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Economia em Destaque: nova variante do coronavírus e inflação pressionada no Brasil marcam a semana

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

No cenário internacional, o surgimento de uma nova variante do coronavírus, batizada omicron causa stress nos mercados e reacende riscos relacionados à atividade econômica no mundo inteiro. A ata da última reunião do FOMC, a recondução de Jerome Powell a um segundo mandato como presidente do Fed e a pauta fiscal americana também foram destaques.

No Brasil, a semana contou com a divulgação do IPCA-15, balanço de pagamentos e arrecadação federal. A PEC dos Precatórios está sendo discutida no Senado.

Para semana que vem, os destaques serão o PIB do terceiro trimestre, IGP-M, resultado primário do governo central de outubro, produção industrial, PNAD (taxa de desemprego) e Caged.

Atualizações Covid-19

O destaque negativo da semana ficou para a descoberta de uma nova variante da Covid-19, já predominante na África do Sul. A variante omicron foi descoberta inicialmente em 5 países no sul do continente africano e detectada em pacientes de Israel e Hong Kong, e apresenta diversas mutações – o que eleva as preocupações sobre sua potencial resistência à vacinas e anticorpos. Diante disso, países europeus já anunciaram restrições a viagens internacionais da região.

Ainda se sabe muito pouco sobre a capacidade da omicron de se tornar predominante diante de outras variantes, mas há indícios que, em poucas semanas, ela já se tornou predominante na África do Sul. A farmacêutica Pfizer afirmou que é capaz de produzir em 100 dias um novo imunizante caso a vacina atual não seja eficaz contra a nova cepa do vírus.

Enquanto isso, no Brasil, tanto a média móvel (7 dias) de novos diagnósticos quanto a de óbitos causados pela covid-19 apresentaram leves quedas em relação à semana passada. Ao todo, 74,8% da população brasileira já está vacinada com ao menos a primeira dose de imunizante contra a doença, enquanto 62,2% já completou o ciclo vacinal.

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Cenário Internacional

Estados Unidos: recondução de Powell, inflação pressionada e ata do FOMC

Nos Estados Unidos, a semana começou com a decisão do Presidente Joe Biden de reconduzir o atual presidente do Banco Central do país (o FED), Jerome Powell, para um segundo mandato. Biden também indicou a economista Lael Brainard (hoje diretora da instituição) para a posição de vice-presidente.

Os discursos que acompanharam o anúncio reforçaram a preocupação com a alta de preços recente e o impacto na vida dos trabalhadores. O tom considerado mais hawkish (ou seja, mais rígido contra a inflação) contribuiu para a elevação das taxas de juros de títulos do Tesouro americano de longo prazo (as famosas “T-notes”), dado a expectativa de aumento de juros no horizonte de médio a longo prazo.

Na mesma linha, a ata da última reunião do FOMC (o comitê de política monetária do FED) indicou que alguns membros já estariam dispostos a acelerar o ritmo do fim do programa de compra de ativos (processo conhecido como tapering).

O dado de inflação também divulgado essa semana corrobora a preocupação com a alta de preços. O deflator do consumo (PCE deflator, na sigla em inglês) atingiu a marca dos 5% no acumulado em doze meses até outubro. Enquanto isso, dados do mercado de trabalho seguiram indicando rota de recuperação, com o número de novos pedidos de seguro-desemprego atingindo uma baixa histórica.

Assim, crescem as expectativas de elevação de juros nos EUA antes do esperado. Esse movimento acaba por impactar especialmente ativos de países emergentes, como o Brasil. Menores estímulos e maiores juros no mundo reduzem a atratividade relativa de ativos em países mais arriscados,dada a redução do chamado diferencial de juros. Em outras palavras: com juros maiores em países considerados menos arriscados (EUA sendo o principal deles), investidores pensam um pouco mais sobre investir aqui, onde o risco é maior.

Nesse cenário, vemos moedas de emergentes perderem valor contra o dólar, como é o caso do real.

Finalmente, no cenário político americano, as discussões do Congresso se voltam para a pauta fiscal. A prioridade deve ser um acordo sobre o orçamento público, sem o qual o governo entraria em paralização (shutdown) a partir do dia 3 de dezembro. Em seguida, o foco deve ser voltado para o teto da dívida, que segundo a secretária do Tesouro Americano, Janet Yellen, poderia ser infringido em meados de dezembro.

