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Economia em Destaque: Bolsas em queda revelam preocupação com recessão global

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

Nesta semana, a queda das principais bolsas internacionais seguiu o aumento da percepção de risco de uma recessão global pelo mercado. O movimento foi reforçado com declarações mais duras do presidente do banco central americano em relação à condução da política monetária.

No Brasil, atualizamos as projeções para crescimento do PIB e inflação. No campo político, o projeto de teto de ICMS para combustíveis, transportes, energia elétrica e comunicações pode reduzir a arrecadação de estados é o grande destaque da próxima semana. Esperamos também a divulgação de dados de emprego e fiscais referentes a abril e a prévia da inflação de maio.

Atualizações Covid-19 no Brasil

No Brasil, tanto a média móvel de sete dias de novos casos caiu para 16,2 mil, enquanto a média de óbitos aumentou para 113. Ao todo, 84,0% da população brasileira já está vacinada com ao menos a primeira dose de imunizante contra a doença; 78,1% já tomou dose única ou duas doses e 44,2% já teve o reforço da vacinação.

Cenário internacional

Bolsas caindo com risco de recessão global

Nesta semana, Jerome Powell declarou que o Fed - Federal Reserve, o banco central americano -  continuará subindo juros até que veja evidências “claras e convincentes” de que a inflação está voltando para a meta de longo prazo de 2% do banco central dos EUA..

Como as pressões inflacionárias continuam (a inflação por lá está próxima à 8%), novos aumentos de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, como o que o Fed implementou no início deste mês, são prováveis. Juros em alta tendem a levar a desaceleração, ou mesmo uma recessão, da economia mais adiante. Além disso, tornam menos atraente ativos de risco, como a bolsa.

Desta forma, apesar dos dados de atividade econômica de abril (vendas no varejo, produção industrial) terem sido positivos, a bolsa nos EUA voltou a cair esta semana, e já está 20% abaixo de seu pico recente.  Contribuíram  para a queda o resultado abaixo do esperado de algumas empresas do setor varejista.

Guerra na Ucrânia: novas sanções e entrada de vizinhos russos na OTAN

O presidente russo, Vladimir Putin, sugeriu que aceitaria a Finlândia e a Suécia se juntarem à OTAN. É uma sinalização de que a guerra pode ficar restrita à Ucrânia. Putin, no entanto, alertou que os russos responderiam se a aliança instalar bases ou equipamentos militares em algum dos países.

Nesta semana, a União Europeia propôs uma proibição total em fases das importações de petróleo russo em seis meses, embora essas medidas ainda não tenham sido adotadas em meio à oposição de alguns países do leste, incluindo a Hungria.

Inflação acelerada na Europa

A inflação no Reino Unido saltou para 9% em abril, seu nível mais alto desde 1982, com um aumento forte nas contas de energia domésticas reguladas. O índice de preços ao consumidor subiu 2,5% no mês, o maior aumento mensal desde 1991, já que o teto dos preços da eletricidade e do gás doméstico foi ajustado para refletir o forte aumento nos preços no atacado causado pela invasão da Ucrânia pela Rússia. Isso agravou um desequilíbrio já acentuado entre oferta e demanda.

Na zona do euro, a inflação ficou em 7,4% em abril, impulsionada pelo aumento dos custos de combustível e alimentos. A inflação disparou no ano passado devido aos gargalos das cadeias de produção pós-Covid e neste ano aumenta como efeito indireto da guerra da Rússia na Ucrânia, que foi responsável por elevar preços de forma disseminada, desde matérias-primas a produtos industriais acabados. Diante deste cenário, é muito provável que o  Banco Central Europeu comece a subir suas taxas de juros em julho.

China anuncia redução das restrições anti-Covid, em meio a queda da atividade econômica

O governo chinês indicou a intenção de aliviar as restrições de bloqueio anti-Covid em 20 de maio. O plano é reabrir as lojas físicas em fases, após dados animadores de Xangai, que não relatou novos casos de Covid fora da quarentena.

Os dados de atividade na China ficaram muito abaixo das expectativas, revelando os impactos para a economia da política Zero-Covid. A produção industrial caiu 2,9% ano a ano e as vendas no varejo caíram 11,1%. A desaceleração foi especialmente aguda no setor imobiliário: as vendas caíram 39% em volume e 47% em valor. As autoridades chinesas cortaram taxas de juros para empréstimos, como forma de tentar atenuar a queda.

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Enquanto isso, no Brasil...

PIB e inflação para cima

Elevamos a nossa projeção de IPCA para 2022 de 7,4% para 9,2%, e para 2023, de 4,0% para 4,5%. Entre as razões da inflação persistentemente elevadas estão os problemas nas cadeias de suprimentos globais devido às medidas de lockdown na China, a pressão de combustíveis e preços de serviços acelerando com a reabertura da economia.

Revisamos também a expectativa de crescimento do PIB em 2022, de 0,8% para 1,6%. A atividade doméstica cresceu fortemente nos últimos meses, em linha com o aumento adicional da mobilidade, a expansão da renda disponível às famílias e o salto nos preços internacionais das commodities. Estimamos que o PIB tenha crescido 1,4% no 1º trimestre de 2022 em comparação ao 4º trimestre de 2021, e siga crescendo 2º trimestre. No segunda metade do ano, no entanto, é esperada uma desaceleração devido aos juros mais altos e ao crescimento global mais fraco. A projeção para 2023 permaneceu em 0,5%.

Projeto que prevê teto de cobrança do ICMS deve prejudicar arrecadação dos estados

O Presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, Arthur Lira, declarou que o projeto de lei que estabelece um teto de cobrança do ICMS para produtos como combustíveis, energia, transportes e comunicação será votado na próxima semana. Com a mudança, o ICMS desses produtos passaria a ter alíquota máxima de 17%.

Estimamos impacto fiscal aos estados seria de uma queda aproximada de arrecadação de R$ 60 bilhões por ano. Por se tratar de uma redução de tributo, não haveria necessidade de respeito ao chamado “princípio da anterioridade”, podendo a medida entrar em vigor imediatamente se a lei assim dispuser. No que diz respeito à inflação, o impacto da redução de todas as alíquotas estaduais para 17% poderia chegar a -1,38 p.p. sobre o IPCA, sendo dividido em: -0,29 p.p. para energia elétrica; -0,74 p.p. para gasolina; -0,01 p.p. para etanol; e -0,34 p.p. para telecomunicações.

Bom desempenho fiscal nos leva a revisar projeções

No Brasil, o setor público consolidado registrou superávit primário em março, acima do consenso do mercado e da nossa projeção, encerrando o melhor trimestre da história para o indicador. O bom desempenho fiscal nos levou a revisar para cima nossa projeção de setor público consolidado para o ano, e se deve à inflação elevada e atividade econômica aquecida.

O que esperar para semana que vem?

No cenário internacional, os destaques serão a ata da última reunião do comitê de política monetária dos Estados Unidos e o deflator de consumo pessoal dos EUA (PCE), a medida de inflação preferida pelo Fed. Além disso, o PIB dos EUA e da Alemanha referentes ao primeiro trimestre e a prévia dos índices de gerentes de compras (PMIs) de maio para países desenvolvidos são importantes termômetros da atividade econômica.

No Brasil, os destaques serão a divulgação da prévia da inflação de maio (IPCA-15), a criação de vagas formais em abril (Caged), o Relatório Mensal da Dívida Pública (governo central) e a arrecadação federal de abril. Do lado político, o tema principal deve ser a discussão na Câmara  do projeto que limita a alíquota de ICMS para combustíveis, energia, transportes e telecomunicação.

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