros para trazer a inflação de volta à meta de 2%. Waller destacou que, se os indicadores econômicos continuarem mais fortes do que o esperado, ele defenderá o aumento dos juros ainda mais do que sua perspectiva atual (já elevada). Também esta semana, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse que ainda defende um aumento de 0,25pp nas taxas de juros em março, mas estaria aberto a um aumento maior se os dados de atividade continuarem surpreendendo para cima.

Sondagem indica atividade resiliente e custos pressionados nos EUA

A sondagem empresarial do Institute for Supply Management (ISM) mostrou que atividade manufatureira está recuando apenas levemente, enquanto serviços (75% do PIB) seguem em forte expansão. A pesquisa mostrou ainda que os custos de produção voltaram a subir. Os resultados reforçam a preocupação do Fed registrada acima.

Inflação segue resistente também na Europa

A inflação na zona do euro subiu 0,8% em fevereiro, depois de ter registado deflação nos três meses anteriores, e a taxa de variação anual passou de 8,6% para 8,5%, acima das expectativas do mercado de 8,3%. Assim como nos EUA, a inflação pressionada deve levar o Banco Central Europeu a atingir uma taxa de juros mais alta (por volta de 4%) e mantê-la por mais tempo.

PMI da China

O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) Manufatureiro da China subiu de 50,1 em janeiro para 52,6 em fevereiro, o nível mais alto desde abril de 2012. O índice do setor de serviços aumentou de 54,4 para 56,3 no período. A marca de 50 pontos separa crescimento de contração na base mensal. A elevação dos índices de sentimento econômico, puxada pelo fim da “política de tolerância zero à Covid”, corrobora nosso cenário de forte recuperação do PIB da China em 2023 (crescimento de 5,5% ante 3,0% em 2022).

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Enquanto isso, no Brasil

PIB mostrou bom desempenho em 2022, com desaceleração no final

O PIB do Brasil caiu 0,2% no quarto trimestre em relação ao terceiro trimestre, em linha com o consenso de mercado e abaixo de nossa estimativa de 0,1% no trimestre. O indicador subiu 1,9% na comparação ano a ano, levando a um crescimento de 2,9% no ano de 2022.

A quebra do PIB do quarto trimestre revelou sinais mistos. Serviços cresceram pelo décimo trimestre consecutivo, apensar da perda de fôlego recente (0,2% trimestre a trimestre no quarto tri, frente a uma média de 1,1% nos trimestres anteriores). Além disso, o PIB da Agropecuária avançou 0,3% no quarto trimestre. Já o PIB da Indústria recuou 0,3% no período, encerrando uma série de três ganhos consecutivos.

Os juros elevados e o fim do impulso ‘pós-Covid’ são as principais razões para projetarmos que a desaceleração continuará em 2023. Projetamos crescimento do PIB de 1,0% este ano.

Desemprego cai abaixo de 8%, menor patamar desde o 2014

A taxa de desemprego recuou para 7,9% no 4º trimestre ante 8,1% no trimestre móvel até novembro de 2022. Este número representa o menor patamar de fim de período desde 2014. O rendimento médio real habitual registrou a oitava alta seguida (0,6% em dez/nov), ficando cerca de 1% abaixo dos níveis observados antes da pandemia.

Isso posto, já é possível identificar sinais de perda de fôlego, em linha com a desaceleração mais geral da economia revelada pelos dados do PIB. Prevemos taxa de desemprego média de 8,7% este ano, após 9,3% no ano passado.

Reoneração dos combustíveis e taxação de exportações de petróleo

Os tributos federais sobre combustíveis voltaram a subir. Houve reoneração de 47 centavos por litro de gasolina e de 2 centavos por litro de etanol. Com a redução de 13 centavos no preço da gasolina também anunciada ontem pela Petrobras, calculamos que o preço final do combustível (“na bomba”) terá um aumento líquido de 34 centavos.

É uma volta parcial do corte temporário de impostos por ocasião da eclosão da guerra na Ucrânia, e a consequente disparada do preço do petróleo. A volta do imposto faz sentido (e já era programada desde a implementação da medida em 2022), uma vez que o petróleo recuou dos picos, a perda de receita é relevante e o subsídio à combustível fóssil vai de encontro à tendência de “economia verde”. 

Em medida mais controversa, o governo complementou a recuperação de receita com o anúncio por quatro meses sobre a exportação de petróleo cru. 

Proposta de novo arcabouço fiscal será divulgada em breve

O ministro Haddad disse que a proposta do novo arcabouço fiscal sairá na próxima semana. A colunista do jornal Valor Econômico, Claudia Safatle, relata que a nova regra será desenhada para que as receitas fiscais cresçam junto com o PIB nominal, enquanto as despesas aumentariam de acordo com o PIB per capita. Segundo o colunista, o aumento da arrecadação será garantido pela reforma tributária, que deve elevar as receitas em cerca de R$ 100 bilhões.

O mercado deve focar nos detalhes da proposta. Em particular, em quais linhas de despesa ficarão fora da regra para dar flexibilidade, e quanto isso pode comprometer a estabilidade da dívda. E quais as premissas e eventuais medidas que respaldariam a expectativa de crescimento de receita.

O que esperar da semana que vem

Nos EUA será divulgado o relatório mensal mais importante de atividade econômica: os dados do mercado de trabalho. Em janeiro a criação de emprego foi bastante forte, iniciando um processo de alta de juros de mercado e correção das bolsas. Se o resultado de fevereiro confirmar essa tendência, é possível que as expectativas migrem para  uma aceleração no ritmo de alta de juros pelo Fed.

Além disso, serão divulgados o PIB da Zona do Euro e o do Reino Unido, dados de atividade e inflação na Alemanha e taxa de juros básica no Japão.

No Brasil, atenções voltadas para o novo marco fiscal prometido para semana que vem. Também importante será a inflação do IPCA de fevereiro, na sexta-feira. 

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