Europa: coronavírus e os entraves à atividade

O aumento nas infecções por coronavírus na Europa já tem se refletido na atividade econômica. Indicadores de confiança divulgados nessa semana indicaram quedas na Alemanha, o que deve penalizar negócios na temporada de Natal. A chanceler Angela Merkel disse que o risco da Covid-19 hoje é o pior até agora. Na Zona do Euro, os indicadores de confiança têm acompanhado essa mesma tendência, enquanto os índices de gerentes de compras (PMI) ainda mantem-se em expansão.

China: Banco Central sinaliza estímulos para a recuperação econômica

Em seu relatório trimestral de política monetária publicado na última sexta-feira, o Banco Central da China sinalizou possíveis medidas de flexibilização para auxiliar a recuperação econômica após dados recentes de atividade mais fracos e as incertezas do mercado imobiliário.

As medidas foram bem recebidas por agentes de mercado, especialmente diante da preocupação de desaceleração econômico da segunda maior economia do mundo, e dos impactos na recuperação global.

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Enquanto isso, no Brasil...

Prévia da inflação ao consumidor de novembro ilustra pressões em preços de combustíveis

No Brasil, o índice de preços ao consumidor medido pelo IPCA-15 subiu 1,17% em novembro, impulsionado por altas acentuadas nos preços dos combustíveis. O resultado levou o acumulado em doze meses para 10,73% (contra 9,57% no mês anterior), muito acima da meta do Banco Central (de 3,75% nesse ano). Analistas de mercado discutem se o Banco Central acelerará o ritmo de aperto monetário diante das pressões inflacionárias. Entretanto, acreditamos que o BCB irá manter o ritmo já intenso de aumentos de 1,5 p.p. na taxa Selic por reunião, elevando o tom hawkish, ou seja, mais duro no combate à inflação.

Conta corrente registra déficit e BC projeta piora nos resultados de novembro

A conta corrente brasileira registrou déficit de US$ 4,5 bilhões em outubro, em linha com as expectativas do mercado, e levando o acumulado em para 1,66% do PIB. De forma geral, os dados de outubro seguiram o tom dos últimos meses, sem grandes surpresas.

Destacamos que o déficit em criptoativos em 2021 está em US$4,9 bilhões, tornando-se cada vez mais relevante no balanço de pagamentos. Por enquanto, mantemos nossa expectativa de déficit de US $ 18,7 bilhões em 2021, mas com claro viés de piora.

Arrecadação segue positiva, mas já demonstra sinais de desaceleração

Os resultados da Receita Federal de outubro mostram que a arrecadação continua trazendo surpresas positivas, tendo registrado novamente o melhor resultado para o mês da série histórica, apesar de alguma desaceleração na margem.

Para os próximos meses, a tendência de aumento da arrecadação de impostos deve ser mantida, permitindo ao governo cumprir com facilidade a meta de resultado primário deste ano. O grande desafio, entretanto, segue na trajetória fiscal de longo prazo, sobre a qual as discussões políticas em andamento (conforme descrito adiante) são centrais.

PEC dos Precatórios em discussão no Senado

Nesta semana, para ganhar apoio no Senado, o governo sinalizou com ajustes na Proposta de Emenda Constitucional que altera as regras para o pagamento de dívidas judiciais da União (precatórios) e do cálculo do teto de gastos – a PEC dos Precatórios. Rodrigo Pacheco, presidente da casa legislativa, declarou que a aprovação da PEC é uma prioridade, mas não necessariamente será votada na semana que vem.

Confira aqui a nossa avaliação para cada proposta da PEC dos Precatórios e cenários fiscais possíveis.

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O que esperar para semana que vem?

No cenário internacional, as principais divulgações de indicadores serão a inflação ao consumidor e ao produtor na Zona do Euro, os índices de gerentes de compras (PMIs) na China e na Europa, além de dados de emprego nos EUA.

Já no cenário doméstico, o grande destaque entre indicadores divulgados na semana será o PIB do terceiro trimestre. Além disso, teremos as divulgações da inflação medida pelo IGP-M de novembro, resultados fiscais (com resultado do Tesouro Nacional e do setor público consolidado), além de produção industrial de outubro, PNAD (taxa de desemprego) de setembro e Caged de outubro.

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