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Economia em Destaque: Inflação segue preocupando no mundo

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

Nesta semana, o destaque internacional foram dados de inflação que continuam preocupando. A pressão inflacionária se deve a problemas nas cadeias de produção devido a guerra na Ucrânia e lockdowns na China, mas com dados de Covid melhores, estes últimos devem se resolver mais rapidamente.

No cenário doméstico, dados melhores para a atividade econômica em março devem impulsionar o PIB do 1º trimestre. Na semana também foram divulgadas a ata da última reunião do Copom - que indicou que juros devem continuar subindo - e a inflação ao consumidor (IPCA) de abril, que segue alta e disseminada.

Atualizações Covid-19 no Brasil

No Brasil, tanto a média móvel de sete dias de novos casos quando a de óbitos aumentaram para 16,4 mil e 106, respectivamente. Ao todo, 84,0% da população brasileira já está vacinada com ao menos a primeira dose de imunizante contra a doença; 78,0% já tomou dose única ou duas doses e 43,5% já teve o reforço da vacinação.

Cenário internacional 

Inflação nos EUA volta a superar expectativas e afeta mercados

Os preços ao consumidor (CPI) subiram 0,3% em abril, acima das nossas projeções e do consenso de mercado, com alta puxada por preços de alimentação, habitação e veículos novos. Em 12 meses, a inflação ao consumidor americano acumula alta de 8,3%.

A inflação americana (tanto ao produtor quanto ao consumidor) permanece em níveis historicamente altos e reforça a urgência do esforço do Federal Reserve (Fed) para conter a inflação, mas não deve exigir altas de juros a um ritmo maior que os atuais 0,5 pp por reunião, como declarou o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, nessa semana, reforçando o que já tinha sido dito no relatório de estabilidade financeira do Fed, que um aumento acentuado nas taxas de juros para domar novos choques inflacionários representaria um risco para a economia americana.

Guerra na Ucrânia: nenhum sinal de cessar-fogo

O discurso de Putin no Dia da Vitória afirmou que as tropas russas estão lutando em “própria terra”, não dando nenhum sinal de que um cessar-fogo possa estar próximo. Além disso, falas sobre a entrada da Finlândia e Suécia na OTAN não foram bem recebidas por Moscou, que vê nos países ‘potenciais ameaças’.

Números relativos ao Covid na China começam a melhorar e lockdowns devem estar perto do fim

Os casos de Covid na China começam a cair, indicando possível alívio na atividade adiante, mas lockdowns continuam impactando os dados econômicos.

Nesta semana, foram divulgados dados de setor externo no país, com arrefecimento do crescimento das exportações para o nível mais fraco em dois anos, e importações estáveis no mês de abril. As restrições mais rígidas e mais amplas da COVID-19 interromperam a produção fabril e reduziram a demanda doméstica, aumentando os problemas econômicos mais amplos. A notícia da melhora dos casos animou o mercado, que espera que a atividade melhore a medida que a mobilidade aumentar

A inflação de abril tanto aos produtores quanto aos consumidores na China ficou acima das expectativas. O Índice de Preços ao Produtor (PPI) subiu 8%, contra expectativa de 7,8%, apesar da desaceleração dos 8,3% de março, e reflete intensas pressões de custos para as empresas. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI), por sua vez, ficou em 2,1% (consenso de 1,8%), acelerando ante os 1,5% de março.

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Enquanto isso, no Brasil...

Projeções de crescimento com viés de alta no Brasil.

A semana contou com a divulgação de importantes dados de atividade econômica de março: as vendas no varejo o volume de serviços registraram fortes altas além das expectativas. Os resultados refletem expansão da renda devido à melhora no emprego e transferências de renda do governo, além de frutos da reabertura econômica.

Estimamos aumento de 1,1% para o PIB no 1º trimestre de 2022 ante o 4º trimestre de 2021 (expansão de 1,8% em relação ao 1º trimestre de 2021). Os dados oficiais serão publicados pelo IBGE em 02/06.

Ata do Copom reforça que juros continuarão subindo

O Banco Central divulgou a ata da sua reunião do Copom (comitê de política monetária) de maio, no qual elevou taxa básica de juros para 12,75% a.a. No documento, o Copom reforça a sinalização de uma pausa no ciclo de aperto em breve, mas que ainda via precisar subir um pouco dados os resultados pressionados da inflação.

Mantemos nossa projeção de 13,75% como taxa terminal, pois acreditamos que, como as perspectivas de inflação continuam desafiadoras, o Copom acabará optando por manter o ritmo de 1,0 pp (ou mesmo fazer duas altas adicionais de 0,5 pp).

Inflação segue espalhada e acumula 12,13% de alta em 12 meses

Os preços ao consumidor no Brasil medidos pelo IPCA subiram 1,06% em abril. Foi o mais acentuado em 26 anos, empurrando o número de 12 meses para 12,13%. As pressões inflacionárias vêm do cenário global – alimentos, combustíveis – e do cenário doméstico: serviços em alta refletindo a demanda interna aquecida.

Troca de comando no Ministério das Minas e Energia

O presidente Bolsonaro anunciou o nome de Adolfo Sachsida, membro sênior da equipe econômica do governo, como substituição para Bento Albuquerque no cargo de Ministro das Minas e Energia. Sachsida assume, desta forma, o centro da discussão sobre subsídios aos combustíveis.

A troca acontece na mesma semana em que ocorre novo reajuste do preço do diesel, mas refinarias, desta vez de 8,87%, o que não agrada caminhoneiros.

Governo segue na linha da abertura econômica reduzindo tributos de importação

O governo anunciou nesta semana corte no imposto de importação de produtos da cesta básica e aço. A medida é importante a longo prazo para do ponto de vista estrutural e se aprofundada tende a beneficiar o crescimento potencial. Não acreditamos que a medida tenha impacto relevante na inflação a curto prazo. O custo da redução de impostos pode chegar a 700 mi em perda de arrecadação. Há também uma proposta para reduzir a tarifa externa comum do Mercosul em 10 pp.

XP Econocast #39 Juros e Inflação em alta. Até quando?

No nosso podcast de economia, o no XP Econocast, o assunto foi inflação e juros, temas que dão o tom nas economias globais e no mercado. Confira abaixo a conversa de Francisco Nobre com Thomas Sarquis, economista-chefe da Eleven, e Caio Megale, economista-chefe da XP.

https://open.spotify.com/episode/1SJMr4hYhN31dYR9b65idb?go=1&sp_cid=6bfef4a4e6800236444279788e7e3d2a&utm_source=embed_player_p&utm_medium=desktop&nd=1

O que esperar para semana que vem?

No cenário internacional, os destaques serão a inflação ao consumidor na Zona do Euro e a inflação ao produtor na Alemanha referentes ao mês de abril e a prévia do PIB da Zona do Euro do 1º trimestre. Além disso, o mercado também fica atento aos discursos de dirigentes do Fed.

No Brasil, o destaque será a divulgação de estatísticas fiscais. Devido à greve do Banco Central, continuam suspensas a divulgação do IBC-Br e do Focus.

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