XP Expert

Economia em Destaque: Decisões de política monetária no radar dos mercados

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

Compartilhar:

  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no X
  • Compartilhar no Whatsapp
  • Compartilhar no LinkedIn
  • Compartilhar via E-mail
Onde Investir em 2025 banner

Resumo

No cenário internacional, a semana foi marcada pelos índices de inflação ao consumidor nos Estados Unidos e na Europa. Na China, destaque para a desaceleração da atividade e a necessidade de injeção de liquidez com riscos advindos da crise da incorporadora Evergrande.

No Brasil, a questão orçamentária segue em pauta. Na semana, indicadores de atividade vieram mais positivos e autoridades deram declarações que ajudaram a ancorar expectativas sobre juros e inflação. Revisamos nosso cenário e projeções, em relatório que pode ser conferido aqui.

Para a semana que vem, as reuniões dos comitês de política monetária no Brasil e nos EUA ocupam o centro da pauta econômica. No que diz respeito a indicadores domésticos, destaque para a inflação, com o IPCA-15 e a prévia do IGP-M, ambos referentes a setembro.

Atualizações da Covid-19

Em nota técnica, o Ministério da Saúde revisou a recomendação de vacinação em adolescentes de 12 a 17 anos, passando a recomendar imunização apenas para adolescentes que tenham deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade. O Brasil começa agora a aplicar dose de reforço em idosos e pessoas imunossuprimidas.

A média móvel de óbitos apresentou alta em relação à semana passada, de 466 por dia para 581, enquanto o número de novos casos apresentou queda, de 18.343 para 15.731. Apesar da elevação pontual no número de óbitos, o país tem demonstrado claros sinais de avanço no combate ao coronavírus conforme avança na campanha de vacinação.

66,4% da população brasileira já estão vacinados com ao menos a primeira dose e 36,8% já tomaram 2 doses ou dose única da vacina. O Brasil se distancia do mundo em pesquisas realizadas sobre hesitação vacinal, apresentando resultados melhores.

Clique aqui para receber por email os conteúdos de economia da XP

Cenário Internacional

Estados Unidos

O destaque da semana nos EUA foi a inflação ao consumidor (CPI), que apresentou queda expressiva (0,3% m/m) e se acomodou dentro das expectativas (consenso: 0,4; XP: 0,3%). Indicadores de atividade econômica de agosto também vieram mais positivos, exibindo recuperação após os receios gerados pela disseminação da variante Delta.

Inflação e mercado de trabalho são os principais temas acompanhados pelo Fed, que deve anunciar em breve o cronograma do tapering (redução das compras de ativos). Nossa expectativa é de que o FOMC (Comitê de Política Monetária do Fed) delineie o plano de tapering na reunião de novembro e inicie o processo em dezembro. Acreditamos que o banco central americano irá anunciar redução de US$ 15 bilhões por mês, implicando em um processo de retirada gradual de estímulos ao longo de oito meses. Continuamos pensando que a elevação de juros ocorrerá apenas em 2023, provavelmente durante o segundo trimestre do ano. Além disso, acreditamos que política monetária dos EUA encontrará neutralidade em 1,75-2,00%, e não em 2,50%, como o Fed espera atualmente.

No campo político, permanece o risco de atraso da agenda econômica do Presidente Joe Biden no Congresso por falta de acordo dentro do próprio Partido Democrata.

Europa

Na Zona do Euro, o índice de preços ao consumidor (CPI) de agosto ficou em 0,4%, o que representou elevação de 3,0% em 12 meses (ante 2,2% em julho), maior patamar desde 2011. No Reino Unido, por sua vez, o CPI em 12 meses saltou para 3,2% em agosto, ficando bem acima da meta do Banco da Inglaterra (BoE), de 2,0%. Os agentes de mercado irão monitorar de perto as próximas divulgações de dados de inflação nessas regiões, tendo em vista a surpresa altista recente.

China

Na Ásia, emerge como destaque o risco de crédito da incorporadora chinesa Evergrande, que pode contaminar os mercados globais uma vez que a empresa é emissora de dívidas que somam mais de USD 300 bilhões. Como reação, o Banco Popular da China (PBoC) injetou 90 bilhões de yuans (cerca de USD 13,9 bilhões) no mercado financeiro no curto prazo para conter os ânimos dos agentes.

