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Economia em Destaque: PIB americano desacelera, Brasil e Argentina discutem moeda comum

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

Nos EUA, o PIB cresceu acima do esperado em 2022 e o deflator do consumo (PCE, índice de inflação preferido do FED) veio em linha com o consenso. Na Europa, governo alemão revisa estimativas de crescimento e Christine Lagarde aponta riscos altistas para a inflação com a reabertura da China.

No Brasil, discussões sobre criação de moeda única com a Argentina iniciam, e Haddad fala sobre a agenda de reformas. No setor externo, investimento direto no país (IDP) atinge maior nível desde 2012, e arrecadação federal registra o segundo recorde histórico anual consecutivo.

Cenário internacional

PIB dos EUA cresce acima do esperado, mas economia segue em desaceleração

No último trimestre de 2023, o PIB americano cresceu 2,9% em termos anualizados frente ao trimestre anterior, resultado acima do consenso de mercado de 2,6%. Com isso, a economia do país cresceu 2,2% em 2022.  Apesar de ficar acima do esperado, a economia vem desacelerando, como efeito da alta de juros.

O lado positivo da desaceleração é que a inflação começa a ficar mais bem comportada. O deflator dos gastos pessoais – índice de inflação favorito do Fed, o banco central americano – desacelerou de 5,5% em novembro a/a para 5,0% a/a em dezembro.

Neste ambiente, é esperado que o Fed reduza o ritmo de alta de juros em sua reunião na semana que vem, para 0,25pp (na reunião de dezembro a alta foi de 0,50pp).

Reabertura da China pode retardar desinflação global

A reabertura econômica da China vem avançando mais rapidamente que o esperado, enquanto o surto de Covid começa a arrefecer. Assim, é provável que o gigante asiático compense parte da recessão esperada nos EUA e Europa para este ano.

O preço das commodities deve se manter elevado – o que é boa notícia para o Brasil – com a retomada da demanda chinesa.

Governo alemão eleva estimativa de crescimento

Em relatório publicado na quarta-feira, o governo alemão espera crescimento de 0,2% para sua economia em 2023, bem acima da projeção de -0,4% em outubro. Parte disso se deve ao inverno mais ameno que o antecipado, cujo impacto foi diminuir a pressão de demanda por gás natural e, por sua vez, em seu preço. Por fim, cita que os maiores desafios a frente estão nos desdobramentos da guerra Rússia-Ucrânia, a atividade global mais fraca, preços de energia em patamares elevados e a segurança do abastecimento de gás.

Enquanto isso, no Brasil…

Brasil e Argentina estudam moeda comum para comércio

O presidente Lula, em viagem à Argentina, sinalizou estudos para uma moeda comum para o comércio entre o Brasil e o país vizinho. O objetivo seria aumentar a integração econômica e diminuir a dependência frente ao dólar. O presidente sinalizou também que o BNDES irá financiar a construção do gasoduto de Vaca Muerta, com potencial de abastecimento do país – mas com custo, efetividade e adequação às normas de meio ambiente duvidosos segundo especialistas.

Haddad fala sobre agenda de reformas

Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o ministro da Fazenda Fernando Haddad afirmou que pretende fazer uma reforma tributária neutra – ou seja, sem aumento da carga tributária – e espera aprovação da primeira fase, em relação aos impostos sobre o consumo, ainda em abril.  Na segunda etapa, referente à renda, condicionou o seu andamento à anterior.

Haddad afirmou ainda que espera a aprovação do novo marco fiscal ainda no primeiro semestre, embora não tenha dado detalhes da proposta.

Revisamos nossa projeção de IPCA para 2023

Após a divulgação do IPCA-15 de janeiro, nossa projeção de IPCA para o ano foi revisada de 5,3% para 5,7% no acumulado para o ano. Apesar de considerarmos a leitura benigna para alguns grupos, especialmente bens industrializados, o item “Emplacamento e licença” e reajustes de preços de combustíveis nos levaram a mudar nossa estimativa. Para mais detalhes, acesse aqui a nota em que detalhamos a revisão da projeção.

Arrecadação federal atinge recorde histórico

Em dezembro, a arrecadação federal foi de R$ 210,2 bilhões, aumento real de 2,5% em relação a dezembro do ano anterior. O número foi acima do consenso de mercado e nossa estimativa, R$ 210 bi e R$ 207,1 bi, respectivamente. Com isso, o acumulado para o ano ficou em R$ 2,21 tri, expansão real de 8,2% quando comparado a 2021, o recorde histórico anterior.

Investimento Direto no País atinge melhor resultado desde 2012

Na quinta-feira foram divulgados os números de setor externo relativos a dezembro, e apesar do déficit em conta corrente acima do consenso (US$ 10,9 bi, ante projeção de US$ 6,3 bi) e maior do que o observado no mesmo mês de 2021, fechando o ano em -US$ 55,7 bi (2,92% do PIB), ante -US$ 46,4 bi em 2021 (-2,81% do PIB).

Por sua vez, os ingressos líquidos do IDP (Investimento Direto no País) totalizaram US$ 90,6 bi em 2022 o melhor resultado desde 2012 (92,6 bilhões), quase o dobro do observado em 2021 (ver gráfico). Isso se deu por alguns fatores: (I) forte recuperação do PIB (crescimento econômico ao redor de 3% no ano passado, muito acima das estimativas iniciais); (II) parcela significativa de setores/empresas no Brasil bastante sensíveis/expostos aos preços das commodities, que permanecem em níveis elevados; (III) fragilidades econômicas e políticas em outros grandes mercados emergentes, que muitas vezes concorrem em termos de atração do capital estrangeiro; e (IV) grande potencial de investimentos no Brasil na chamada “economia verde” (sobretudo em atividades de energia renovável).

O que esperar para a semana que vem?

O foco da semana será decisão de juros. Teremos reunião dos bancos centrais dos EUA, Europa, Reino Unido e Brasil. Os juros devem continuar subindo nos países centrais, e ficar estável em 13,75% por aqui.

No Brasil, também serão destaque o IGP-M de janeiro; além do resultado primário do setor público, da criação de empregos formais (CAGED) e da produção industrial (todos referentes à dezembro).

No lado político, Brasília estará agitada com a volta do Congresso e a eleição das mesas da Câmara e do Senado.

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