Além disso, a economia da China tem demonstrado sinais de enfraquecimento após a imposição de medidas rigorosas pelo governo para conter um surto generalizado de Covid-19, que acabou por reduzir os gastos dos consumidores e viagens durante o pico das férias de verão, refletindo em números fracos em agosto. Vários economistas esperam que o PBoC corte a taxa de depósito compulsório para os bancos (mais uma vez) nos próximos meses, após redução surpreendente em julho.

O nível de atividade econômica chinesa tem forte relação com os preços das commodities, e durante esta semana os mercados reagiram significativamente. O preço internacional do minério de ferro apresentou quedas expressivas e atingiu o nível mais baixo deste ano, já que as restrições à produção na China e o caso Evergrande pesam sobre a demanda.

Clique aqui para receber por email os conteúdos de economia da XP

Enquanto isso, no Brasil...

Brasil Macro Mensal

Nesta semana, publicamos nosso relatório Brasil Macro Mensal, destacando a deterioração das expectativas sobre a economia do Brasil, que pressiona a taxa Selic e reduz o crescimento no ano que vem. Neste cenário, elevamos nossas projeções de Selic, taxa de câmbio e inflação, e reduzimos a projeção de crescimento do PIB. Confira mais detalhes aqui.

Ambiente político e cenário econômico

No Brasil, os destaques seguem nas discussões orçamentárias. Possíveis soluções para o pagamento de ordens judiciais (precatórios) continuam em pauta. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, os representantes legais do governo sinalizaram ser mais favoráveis ​​à retirada dos precatórios do teto de gastos, ao invés de postergar pagamentos como propõe a equipe econômica. A discussão é fundamental para abrir espaço no orçamento de 2022 e atender demandas políticas, como o aumento do programa Bolsa Família (instituição do Auxílio Brasil) e emendas parlamentares (parcela do orçamento público controlada pelos parlamentares).

Ademais, o projeto de lei que estende os benefícios de incentivos fiscais sobre a folha de pagamento a setores selecionados foi aprovado em comissão da Câmara dos Deputados. Se a lei for aprovada no Congresso, aumentará as despesas obrigatórias em R$ 6 bilhões no próximo ano, pressionando ainda mais o teto de gastos. A imprensa diz que o Presidente da República vetaria o projeto, mas ainda há incertezas em torno desta decisão.

Com o intuito de cobrir as despesas com o novo programa Bolsa Família (Auxílio Brasil) até o final deste ano, a Presidência soltou um decreto que eleva a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre as operações de crédito para pessoas físicas e jurídicas. Segundo o governo, a mudança vigorará entre a próxima segunda-feira (20/09) e 31 de dezembro, e permitirá arrecadação adicional de R$ 2,14 bilhões no período. A instituição do Auxílio Brasil acarretará acréscimo na despesa obrigatória de R$ 1,62 bilhão neste ano, também conforme nota do Ministério da Economia. Para 2022, por sua vez, a intenção é financiar o programa de transferências de renda com a tributação sobre lucros e dividendos, proposta que tramita no Senado e enfrenta muitas resistências. Soltamos hoje uma nota a respeito do tema, que pode ser acessada aqui.

Nesta semana, a fala de Roberto Campos Neto foi destaque e impactou expectativas de juros futuros e inflação. O presidente do BCB disse que elevará a taxa Selic até onde for preciso para promover o controle da inflação, mas que ‘não mudará o plano de voo da política monetária’. Boa parte do mercado interpretou a fala como uma reiteração do último Copom, que explicitamente defendeu aumento de 1 p.p. na taxa Selic na reunião da semana que vem. Nossa expectativa é de alta de 1 p.p. na próxima reunião e encerramento do ciclo de aperto monetário com a taxa básica de juros a 8,50% na primeira reunião de 2022 (em fevereiro).

Indicadores

IBC-Br

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,6% entre junho e julho, acima do consenso de mercado e da nossa estimativa (0,35% e 0,30%, respectivamente). Na comparação com julho de 2020, a proxy mensal do PIB cresceu 5,5% (consenso de mercado: 5,0%; projeção XP: 4,9%). O resultado é consistente com nossa projeção de crescimento do PIB de 0,8% no terceiro trimestre (ante o segundo trimestre) e 5,3% em 2021. Nossa estimativa atualizada para o crescimento do PIB em 2022 é de 1,3%.

Serviços

O setor de serviços continua em rota de recuperação. O IBGE publicou, nesta semana, a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), que mais uma vez exibiu resultados positivos para as atividades mais sensíveis à reabertura da economia e aumento da mobilidade nas ruas. Segundo a pesquisa, o faturamento real do setor de serviços cresceu 1,1% em julho, a quarta elevação mensal consecutiva (houve crescimento acumulado de quase 6% desde abril, mês em que as restrições sanitárias para combate ao contágio da Covid-19 começaram a ser flexibilizadas).

Clique aqui para receber por email os conteúdos de economia da XP

O que esperar para a semana que vem?

O principal destaque da semana que vem no cenário internacional será a reunião do comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central americano). Além disso, haverá divulgação dos índices de gerentes de compras (PMI) nos países desenvolvidos, estoques de petróleo nos EUA e outras decisões de taxas básicas de juros, como na China e no Japão.  

No Brasil, a atenção fica concentrada no anúncio da taxa Selic (reunião do Copom) na quarta-feira. O IPCA-15 e a prévia do IGP-M de setembro também serão divulgados. No campo político, esperamos ver a repercussão do anúncio de aumento do IOF tanto na tramitação do Auxílio Brasil quanto no TCU, que irá avaliar a medida enquanto solução para a questão fiscal gerada pelo aumento do valor do programa de transferências de renda.

XPInc CTA

Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!

XP Expert

Avaliação

O quão foi útil este conteúdo pra você?


Newsletter
Newsletter

Gostaria de receber nossos conteúdos por e-mail?

Cadastre-se e receba grátis nossos relatórios e recomendações de investimentos

Disclaimer:

Este relatório foi preparado pela XP Investimentos CCTVM S.A. (“XP Investimentos”) e não deve ser considerado um relatório de análise para os fins do artigo 1º na Resolução CVM 20/2021. Este relatório tem como objetivo único fornecer informações macroeconômicas e análises políticas, e não constitui e nem deve ser interpretado como sendo uma oferta de compra/venda ou como uma solicitação de uma oferta de compra/venda de qualquer instrumento financeiro, ou de participação em uma determinada estratégia de negócios em qualquer jurisdição. As informações contidas neste relatório foram consideradas razoáveis na data em que ele foi divulgado e foram obtidas de fontes públicas consideradas confiáveis. A XP Investimentos não dá nenhuma segurança ou garantia, seja de forma expressa ou implícita, sobre a integridade, confiabilidade ou exatidão dessas informações. Este relatório também não tem a intenção de ser uma relação completa ou resumida dos mercados ou desdobramentos nele abordados. As opiniões, estimativas e projeções expressas neste relatório refletem a opinião atual do responsável pelo conteúdo deste relatório na data de sua divulgação e estão, portanto, sujeitas a alterações sem aviso prévio. A XP Investimentos não tem obrigação de atualizar, modificar ou alterar este relatório e de informar o leitor. O responsável pela elaboração deste relatório certifica que as opiniões expressas nele refletem, de forma precisa, única e exclusiva, suas visões e opiniões pessoais, e foram produzidas de forma independente e autônoma, inclusive em relação a XP Investimentos. Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da XP Investimentos, incluindo agentes autônomos da XP e clientes da XP, podendo também ser divulgado no site da XP. Fica proibida a sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da XP Investimentos. A XP Investimentos não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas e se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste material ou seu conteúdo. A Ouvidoria da XP Investimentos tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800 722 3710. Para maiores informações sobre produtos, tabelas de custos operacionais e política de cobrança, favor acessar o nosso site: www.xpi.com.br.

A XP Investimentos CCTVM S/A, inscrita sob o CNPJ: 02.332.886/0001-04, é uma instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.Toda comunicação através de rede mundial de computadores está sujeita a interrupções ou atrasos, podendo impedir ou prejudicar o envio de ordens ou a recepção de informações atualizadas. A XP Investimentos exime-se de responsabilidade por danos sofridos por seus clientes, por força de falha de serviços disponibilizados por terceiros. A XP Investimentos CCTVM S/A é instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.


Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com a nossa Política de Cookies (gerencie suas preferências de cookies) e a nossa Política de Privacidade.